6 reviews liked by Mikamidesu


Depois de 96h de Starfield e ter feito um pouco de tudo nesse mundo eu concluo que a Bethesda tem problemas sérios de design pra resolver. Problemas esses que considero básicos, parece que os devs ficaram imersos no desenvolvimento desse jogo por tanto tempo que não viram problemas óbvios, que são notados nas primeiras 10h de jogo.

Starfield é burocrático, mas não de um jeito engajante como num simulador ou em Papers Please, ou de forma que acrescente narrativamente e que se mescla bem ao jogo como em Red Dead Redemption 2, Starfield é burocrático de maneira burra.

Vamos há um exemplo simples: Fazer upgrade na arma.
1- Primeiramente o jogo ensina muito pouco sobre isso, mas com experiência em jogos da Bethesda da pra imaginar que existe uma bancada de armas.
2- Na bancada descubro que antes preciso liberar no mapa de habilidades a habilidade de upgrade de armas.
3- Pronto, mas antes preciso encontrar uma bancada de pesquisa para pesquisar os upgrades de armas
4- Mas também não vou conseguir boas blueprints se não tiver pontos de habilidade em pesquisa (coringando já).
5- Depois de gastar seus pontos de habilidade ainda precisa de materiais muito específicos para conseguir abrir as pesquisas e e assim, poder fazer as melhorias de arma.
6- Esses materiais podem ser minerados (MUITO TRABALHOSO, tem que ie no planeta que possui o material e, às vezes, montar um posto de mineração, que é caro e chato de fazer) ou comprados em algumas lojas, mas que lojas? O jogo não possui mapa das cidades. Depois de pesquisar no Google encontro as lojas que possuem os materiais.
7- Porém recursos são bem pesados, e você provavelmente vai ter que voltar andando lentamente até a bancada de pesquisa e de armas.
8- Finalmente faz o upgrade e depois de matar dois inimigos você encontra uma arma melhor. O sistema de melhorias de armas mais uma vez se prova burro e inútil no jogo, e isso se repete com vários outros sistemas (sistema de entreposto, alimentos, etc).

A liberdade é grande, mas não é recompensadora, você pode fazer o que quiser, mas nada além das missões principais e de facções vai ser interessante. Ser curioso nesse jogo é triste, por que TUDO que você vai encontrar é NADA. Ou no máximo várias localidades repetidas geradas proceduralmente.

A história principal e das facções são legais, da pra curtir. Mas a escrita, os personagens, os diálogos, é tudo muito chato, eu odiei todo mundo nesse jogo (exceto a Andreja).

O combate é satisfatório, entrega bem. Os gráficos são satisfatórios, entregam bem.

O design de missões geralmente se resume a: busca tal coisa pra mim com fulaninho em tal planeta, chegando lá o fulaninho vai pedir um favor pra poder te dar a coisa. Isso se repete tanto que eu já estava prevendo essa estrutura em toda missão.

Tenho milhares de coisas ruins pra apontar ainda: sistema de peso, menus horríveis, bugs (ainda tem muitos), o fato do jogo estar inacabado, etc, mas deixa pra lá. No geral a experiência não é tão ruim, só tinha potencial pra ser melhor.

Starfield é um jogo que eu peguei para jogar com expectativas baixíssimas, visto que é mais um jogo da Bethesda que recebe críticas pelos mesmos motivos de Fallout 4. O pior? Fallout 4 já tem quase 9 anos de lançamento. Starfield com certeza não é um jogo padrão 2023 e isso se mostra em vários pontos do jogo.

Infelizmente, o game design dos RPGs da Bethesda é extremamente ultrapassado, utilizando das mesmas mecânicas de Skyrim, um jogo de 2011. A gameplay é entediante, não existe motivação para explorar planetas vazios ou montar bases. O gunplay do jogo é uma clara evolução em relação a Fallout 4, mas o design pavoroso das armas, tanto visual quanto sonoro, deixam esse aspecto do gameplay tão entediante quanto a exploração. O sistema de combate de naves não é terrível, só é sub-utilizado.

