Às vezes o que te limita é o que te liberta.

Da mesma mente brilhante por trás de Silent Hill Origins e de Shattered Memories, Sam Barlow mostra que mesmo com pouco orçamento e retrocedendo de encontro à forma no qual a indústria dos videogames vem evoluindo que ainda é possível sim criar algo espetacular.

Her Story é nada de mais na sua carcaça, e é justamente por isso é evidente a criatividade quando elevada ao máximo. Através de um jogo no formato a lá anos 90, o full-motion video (FMV), o jogador assume o papel de investigador misterioso que precisa analisar os vídeos dos interrogatórios de Hannah Smith, onde esta conta à polícia a história de Simon, o seu marido que foi assassinado.

O principal ponto partida aqui que o jogo prega é o fato de não ser possível ver os depoimentos de Hannah de forma cronológica, isto porque os mesmos foram divididos em vários vídeos curtos e arquivados num programa de computador antigo. Sendo assim, você como investigador precisa introduzir palavras-chave na caixa de procura da interface antiquada e, se essa palavra (ou expressão) for dita no vídeo, este irá aparecer nos resultados da busca. O mais interessante aqui é que trata-se de um jogo onde você pode começar pelo final e terminar pelo começo, de forma que cada jogador vai ter uma experiência e apuração individual dos fatos ocorridos, o jogador começa a prestar mais atenção a nomes, lugares ou palavras repetidas, da mesma forma que começa a anotar tudo, a desenhar linhas temporais e a tentar encontrar contradições na medida que tenta entender o que está acontecendo.

Destaque vai também para a excelente atuação de Viva Seifert, o jogo certamente não teria o mesmo resultado sem uma atriz de qualidade e uma direção cinematográfica de peso.

O que mais amei no final das contas em Her Story é sobre como ele é individual. Que mesmo estando praticamente assistindo um filme, eu jogador que determino o que acabei de experienciar, sobre o que a história é. Que mesmo dentro da comunidade existem pessoas que não entendem e desaprovam o conceito do jogo, há também pessoas que debatem e analisam nuances até hoje. Os créditos vão subir mas só você vai poder dizer quando estará satisfeito com a história quando finalmente achar que entendeu tudo, e isso só funciona porque Her Story, mesmo que praticamente um filme, no final das contas, ainda é um jogo.

A fascinating game experiment. I believe calling it more of an interactive movie rather than a videogame is justified. I first played this game around the time it originally released and was being showered with praise, so I already knew what the central reveal was this time around. But still, there were many details I didn´t remember, and was surprised by how many little things I had yet to discover.

The best way I´ve found to appreciate the game is to truly try and engage with it. Get a notebook and a pen out, put your detective cap on, and start taking notes. This is something I didn´t do the first time around, opting instead to just try a bunch of stuff and later look up a list of keywords online, which I don´t think it´s a bad option if you are just looking to clear out the last few remaining and rather inconsequential video clips. But there´s nothing that will get you into it more than paying attention and really experience it like I believe it was intended to be experienced.

There´s a real freedom in the limitations that the game imposes on you. It´s fairly easy to just discover what would be considered the ending of the story right at the beginning of your first play session, but you´ll be wrong to think that this ruins the experience somehow, you should follow the breadcrumbs, in every direction you want, and uncover piece by piece not just a mystery or a twist but a fascinating and inventively told story.