Começo essa review dizendo que eu amo Hellboy. Desde que vi o primeiro filme do Del Toro até ler os quadrinhos e ficar simplesmente deslumbrado com o mundo sobrenatural criado por Mike Mignola lá na Dark Horse. Como não adorar um diabo que lixa os chifres, tem um braço de pedra e mete bala em criaturas que vão desde nazistas até wendigos, feiticeiros, demônios e uma versão ressuscitada do Grigori Rasputin?

Dito tudo isso, Hellboy: Web of Wyrd é um dos jogos mais decepcionantes que joguei esse ano. E isso é muito culpa da minha expectativa por ser fã do personagem. Dá pra traçar um paralelo entre esse jogo e a adaptação cinematográfica de 2019, pois ambas são um exemplo claro de potencial desperdiçado. MUITO desperdiçado.

Falando de cara dos aspectos positivos do game. O mais óbvio: a direção de arte. É impressionante como conseguiram replicar perfeitamente a arte do Mignola cheia de jogos de sombras e contrastes. Sem falar que ficou tão bem traduzida que ela se encaixa perfeitamente em um ambiente 3D. Outro aspecto muito positivo é que Web of Wyrd é a obra que mais capta bem a essência tanto dos quadrinhos quanto do personagem. Tanto dentro do cenário do BPDP quanto na natureza irônica e pessimista do Hellboy. A história também é ótima e, novamente, capta muito bem a essência das aventuras do Vermelho.

Mas agora começam os problemas. E a palavra que define bem esse jogo é "datado". Web of Wyrd seria um game muito melhor recebido se tivesse saído em 2005 pro Playstation 2, onde os aspectos da gameplay não eram tão populares e bem definidos, hoje tudo que esse game parece ser é um Hades que não funciona direito.

O sistema de combate é bem simples, mas é tudo muito lento, desajeitado e não exige estratégia nenhuma. Por várias vezes os inimigos grandes, que são agressivos e rápidos, acabam te encurralando e tu acaba ficando meio perdido tentando fugir. O combate lento em soma com a câmera que se embanana o tempo todo transforma os momentos de combate, que são vários, num esmaga botão maçante e frustrante. O jogo também tem cutscenes só com imagens e textos, que até encaixam com a proposta da direção de arte de evocar os quadrinhos nos quais se baseiam, mas acabam também parecendo datadas. Os mapas de início também parecem interessantes, mas com o tempo, pelo fato de tu ter que rejogar tudo várias vezes tanto pela história quanto pra juntar recursos pra fazer os upgrades, eles se tornam monótonos e repetitivos, porque além do level design péssimo, todos os teus golpes, recursos e armas não tem muita diferença um do outro. Assim como os inimigos que são basicamente reskins com alguns golpes diferentes.

O jogo também tem um problema que na hora que tu entra em uma área e os inimigos surgem o jogo dá uma engasgada pra renderizar tudo. E essas rolam toda vez que tu passa de um cenário pra outro ou volta pra central do BPDP. Essas trocas de cenários, inícios e finais de missão também são acompanhados de telas de loading extremamente demoradas e que, novamente, dão a sensação de estar jogando algo do PS2.

Minha própria resenha bateu muito na tecla do datado, mas é a maior sensação que fica ao jogar 10 minutos do jogo. O que é uma pena, já que tanto o personagem quanto o mundo ao qual ele pertence renderiam um game muito mais épico e divertido, principalmente pela direção de arte incrível e pelo fato de ser uma história original.

Novamente comparando com o filme de 2019, Web of Wyrd deixa a sensação de decepção não só por ser ruim, mas por saber que a direção escolhida pro jogo poderia render algo muito melhor do que foi entregue. Não funciona como beat 'em up e nem como roguelike. No fim das contas, o Vermelho continua com um saldo muito negativo nas adaptações pros games e o único Hell aqui é ter que jogar essa parada.

DE QUE SERVE UMA HONRA QUE PODE TE CUSTAR TUDO?

Ghost of Tsushima é um dos jogos que eu mais queria jogar antes mesmo de pegar meu PS4. Sou completamente apaixonado pela cultura japonesa e por obras jidaigeki, sejam elas filmes, mangás ou, nesse caso, jogo. Então, era quase certo que eu ia amar o que o jogo tinha pra me oferecer. E ainda assim eu consegui ficar surpreso.