Eu joguei o jogo por cerca de 8 horas de forma pura, sem nenhum mod. Após esse tempo, decidi modificar o jogo e minha experiência melhorou muito sem precisar adicionar nada discrepante no jogo. Simples mods para melhorar os posicionamentos péssimos do Hud, melhorar o desempenho, e por preferência pessoal, as legendas. (Sim, também coloquei a armadura do Din Djarin de The Mandalorian no jogo, porque eu podia). Também usei alguns mods que melhoram a iluminação do jogo e tiram alguns filtros estranhos que o jogo possui, e tive uma experiência muito mais agradável. O ponto é: Starfield é mais um jogo ultrapassado feito pela Bethesda que precisa ser consertado por Mods, e depois de jogá-lo, eu entendi porque recebeu somente uma indicação no TGA (e perdeu).

Agora que falei dos aspectos ruins, devo falar do que é realmente bom nesse jogo: A HISTÓRIA. Essa foi a minha motivação para terminar o jogo. As quests principais desse jogo são ÓTIMAS e bem variadas (exceto pelas: vá para tal planeta, mate tais caras e pegue o artefato). Em uma missão eu lidei com o submundo do crime no planeta Neon, em outra eu alternava entre versões diferentes de um mesmo lugar e precisava usar isso para superar obstáculos. No geral, as missões sao sim divertidas e te motivam a seguir em frente.

O mistério da história principal é muito intrigante e se mantém interessante até o final, que é extremamente satisfatório e leva para um pós-game MUITO mais interessante do que eu esperava. Foi incrível descobrir o segredo por trás dos artefatos junto dos membros da Constellation. Falando sobre eles, os companions desse jogo são INCRÍVEIS. Todos os membros da Constellation, até aqueles que não te acompanham durante a jornada pela galáxia, são interessantes e únicos. Foi incrível descobrir mais sobre cada um deles e ver como todos eles são EXTREMAMENTE reativos às suas ações e às mudanças que ocorrem ao longo da campanha principal. (Sarah, Andreja e Barret amores da minha vida).

Como um grande fã de Star Wars, eu adorava ver as pequenas animações dentro da nave, especialmente em primeira pessoa quando você senta no assento do piloto ou ativa um Grav Jump e seu personagem pressiona os botões do painel. Meus olhos brilharam na primeira vez que vi.

Starfield pode até ser um jogo decepcionante ao olhar o gameplay, mas por trás disso existe uma história incrível esperando e para mim valeu muito a pena ir atrás desse mistério.

Quando houver jogos feitos inteiramente por Inteligência Artificial, eles serão parecidos com esse, genéricos.

Tudo é genérico e clichê, desde a história edgy anos 90, até a direção de arte, ações, puzzles, falas, colecionáveis, escolhas de game design, etc.

O que salva é o combate, que apesar de repetitivo, ainda dá pra se divertir matando o mesmo boss que você acabou de matar há uns minutos atrás mas que agora é apenas um inimigo comum do jogo.

Talvez se durasse metade do tempo, a história não pareceria gerada por Chat GPT, os combates não se tornariam cansativos, os puzzles (que servem apenas para ter algo pra fazer entre os combates) não seriam tão descaradamente sem graça.

Vejo a bolha mais cult de video games quase sempre zombando desse jogo. Até entendo zombar do David Cage, detentor de um dos piores designs de jogos que já vi na vida (Heavy Rain e Fahrenheit). Mas Detroit Become Human, é uma elevação da fórmula ao seu máximo (diante das limitações da época).

Baita jogão, tive um final bastante satisfatório, me emocionei. Geralmente não gosto de Quick Time Events mas gostei bastante de como é aplicado aqui.

Uma das HUD mais lindas que já vi!

