Robot Rock's Best of 2023

Pra balacear o ano ruim que eu tive, eu joguei muitos jogos ótimos esse ano, joguei bastante Stealth, bastante jogo de ação e joguei uma pitada de Resident Evil, também joguei mais jogos do que normalmente jogo cada ano.


Jacob Geller disse que "Max Payne 3 é um jogo feio", ele obviamente estava falando de uma forma metafórica, se referindo ao ponto que o jogo tenta fazer e a forma que o faz, e eu concordo bastante com ele, é um jogo que pega tudo que representava o Max e o joga sobre uma nova direção, tirando toda a tolice autoconsciente que fazia você olhar para toda a violência e ficção de polpa com um leve sorriso, Max Payne 3 é realista, nojento e talvez sério demais, tanto na história quanto na gameplay.

Ao mesmo tempo, é um dos melhores jogos de ação em terceira pessoa que, até hoje, não conseguiu ser fielmente replicado, apesar de nos entregar uma história incompetente, a Rockstar entendia o personagem e sabia que, para o Max ser quem ele é, ele precisa estar no seu pior lugar possível, com a vingança e remorso sendo a única coisa que pode alimentá-lo, e mesmo quando ele está sendo representado de uma maneira equivocada, o Max ainda consegue ser cativante como um personagem miserável e proporcionar um ótimo jogo.
Eu me sinto meio culpado adicionando Metal Gear Solid V nessa lista, porque, apesar de passar 160 horas com ele, ter terminado a história, ter feito todas as missões paralelas e ter pego Rank S em várias missões, eu ainda sinto que não cheguei a uma conclusão definitiva com ele, muitas vezes jogos são fáceis de categorizar, medir e analisar, mas MGSV significa tanta coisa, dentro e fora do jogo há tanta história, tantos aspectos na gameplay, desde o gerenciamento da Mother Base, até as incontáveis formas de resolver uma missão, que, analisar um sem considerar o outro parece errado e tentar analisar cada aspecto parece quase impossível.

Mesmo com tanta dúvida sobre o jogo, eu sei que aproveitei cada hora que passei com ele, a escalação de complexidade em missões é talvez a melhor que eu já vi em um jogo de Stealth, o gerenciamento da base mãe e o jeito que ele trata cada soldado seu como alguém que você pode usar para fazer missões pelo mundo é inédito até hoje.

É um jogo incompleto, imperfeito, mas também único e criativo e respeita o jogador.
Começar alguns jogos é complicado, alguns fazem parte de franquias com dezenas de jogos, alguns são tão complexos ou tão diferentes para alguém que não os experimentou que a barreira de entrada se torna muito alta, e alguns jogos são os pedaços de mídia mais importante da cultura que os define.

Toda vez que tento escrever sobre Bioshock, eu me sinto alguém que chegou 16 anos atrasado para ver um filme, e cada componente que tento discutir sobre já foi dissecado e analisado de tantas formas que comentar sobre parece inútil, de qualquer forma, Bioshock é tudo que as pessoas falam, possui uma identidade verdadeiramente única e uma gameplay que, se você a engajar, encontrara uma experiência imersiva que permite a expressão do jogador em uma época que era muito pouco vista.
Resident Evil 7 foi um jogo único para a franquia e a revitalização que a Capcom precisava, trazendo (literalmente) uma nova perspectiva e lições aprendidas de jogos de terror que culminam num jogo imersivo e tenso, mesmo que algumas pessoas não gostem de RE7, é por causa dele que temos Remakes, sequências e outros jogos da Capcom funcionando pela RE Engine.

Minha Review
Pelo menos uma vez por semana eu me pego pensando em Dead Space 2, independente se é pelas cenas de ação e tensão gravadas em minha mente, ou pelo fato que uma sequência de um dos meus jogos favoritos e mais bem executados conseguiu ser superado exemplarmente.

Dead Space 2 é uma singularidade que ainda parece novidade hoje em dia e que merece ser lembrado.

Minha Review
Splinter Cell: Chaos Theory é um jogo que, conforme mais jogos da série ou mais jogos do gênero Stealth você jogue, mais você percebe que a fórmula de Chaos Theory nunca conseguiu ser fielmente replicada, embora tentassem, o jogo foi uma tempestade perfeita, onde o refinamento dos 2 jogos anteriores culminaram num jogo primoroso em todas as áreas.
Dizem que Metal Gear Solid foi um marco em jogos narrativos na época, e é fácil de ver o porquê, há várias coisas que elevam a história sendo contada, e tudo se resume em como ela é contada, o voice acting carrega a atuação apesar dos modelos 3D com poucos polígonos, o comprometimento com os vários posicionamentos, cortes e jogos de câmera durante as cutscenes tornam tudo dinâmico, e mesmo com uma (arrisco dizer) épica história, o jogo jamais deixa de lado que ainda é um videogame, e o que une a história e a gameplay para mim foi os personagens, não apenas com o Solid Snake e todo o seu leque de personagens de apoio, mas também os vilões, eles não apenas fazem o papel em qualquer cena em que aparecem, mas também atuam o papel com cada um tendo uma luta digna e memorável, é um jogo que carrega em equilíbrio perfeito a história e a gameplay além de mostrar um empenho em surpreender o jogador com metalinguagem que, não se vê mais hoje em dia.
Honestamente tudo que eu queria dizer com Resident Evil 4 eu disse com a minha Review, joguei pela primeira vez esse ano e o jogo é realmente tudo isso que as pessoas dizem, no mesmo ano também joguei o Remake e embora não tenha zerado, ele é uma reimaginação muito competente que não tenta substituir o original.
Meu único ressentimento com Alan Wake é que eu ainda não tive oportunidade de jogar o segundo jogo, poucos jogos brincam com meta linguagem e os limites da mídia de videogame como a Remedy faz, mesmo que suas execuções nem sempre sejam certeiras, seus jogos sempre se mantém único.

Minha Review
Esse foi o jogo que me fez instantaneamente virar fã da Remedy, é impossível não gostar de Max Payne, são as coisas que não envelheceram bem nele que são as mais atraentes, os modelos 3D, a história em quadrinhos, a dublagem brasileira, Max Payne é um jogo preso no tempo, mas que se mantém agradável por algo que está (novamente) presente em cada jogo da Remedy, sua singularidade, mesmo quando o jogo ainda exala o amadorismo de uma desenvolvedora em começo de carreia, ainda há muita originalidade a vista aqui, as narrações de Max, o combate em terceira pessoa, a setpieces, o humor e a tolice autoconsciente tentando aliviar os temas mais sombrios, enfim, eu poderia ficar falando sobre esse jogo e o resto da trilogia o dia todo, não poderia recomendar o suficiente.

Minha Review
Embora eu tenha gostado mais de um ou outro jogo do que Like a Dragon Gaiden esse ano, esse jogo foi importante para mim por revitalizar minha energia com a minha franquia favorita após 2 jogos que me decepcionaram de formas diferentes, LAD Gaiden conseguiu fazer muito com pouco, nos dando o adeus que Kiryu merecia com um jogo que não prolonga sua estadia nos proporcionando com um ótimo conteúdo secundário e no fim ainda consegue nos animar para o próximo jogo da franquia, considerando tudo, esse foi o meu jogo do ano, mesmo que não tenha sido oque mais me render diversão ou mais horas.

Minha Review

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