8 reviews liked by LucasantosZ


Angustiante e esquisito.

Tudo parece fora de lugar nesse mundo, gritos na rua, estruturas impossíveis, uma praga consciente e costumes bizarros e inflexíveis. É com essa ambientação que é criado uma das melhores experiências opressivas que eu já presenciei em vídeo game.

De bandidos e maníacos até inocentes infectados, tudo joga contra você, dados são jogados brincando com a vida aqueles que você se importa e dependendo da sua atenção no momento ou da sua administração de recursos não existe nada que você possa fazer. E se não bastasse, o próprio tempo parece se manifestar ativamente contra você, forçando os dias passarem mais rápido e tirando completamente qualquer planinho raso e minúsculo que você tenha naquele dia.

Eu gosto de vídeo game, jogos, brinquedos digitais e utilizo eles como brincava com meus antigos brinquedos. Desmontando, batendo, jogando, fazendo roleplay, desdobrando o máximo que posso pra satisfazer minha curiosidade e gerar diversão. Pathologic 2 não quer isso, é uma peça muito bem regrada e dirigida, nos meus primeiros dias (in game) eu menosprezei essa ideia e paguei caro. Esse jogo habilmente emula bem o que é um trabalho, seja de ator, seja de médico. Nenhum trabalho que se preze tolera ineficiência. Você é punido por atrapalhar que a peça se desdobre como foi pretendida, você é punido por qualquer gracinha que você queira fazer. "3 bandidos, eu consigo, vou matar" morto e punido. "Vou pular dessa altura pra cortar caminho" morto e devidamente punido. "Vou invadir uma casa sem recurso pra me defender porque eu sou o fodão" 5 pessoas em você, morto e punido.

Metade do meu HP limitado, escassez de recursos e racionalização de alimentos é algo que eu precisei superar durante toda minha gameplay puramente pela arrogância de querer jogar o jogo como se fosse mais um, isto, somado ao ambiente opressivo e os saves muito bem localizados para que você sinta seu progresso sendo desperdiçado não importa o quanto você salve torna o jogo interessante o suficiente. Situações em que você está extremamente confiante e sua arma trava, situações que você está minimamente distraído e a praga aparece na tua frente... É interessante pensar nesse jogo na perspectiva da praga realmente ter consciência, ela brinca com você, ela ativamente parece perceber o mínimo desleixo pra jogar uma nuvem diretamente me cima de você. É um simulador de Osasco depois das 22:00.

Uma das coisas fundamentais desse jogo e que mais te envolvem é a administração de tempo. Todos os dias a cada lugar que você vai você é colocado em uma situação de resolver pequenos quebra cabeças pra proteger quem você gosta. "Como eu vou chegar lá com só isso de comida?" "Se eu farmar planta agora, será que dá tempo de curar o Abutre?" são pensamentos comuns que passaram em diversos momentos diferentes da minha gameplay. Não existe rota que te recompense mais, é tudo jogado ao acaso. Você pode dar o seu melhor e dar o azar daqueles que você tentou proteger acabarem falecendo. Eu confesso que tive mais sorte do que juízo em diversos pontos da minha playthrough, deixei de dar a devida atenção à alguns que no final eu me importava muito e mesmo assim eles sobreviveram. A morte joga dados e você provavelmente vai ser injustiçado.

Eu amei o jogo e não tenho reclamações, tudo que eu deixei de sentir eu sinto que é culpa minha, talvez não culpa, mas coisas que funcionam diferente em mim, tal qual o significado de morte. Mesmo sendo limitado e deixando minha gameplay mais miserável eu não me frustrava, não chegava nem próximo de me irritar ou de pensar, como o Mark Sugere, em desistir. Quando é me oferecido o acordo de tirar as limitações eu não pensei duas vezes em recusar, não é tentador, eu não vejo a morte em videogame como algo vergonhoso, frustrante ou que me incomode. É só algo que tá ali e que é minha culpa na maioria dos casos. Eu senti falta de algum motivo pra preservar a Estirpe além do fato deles serem criaturas mágicas e sobrenaturais, sinceramente, sinto que faltou alguma articulação ou linhas de diálogos que me convençam que eles e os seus costumes valem mais do que tirar as amarras de uma cidade que precisa evoluir e se tornar mais do que eles são, no momento. Eu nem cogitei em momento algum ficar do lado da estirpe, tive pena deles, tive dó, mas só. A decisão já havia sido tomada sem pestanejar.

Enjoei de escrever, mas esse aí são meus sentimentos para com o jogo, isso não é uma review e eu tô escrevendo no completo foda-se, deve ter erros de escrita entre outras coisas, mas senti vontade de falar o que senti com esse jogo.

Deveria ficar apenas para o vídeo, mas é muito difícil não falar desse jogo. Para um comentário breve;

Mesmo que após bioshock, vários FPS comecem a questionar as ações tomadas pelos jogadores, poucos conseguiram integrar tão bem essa mensagem (anti-violência) na gameplay quanto Far Cry 2.

Diferente de outros, como o spec ops: the line, mesmo as mecânicas (interações com o jogo) e a gameplay (aplicação dessas interações no mundo simulado) tornam esse tipo de jogo, que deveria ser absolutamente prazeroso, muito difícil de ser jogado.

