Eu tô meio perdido, desnorteado e sem saber por onde começar, a crise existencial bateu forte com esse aqui. O tom do P3 é muito sério, fiquei bem surpreso com isso. As piadas não são frequentes e o plot passa uma sensação de urgência e ameaça logo de cara, não sei o quanto esse remake perde em tom e atmosfera pro original, mas esse tom sombrio do jogo foi praticamente um giro 360° do P5.

O jogo tem um pace bem lento, as vezes lento até demais pro meu gosto, mas tudo é trabalhado muito bem, sem deixar nada a desejar ou deixar de contar algo de forma que tire o impacto que poderia ter. Os personagens são simplesmente maravilhosos, e o quanto eles crescem durante o jogo é algo lindo de se ver. Não tem um arco que fecha no meio, todos aprendem até o último ato. Os Social Links como sempre foram incríveis também, esse aspecto da franquia eu simplesmente adoro. Eu acho que a trama é mais carregada pelos temas e personagens que por reviravoltas mirabolantes, mas no fim acabei gostando bastante. O gameplay é simplesmente fantástico, ter jogado isso aqui no hard trouxe uma experiência de RPG de turno maravilhosa, cada chefe e mini-chefe trouxeram um desafio super bacana e apesar de não ter sido um grande fã do Tártaro em si, tudo que rolou durante o combate me agradou muito, então nem dei bola de estar subindo pelo mesmo ambiente repetitivo por horas com aquela música enjoativa.

A morte, ou a perda de um ente querido é assunto delicado, complicado, e dificilmente sabemos qual a resposta certa pra lidar com esse tema. Eu já passei por isso, e até hoje não sei bem a resposta, a dor nunca some, mas aprendemos a lidar com ela. Honrar a pessoa e tentar ser o melhor que posso é o suficiente? Um dia todos vamos morrer, isso é inevitável, então que devemos fazer? Qual nosso objetivo, nosso propósito? Sendo bem sincero eu ainda não sei qual é o meu, mas a vida é curta e preciosa, e ficar sozinho é a pior coisa que pode acontecer. A dor da perda é difícil, mas pior que isso é nunca ter sentido nada por alguém. A dor só prova que já sentimos uma felicidade que mostra o quão preciosa é nossa vida. O mérito de estar vivo é o bem mais valioso de todos, e devemos aproveitar a vida sem arrependimentos. Persona 3 é maravilhoso em seus temas e personagens, pegou forte no coração.

Uma história brilhante com personagens incríveis, que apesar do pacing bem lento, acertou muito em seus temas e tendo um desfecho de arrepiar. A perda é difícil, mas todos devemos tentar dar nosso melhor sempre, afinal mesmo não que tenha achado seu propósito na vida, tá tudo bem, pois o simples fato de estar vivo é o bem mais precioso de todos e cada vida importa.

Reviewed on Apr 12, 2024


6 Comments


17 days ago

Estou zerando este e já sinto que quando eu acabar vou sentir falta. Fazia tempo que um game não me pegava assim.

15 days ago

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15 days ago

Realmente é inevitável sair de Persona 3 sem ficar horas e horas pensando nas mensagens do jogo. Lembro que quando finalizei, larguei o controle e fique olhando para as estrelas remoendo toda a história. Praticamente esse jogo dá uma ideia de qual é o sentido da vida.

15 days ago

Qual seria o melhor Persona pra começar se eu quisesse jogar?

15 days ago

@Mathw1, nem me fala cara... eu ainda não superei.

@Geno123, entre o 5 Royal e o Reload que foram os que joguei, acredito que qualquer um deles é uma boa porta de entrada.

8 days ago

Pode ficar tranquilo. O Reload não perdeu praticamente nada do tom do original. Persona 1 até o 3 sempre foram assim, mais sérios, com um foco maior no que escolheram pra ser a mensagem do jogo. O Reload só deu uma modernizada em alguns dos aspectos do original, e mudou os SLinks um pouquinho (nada demais), fora isso a vibe e mensagem estão intactas.
Pra mim a única parte ruim é me lembrar que depois do 3 nunca voltaram pra essa pegada mais pensativa.

5 days ago

Gostei da análise, bem pessoal. Não curti tanto qnt P5R, devia ter jogado no hard tbm, mt fácil e o Tártaro enjoa rapidão