Nos encontramos na lua.
Chorei como nunca antes. Na infância eu já tinha acompanhado toda a gameplay do Alan e lembro que me marcou bastante, mas agora, com boa parte apagada da minha memória, foi uma experiência mágica, To the Moon pode até ser um jogo simples, mas sua narrativa é uma das melhores representações de arte como videogame, uma história feita com amor em cada um de seus aspectos.

Por mais que isso vá demorar bastante, eu decidi que ia consumir algumas obras do Akira Toriyama, em homenagem ao homem que criou uma das histórias mais importantes pra minha vida. Não tenho muito oque falar sobre esse primeiro jogo da série DQ, bem bonitinha essa versão do SFC, é aquele tipo de jogo que tem grind e uma confusão pra saber onde tem que ir, mas eu até que me surpreendi, pois ainda assim conseguiu ser bastante divertido.

Joguei com o Patch Restored no emulador, restaurando a dublagem original e corrigindo algumas questões de tradução.

Como joguei o remake primeiro, vou tá levando muito em consideração a comparação aqui. Acho que o Kiwami consegue fazer um ótimo trabalho de atualizar a gameplay e a narrativa pra algo que conhecemos nos jogos mais recentes, e ainda tenho uma preferência pelo remake, considerando o combate do original, que da metade pra frente(treinando com o Komaki) consegue se segurar bem, mas ainda tem seus problemas, e a exploração por Kamurocho, que aqui é o que mais peca, pela lerdeza e os encontros com inimigos apresentando loadings chatos e demorados. De resto, acredito que o jogo original é artisticamente melhor em alguns quesitos, considerando toda a ambientação de Kamurocho, pasmem, os personagens possuem expressões faciais melhores num jogo de PS2!😱 e a trilha sonora é MUITO melhor. Então assim, claro, a lerdeza, os loadings, o Kiryu socando o nada, são pontos que não envelheceram bem, acho que tanto esse quanto o remake são ótimos jogos, e mesmo cada um com seus problemas, ambos são experiências que não se excluem, vale muito a pena dar uma chance pra Yakuza de PS2.

This review contains spoilers

É o seguinte, eu não acho a história boa, e o final é uma merda, mas de alguma forma eu gostei desse jogo, se acabasse no "We are the Yakuza 4" moment eu daria até um 10 KKKK

Mas assim, vamo lá né, eu adorei os 3 novos protagonistas, múltiplos personagens é uma ideia que combina MUITO com as narrativas da franquia, a história isolada de cada um é ÓTIMA, todos têm muito carisma, em especial o Akiyama, mas imagino que isso seja um consenso geral, toda narrativa deles conversam muito bem pra ir revelando os segredos da trama, acaba o capítulo do Tanimura e eu tô em êxtase meu filho... até que chega o capítulo com Kiryu, que claramente foi inserido ali porque sim, "aaah não, é porque aquele dinheiro na verdade..." não sei nem se isso se encaixa como retcon, só que é claramente uma desculpa pra envolver o Kiryu, mas tudo bem. Daí a maneira como os protagonistas se reúnem também é feita meio sem sal, e o final é bem nhé, com os famosos momentos bullshit, maluco joga arma no chão, deixa lá, o vilão pega, quase faz merda, e os caras ainda DEIXARAM A ARMA LÁ DENOVO kkkkkkk qual foi roteirista? Nesse sentido dá pra se dizer que é um grande oposto de Yakuza 3, que todo caminhar da história é problemático, mas o finalzinho é foda com vilão brabíssimo. Os caras jogam pra escanteio o Katsuragi, que era o vilão que tinha presença, e que fez um monte de merda, pra dar atenção pra um idoso e o Arai que teve 5 minutos de tela, e outros dois personagens que pelo amor de deus... O caminhar da carruagem é tipo "POORRAA EU TE AMAVA YAKUZA 4, POR QUE FAZES ISTO COMIGO, COMO FOSTES CAPAZ???!?😭"

Meus problema com o jogo acabam aí, mesmo com tudo isso pra dizer, foi bem divertido, tava órfão dos múltiplos protagonistas, cada um ter um estilo de combate, a forma deles interagirem com Kamurocho, e sidequests que conversam bem com cada personagem.