Você anda de carro por aí até se deparar com um posto de inimigos, é bastante difícil desviar do local, mas qual a recompensa de enfrentar essas pessoas? Nenhuma.

A nossa arma desgasta, corre o risco de emperrar ou de "explodir" na nossa mão, você perde cura e não ganha nem dinheiro nem XP para progredir o personagem, em locais que depois de alguns minutos, serão novamente abastecidos por inimigos.

Matar em Spec Ops é divertido, mas o jogo te questiona moralmente sobre essa diversão através dos diálogos e cenas.

Matar em Far Cry 2 é um inconveniente. E cada vez que sua arma emperrar, você vai se lembrar disso.

Dizem que o melhor Dark Souls é aquele que você joga primeiro.

Comigo não deu tão certo assim. Talvez esse fosse o melhor Dark Souls, se não estivesse desesperadamente tentando ser o primeiro.

Não é atoa que DS2 é mais importante para os jogos posteriores da FROM do que esse aqui jamais será.

O momento em que nos encontramos com Vendrick pela primeira vez talvez seja minha parte favorita de qualquer jogo da FromSoftware.

O universo é realmente inevitável

"Quem é você?"

Essa pergunta vale para os personagens de Yakuza, que frequentemente se encontram em conflito sobre sua identidade. Descobrem que são coreanos, depois que o pai é policial, depois que na verdade foram substituídos por sósias
e etc.

Mas também é uma pergunta para o jogo em sí, Yakuza está se levando a sério, ou é tudo pelo humor? Onde exatamente na indústria ele se encaixa? Em um momento o jogo nos entrega uma cena onde Kiryu discute a relação que tem com Kaoru, e depois nos entrega uma missão onde devemos ser dublador de um jogo pornô. Onde ele quer chegar e mais importante, importa saber (agora) onde ele quer chegar?

Apenas aproveito a jornada enquanto os personagens e a franquia se descobrem com o tempo. Em uma história sobre essas identidades, nada mais gratificante do que ver a diferença entre dois homens (Kiryu e Ryuji) que a principio...São iguais.

"Quem é você?"

Sou tudo aquilo que você não é.

Esse é meu primeiro contato com a franquia YAKUZA, e não posso dizer que deixou uma impressão ruim. Kiwami é um jogo com muito charme. A forma como os diálogos acontecem, em momentos absolutamente inoportunos (como Haruka perguntando sobre "brinquedos" adultos), as missões que beiram o absurdo (Date, o florista e Kiryu fazendo uma entrevista para descobrir quem é o mais bad-boy) e os personagens ridículos (a mulher lésbica que trabalha como acompanhante só pra ficar vendo mulher gata o dia inteiro). Tudo isso, quando misturado, coloca yakuza em um lugar único entre os jogos que eu já joguei, daqueles que por bem ou por mal, sempre vão martelar na minha cabeça, seja com suas cenas mais dramáticas (como as envolvendo o nishiki) ou com os momentos bizarros e absurdos.

É e com certeza continuará sendo uma boa experiência, apesar dos problemas que tive com esse primeiro jogo, principalmente envolvendo a reta final. Todo o personagem de Nishiki é impressionante, apenas para no fim ser subutilizado, dando lugar a Jingu.

Ao melhor estilo Oda, ele é apresentado aos 45 do segundo tempo como a grande reviravolta da história. Eu entendo seu papel como um paralelo do personagem de Nishiki, ele alcançou tudo que o outro antagonista não conseguiu (incluindo Yumi) e no fim nada disso importava para ele. Mas só a ideia de um personagem não o torna bom. Não há tempo para executar esse "nishiki realizado" o que torna esse final frustrante, e eu ficaria bem mais receoso com o jogo se a luta final não fosse absolutamente espetacular. A luta entre dois melhores amigos acontecendo enquanto ao fundo, é possível ver a foto de Yumi, A mulher da vida de ambos.

A música, o equilíbrio (coisa que a luta com Jingu não tem) e a ultima cena salvam os dois últimos capítulos que caminhavam para um gosto amargo. Triste notar que a morte de nishiki é ofuscada pela morte de yumi. Entendo que a mulher era o amor da vida de Kiryu, mas o homem que se sacrificou era seu melhor amigo.

Mas o jogo termina como começa, com a diferença de que no fim, nishiki se responsabiliza pela bala disparada. Jogo foda

um bom remake que potencializa o que antes foi realizado na obra original; pra quem tiver interesse sobre um pouco da minha visão sobre ff7 remake, tem esse vídeo que comento sobre o jogo:
https://www.youtube.com/watch?v=GXYD6Wn78oY

resumo da ópera;

gameplay e worldbuilding legal, roteiro tem boas ideias extremamente mal escritas, kojima é inseguro demais no que tenta transmitir e tem que se 'autoexplicar' a todo momento, além de dramatizar personagens que mal conhecemos sem nenhum desenvolvimento, criando algo novelesco e BREGA; até o nome do personagem tem que ter uma cena com bordão meia boca pra cagar o conceito "eU mE cHAmO FRaGIle maS nÃo soU fRÁGIL!!!". Ademais, Cliff Unger é baseado.