Amanita Design tem estilo próprio, bem característico, o mundo de Machinarium vive e respira com expressões. Impossível dizer que a trilha não contribui para isso, mas certamente a arte fica com a maioria do mérito.

Em termos de game design, Machinarium não é perfeito, em especial quando o jogo se torna mais aberto, pois os puzzles acabam por exigir itens em outros cenários, os quais podem ser facilmente esquecidos ou negligenciados. Por sorte, o próprio jogo ajuda nessa questão com as lanterninhas do canto superior direito, que não dão spoilers suficientes para estragar a experiência.

Além disso, os quebra-cabeças são interessantes e criativos (um pouco). Entretanto, ouso dizer que eles não envelheceram bem, pelo menos para os padrões hipervelozes dos dias de hoje, os cliques necessários para movimentar seu personagem, por exemplo, podem gerar uma ação de até 10 segundos, o tempo de um TikTok ou de um Reel. Felizmente, isso não interferiu minha experiência, porque ainda que seja um movimento lento, é esteticamente agradável.

Enfim, Machinarium é um bom jogo. Bonito e simples, como aquele feijão e arroz que funciona, sem técnicas mirabolantes à la The Witness ou Baba is You, com bem menos "a-ha moments", mas que no final do dia satisfaz.