Depois discuti com um amigo e comparamos nossos finais e foram completamente diferentes, achei isso muito massa.

the most boring experience of my life. don't get me wrong, graphics and sound design, art design in general is perfect. but this is not a game. at best an interactive animated movie this is. i don't think i will ever come back and finish. games are supposed to be fun. this is not fun for sure. i could always watch a good movie instead of playing this. at least my left thumb wouldn't hurt due to pushing the analog in a single direction for 20 minutes.

Não joguei o Demon's Souls original e meu hype para experimentar esse remake surgiu pouco antes de eu comprar meu PS5 em 2022, logo depois de passar dezenas de horas jogando Elden Ring.

Demorei dois anos para realmente dar uma chance pra ele e jogar até o fim, principalmente porque minhas tentativas de jogar Dark Souls sempre acabavam comigo dropando os jogos por não me agradarem. Mas, depois de finalizar Sekiro, Elden Ring novamente e finalmente Dark Souls 3, voltei para esse que foi a origem de todos os jogos citados.

Esse remake é dito como uma atualização gráfica somente, já que poquissimas mecânicas foram alteradas em relação ao original. Por causa disso, Demon's Souls é realmente datado no geral. Os gráficos atualizados receberam muitas críticas por deixar o jogo "sem personalidade", mas não foi um problema para mim. Achei o jogo graficamente lindo, a iluminação, os cenários, com destaque para a Prisão da Esperança (que voltarei a citar nessa crítica), que realmente impressiona com os tons verdes que iluminam aquele lugar pavoroso. O design de som do jogo também é incrível, tanto os barulhos de combate e de cenário, quanto o dos inimigos que você enfrenta. Devo destacar também o uso do auto-falante do controle, que diferente de alguns outros jogos, realmente deixa a experiência mais imersiva e é usado muito bem.

Agora, a maioria dos pontos negativos que vou citar, se dão justamente por ser um jogo de 2009 atualizado com gráficos atuais. O level design apesar de ser impressionante, como é o padrão da From Software, sofre com posicionamento de inimigos, e níveis extremamente frustrantes sem nenhum tipo de checkpoint. Em um jogo onde morrer é algo tão comum, com inimigos tão agressivos e perigosos em cada canto, ter que voltar do início de cada cenário a cada morte é terrível. Certos cenários nem possuem atalhos bem posicionados, que são a única coisa que fazem alguns outros serem minimamente toleráveis. Devo destacar a Prisão da Esperança citada anteriormente. Um nível que não possui um único atalho para chegar ao seu fim, um caminho extremamente longo e confuso e que você terá que repetir muitas vezes por causa dos inimigos extremamente irritantes que povoam o lugar. Não estou exagerando quando digo que: a Prisão da Esperança sozinha me fez desistir de ir atrás de todos os troféus desse jogo.

Esse é um grande problema desse jogo para mim, os cenários não são desafios satisfatórios. Diferente dos jogos que dão sequência à esse, chegar ao fim de um desafio em Demon's Souls não me trouxe uma sensação de conquista e sim de: NUNCA MAIS QUERO VER ESSE LUGAR DE NOVO.

É bom saber que Demon's Souls deu origem aos incríveis jogos que a From Software lançou e continua lançando até hoje, mas jogá-lo por último realmente não ajuda a ignorar os defeitos que ele possui.

Quanto aos chefes, que são um ponto importantíssimo para jogos do gênero, achei os de Demon's Souls pouco memoráveis. Novamente, muito do que foi apresentado aqui, foi utilizado com maestria nos jogos seguintes. Como o Perfurador, com sua espada longa e ataques rápidos que me lembraram Gwyn e a Soul of Cinder, ou o Velho Rei Allant, um humanoide rápido com vários ataques imprevisíveis, que ficaram populares em Bloodborne. Meus favoritos com certeza foram: o Labareda (Flame Lurker), Cavaleiro da Torre (Tower Knight), e o Perfurador (Penetrator)

No geral, o mais fraco da From Software, mas merece respeito por ser o que é.