Veredito: A distopia MAIS GOOD VIBES que você vai jogar na vida.
Fiquei feliz de ficar surpreso com o quanto VA-11 HALL-A (além de ter um nome difícil pra caralho de escrever, pqp) era um jogo mega confortável. Tudo nele é aconchegante: sua casa, seus clientes, seu gato de estimação, os sites que você acessa em casa, seus clientes, o bar onde você trabalha, a trilha sonora, seus clientes, sua chefe, seu colega no emprego e seus clientes. Tudo tem uma vibe extremamente aconchegante e acolhedora, o que faz um contraste bem maneiro com o futuro distópico onde você se encontra.
Afinal, nanomáquinas estão matando pessoas, o governo e polícia são corruptos até o pescoço e vendidos para megacorporações sanguessugas, a violência urbana tá comendo solta e tu só está lá, preparando drinques e trocando ideias com o resto da população.
Já mencionei que seus clientes são amigáveis pra caralho? Alguns são lixos de pessoas e um pé no seu saco, mas até com esses você sente prazer em servir umas bebidas e bater um papo.
O que mais me surpreendeu na verdade é o quanto esse jogo é uma história cyberpunk mas ao mesmo tempo ele não parece uma, não dá a sensação de uma. Pra ser sincero, dá a sensação de um slice-of-life. Todas as histórias dos clientes são mundanas, banais, corriqueiras.
Uma estagiária reclamando do chefe bosta. Uma amiga programadora comentando como deu errado o último encontro dela com um peguete. Ir brincar de Verdade Ou Consequência na festa de natal da firma. Uma bombeira que gostaria de ter uma aparência mais feminina, apesar do corpo musculoso. Pessoas comuns, com dramas comuns envolvendo os respectivos empregos, estudos, vidas amorosas e sexuais, problemas de relacionamento com familiares e amigos. Inclusive o texto não tem medo de tocar em temas pesados e necessários, e o faz com muita maturidade, ao mesmo tempo que não tem medo de usar estética de anime e de rir de memes.
Tudo muito bem escrito e caprichado, principalmente quando a gente lembra que foi feito por meia dúzia de gatos pingados na Venezuela, que nem de longe é o país com mais investimento em videogames do planeta.
E essas coisas estão em meio a implantes mecânicos cibernéticos avançados, cérebros conscientes e pró-ativos guardados em potes, cachorros falantes que abrem uma empresa própria, robôs que ganharam cidadania plena e mais um monte de treco que em tese não tem espaço nenhum num slice-of-life.
Se VA-11 HALL-A tem qualquer contra-indicação, é o fato de ser uma visual novel até o talo, sem vergonha nenhuma. Você vai ler muito, mas muito, mas MUITO texto. A jogabilidade se resume a conseguir preparar as bebidas certas com os ingredientes certos, a lembrar do que cada cliente gosta, e a ter dinheiro quando chega uma conta pra pagar em débito automático.
Mas as punições são irrisórias: prepare a bebida errada e você não recebe bônus extra no fim do expediente, fique sem dinheiro pra pagar a luz e sua casa fica no escuro. É pra dar um quê de jogabilidade, pra você ter algum nível de atenção necessária, mas é só isso.
Não é um defeito, com certeza, mas é algo que pode afastar quem não curte o gênero. Ou você aceita que vai basicamente ler texto pra caralho e preparar uns drinques, e que o jogo é só isso, daí senta e relaxa e curte a partida... ou não.
Pessoalmente, eu curti pra cacete.
Fiquei feliz de ficar surpreso com o quanto VA-11 HALL-A (além de ter um nome difícil pra caralho de escrever, pqp) era um jogo mega confortável. Tudo nele é aconchegante: sua casa, seus clientes, seu gato de estimação, os sites que você acessa em casa, seus clientes, o bar onde você trabalha, a trilha sonora, seus clientes, sua chefe, seu colega no emprego e seus clientes. Tudo tem uma vibe extremamente aconchegante e acolhedora, o que faz um contraste bem maneiro com o futuro distópico onde você se encontra.
Afinal, nanomáquinas estão matando pessoas, o governo e polícia são corruptos até o pescoço e vendidos para megacorporações sanguessugas, a violência urbana tá comendo solta e tu só está lá, preparando drinques e trocando ideias com o resto da população.
Já mencionei que seus clientes são amigáveis pra caralho? Alguns são lixos de pessoas e um pé no seu saco, mas até com esses você sente prazer em servir umas bebidas e bater um papo.
O que mais me surpreendeu na verdade é o quanto esse jogo é uma história cyberpunk mas ao mesmo tempo ele não parece uma, não dá a sensação de uma. Pra ser sincero, dá a sensação de um slice-of-life. Todas as histórias dos clientes são mundanas, banais, corriqueiras.