Eu GOSTO das primeiras balas de borracha tá🤬, a segunda que é de fuder.

Ok eu entendo que esse realmente é o título mais fraco da franquia, por não ser muito ambicioso e, com exceção de Yoshitaka Mine, Yakuza 3 não chega a trabalhar nada com excelência, mas também não tem nada de tão desastroso como o final de Kiwami 2 por exemplo, só é... FRACO num geral. No fim são só várias coisas muito mal aproveitadas (Goh Hamazaki, Majima, Família Ryudo, e até os orfãos poderiam ser melhor trabalhados e incluídos na trama do Tojo Clan) ou não muito boas, mas até que decentes, entendo porque é a ovelha negra da franquia, mas se for pra ser objetivo, é só um jogo medíocre.

P.S: Talvez seja uma comparação injusta estar trazendo o remake do segundo título ali, não cheguei a fazer uma review, eu sei que é um game que tem VÁRIOS pontos excelentes, mas o final me frustra muito e joga tudo fora pra mim, a ponto de baixar e muito minha consideração por ele.

Depois de dois dos jogos mais bem dirigidos e inspirados que já vi, Control e Alan Wake 2, decidi que ia me aventurar nos outros títulos da Remedy e aqui estamos. Entre os que joguei, é perceptível que são histórias brincando sobre contar histórias, e o que seria melhor para fazer isso se não uma história de viagem do tempo?

Sendo direto, é com muita frustração que eu digo que tenho sentimentos mistos com Quantum Break. São tantas ideias boas, e assim como a grande maioria de tramas de viagem no tempo, é lotado de clichês, mas consegue estabelecer um universo com inspirações muito interessantes pra se explorar e eu gosto bastante desse negócio de ser multimídia. Mas infelizmente o jogo tem vários pontos negativos que carregam essas ideias pra baixo, e o principal dos problemas é a execução. A narrativa, mesmo com alguns conceitos complexos e bem pensados, acaba ficando meio superficial e pra entender algumas coisas você tem que ler documentos disponíveis no jogo, mas esses documentos são MUITO extensos, confusos e quebram completamente o ritmo. A suspensão de descrença em alguns momentos vai pro caralho (como um personagem baleado no ombro, que perdeu sangue pra caralho, lutando igual o Rambo com uma cacetada de inimigos) e talvez por estarem pensando numa sequência, ficam algumas pontas soltas e acaba nos dando zero informações sobre o que aconteceu com alguns dos personagens que acompanhamos.

As ideias visuais são boas, por mais que não chegue nem perto de ser tão impressionantes como os outros jogos do estúdio. A gameplay também é uma versão inferior do que vemos em Control, mas é bem dinâmica e não chega a ficar repetitiva pelo jogo ser curto. Os atos acabam muito do nada, mas esses episódios em Live Action, que separam cada ato, são provavelmente a melhor coisa do jogo, pela inventividade e coragem de trabalhar com algo do tipo, eles adicionam uma camada interessante pra história, e Liam Burke é o personagem com mais carisma no jogo, apesar de que todos os personagens nessa "série" live action têm um final broxa, pelo menos pela rota que segui,.

É mais um jogo ambicioso da Remedy, com propostas interessantes, mas talvez por ser curto, acaba tudo sendo trabalhado de forma rasa, e pra cada ponto positivo, parece ter um negativo. Quantum Break é um jogo com muitas ideias mal aproveitadas, mas até que foi divertido e jogaria novamente pra descobrir se as escolhas realmente mudam muita coisa.

Quanto mais se nada em direção a margem do lago, mais longe parece estar de chegar a algum lugar, não é um lago, é um oceano. Mas você certamente está nadando, seguindo em frente, não é um ciclo, é uma espiral... Então continue, até o seu rascunho final.



