Quando eu comecei esse jogo, eu senti ele como um filho perdido de Dragon Age com Skyrim, só que sem tanto carisma quanto os pais. Ainda assim, pensei "vai que com o tempo melhora né?" e continuei jogando. Quase dois meses depois, o que tenho a dizer? Dragon's Dogma é OK. OK normalmente não chegaria a ser negativo, mas tendo potencial para ser TÃO MAIS, esse OK acabou sendo uma grande decepção.

A história principal é na maior parte do tempo genérica e confusa. O jogo explica pouquíssima coisa do começo para o meio, e no final, quando tenta ser mais revelador, acaba sendo só ruim. Eu joguei prestando uma atenção considerável, e no fim das contas tudo que eu entendi foi SPOILERS "blah blah blah, mate o dragão por que sim blah blah, agora mate deus, Blah blah blaaah, seja deus, blah troca de almas". E olha, tem alguns elementos criativos aqui e ali que me pareceram sementes de uma narrativa interessantíssima, mas eles não germinram nunca. A história de fato é o ponto mais fraco de Dragon's Dogma.

Sobre a ambientação, eu gostei dos mapas e do mundo, e me diverti muito explorando e mapeando Gransys. Achei as dungeons bem gostosinhas e andar pelo mundo um desafio e tanto. Achei estranho o jogo só ter duas cidades? Sim. Achei sacanagem Gran Soren parecer ser um lugar imenso mas na prática só ter uma praça e o palácio? Também. MAS não me ofendeu o suficiente para me fazer pensar mais nisso que nos elogios no começo do parágrafo. As missões de escolta são particularmente legais pra te fazer explorar. A variedade de monstros é na real pequena, tem muito re-skin barato, MAS eu juro que eu só fui sentir falta de variedade mais pro final.

Sobre personagens, simplesmente NINGUÉM é interessante. Eu achei que eu ia dar uma moral para a Selene e a Mercedes, mas do mesmo jeito que elas chegam do nada também saem do nada. Ninguém se desenvolve direito nessa narrativa. É frustrante e triste.

O combate é o que salva Dragon's Dogma. Escalar os monstros no meio da luta e procurar/acertar pontos fracos deixa a pancadaria muito cativante, e foi o que me fez terminar o jogo. No "Hard Mode" o desafio fica considerável, e eu me peguei por vezes tendo que de fato pensar em estratégia (ou pelo menos um exploit de limitações do jogo) para ter alguma chance de seguir em frente. Às vezes o jogo rouba também pra te matar em um hit só, o que deixa ele potencialmente frustrante, mas nada tão ruim assim, qualquer coisa é só voltar para a dificuldade Normal e correr para o abraço. Abri mão da dificuldade só no Post Game, por que simplesmente não consegui nem arranhar um Beholder nas últimas quests, e queria acabar logo.

Teoricamente o Dark Arisen tem algumas sidequests a mais, mas como me pareceram só porrada sem muito sentido, eu meio que deixei pra lá.

Por fim, acho que vale dar um destaque para a customização de personagem, que achei bem completinha.

Acho que se eu tivesse jogado na época que saiu, fazendo troca de pawns online ou dividindo a experiência com amigos, DDDA poderia até ser mais memorável. Porém, em 2024 e com tudo offline, ele é só mais um RPG aí, com muito potencial mas pouco valor real.