Primeiramente, a ambientação é linda. O recurso do vento guia, que eu achei incrível, me fez querer explorar cada vez mais o mapa. Direto eu parava de ir pro objetivo marcado e ia fazer algum objetivo secundário ou ia pra algum ponto lindo do mapa (que são vários) só pra brincar no modo foto. O combate é extremamente delicioso, dá gosto de aparar ataques, usar as diferentes posturas pra enfrentar os diferentes tipos de inimigos, de entrar nos confrontos e nos duelos. O sistema de progressão do jogo também é muito bem feito e a sensação de recompensa é enorme, principalmente quando tu desbloqueia posturas, aprende movimentos novos e ataques míticos. As atividades secundárias também são muito legais de fazer e eu poderia ficar horas só escrevendo haikus e indo em águas termais.

Mas agora eu quero focar no ponto que mais me pegou nesse jogo e o que fez eu me apaixonar tremendamente: a história. Eu acho que poucos jogos tem uma história tão ou mais profunda que a de Ghost of Tsushima. Jin Sakai é um personagem extremamente bem escrito, repleto de dramas pessoais, inseguranças e ainda assim um senso de justiça muito grande. Todos os personagens coadjuvantes são muito bem desenvolvidos também e tu te apega a cada um deles. Destaque pra Yuna e pro Lorde Shimura. O Khotun Kahn é um vilão memorável, daqueles execráveis que tu não tem escolha a não ser odiar e querer enfrentar ele o quanto antes por causa de todas as atitudes dele. Poucas vezes também me emocionei tanto com um jogo como aqui. Talvez seja por eu amar cultura japonesa, ter me apegado aos personagens, não sei. Sei que eu acabei chorando sim algumas vezes na reta final do jogo.

E eu simplesmente fiquei completamente envolto no desenvolvimento do Jin e nas questões pessoais que ele enfrenta durante o jogo todo, que chegam a ser filosóficas e fazem até mesmo o jogador se questionar. De que serve a honra de um homem se ela vai contra tudo aquilo que ele acredita? É honrado colocar teu povo e aqueles com quem tu te importa de frente pra morte só por um código? E até que ponto também vai a desonra e o que seria a desonra no fim das contas? Vale a pena abrir mão de um suposto código de gerações quando ele se prova tão falho quanto a falta dele? Manter o povo vivo, mesmo que por ações dúbias diante da tua realidade é realmente uma desonra ou é apenas medo de que na verdade isso mostre que honra é algo relativo quando se dentro de uma guerra?

Sinceramente, é difícil elaborar tudo e todas essas questões que os desenvolvedores colocam pra gente podem render horas de conversas. Independente do que pra um Clã isso tudo significa, sei que, pra mim, foi uma honra poder passar tanto tempo dentro da Ilha de Tsushima e experienciar a história desse que, sem sombra de dúvidas, se tornou um dos meus jogos favoritos.

Uma Adaptação Pra Lá de MediAna

MediEvil sempre me chamou atenção pelo protagonista, a ambientação gótica e aquele humor mórbido completamente escrachado. Esse jogo é basicamente um sonho molhado do Tim Burton.

Mas infelizmente essa versão aqui é bem inferior do que o game original. Tudo bem que eu joguei ele no PS4, mas mesmo rodando nativamente no PSP esse jogo deve ser igualmente ou até mais desengonçado de jogar.

Pra começar que a câmera é um pesadelo. Tem vezes que ela se mexe sozinha e trava num ângulo horrível, e por várias vezes eu mesmo tentei ajeitar ela e ela voltava pra posição original. O PSP original não tinha os dois analógicos e isso prejudica muito o gameplay, principalmente nessa emulação que o PS4 oferece.

É muito desajeitado pra navegar pelos menus na hora que tu quer trocar de arma ou usar algum item chave. Sem falar na detecção de colisão do jogo que é toda falhada, por várias vezes eu batia nos inimigos e meus golpes atravessavam eles mas não tiravam nada de vida. O jogo rapidinho virou um esmaga botão do cacete onde tu fica dando 300 golpes na esperança de acertar 3 que derrubem os inimigos.

Em vários mundos também o jogo sofria com uma queda de frames absurda. Coisa de parecer que eu tava jogando na velocidade 0.25. Chegava a dar agonia porque acontecia direto em vários mundos, principalmente naquele que tem os inimigos de latão que são uma fornalha ou algo assim.

