um clássico que não fica velho, me deixava completamente tensa em 2014 e hoje em dia continua sendo ótimo nisso. os jumpscares são um pouco previsíveis após anos, mas deu pra levar um sustinho aqui e ali.

This review contains spoilers

Conheci esse jogo no auge dos meus 11 anos de idade, e somente tive a oportunidade—e um notebook meramente decente para rodar ele, pq ô joguinho difícil de rodar bem—de o jogar agora, aos 20. É uma experiência curiosa analisar ele agora adulta, comparado a visão que tive quando era apenas uma criança. Ainda assim, meu amor por esse jogo não mudou, ouso dizer que até cresceu ao jogá-lo oficialmente agora.

O primeiro ponto a ser elogiado por mim é a estética. O cenário gótico e grotesco da Londres vitoriana que nos introduz o jogo é um cenário feio, amargo e melancólico, e acredito que ali seja aonde fazemos o primeiro contato emocional com a protagonista que foi tristemente deixada nesse buraco de ratos após a morte de sua família. Pessoalmente me atraio mais pelos cenários destruídos e caóticos de Alice do que pelos planos de fundo fantasiosos e coloridos que também o compõem, logo, as partes do jogo que se passam na britânica Londres foram as que eu mais parei para admirar a paisagem.

É absurdamente belo como esse jogo trabalha a mudança dos cenários, seja no mundo real ou imaginário. O lugar sai do belo, do colorido, do infantil e vai se destruindo no decorrer do jogo acompanhando o declínio e corrupção da mente de Alice pelas mentiras que todos ao seu redor puseram sobre seus ombros, desde criança.

Dessa forma, tanto as cores do cenário—que dançam entre o vermelho, o preto e o marrom ferrugem, quanto as características dos monstros que enfrentamos, chamados Ruínas, aprofundam o simbolismo da morte da mente sã e feliz de uma mulher que perdeu tudo ainda muito jovem, sem ter a oportunidade de viver o ser criança e o sonhar, por consequência de uma memória traumática que está sendo forçada a esquecer.

Uma das características de combate que, para mim, esconde um maior simbolismo sobre a mentalidade da personagem é o modo Histeria. O nome sempre me pareceu inofensivo aos 11 anos, mas agora eu percebo de onde vem esse pensamento da palavra Histeria para representar o modo de luta em que Alice entra em um estado psíquico aonde seus olhos ficam vermelhos, todo o cenário fica monocromático a não ser pelos exaltados detalhes em vermelho vivo na pele, arma e roupa da personagem. A Histeria, popularmente, é um tipo de neurose que por muito tempo foi caracterizada como uma forma de loucura de mulheres, criada e usada para "tratar" mulheres que não eram tão submissas e que se expressavam da forma que, de acordo com os homens da época, uma mulher não deveria ser. Constantemente Alice é chamada de louca, lunática e todos os derivados, principalmente por seu abusador—e essa é uma característica do tratamento que mulheres que alegavam histeria recebiam. A Histeria funcionava como uma forma de controlar mulheres através de intervenção, as rotulando como "loucas" para retirar-lhes a credibilidade de suas palavras e até mesmo do convívio social, já que tanto no jogo como na realidade, acabavam internadas em manicômios. Alice, exposta a diversos tratamentos torturantes que lhe causaram dano físico e psicológico, pode ter desenvolvido um comportamento histérico para blindar-se nas batalhas contra sua mente perturbada. Ainda assim, isso fazia com que seus relatos e desabafos não fossem levados a sério por ninguém, e como é citado por seu abusador no fim do jogo—dificilmente acreditariam na palavra de uma mulher que alegava histeria e loucura contra a palavra de um psiquiatra renomado.

Apesar de todas as alegações de insanidade, Alice nunca se deixou ser completamente atingida pela lavagem cerebral do Doutor Bumby, que usava isso como uma artimanha para desviar Alice de achar o caminho para a verdade sobre a morte de sua família através do fantasioso País das Maravilhas.

Em questão de narrativa e simbolismo, esse jogo é uma obra de arte do começo ao fim. A trilha sonora também merece elogios, lhe fazendo flutuar sobre a Londres vitoriana e os diversos cenários fantásticos que compõem o País das Maravilhas deturpado de Alice.