Alan Wake. Eu não diria que o primeiro título é pretensioso, mas certamente o jogo não sustentava a narrativa que tinha pra contar, e mesmo com suas falhas e tropeços na execução, é um jogo decente, com uma história instigante e a introdução de um universo interligado de jogos que iria se provar um poço sem fundo de criatividade. E é com tremenda alegria que digo que meu comparça Sam Lake se provou uma das figuras mais importantes na indústria dos jogos, e que após 13 anos, vingou sua aposta na história que queria nos contar, pois se já tinha nos apresentado algo extremamente ambicioso, nessa sequência ele pisou o pé no acelerador e nos entregou não somente uma narrativa muito mais interessante, como a apresentação de suas novas ideias aqui são integradas de forma ÚNICA, é um marco e um exemplo de como se contar uma história através dessa mídia. Se a jogabilidade era a principal amarra que prendia o primeiro jogo, lhes digo que Alan Wake II se prova um dos melhores do seu gênero, e isso sendo modesto, pois na minha mais sincera opinião, se trata de nada mais, nada menos, que O MELHOR SURVIVAL HORROR JÁ FEITO.



Os dois personagens aqui jogáveis seguem uma base de gameplay semelhante, que nos lembra os Remakes mais recentes de Resident Evil, mas a experiência de se jogar com cada um dos dois é completamente diferente. Do começo ao fim a sua jogabilidade é única, uma campanha com literalmente duas visões distintas. Isso vai desde o tom, os inimigos, cenários e principalmente suas mecânicas, que apoiam a narrativa de cada um separadamente, ao mesmo tempo que formam e complementam Uma grande história de terror. Com Saga Anderson, uma agente do FBI, vemos através de uma lente investigativa, juntando todas as informações que obtemos pela exploração e progressão do jogo, algo que me lembra um pouco Outer Wilds de certa forma, com um board de cada informação que adquirimos se ligando e iluminando os mistérios. Minha insistência com "narrativa" não é à toa, esse jogo é uma grande exploração das várias formas de se contar uma história. Com Alan Wake, através das lentes de um escritor que se afunda cada vez mais em seus manuscritos, e em cada reescrita de seus rascunhos, nos inserimentos em diferentes manifestações de arte, de música à cinema. Como se isso já não bastasse pra destaca-lo em meio a seu gênero, essas diferentes mecânicas narrativas se aprofundam em seus personagens, criam subtextos e conceitos extremamente ricos.



Como um agora fã alienado, me segurei pra não dar spoiler, porque todo mundo merece experienciar esses momentos jogando, mas digamos que tem um curta dentro do game que trabalha uma ideia interessantíssima, e quanto mais você pensa sobre isso, mais sua mente explode, e o que me deixa mais estarrecido é como toda essa ideia maluca, só é apresentada pra compreensão de OUTRO conceito. E é nessa brincadeira de elementos que a cada um de seus capítulos, fui me surpreendendo mais e mais, é o trabalho de um estúdio que não tem medo de experimentar suas ideias e propostas, seja de forma maluca ou até brincando com seus temas e abordagens, é uma comunicação sincera de criadores que sabem bem os sentimentos que querem transmitir. Foi realmente a maior surpresa desse ano pra mim, não só como lançamento, falo como experiência no geral, um achado pessoal, eu estava na procura por mais um jogo que realmente me surpreendesse, uma experiência que realmente adicionasse algo, tal qual meus jogos favoritos, e certamente Alan Wake II foi O Jogo do meu Ano.


referência Gigatonica descoberta por @CarlosBikos

Tá, realmente um pouco mais interessante, apesar que podia ser tudo uma só DLC, o level design é mais bem aproveitado aqui, se é pra fazer uma projeção da mente do personagem tem que extrapolar mesmo. Ainda assim, são vários seguimentos arrastados, desnecessários, que poderiam só estarem comprimidos e inseridos no jogo base. Ao menos, contrário ao primeiro capítulo da dlc, aqui sim se adiciona algo à história. Necessário? Talvez não, mas é um direcionamento bacana pra sequência.

