Talvez o melhor jogo que já joguei na vida.

Parte de uma premissa relativamente simples, a amnésia completa sobre o mundo, sobre as palavras e sobre si mesmo, mas a forma que potencializa isso é incrível.

O sistema de diálogos (ou monólogos?) dos modos de consciência são responsáveis por imbuir um sentimento de estranheza bem específico no jogador, ao mesmo tempo que impõem um mistério grotesco, que, aos poucos, à medida que você explora o mundo e percebe sua ambivalência e complexidade, se mistura com uma ingenuinade bem pueril, tornando-se não só a necessidade de resolver tudo, mas uma curiosidade por tudo. Não existe A moralidade aqui: Elysium é um mundo verossímil, assim como todos os seus personagens (a arte visual e o voice acting colaboram demais!). O próprio Harry é o maior exemplo disso, de um sujeito de Elysium: vil, deprimente, perdido, porém, humano. Você se assusta com ele, se perde com ele, acha ele doentil, acha ele ignóbil e, ainda assim, simpatiza com ele, porque você também se diverte com ele, ajudando pessoas, errando e acertando, enfim, vivendo. A verdade é que você *é* ele, uma criança em corpo de adulto, perdida num mundo desconhecido. Você é o responsável por todas as escolhas em um jogo repleto de nuances emocionais, políticas e ideológicas.

Sob essa perspectiva, outro aspecto imprescindível pro impacto é o sistema de dados. Ele carrega consigo uma crueldade/bondade muito interessante, que reforça o peso que o mundo ainda carrega sobre os seus ombros, a morte e a dor em constante espreita. Mesmo acertando a escolha, não cabe a você. No entanto, Elysium segue como a terra da fé, apesar da Palidez.

Enfim, Disco Elysium é maduro, é denso, é inovador, é arte!

Tentei jogar este aqui por que estava ansioso pra Alan Wake 2, mas não dá. A história me soa expositiva à lá Nolan (mas sem o mesmo peso dramático) e a gameplay mal tem variabilidade de inimigos, além de ser bem chatinha.

Acho que se prenderam demais nesse conceito de exploração do Oeste e entupiram de coisas arbitrárias e repetitivas. Parei no terceiro personagem e tava ansioso pra jogar com o quarto (lobisomem), mas, até então, foi um ciclo de quests chatas (ir de A a B, matar alguma coisa, voltar pra B), personagens mal desenvolvidos, principalmente pelo curto tempo com cada um, e mecânicas mal elaboradas (essa mistura de visão isométrica com TRPG foi o que mais me incomodou, porque fica HORRÍVEL de enxergar as coisas).
Enfim, monótono demais pra um immersive sim, ainda que o universo construído seja até interessante.

Uma mescla de Prey (gráficos) e Dishonored (mecânica e level design), os famosos jogos da Arkane, só que, em se tratando de immersive sims, não tem tanto daquela sensação de variabilidade quanto eu gostaria. Os mapas são bastante lineares e só tem uma ordem pra matar todos os Visionários de uma vez. Felizmente, a mecânica é, sim, bem inventiva, customizável e divertida, e a narrativa espirituosa tem personagens bastante carismáticos. Tirando os ocasionais crashs (os quais me tiltaram pra cacete) e o modo da Julianna, o qual é praticamente impossível de jogar, o jogo é excelente.

Depois de quase 15h, estando no capítulo 14, decidi que simplesmente não dá mais.
A gameplay do jogo, pro estilo action/stealth não tem nada demais, mas pode até ser divertida pra quem é fã do gênero (me incluo nessa). A ideia de semi mundo aberto é interessante, porém, muito mal executada. Não tem motivo algum pra esse jogo ser assim, se ele segue uma linearidade maçante e as side quests são horríveis.
Tudo desanda mesmo com as atuações merrecas que pioram uma narrativa que já não é lá essas coisas. Essa verborragia relacionada à STEM, Mobius e Lily é, no mínimo, desinteressante.