2 reviews liked by Henrick


Good for a weekend... it's priced at BRL 299.90 on Steam and offers about 12 hours of the illusion of free will... if you explore a lot... I truly believe that this franchise lost its way some time ago. I must give credit to this game for bringing back the feeling of belonging from the first instalment, and also for its heavy investment in licensed music to heighten the excitement or emotional impact, depending on the context. However, apart from that, I wasn't impressed at all... I'd rather spend this money on something else and dedicate my weekend to watching some coming-of-age romance films from the 2010s.

Perhaps I should also acknowledge, in terms of social significance, that at the time of its release, this game was one of the few where the protagonist's bisexuality is explicitly written into the script, rather than being a player choice. The only other example I can recall is Fear Effect 2: Retro Helix (2000) on the original PlayStation, highlighting the lack of bisexual representation not merely confined to player choice mechanics in games where sexuality is not defined and is up to the player regardless of the gender they choose to relate to, which can be confused with bisexual representation. An example would be Cyberpunk 2077 (2020), where the romance mechanics are limited by the sexuality of the other characters available for romance. I value that kind of boldness, somehow...

Gris

2018

This review contains spoilers

Talvez alguns achem que dar nota 10 para Gris seja superestimar a obra. Mas de acordo com a experiência que a obra me proporcionou, não acho que eu poderia dar menos que 10.
Talvez eu realmente esteja a superestimando, mas isso realmente seria um problema ?
Afinal de contas, eu me apaixonei pela obra, oras.
Dito isto, vamos para a review.

A começar pela arte: é magistral.
Ela conversa diretamente com o que a obra significa... Principalmente as cores, que tem um papel bem importante para a metáfora que interpretei do jogo.
A Gris é desenhada de uma maneira muito linda. Não somente ela, claro. Toda a estética da obra é muito linda. Cada personagem, cenário, ambiente é lindo. Cada frame é belo. A ambientação é perfeita.
Aqui tudo é elevado ao épico, ao magistral. Tudo é muito bem orquestrado, planejado.

A história é muito linda, e há varias formas de a interpretar.
Eu particularmente acho que é uma história seríssima sobre luto e depressão. Isso já fica evidente desde o início do jogo, na cena em que a estátua onde a Gris está sentada se desmorona, fazendo a Gris parar de cantar, e a fazendo ver um mundo " morto ", apático, sem cores.
Isso é uma clara metáfora para o luto, pelo menos para mim é.
Acho que a estátua representa um ente querido da Gris, possivelmente a sua mãe, eu diria. E a destruição da estátua simboliza a sua morte.

Toda o jogo simboliza a jornada de Gris, a jornada dela de resistência, a jornada de alguém que decidiu aceitar as coisas como elas são. De alguém que decidiu continuar.
Não sei se é só maluquice minha, mas eu consigo traçar várias alegorias entre coisas do jogo e a metáfora dele como um todo.

Por exemplo, a cena da tartaruga, para mim simboliza que às vezes podemos precisar de ajuda para continuar. Bem como a cena daquele bichinho azul.
Já as borboletas negras simbolizam uma espécie de lado " ruim " da Gris, para mim elas são a personificação da depressão pós-luto dela.
Por causa dessa minha interpretação, eu realmente me emocionei a ponto de chorar em algumas seções do jogo.
Como a que lutamos contra aquele pássaro, por exemplo.
Para mim isso simboliza a luta da Gris contra a depressão dela, eu achei muito lindo e comovente. O final também, quem jogou deve no mínimo ter se comovido um pouco nessa parte. Aquela cena final, da depressão engolindo a Gris, o mundo dela ficando branco de novo, mas aí a estátua da mãe dela se reconstrói e começa a cantar, salvando a Gris e depois todo o mundo dela se colore de novo...
Nossa Senhora, que cena linda. Eu chorei, confesso.

A trilha sonora é MUITO boa.
Cada música dialoga diretamente com o jogo e é tocada no momento certo. A Gris cantando é muito lindo.
A trilha sonora desse jogo realmente tem algo de especial. É realmente um ápice de experiência auditiva, se um dia for jogar, tente jogar com fones de ouvido.

Há quem diga que a gameplay não é muito boa.
Eu particularmente gostei. Quer dizer, não é nada revolucionário, mas para o que o jogo se propõe, eu acho ela boa. Acho interessante os puzzles e as diversas mecânicas, como a de virar peixe, a de virar um bloco ( Gris quadrado supremacy ), e a de cantar. Sério, a voz da Gris é muito bonita, eu poderia ouvir por horas sem parar. E também acho interessante colocarem canto como uma habilidade em um jogo.
Faz muito sentido, já que desde o início do jogo vemos que a Gris gosta de cantar, embora tenha parado por boa parte do tempo durante o game.
Aliás, antes de pegarmos a habilidade de cantar, se apertamos o botão que ativa ela, a Gris tenta cantar, mas falha. Eu achei esse detalhe muito maneiro.

As seções em que recuperamos cores também são muito bonitas.
Essas cenas são muito bem orquestradas, a cada nova cor recuperada é uma explosão de tinta, uma explosão que devolve uma parte do brilho do mundo da Gris.
Inclusive, achei o mundo desse jogo fascinante.
Talvez ele seja só um reforço à metáfora que o jogo traz, mas achei ele muito interessante. Cada criatura, planta, mar... É tudo muito cativante, vibrante, estonteante.

Meu único problema foi que em algumas partes eu não sabia muito bem o que fazer e fiquei meio perdido e preso, o que pode se tornar um pouquinho repetitivo. Mas aí talvez isso seja culpa minha mesmo. Mas tudo bem, não acho que isso seja o suficiente para me fazer abaixar a nota do jogo ou diminuir meu amor por ele.
Gris é uma experiência tão única que eu consigo relevar possíveis " defeitos ".

Acho que consegui transmitir as principais coisas que eu queria transmitir.
Eu poderia ficar muito tempo falando desse jogo, mas é como eu disse, acho que já comentei os pontos mais importantes para mim. Então vou encerrando por aqui por enquanto.

Enfim, Gris é, sem sombra de dúvidas, uma experiência única.
Não é apenas um jogo, é uma carta de amor aos que continuam ( ou não ).
Em pouco tempo nos faz refletir sobre o que é o luto, a depressão, tristeza, a amizade... É uma obra que pode nos servir também como uma auto-reflexão. É uma manifestação da Arte.
Apenas joguem Gris.