4 reviews liked by Snowflocos


Videogames enquanto arte invocam a personalidade e identidade dos seus desenvolvedores, em especial o Diretor. Agora, imagine um game que, para além da personalidade dos seus criadores, também se utiliza da personalidade do jogador? Bem-vinda, bem-vindo, à Chicory: A Colorful Tale.

- História:
Sendo bem breve, você enquanto jogador irá definir o nome do seu personagem, seu gênero (incluindo o neutro) e irá assumir o controle de um cachorrinho em um mundo semelhante a uma fábula em que a felicidade e estabilidade da cidade dependem das cores, a ausência destas significa que um grande perigo ameaça todo aquele pessoal. Seu personagem é uma faxineira, ou faxineiro, fã da atual pintora Chicória, que em meio ao seu trabalho o mundo fica preto e branco, devendo assumir o posto de pintora, ou pintor, para trazer de volta as cores daquele mundo.
Nesse sentido, nossa personagem assume essa responsabilidade ao passo que se preocupa com a Chicória, que abandonou o pincel. Além disso, existe a questão pessoal do nosso personagem em acreditar em seu potencial para substituir Chicória, algo que, para ele, é impossível, pois supostamente ele não é ninguém especial. Assim, o jogo começa.

- Localização:
O game está localizado em PT-BR, mas não se limitou apenas a traduzir e adaptou brilhantemente a linguagem, sem também exagerar nas gírias e nos memes da internet. É uma linguagem bem leve e casual que costumamos utilizar no nosso dia-a-dia, deixando aquele sentimento de que somos, enquanto jogadores, convidados a entrar naquele universo. Falando em algo convidativo, a tradução é bastante inclusiva ao adicionar, de maneira muito sútil, pronomes neutros.

- Estrutura (Game Design):
O game segue uma estrutura semelhante a um metroidvania (embora não seja reconhecido como tal) em que a progressão acompanha a sistemática de obtenção de novas habilidades que expandem a exploração do mapa.
Também existem habilidades para o pincel, chamados de estilos de pintura, que podem auxiliar no preenchimento do mapa com cores, o coração do jogo.
Mundo está em preto e branco, incluindo os NPCS, e você enquanto pintora, ou pintor, poderá pintar tudo isso da maneira que você desejar, aumentando a liberdade criativa conforme for adquirindo as habilidades. O game sempre estimula para que os jogadores pintem o mapa, pois haverá obstáculos que, ao pintar, são superados, a exemplo das cavernas escuras que adentramos que são iluminadas pela tinta.
A princípio, para cada novo local (o jogo chama de "quadro") adentrado, o pincel terá uma gama de cores especificas, apenas mais na frente em que você poderá escolher suas próprias cores (falo mais disso adiante).
Além do objetivo principal, que é bem curto, existem as atividades secundárias. São missões muito simples que vários NPCS pedem, tais como pintar o céu, colher plantas para colorir seu jardim, e até mesmo desenhar réplicas de pinturas clássicas. Apesar de simples, são bem satisfatórias e recompensadoras, algumas das habilidades do pincel são fornecidas a partir dessas missões. Não são obrigatórias, mas valem a pena, o game é carismático o suficiente para fisgar os jogadores em participar dessas atividades.

- Jogabilidade:
A gameplay é muito simples, o game não tem combate para ser memorizado ou dominado, até tem chefes, mas a forma de enfrentá-los é semelhante a pintar os mapas. Apesar de simples, o conjunto de liberdade de pintar, das habilidades, da estrutura do mapa, concedem uma gameplay com várias situações e liberdades criativas que fisgam demais, é a simplicidade utilizada da melhor forma.
Quanto aos desenhos e cores, a princípio eu fiquei questionando se as cores não poderiam produzir efeitos diversos como uma nova camada de habilidades, e se os desenhos não poderiam ter certo grau mínimo de qualidade, pois os jogadores podem fazer qualquer desenho de qualquer jeito que os NPCs vão elogiar, mas o game me respondeu essa questão...