Enfim, tinha potencial pra ser bem legal porque é uma franquia carismática pra caramba e o jogo tem momentos bem engraçados, a progressão ao longo do jogo com as armas que tu ganha dos Heróis é satisfatória e tudo mais. Mas essa versão aqui infelizmente é a pior maneira disponível de se experienciar MediEvil, principalmente se tu nunca jogou. Se tu não conhece a franquia e quer experimentar pela primeira vez, vai no original de PS1 ou no remake atual que tá legendado e dublado em PT-BR e ainda tá de graça na Plus.

Esse jogo foi um dos principais motivos pra eu querer um PS4 mesmo que tardiamente. E depois que eu terminei, eu entendi porque fixei tanto nele.

Não consigo descrever o tanto que esse jogo me impactou. O jeito que conseguiram renovar a franquia, dar uma cara nova mas sem perder a essência. O puta desenvolvimento de personagem que o Kratos tem, a dinâmica dele com e o arco de evolução e amadurecimento do Atreus. As reviravoltas.

God of War é o tipo de jogo que tu começa a jogar e não consegue parar. Tu simplesmente te perde dentro dele, explorando o mundo lindo que o game te entrega, descobrindo cada vez mais coisas e simplesmente sendo pego pela gameplay viciante. O sistema de progressão também que te fazer sentir o quão mais forte tu vai ficando e te fazendo querer upar cada vez mais.

Os diálogos, o jeito que a história consegue ser delicada e poderosa. A trilha sonora absurdamente bem feita e que te coloca dentro do clima necessário pra cada batalha e cada acontecimento. Eu tô simplesmente apaixonado.

Juro que queria fazer uma review mais técnica como eu vejo o pessoal que acompanho aqui fazer de maneira incrível e que eu também tento fazer com os outros jogos e falho miseravelmente, só que eu realmente não consigo botar em palavras o quanto eu amei o que esse jogo proporciona e o quão emocionado fiquei em diversos momentos.

God of War me lembrou do porque eu amo tanto video games e me fez pensar no tanto de jogo maravilhoso que eu ainda não joguei e preciso começar o quanto antes. Eu imaginei que eu fosse curtir pra caramba assim como eu simplesmente amava os do Playstation 2, mas eu real não esperava que eu fosse ficar completamente apaixonado pelo game desse jeito. Sei lá, acho que não sei mais o que falar.

Quando peguei esse pra jogar fiquei com um pé atrás por causa do histórico dele, mas acabei dando uma chance mesmo assim porque esse foi o ano em que me viciei na franquia Assassin's.

Eu acho que a melhor maneira de definir Unity seria "potencial desperdiçado". Hoje em dia ele tá bem jogável (eu não tinha videogame na época que saiu, então não sei o quão problemático ele era no lançamento), mas ele não tá isento de bugs não. Eu acabei presenciando alguns bem tensos, entre eles o clássico "fui escalar uma parede e caí num limbo", inimigo me matando com arma corpo a corpo estando a distância [?], golpe meu atravessando personagem e não dando dano, inteligência artificial desligando, inimigos cegos ou com visão além do alcance e por aí vai. Eu acho que o pior deles foi um que eu estava quase morrendo, me curei e do nada morri num golpe só. Outro ponto que deixa a desejar foi o fato de a Ubisoft superestimar a capacidade da nova geração e lotar o mapa de NPC nas ruas de Paris, mas é tanto personagem que vários deles brotam e somem do nada, tem um monte de personagem repetido perto um do outro e por algumas vezes tinha tanto personagem em tela que caiu o fps e deu um delay de render absurdo. Ou seja, esse jogo perde muitos pontos por essa parte técnica extremamente problemática, volta e meia elas tornam a experiência muito frustrante. Por isso demorei muito pra terminar ele.

A história é bem fraca e o Arno é um protagonista muito sem sal. As missões são bastante repetitivas e eu nem sei se quero falar sobre as missões cooperativas que, embora tenham a opção de serem jogadas solo, tem algumas que tem uma dificuldade extremamente alta que é praticamente como se a Ubi estivesse te forçando a jogar em co-op. Além disso, todo conteúdo fora da história principal é extremamente sem graça e tedioso, principalmente se tu for fazer a platina do jogo.

A gameplay poderia ser definitivamente uma das melhores, a movimentação é suave e fluida. Chega a ser bonito de ver o parkour do jogo. O problema é que esse fator perde todo o brilho por causa dos bugs. Arma invisível, golpe corpo a corpo que me atingia de longe, golpe que acertava o oponente e não dava dano. Sem falar que o jogo tem momentos stealth e tua única maneira de seguir na furtividade é com aquelas bombinhas, as bombas de fumaça e só. Queria saber quem foi o cu de apito que teve a ideia de retirar a mecânica de se esconder e assobiar pra atrair os inimigos. Pra atrair deles eu tenho que me mostrar (?????) e me esconder rápido o suficiente pra eles virem investigar.

