4 reviews liked by Chocobo


Uni-vos todas as criações das esperanças humanas e desmantelaremos o grande mal Lúcifer. Nunca fiquei tão viciado e imerso em um jogo de NES até hoje, passei dezenas de horas dentro desse mundo e foi incrível, vou dividir em 3 tópicos principais:

Gameplay

Tudo que eu desejava, e muito mais, quando comecei a jogar vários JRPGs de 1986 e 1987, como:

Progressão de nível sem limites definidos por momento de jogo ou inimigos: Alguns JRPGs que eu joguei da época limitavam a evolução de modo que ao vencer inimigos fracos você não recebia XP nenhum, aqui além de ser livre disso ainda torna vantajoso vencer inimigos fracos mesmo no fim do jogo, já que podem fornecer MAG (pontos necessários para andar com os monstros invocados) e joias de cura (muito úteis em qualquer momento do jogo para te curar totalmente quando fora da batalha).

Ritmo de evolução: Para alguns pode incomodar o elevado tempo de grinding, no entanto, acredito que seja boa parte por ponto de vista, se você focar em fazer fusões cada vez mais fortes, boa parte do grinding é diluído em meio as buscas dos monstros desejados.

Mapa: Eu não era muito fã dessa perspectiva de câmera, porém, com o mapa na lateral fica bem mais fácil de se orientar, além de poder utilizar os mapas de um guia para se localizar, no entanto, com o tempo você acaba decorando os caminhos principais mais usados e nem precisa mais de mapa algum.

Status: Gostei muito como cada um tem extrema importância, como por exemplo, a Sorte, existem alguns inimigos que tem ataques que diminuem seu nível, portanto eu maximizei minha sorte para evitar ao máximo sofrer um ataque desses, e funcionou, só aconteceu uma vez no jogo inteiro. Outro exemplo, eu aumentei bastante a velocidade da Yumiko, já que se eu estiver prestes a perder algum personagem, com ela sendo a mais rápida, fica possível eu usar a cura antes de qualquer movimento do inimigo no próximo turno. E vai indo, você pode elaborar sua estratégia em relação a qual status priorizar.

Magias: Não fiz tanto uso na maioria das lutas, com exceção das de cura, focando mais nos ataques físicos, no entanto, nas emergências ou dependendo caso eram extremamente úteis e interessantes devido a grande variedade delas, ponto positivo.

Captura e fusões: Acredito ser um dos destaques do jogo, dando mais importância para várias criaturas e como eu já disse, diluindo o grinding, no entanto acredito que poderia ser melhorado uma coisa, eliminar personagens, o único jeito era deixando a criatura morrer e reabrindo o jogo com a senha, deixando o processo mais chato, mas tirando isso adorei.

Visuais

Criaturas: Simplesmente incomparáveis com qualquer coisa de NES da época, a quantia de criaturas diferentes com designs incríveis e além de tudo com movimentos animados, é absurdamente mais bonito nisso que qualquer JRPG que eu já joguei lançado antes dele, só pegar por exemplo o Dragon Quest 2, as criaturas lá são bonitinhas, mas não chegam nem aos pés do detalhamento e grandiosidade das criaturas daqui.

Mundo: Muito bonito também, é muito legal como cada mundo tem uma atmosfera diferente, mudando desde a música até a cor da tela, além de serem bem feitos para auxiliar na orientação do jogador em se localizar em um ambiente tridimensional.

