Pra começar, parabenizo o esforço monstruoso de fazer um jogo deste naipe como um amador que sabia que não ganharia um centavo por isso.

AM2R, vindo de Metroid Zero Mission, é um upgrade direto, no clássico mantra que costuma acompanhar as versões “II” de cada série: maior, melhor, mais ambicioso. A ambientação e os controles mais moderninhos (embora não tenha gostado de usar o míssil via “Toggle” e muito menos ainda dele via “Hold”) foram bem vindos, além dos efeitos especiais que o GBA nunca daria conta de renderizar. Foi nesse jogo que aprendi o shinespark, e, com ele, junto de um Space Jump que veio um pouco mais cedo e Super Bombs que revelam todos os segredos do mapa, acabei me divertindo bem mais do que esperava ao sair por aí tentando descobrir segredos - que pareciam menos óbvios que os de Zero Mission, acaso infeliz para cérebros de ervilha como eu.

Onde mais me conflito são nos titulares metroids: odiei todas as lutas com eles, a única que teria qualquer coragem de chamar de boa sendo a última. Ainda assim, me pergunto: deveria me divertir com os metroids? Minha missão era vir aqui dizimá-los, e são o topo da cadeia alimentar, jogando em casa - o que tenho é um trabalho sujo a completar. Com Samus segura dentro de seu traje, pisando em formiguinhas e explodindo morceguinhos,sempre me sentia em controle de qualquer situação. Isto é, até encontrar um metroid: ponto em que fazia o que podia pra me enfiar numa sarjeta e sapecá-lo de mísseis até morrer eu ou ele - por alguns momentos, me sentia a presa. Já com os bípedes era diferente: otimizei a caça e sabia descascá-los lentamente e metodicamente, o predador apex reduzido à besta burra diante do meu equipamento e coordenação. O que não perdôo são as lutas com os metroids “clássicos”, estes sim são uma puta duma merda irredimível e mal feita - ao menos é uma sessão bem curtinha. Desesperador; enigmático; frustrante; entediante - adjetivos que descrevem bem a situação em que Samus se encontra em SR338, portanto aceito a frustração que o jogo me impôs, e especialmente a reconheço como genuíno mecanismo de tensão e dissolução na luta final e na explosão da usina geotérmica, situações em que me senti sacando a vitória direto das presas da derrota - o jogo sabe, melhor que seu antecessor, ser surpreendentemente cinemático. No fim, não me diverti tanto quanto em ZM, porém encontrei um experiência mais rica do que o esperado. Avante ao SM.

Reviewed on Aug 25, 2022


3 Comments


1 year ago

O que achou do sistema de logs? Até onde eu saiba Zero Mission (e nenhum outro Metroid 2D) não tem isso.

1 year ago

@CDX Achei bem legal, uma das "modernizações" que fizeram muito bem pro remake.

1 year ago

Brabo demais