Talvez, por ser um jogo antigo, o level design me deixe um pouco encucada nos dias de hoje... Ou talvez seja apenas a minha péssima habilidade em jogos de plataforma. Eu gosto dos puzzles, mas algumas mecânicas como as plataformas de peso me deixaram frustrada durante a gameplay—por isso demorei TANTO pra zerar.

De qualquer forma, foi uma gameplay divertida e futuramente, quando tiver um computador melhor, Alice Madness Returns é um dos jogos que eu gostaria de platinar. Agora eu joguei na pressa e inexperiência, minha performance não foi das melhores, mas com certeza a pequena Eu de 11 anos que passava horas assistindo Gameplays, AMVs e qualquer coisa relacionada a esse jogo está muito feliz por finalmente o jogar e experienciar tudo isso.

Sendo um jogo de 2011, um bug aqui e ali podem ser perdoados, mas eu gostaria que tivesse um futuro remaster.

simplesmente um jogo que não senti motivação de terminar embora tenha dado incontáveis chances durante os dias.
o início e a forma como a história é introduzida despertaram meu interesse a princípio, mas conforme o jogo se desenvolvia eu não senti a pegada "silent hill" nele. sei que, por questões internas, o desenvolvimento dele foi bem diferente dos anteriores da franquia... mas isso não justifica terem desenvolvido tudo para pior.
a ambientação é tensa, porém a forma como os sons de fundo e trilha sonora são trabalhados é medíocre demais, oq já é um baita downgrade pois silent hill é referência quando se trata desse aspecto. os monstros são sem pé nem cabeça, o controle do personagem é tenebroso e o combate corpo a corpo, embora já fosse mediano nos jogos anteriores, nesse aí só piorou. o protagonista é sem sal ao ponto de você não conseguir nem se importar com oq tá rolando com ele, pois é tão chato que dá vontade de só ver ele sucumbindo logo. os side characters apesar de terem um design muito bacana simplesmente não dei duas fodas. o level design é cabuloso.
enfim, eu não terminei e nem pretendo, posso estar igual aquele meme do mineirador e ter parado de cavar bem quando ia achar um monte de diamantes? talvez, mas sinceramente esse jogo não dá motivação nenhuma pra continuar ao ponto de eu ignorar os pontos negativos.
isso pq já joguei muito jogo mediano que cativou ou pela história, ou por qualquer outra coisa q me fizesse ignorar oq tinha de "errado" nele... mas esse aí, puts, vou ficar devendo.

esse foi um dos que eu mais demorei pra zerar, tanto que nem tenho uma data exata para fornecer na avaliação pois foi uma jornada conturbada desde perda de save até eu dropando o jogo por semanas kkkk
simplesmente porque esse jogo me aterrorizou, merece todo o mérito e referência como um terror psicológico. ele te joga na cidade de silent hill somente te entregando as informações aleatórias de que a esposa do protagonista morreu há 3 anos por uma doença, mas agora ele recebeu uma carta e deve encontrá-la. todo esse suspense e a forma como a história se desenvolve, e juntos vamos mergulhando no declínio mental de James Sunderland cria uma atmosfera tão sufocante que quem disser que não sentiu medo está mentindo.
a ambientação, trilha sonora, narração, diálogos... tudo nesse jogo é pensado com tanto cuidado que esquecemos por um momento que se trata de uma obra no início dos anos 2000, pois a jogabilidade envelheceu extremamente bem, e fico feliz pelo projeto enhanced edition que nos permite ver esse jogo em gráficos tão bonitos até mesmo 20+ anos depois do lançamento.
espero verdadeiramente que o remake anunciado consiga captar e recriar essa caminhada torturante que o James Sunderland enfrenta e que nós enfrentamos junto com ele, pois essa é uma característica marcante de silent hill — te colocar no lugar do personagem e fazer você sentir na pele toda a angústia, solidão, medo, incerteza e tortura mental que ele está passando.

se tornou muito especial pra mim. a primeira olhada achei a história bem random mas conforme o jogo se desenvolvia me vi fascinada pela profundidade de tudo, e acho especialmente incrível como esse jogo explora o "ser mulher" através da personagem Heather/Cheryl, gosto de como ela é construída e me identifico muito com vários aspectos de sua personalidade e vivência como uma mulher jovem

rejogando depois de muito tempo, ainda é um dos meus favoritos. atmosfera, enredo e construção de história muito bom, em questão de gameplay envelheceu um pouco mal mas como uma grande fã deu pra aproveitar bem.