- A principal arte do jogo:
A mecânica de pintar não é limitada em espaço, você pode literalmente pintar TUDO do game. Cada paleta de cor, cada fragmento do mapa, fica a escolha do jogador colorir da sua forma. Não é á toa que no início do game as cores são fixadas por região, é apenas para sugerir uma maneira dos jogadores escolherem pintar aquele local, pois as cores refletem em como se imagina aquela região. Regiões com um contexto mais quente, o pincel fica com as cores mais avermelhadas e alaranjadas, o mesmo vale para regiões mais frias com cores azuladas. O ponto é: cada jogador vai escolher as cores a partir de sua concepção pessoal de quais cores seriam mais visualmente agradáveis para o mapa do game.
O mesmo vale para os desenhos, a mecânica de desenhar é propositalmente imprecisa e torna inviável replicar os clássicos exigidos na missão, isso me fez me sentir desmotivado a fazer esses desenhos, meu desejo era replicar ao menos parcialmente as pinturas, por isso o meu questionamento se essa mecânica não poderia ser mais precisa ou ao menos os npcs repudiassem as artes ruins... e para a minha surpresa, esse TAMBÉM é o pensamento do nosso personagem.
Nos diálogos, a personagem fala a mesma coisa, se subestima a todo momento e se sente indigno daquela missão de substituir a Chicória, e ainda enfatiza que sequer sabe o que está fazendo e o que quer fazer.
Do outro lado, temos a Chicória depressiva e completamente saturada de cobrança para ser perfeita, se sentindo também indigna por, supostamente, não ter alcançado a perfeição enquanto pintora.
Com esses dois arcos, me passou essa frase na cabeça:

"Você não precisa ser perfeita para ser especial, basta ser você. Da mesma maneira, você é especial ainda que não ostente condecorações e títulos, você é especial a sua maneira."

É por isso que mesmo com as pinturas tortas, cores mal colocadas, você ainda será elogiado, porque isso TAMBÉM é arte, porque é sua personalidade invocada para colorir aquele mundo e isso é especial. Em resumo, a personalidade do jogador é a principal cor que Chicory permite ser usada para preencher o preto e branco do mundo que ele apresenta, tornando a experiência de cada um completamente pessoal e íntima, algo que apenas o videogame, enquanto arte, poderia oferecer.


Não me prometeram nada e entregaram tudo, incrível,a história, apesar de ser por boa parte interpretativa,ela é muito cativante,a gameplay do jogo é excelente, amei enfrentar cada colossos, todos são únicos e nenhum pouco esquecíveis, excelente, ótimo, incrível,joia do ps2.

Shadow of The Colossus foi o jogo que me fez amar vídeo games, foi o jogo que me fez perceber que vídeo games é a definição de arte.
Tudo no game é feito de forma perfeita, não existe defeitos. é um jogo único e nunca vai ser esquecido.

minha experiência com esse game começou na minha infância, por causa de um amigo falando que era incrível, mas na hora de me apresentar o jogo ele simplesmente me jogou nesse mundo vazio e sem me dizer NADA do que fazer, e isso pra mim criança foi uma porra, oq me fez odiar esse game por anos e não entender o pq de gostarem tanto (VAI TOMAR NO CU MATHEUS).... mas ai esse ano eu decidi que era a hora de retornar e tirar a prova se eu realmente odiava esse jogo ou se eu só fui mal apresentado.

É... me faz pensar no eu do passado, aquela probe criança... ainda bem que eu retornei pra essa jornada, e que jornada.

É impressionante o quanto cada colosso te faz sentir um bagulho diferente, como e gostoso derrotar cada um, descobrir os pontos fracos, até os sustos não intencionais são incríveis, e tão louco andar por esse mundo sem ouvir nada além da Agro, alguns passarin e o vento... até que vem a trilha e quebra isso com maestria, simplesmente único o sentimento. eu nesses últimos dias vivi esse jogo e fazia tempo que um jogo não me prendia dessa forma, fazia tempo que eu não pensava em outra coisa além do que esse jogo vai me proporcionar agora, e mesmo depois de zerar sinto que ainda tem mais e mais.

Esse jogo simplesmente ta me fazendo tecer a maior review da minha vida. Agora eu entendo o pq de amarem tanto tanto essa obra.

E essa é a conclusão de uma pendencia que meu eu criança tinha, e fico extremamente feliz de dizer que conclui essa jornada.