Muito do que falei sobre o original se mantém aqui, com o adendo de que meu apreço e carinho pelos dois cresceu ainda mais com o tempo: Keita Takahashi sabe muito bem encapsular algumas pequenas delícias mecânicas da vida e transformá-las em algo além - neste caso, o simples rolar de uma bolinha - tudo enquanto consegue transferir através de todo o jogo a ideia de que só rolar tudo de novo é justamente o que ele não queria estar fazendo.

Adorei como o jogo faz de sua missão zoar todos os fãs que tanto queriam mais do jogo anterior, e ao mesmo tempo os entrega exatamente o que queriam: Katamari Damacy, mais variado, maior e melhor - e os fãs do jogo, que dentro dele te pedem inúmeros katamaris, sempre escarram em suas criações, falando que preferiam como estava antes ou que nem ficou tão legal assim ou que não entenderam porque o neto deles gosta disso.

We Love Katamari consegue ser um comentário muito bem humorado e divertido sobre os males da cultura do consumismo, e, ainda assim, bem conscientemente se entrega a esta fantasia megalomaníaca em um genial e engraçadinho playground, orquestrado ao tom de uma OST novamente fantástica (verdadeiramente, além de seu tempo e gênero). Porque no fim de tudo, rolar uma bola do tamanho de uma formiga até ela consumir o Sol é extremamente divertido.

Reviewed on Feb 12, 2021


1 Comment


3 years ago

*You love Katamari.