Bioshock Infinite é o jogo mais diferente da série. Há 10 anos atrás fomos surpreendidos por um novo conceito de mundo, nos levaram das profundezas do oceano em Rapture até acima das nuvens em Columbia, e por incrível que pareça ficou tão bom quanto.

A atmosfera de Columbia transpira o excepcionalismo americano em todos os cantos. Na arquitetura art deco, nas músicas, vestimentas, todo o patrimônio cultural estadunidense marca presença. E até demais.

Digo isso pois um dos temas centrais abordados é o racismo estrutural enraizado na sociedade americana. O jogo traz à tona a destruição e opressão de minorias causadas pelos brancos e o culto à personalidade de líderes tiranos.

O grande defeito do jogo é passar uma mensagem antirrevolucionária igualando os oprimidos aos opressores quando respondem os ataques na mesma moeda, fazendo o protagonista ser um completo personagem em branco (sem trocadilhos) e sem personalidade.

Outro detalhe que pode passar despercebido, é a validação proposital ou não da frenologia, presente na lore de um dos grupos fascistas da história.

Apesar disso, ainda possui todos os elementos pra ser um jogo da série: elementos de RPG, partes que amedrontam, steampunk jorrando, e um final Shyamalanesco.

Um jogo bom com uma história mediana.

Reviewed on Oct 17, 2023


1 Comment


6 months ago

É refrescante encontar uma review desse jogo que aponta as partes problemáticas que muitas já criticaram sem ser levado pro "ódio twitteresco"