OST

Excelente, adorei várias músicas, as minhas 10 favoritas foram:

1: Recollections (Ending)
2: Hellfire
3: Anfini (Anfini Palace)
4: Valhalla
5: Power Attack (Boss)
6: Izanami (Burial Chamber of Izanami)
7: Jewel of The Three (Izanami Rescue)
8: Battlefield (Battle)
9: Daedalus
10: Pray (Jakyou)

Ouça nesse link: https://downloads.khinsider.com/game-soundtracks/album/digital-devil-story-megami-tensei-family-computer

Espiritualidade e Simbolismos

Isso foi disparado o que fez esse jogo me interessar tanto e virar um dos meus favoritos, começando que ele apresenta criaturas de diversas religiões e culturas como Xintoismo, Astecas, Hinduismo, Judaismo, Cristianismo, Zoroastrismo, mitologias nórdicas, irlandesas e de localidades especificas como a criatura Barong da ilha de Bali. Sem dúvidas é um jogo riquíssimo.
E, embora alguns não percebam, essas questões religiosas estão por todo o jogo, não apenas nas criaturas, itens e na história, como no caso da parte que você vai pegar a espada Hinokagutsuchi, e o local que você passa logo antes tem o formato de uma Ura Manji (裏卍) que representa força e a inteligência. E para pegar essa espada você tem que justamente ter um nível 48 ou acima com status de inteligência e força altos! Não vi esse detalhe específico escrito ainda e certeza que devem ter muitos detalhes no jogo que eu não percebi, é genial!

Simplesmente é isso, tiraram leite de pedra, depois dessa eu estou com muita vontade estudar sobre o Xintoísmo, deu tanta curiosidade de saber sobre esses infinitos conhecimentos da humanidade, obrigado Megami Tensei.

Num mundo onde flora centenária dá espaço para estacionamentos e o canto dos pássaros é soterrado por uma cacofonia de buzinas, Mother 3 é uma reverência melancólica à um mundo imemorial, um mal presságio sobre nosso futuro como sociedade e, não menos importante, UM JOGO DO CARALHO.

Apesar de seguir e até engrandecer as temáticas da série Mother, o terceiro capítulo parece um pouco distante de seus antecessores, igualmente charmoso e divertido, mas um pouco mais sóbrio, linear e até mesmo pessimista de certa forma. O mundo de Mother 3 é um que já teve os seu melhores dias e parece danificado além de qualquer simples salvação, é impossível falar sobre este jogo e não apontar seus fortes comentários anti-capitalismo e também seu sincero pedido de socorro para você, o jogador, para que o nosso mundo não tenha o mesmo destino.

Lutando contra um exército que usam uniformes de porcos, revisitando a história do mundo e fortacelendo os laços interpessoais, a narrativa de Mother 3 é uma experiência íntima, mas que ainda sim fala da nossa sociedade de uma maneira muito estrutural. No exercício de experimentar a obra, fica bem claro que não estamos só passeando e entendendo mais sobre um mundo de fantasia, mas sim mergulhando de forma bem carismática na visão de mundo dos autores do jogo, suas esperanças, seus medos, receios e saudades.

No fim do dia, Mother 3 pra mim é mais um jogo sobre o meu mundo do que o mundo de Lucas e seus companheiros, sobre a nostalgia de dias mais verdes, sobre o desespero artificial da modernidade, mas por último e mais importante, sobre acreditar que podemos mudar nosso futuro não tão brilhante como sociedade.

Mother 3: O que faz um JRpg bom?

É uma ótima pergunta, e eu não sei responder 😅

Queria começar dizendo que entrei no meu arco de JRpgs, depois de ter saído do arco de CRpgs, se você deu uma olhada no meu perfil talvez tenha notada que eu coloquei vários jogos do gênero nele... Mesmo que eu não tenha feito nenhuma review de fato, jogos como Pathfinder: Kingmaker e WotR, uma recomenda da @Halullat... Planescape: Torment, Arcanum: of Steamworks and Magick Obscura, as notas de jogos vide Wasteland 2 Director's cut, e 3 subiram bastante pois re-joguei esses títulos, entre outras coisas... Ainda assim faltou jogos como, Icewind Dale 1 e 2, Neverwinter Nights 1 e 2, Tyranny e etc... Talvez eu jogue eles em outro momento.

