5 reviews liked by Astranum


This review contains spoilers

O questionamento que esse jogo busca causar no jogador é "E se Oldboy (2003) fosse um filme merda?"

O jogo que mais hypei na vida, esperando por 13 anos e quando chegou, ainda conseguiu superar MUITO minhas expectativas.

Além disso, o jogo mais autoral dos últimos tempos e com mais lucidez e responsabilidade de que é uma expressão artística

É impossível expressar em palavras tudo o que senti em cada segundo dessa obra.
A cada momento eu tinha a sensação absoluta que jamais jogaria nada sequer parecido com ele.
O que Sam Lake e Remedy fazem aqui é para ser estudado pela indústria por anos a fio.

Narrativamente, é a minha preferida da história da mídia, é inacreditável o que é feito aqui, amarrando um universo de 20+ anos que começou a ser criado lá atrás em 2001 com o 1° Max Payne

De fato, é o jogo da vida e dos sonhos do Sam Lake

NÃO É UM CICLO, É UMA ESPIRAL

Em termos técnicos, é insuperável.
Os gráficos mais lindos que já vi, além do uso e transições perfeitos pra live action.
Mas além dos gráficos, o design de áudio é INACREDITÁVEL, o jogo consegue te dar mais medo quando não tem inimigo do que quando tem pelo som

E a trilha sonora... Cada final de capítulo era uma pedrada nova

Eu terminava cada capítulo ansioso e empolgado pelo próximo, querendo aplaudir de pé

Pode ser cedo, mas AW2 é um dos meus jogos da vida e, obviamente, meu GOTY
Eu te amo, Sam Lake, obrigado❤️

10/10 fácil

Você passa tua infância inteira jogando o original, amando, conversando com amigos, fazendo desafios pra sí mesmo, testando coisas novas, explorando bugs e cada cantinho especifico procurando um tesouro ou algo novo.

E aí anos depois o Remake capta todo esse sentimento. Quase como se conversasse diretamente com o fã e abertamente dissesse: Eu entendo o seu sentimento, eu também amo esse jogo e eu quero que você você aproveite cada segundo. Se deleite com cada tesouro e se impressione com o espetáculo que são os cenários.

Falando sério, coisinhas mínimas que não tinha motivo nenhum pra colocarem ou adaptarem visto que só "Fã chato perceberia" tão lá no jogo. De maneira exemplar conseguiram mudar a geografia do mapa numa linha perfeita onde continua seguindo as ideias do jogo clássico ao mesmo tempo que adiciona, expande e cria obstáculos novos, dando a experiência perfeita pros fãs que provam algo novo ao mesmo tempo que falam: "Nooooooooooooooossa ESSA PARTEEEEEEE!!"

De coração, obrigado Capcom.

SMT3 me fez questionar por muitas vezes se eu realmente gosto de jrpg.

O sistema fraquezas e críticos me fizeram bater com a cabeça na parede já que os inimigos também usufruem dessa possibilidade e na maior parte do tempo, abusam dela. O encounter rate desgraçado me fez ficar de saco cheio do jogo e inumerados momentos, o backtracking das kalpas foi torturante, chefes com interações especais (sim Noah, vai se fuder) que me fizeram quase dropar o jogo.

Mas mesmo listando todas as coisas que me incomodam, ainda vejo que isso é parte inerente jogo para a experiência. Me venderam SMT3 como um jogo dificil e injusto (talvez no hard seja?) mas jogando no normal, pude ver que é um jogo justíssimo, já que consegui passar o jogo inteiro underlevel e com um Matador do 30 ao 50 até o chefe final.

Narrativa intrigante, combate satisfatório, mas principalmente um jogo muito consistente.

David Cage hoje me dia é conhecido e reconhecido por fazer jogos narrativos com alto nível de investimento na produção, e nesse não poderia ser diferente. Sendo o ultimo jogo da parceria Quantic Dream/PlayStaition, Detroit é ambicioso, sólido e ofensivo.

Quando digo que existe ambição, falo referente ao sistema de escolhas do jogo que realmente faz a diferença ao decorrer do jogo, tudo realmente importa para seu futuro, as escolhas darão frutos ou cicatrizes, e a solidez vem como consequência da boa execução do game design.

Mas ele é ofensivo, e com esse adjetivo vem os problemas . Por mais que David Cage diga aos quatro ventos que Detroit não é politico, que não faz paralelos a momentos da historia humana, ainda não tira as evidencias de dentro do jogo.
Segregação, holocausto e a luta por direitos civis, são algumas das citações diretas da narrativa, e o que mais me pega nessa imprudência do Cage é o não entendimento do seu próprio jogo e muito menos das pautas que ele abordou.

Cheguei a um ponto de apenas aceitar que Cage é um jumento funcional, pois a outra alternativa seria mau caratismo. A narrativa de Detroit é claramente sobre racismo, vinda de um homem branco, europeu e burro, e tendo isso em mente, a narrativa passa por diversos problemas, como por exemplo:

- O não entendimento do contexto histórico dos direitos civis
- Criação de caricaturas pacifistas
- Medidas desmobilizantes contra algozes
- Não dar a devida complexidade entre as relações humanas

Isso tudo que lembro de cabeça, mas decreto: David Cage é irresponsável.

O diretor/escritor do jogo dizer que não há politica dentro de uma narrativa que mostra a revolução e mudança do status quo soa como desrespeito a inteligência de todos os jogadores e principalmente as pessoas que morreram e morrem por causa de racismo.

David Cage não se responsabiliza por passar uma mensagem, mas ainda passa, uma péssima, de que qualquer idiota é capaz de fazer jogos, principalmente se eles forem brancos. Usou de personagens negros para falar sobre a dor negra, usa androides como paralelos horríveis sobre equidade, usa a marca dos panteras negras pra não dizer nada.
E sendo sincero, eu não tenho muito o que falar sobre a campanha de Kara, ou Connor, pois elas são ofuscadas pelo rio de merda que vem do plot principal/Markus. Existe qualidade dentro desse jogo oportunista, mas me nego reconhece-las. Eu, como homem negro, saí de Detroit com ódio, tristeza e desesperança, pois se David Cage se atrever a fazer mais um jogo, pode decretar que a indústria errou com os negros. E pra fechar, meus sinceros "Vai tomar no cu" pro David Cage