Qual o propósito de uma dlc que não adiciona em nada na narrativa E na gameplay? Sua história é só uma grande tautologia e os combates, com os mesmos inimigos do jogo base, beiram o injusto. Mas agora que já comecei, vou pro próximo, "The Writer", não achei necessariamente ruim, mas completamente desnecessário, e pra quem não jogou, recomendaria só ir pra sequência, Alan Wake II.

A história por trás das cartas torna o jogo interessante ao criar uma crítica capitalista, mas desses jogos onde você tem que fazer mais e mais dinheiro, ele é o pior dos que já vi, por que é literalmente SÓ esperar, e isso obviamente é muito muito chato, é por isso que esse tipo de jogo é mais voltado para os clickers, onde pelo menos você tem algo pra fazer e contribuir pra progressão.

Pra mim oque Journey tenta retratar é nada mais do que a vida. Começamos sozinhos, nessa jornada com um único rumo, mas que cada um vive à sua maneira, aprendendo sobre o mundo que estamos agora trilhando, tomando nossos próprios desvios e encontrando companhias ímpares, com quem podemos trilhar até o final. É de uma sensibilidade tão linda a forma como retratam essa passagem da vida para a morte, e não só esse sistema, onde somos acompanhados de outros jogadores, é genial e inovador, também serve um propósito artístico muito bem-posto. A gameplay no geral não tem nada de muito diferente além desse ponto, mas todos os seus aspectos são tão harmoniosos e conversam tão bem para o que o jogo quer contar (também algo simples), que torna Journey uma obra tão sólida.

Ok, talvez seja cruel e estranha a metáfora que o criador decidiu usar pra transmitir sua mensagem, mas por isso mesmo é muito efetiva e significante. E não é como se o jogo te obrigasse a fazer alguma coisa, você pode muito bem apenas adornar a Andorinha com flores e deixar o jogo por isso mesmo, mas a minha experiência foi sobre estar ali para resistir as dores juntos, até entender o verdadeiro significado de compaixão.

"We can't always fight nature John... We can't fight change. We can't fight nothin'."

Não esperava uma narrativa tão bem elaborada, lotada de subtextos e com um protagonista tão bem escrito em um jogo da Rockstar, só não dou nota máxima por que a gameplay e suas mecânicas não são lá tudo isso.

É um ótimo remake, trás muitas melhorias de QoL, os modelos são mais fiéis as concept arts e é quase que idêntico 1 pra 1 ao original. Acredito que pra quem nunca jogou, essa seja a melhor versão do jogo que temos aí, mas eu pessoalmente guardo um carinho muito maior pela de Nintendo 64.

Imagino que o jogo original deveria ser do caralho pra época, pelo menos a história é bem acima dos padrões do que eu esperava de um game de 2005, e sem dúvidas esse é o seu ponto mais forte. Já se tratando de mini-games, mecânicas e o combate, fiquei frustrado ao ver como todos esses pontos nesse remake é inferior ao seu título anterior (Yakuza 0). Majima Everywhere por exemplo, eu não acho "insuportável" como muitas pessoas dizem, mas dá pra se dizer que é muito 'QUALQUER COISA', sabe. Até as sidequests, que eram super elaboradas e engraçadas, nesse batem sempre na mesma tecla de "scam" ou então são super simples e sem graça. Sendo bem sincero, eu preferia que eles só dessem um copia e cola nas atividades extras, estilos de luta e mini-games do 0, por que aqui tem bem menos coisas pra se fazer e as que tem não chegam nem perto da profundidade das que se encontravam em Yakuza 0. Ainda assim isso não é um ponto exatamente negativo vendo como um remake, até por que todas essas atividades ainda assim são adições ao título original, e no geral acaba sendo uma baita "versão definitiva" do clássico de PS2, só é frustrante ver que poderia ser ainda melhor.