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2024 nem começou e uma das piores coisas que poderia acontecer na indústria de videogames já aconteceu. FODA

The Witcher 2 é um grande experimento da CD Projekt, ainda mais numa época em que a empresa não tinha atingido um status tão alto na indústria. Witcher 2 é, essencialmente, um protótipo á Witcher 3. É muito difícil de joga-lo hoje em dia sem perceber as claras adições que á ele que, sucessivamente, foram mais polidas em Witcher 3 (Tirando o combate e os upgrades, os dois são horrendos em Witcher 3).

A história de Witcher 2 é a mais fraca em toda a série de jogos e a segunda mais fraca na Saga em geral, perdendo apenas para ''Sangue dos Elfos'' de Sapkowski (o que não é uma crítica, realmente, Sangue Dos Elfos não é tão ruim. Apenas tem os seus problemas). A maior parte da história envolve os territórios Nortenhos de Aedirn, Sul de Kaedwen, sudeste da Redania, o nordeste de Teméria e a região de Aedirn Superior de Mahakam Inferior (seguindo para o norte). Dito isso, o jogo consequentemente trabalha com um conflito político conturbado entre as regiões e adiciona personagens muito interessantes e bem escritos. Como Iorveth, um rebelde Scoia'tel que foi traído pelo vilão do jogo e Vernon Roche, comandante dos listras azuis (e que está diretamente envolvido nos eventos que dão início a história do jogo), além de vários outros que não precisam ser citados nessa review. Pois estes são os mais prenominantes na história e suas decisões irão afetar mais á eles do que os outros (salvo a alguns eventos do último capítulo).

Depois de algumas horas de Witcher 2, eu estava me questionando sobre o motivo da história não estar me impressionando tanto quanto na época que joguei pela primeira vez. Talvez pelo motivo de eu estar jogando no modo Insano, que é o modo mais difícil com a adição de morte permanente. Então poderia ser uma preocupação maior em ter que voltar tudo de novo pela quinta vez e uma falta de interesse na história, certo? Bom, não. O modo Insano me fez experimentar várias decisões diferentes e ver até onde as consequências das minhas escolhas podem ir. Existem rotas de caminho que eu aprecio mais do que outras (O caminho do Iorveth me agradou muito mais do que o do Roche no segundo ato). Mesmo assim, eu ainda estava tendo problemas com a história e alguns personagens, inclusive os que não eram tão importante para as suas decisões assim.

A história que Witcher 2 quer contar é excelente, um drama político complicado que se desenrola diferentemente em duas jogatinas distintas. Existem três atos no jogo e você é forçado a escolher lados que vão servir de consequência para os principais eventos no final de cada ato. Depois de muito questionamento, o meu problema com a história ficou claro. Exposição e Worldbuilding feitos da forma errada. TODOS personagens (e eu digo isso sem exagero) querem te explicar e re-explicar novamente de uma forma anormal os conflitos políticos que estão acontecendo, até o bendito Dandelion é um poço de exposição e perde sua personalidade completamente devido a isso. Tamanha exposição não é necessária quando o Geralt sabe muito bem do que está acontecendo, o próprio estava presente em um dos acontecimentos mais importantes da história do jogo lá no início. O Geralt perdeu a sua memória em Witcher 1, mas parece que é aqui que ele teve amnésia. Mesmo com toda a exposição desnecessária, a mesma e o worldbuilding não se casam e não funcionam (mesmo que eu sinta que a gameplay tem que ser incluída quando citado esse erro do jogo). Você tem que entender (muitas vezes, de maneira forçada) o Vale do Pontar e sua situação conturbada. Você tem que entender Temeria, Kaedwen e Aedirn representam para Redenia e Nilfgaard. Você tem que entender o porque do início do jogo afetar o equilíbrio político do Vale do Pontar. Mas nada disso é escrito com um quê de sutileza ou algo muito além da dualidade do que é bom e o que é mal. O conflito em si é interessante, até que deixa de ser.

Witcher 1 era cheio de conflito político, a diferença é que você viajava entre as partes afetadas politicamente e, ás vezes, o próprio ambiente era o suficiente pra te contar a história política de cada lugar. Fazendo sua interação com Reis, Prefeitos, Conselheiros e etc. muito mais natural do que Witcher 2. Witcher 1 também soube trabalhar o dilema e a filosofia de bruxo do Geralt de acordo com as decisões que o jogador tomava em seu curso. Junto com personagens que realmente se importavam com ele, mesmo tendo os seus próprios interesses. Essencialmente, a sua própria filosofia de personagem ditava as ações do próprio vilão do jogo. Witcher 2 falta essa sensibilidade, ele quer ser épico, maior que a vida, mas esquece de trabalhar a simplicidade e nuances de cada personagem.