Uma estagiária reclamando do chefe bosta. Uma amiga programadora comentando como deu errado o último encontro dela com um peguete. Ir brincar de Verdade Ou Consequência na festa de natal da firma. Uma bombeira que gostaria de ter uma aparência mais feminina, apesar do corpo musculoso. Pessoas comuns, com dramas comuns envolvendo os respectivos empregos, estudos, vidas amorosas e sexuais, problemas de relacionamento com familiares e amigos. Inclusive o texto não tem medo de tocar em temas pesados e necessários, e o faz com muita maturidade, ao mesmo tempo que não tem medo de usar estética de anime e de rir de memes.
Tudo muito bem escrito e caprichado, principalmente quando a gente lembra que foi feito por meia dúzia de gatos pingados na Venezuela, que nem de longe é o país com mais investimento em videogames do planeta.
E essas coisas estão em meio a implantes mecânicos cibernéticos avançados, cérebros conscientes e pró-ativos guardados em potes, cachorros falantes que abrem uma empresa própria, robôs que ganharam cidadania plena e mais um monte de treco que em tese não tem espaço nenhum num slice-of-life.
Se VA-11 HALL-A tem qualquer contra-indicação, é o fato de ser uma visual novel até o talo, sem vergonha nenhuma. Você vai ler muito, mas muito, mas MUITO texto. A jogabilidade se resume a conseguir preparar as bebidas certas com os ingredientes certos, a lembrar do que cada cliente gosta, e a ter dinheiro quando chega uma conta pra pagar em débito automático.
Mas as punições são irrisórias: prepare a bebida errada e você não recebe bônus extra no fim do expediente, fique sem dinheiro pra pagar a luz e sua casa fica no escuro. É pra dar um quê de jogabilidade, pra você ter algum nível de atenção necessária, mas é só isso.
Não é um defeito, com certeza, mas é algo que pode afastar quem não curte o gênero. Ou você aceita que vai basicamente ler texto pra caralho e preparar uns drinques, e que o jogo é só isso, daí senta e relaxa e curte a partida... ou não.
Pessoalmente, eu curti pra cacete.
17 Comments
Eu também não consegui entender essa capa ksksksksksksk
Porra, não é? XD Ainda mais com essas pernas de fora, tem nada a ver com a personalidade dela, hahahaha
Acho que o branco no cabelo dela seja luz kkkkk é só olhar para as pernas dela que você que a direção da luz é a mesma :b
Essa capa parece que veio de um DeviantArt da vida, falo mesmo. =P
Admito que tive muito preconceito com Visual Novels por conta de achar que um jogo só de texto era estúpido. Nestes últimos tempos, tenho tentado superar esse preconceito ao ter mais contato com o gênero e abrir meus horizontes, mas ainda acho que a maioria não me apetece.
A teoria da luz até que faz sentido, mas o que explicaria as pernas ala Chun-Li dela? A Jill também não é assim sksksk
Esse branco no cabelo não é luz nem fodendo, claramente é a cor do cabelo mesmo. XD
@Yansergamer94 Têm vários jogos que misturam visual novel com outros gêneros, se quiser começar por esses. 999 por exemplo mistura visual novel com fugir-da-sala, e Ace Attorney mistura visual novel com aventura gráfica. (ambos excelentes)
@Yansergamer94 Têm vários jogos que misturam visual novel com outros gêneros, se quiser começar por esses. 999 por exemplo mistura visual novel com fugir-da-sala, e Ace Attorney mistura visual novel com aventura gráfica. (ambos excelentes)
999 e Ace Attorney realmente são os pontos de partida perfeitos. Eu também acrescentaria o Danganronpa pois ele tem algumas mecânicas de gameplay que podem dar uma aliviada no texto pra quem cansa.
Uma vantagem do Ace Attorney é que as partes de visual novel dele têm um ritmo PERFEITO! A trilha sonora com as porradas na mesa e as reviravoltas fazem ele não cansar nem um pouco nessas partes.
Eu meio que já joguei todos esses aí
Ah, então já tá calejado pro VA11. =P A maior diferença é que VA11 é muito mais linear e que as penalidades por errar a bebida são mínimas.
parece interessante, vou pegar depois pra jogar
Me lembrou bastante the red string clubs, esse jogo ja estava na minha wishlist, mas sua review me despertou ainda mais interesse no jogo
Pior que ainda não joguei Red Strings, mas ele e o Coffee Talk (que tem uma influência óbvia de VA11 HALL-A) tão na minha fila.
Tá aí uma coisa que eu nunca vi: uma história "normal" num mundo cyberpunk.
Conhece 2064: Read Only Memories? Recomendo muito.
Conhece 2064: Read Only Memories? Recomendo muito.
Nunca nem ouvi falar de 2064. Como ele é?
CDX
1 year ago