Who is Lila é o mais próximo que posso descrever de um jogo pós moderno, que aborda tópicos existenciais e filosóficos de maneira fantástica. A minha única crítica ao jogo é que certas partes, como a de perseguição ou de procurar a sala da Martha, são chatas em segundas jogatinas mas fora isso nenhuma parte do jogo foi chata para mim. Alguns dos melhores momentos que eu já tive em um jogo estão atrelados a Who is lila, desde o final do hierofante inteiro até o segredo de quem é a Lila, esse jogo é uma obra de arte.
Porém, devo temperar esses elogios com uma crítica. Algumas das conquistas do jogo são extremamente obtusas, uma exigindo que você corrompa um arquivo e, pra platinar, você precisaria resetar seu save pois uma conquista é mutuamente exclusiva com outra. Sim, isso faz parte do estilo do jogo de certa forma, especificamente o aspecto de não platina e devido às conquistas “get tricked” e “Clever One”, porém o fato que eu estou criticando isso mostra o quão bom o jogo é em te fazer querer ver tudo que ele têm disponível.

Eu lembro de ver uma stream do jogo, e imediatamente eu quis jogar por mim mesmo. Era uma situação em que parecia que o jogo era feito para uma pessoa como eu, um estilo de arte completamente a mão, garotas monstro, etc. E, sendo perfeitamente honesto, eu acabei platinando o jogo, e quando o fiz, eu lembro de me sentir triste de ter acabado, eu conseguia recitar trechos inteiros de diálogo de cabeça, o mantra do paranoico tinha se tornado uma das minhas coisas favoritas do jogo, e eu tinha mudado minha descrição da steam pra intro do jogo

Slay The princess é um jogo de terror psicológico que usa extremas quantidades de gore e ativamente manipula o player e mente pra ele. E eu amo cada segundo desse jogo
Eu não quero dar muito spoiler, mas a melhor parte é que da forma que o jogo é estruturado, platinar o jogo não afeta a sua imersão, um feito extremamente difícil e, honestamente, desnecessário, mas bem vindo, de se realizar.

Quando eu descobri dos dois jogos da série através de um vídeo do Super Eyepatch Wolf eu lembro de pensar “caramba que legal, eu não vou tocar nesse jogo com uma vara de 10 metros” e comecei a ouvir sobre como termina era uma experiência um pouco mais leve, sem coisas como cenas de estupro (ao menos não facilmente acessíveis), e devo dizer, esse jogo não me decepcionou
É uma experiência cruel, que a todo momento vai te humilhar e cuspir em você. Não é atoa que uma das principais mecânicas do jogo é morrer e tentar de novo, vendo o que funciona e o que não funciona. Uma das experiências mais tortuosas que eu tive em tempos recentes, pois o jogo te faz temer a morte invés de achar que é só algo desagradável.

Eu gosto muito de termina, e estou a caminho de fazer o final C como o Marcoh, já tive 7 mortes até agora, e em minha defesa, todas minhas outras runs eu usei magia e a Kassara pra me carregar no early game
Marina best girl

Disco Elysium é um dos melhores jogos políticos/ investigativos atualmente no mercado, o que é irônico considerando o alinhamento socialista do jogo. Mesmo que seja um jogo abertamente alinhado à esquerda política, ele não será insento de criticar posições que você toma em diálogos, algumas de forma mais sutis que outras. Desde Dar um golpe em um homem tão rico que a luz dobra ao seu redor como um buraco negro à igualar um governo comunista a uma torre de cartas que desaba a todo momento, tudo sobre o jogo tem esse mesmo senso de humor extremamente escrachado, como um amigo que não importa o que você faça sempre arruma alguma forma de te zuar. Além disso, o jogo tem visuais extremamente bonitos, com a estética de pintura a óleo (ao menos a mim) surpreendendo com o quão bem implementada é.
Tl Dr: não seja um centrista, jogo lindo