Eu vou ser breve sobre a gameplay: Não é boa. Se você tá jogando numa dificuldade maior (perma-death no meu caso), a sua única opção é segurar o botão de defender e rezar pra não ser atingido por um mob que COMEÇOU a fazer uma animação que você não pôde nem prever. Ao longo do jogo, o input-lag do combat começa a ser a norma e você basicamente faz meta-gaming pra poder derrotar alguns inimigos (Fico triste em dizer que Witcher 3 comete o exato mesmo erro, com poucas melhorias).

A U.I é irritante e um obstáculo do início ao fim. É inacreditável pra mim como a CDPR conseguiu piorar tanto uma coisa que era tão boa em Witcher 1. Claramente é pra vender o jogo em consoles, mas não tinha jeito melhor? E precisava desse sistema horrendo de excesso de peso? (novamente, Witcher 3 faz a mesma coisa com o excesso de peso, bizarro) parece realmente que a CDPR viu a engine datada da Bethesta e pensou ''Masterpiece''. Devido a U.I, a criação de poções é tão entediante e tão ineficazes que, ás vezes, é melhor nem usá-las.

Witcher 2 é uma experiencia frustrante para um leitor dos livros e para um fã do primeiro jogo. Essencialmente, o jogo parece um protótipo pra Witcher 3. A maioria dos assuntos aqui (desde o início do jogo) são tratados e resolvidos de melhores maneiras em Witcher 3. O design de mapa é, na melhor das ocasiões, frustrantes, assim como o seu combate e a sua história, que tem suas boas seções, mas que, basicamente, é uma bagunça.

Eu recomendo o jogo pq a experiencia de joga-lo não é ruim e eu aprecio muitos personagens, monstros novos e as consequências das suas decisões aqui. Se você não liga muito pra série, não jogou o primeiro ou não leu os novos. Recomendo que vá jogar Witcher 3. Você irá perder pouca coisa.

Um ótimo RPG que imediatamente te joga no seu mundo e o constrói de uma maneira muito engajante já no seu prólogo. O uso da amnésia do protagonista é, não só uma boa desculpa pra introduzir o mundo ao jogador, como uma forma de fazer o jogador tomar suas decisões não baseadas na personalidade pré estabelecida do protagonista. E sim, baseadas na visão que o jogador tem do mundo que se desdobra a ele.

O combate é desajeitado, mas não é impossível se divertir com ele. Admito que a preparação pro combate é a melhor parte; Alquimia e entendimento sobre seus inimigos o ajudam muito em derrotá-los e a recompensa em vencer um inimigo é mais sobre como você construiu seu personagem e como você pesquisou o seu inimigo do que suas habilidades de jogo.

Visto isso, a gameplay tem vários problemas. Não só no combate, mas também no loop de gameplay. Ás vezes, o jogo não consegue se desculpar por fazer o jogador andar e andar pra vários lugares apenas para pegar um item, voltar e ganhar sua recompensa. Uma coisa que, depois de 40-45 horas, se torna cansativo demais.

A atmosfera tem altos e baixos. O início do jogo cria uma atmosfera densa e alarmante que consegue criar curiosidade sobre o que está acontecendo nesta área. O próprio design de vários níveis deixa implícito a situação política de cada local. Fazendo o jogador querer descobrir mais e mais sobre a política de cada localização e o recompensando por faze-lo com decisões e filosofias de personagens muito importantes pro desenrolar do jogo.

A escrita é ótima. Eu diria que é até melhor do que alguns textos do Sapkowski em alguns momentos. Vários temas políticos/religiosos/raciais/sociais são explorados com uma sutileza inesperada de um RPG tão grande. Isso se torna ainda melhor quando você percebe que esses temas vão ser importantes para suas escolhas e suas escolhas terão grandes consequências ao decorrer do jogo inteiro.

Recomendo muito pra quem está apto a tolerar certas mecânicas que não envelheceram tão bem na sua gameplay. Mesmo que a mesma ainda seja divertida o suficiente.