Mas o ponto é que saindo dessa "fase" eu queria finalmente jogar os JRpgs que são tão lembrados por aí... Eu realmente joguei alguns Final Fantasy, porém não todos, e pretendo conhecer a série por inteiro, minhas maiores espectativas são o VI e o VII, também vou passar pela série Persona e SMT, e talvez por outras pérolas que encontrar no caminho... Se quiser me recomendar alguns inclusive, fique a vontade 😁.

Mas antes de passar por esses, uma saga que sempre me chamou atenção mas que eu nunca tinha tocado, foi a Trilogia Mother, clássica, antiga, e posso dizer também, espetacular... Mother, Earthbound e Mother 3 compunham juntos uma das mais brilhantes trilogias já feitas, e é extremamente interessante o que aqui foi criado.

Como disse antes, eu não sei responder o que torna um JRpg bom... Mas o que sei é que a trilogia Mother é brilhante, mesmo se distinguindo, em partes, das outras obras do gênero que visitei até então... Sua história consegue ser cripitica e sombria, ao mesmo tempo que é envolvente e criativa.

O fato de em todos os três jogos jogamos como um pequeno garoto, mesmo que distintos entre si, e ainda assim passam por tudo o que passaram... Sinceramente me dá calafrios. Mas não posso negar que todo o conjunto da obra é extremamente bem feito.

Porém, lembrar que, especificamente, Mother 3 nunca foi lançado oficialmente no ocidente me deixa triste... Pois olha, o jogo lançou para o gameboy então definitivamente com um emulador e com uma Hack Room com uma tradução, seja para o inglês ou português, é sim possível joga-lo sem muitas complicações... Mas ao mesmo tempo, é triste pensar que a experiência feita pelos próprios devs originais, nunca vai ser passada para nós por meio de uma tradução original... Mas é o que temos pra hoje, não sei se a Nintendo vai querer realmente reviver a franquia depois de anos.

Algo que eu posso dizer que consegue contrabalancear esse sentimento de tristeza, é algo que sempre me deixa muito feliz... Quando o terceiro jogo de uma trilogia é o melhor dos três... Pois isso dá a sensação de que toda a caminhada valeu a pena, e que o seu fim foi tão bom quanto todo o caminho... É fato de que trilogias onde o terceiro jogo não é o melhor ainda assim podem ser muito boas, isso eu não nego... Bons exemplos são a Trilogia Arkham, e a Trilogia The Banner Saga, que fecham suas histórias com jogos de muita qualidade, Banner 3 e Arkham Knight são muito bons... Tipo Banner 3 é fantástico... Mas isso abre a possibilidade de coisas como Mass Effect 3 acontecerem... Eu especificamente não me frustrei e achei o jogo ruim, pelo contrário, porém é notório a frustração de muitos fãs com esse jogo, o que em partes é compreensível pois ele está longe de ser tão bom quanto o segundo jogo.

Um bom exemplo de onde isso ocorreu para mim, foi em Bayonetta 3... Na qual irei me isentar de discutir sobre... Mas quando o contrário acontece, como aqui em Mother, ou na trilogia Baldur's Gate, e olha que BG II era quase insuperável, por exemplo a sensação é muito mais gratificante definitivamente.

No fim das contas, a Trilogia Mother é definitivamente um espetáculo, e eu não duvido que muitas pessoas tenham Earthbound e Mother 3 como seus jogos favoritos, pois são experiências únicas em seu próprio gênero, por consequência no mercado de jogos também... No final da História Mother 3 é um dos melhores jogos da história indiscutivelmente, e ao menos em minha opinião, deveria ser testado por qualquer pessoa que gosta do gênero.

Para Mother um 9.4/10 ou 4.5/5...
Pra Earthbound um 9.7/10 ou 5/5...
Ea Para Mother 3 um 9.8/10 ou 5/5...

Se você chegou aqui.... Por favor me recomende um JRpg que você goste...