Enfim, Unity definitivamente é jogável. Entrega um mapa lindo que é até gostoso de ficar andando por ele (por cima dos telhados, de preferência) e uma história com bastante potencial, mas no fim a Ubisoft foi tão confiante que acabou entregando um produto abaixo da média, problemático e pretensioso pra caralho. Não diria que é o pior jogo que já joguei na vida, mas tá longe de ser o melhor. O que deixa a gente chateado é pensar no quão grandioso o game poderia ser. O game seguinte consegue ser superior em todos os aspectos, então foi só uma questão da desenvolvedora dar um passo maior que a perna mesmo. E, pelo menos, não foi minha experiência mais frustrante na franquia, já que eu acabei jogando AC3 antes desse.

Eu simplesmente me apaixonei por esse jogo. Sem me programar, acabei jogando ele numa tarde fria de chuva enquanto eu mesmo tomava um café com bolacha e parece que isso contribuiu ainda mais pra história.

Queria deixar um parágrafo pra destacar a aula de trilha sonora que esse game dá, mano. Desde que joguei ele, me pego escutando ela do início ao fim quando tô deitado ou só viajando pela internet. Descobri ainda que ela foi lançada em vinil e é uma coisa que futuramente vou ter que adquirir só pra ter a experiência de passar um café num dia de chuva com essa trilha sonora de música ambiente.

Tudo nesse jogo me encanta: os personagens, os arcos deles, os dilemas com os quais tu pode se identificar, a representatividade, os gráficos. Esse game parece um abraço quentinho e jogar ele em uma semana complicada me fez muito bem. Eu poderia ficar horas fazendo cafés mirabolantes e ouvindo histórias de elfos, súcubos e lobisomens.

É claro que eu amo games com histórias épicas, epopéias de fantasia ou um sci-fi frenético. Mas de uns tempos pra cá, esses joguinhos mais simples e casuais tem ganhado completamente o meu coração, principalmente em dias que eu quero só relaxar e esvaziar a mente.

me deu uma vontade imensa de abrir uma cafeteria. mas, como eu não tenho dinheiro e nem talento pra isso, vou investir na sequência desse jogo mesmo.

Sou suspeito pra falar porque sou muito fã de Tartarugas Ninja desde moleque, mas esse jogo é muito maneiro. Os gráficos em pixel art emulando os arcades antigos são lindos e a jogabilidade é a mais clássica possível: anda pra frente e desce a porrada em tudo que se mexe.

todos os personagens são perfeitamente representados, as vozes são simples mas funcionam bem. os mapas são bem legais e a história é extremamente básica e clichê, mas emula perfeitamente a atmosfera tanto dos jogos antigos quanto da animação de 1987.

a trilha sonora é um ponto altíssimo. todas as fases, chefes e menus tem músicas super empolgantes e gostosas de ouvir. porra, uma versão nova do tema clássico das tartarugas cantada pelo Mike Patton já era o suficiente pra me ganhar. mas aquele rap durante a primeira luta com o Destruidor com o Raekwon e o Ghostface Killah rimando fez aquela luta ser uma das boss battles mais foda que eu joguei.

O game com certeza pode te dar umas boas horas de diversão jogando single-player, mas jogar esse game de galera, tanto off quanto online, torna tudo bem mais divertido e nostálgico. sem falar que se tu resolver jogar na dificuldade mais alta tu vai ter um desafio e tanto, porque é um joguinho bem difícil. se fosse num arcade, ia ser um rouba-ficha dos grandes.

me senti um moleque jogando isso, tomara que façam mais jogos assim pra frente já que as tartarugas ultimamente tem se popularizado muito de novo.

Eu tô extremamente surpreso com esse jogo. Me parecia uma tranqueira das brabas, mas eu estava completamente errado.

O jeito que criaram uma parada seguindo a linha de Pokémon, mas com um estilo próprio. O nome dos Bugsnax são criativos pra caramba, os mapas são bem bonitinhos e os personagens são carismáticos pra cacete. Quem não gosta do Filbo pra mim não é boa gente. A tradução ficou incrível e deixou o jogo, que já é engraçado, ainda mais hilário. Também achei muito maneiro e até bonito como trouxeram representatividade dentro do jogo de forma que desenrole naturalmente e não pareça forçada e robótica só pra ganhar ponto, como tem rolado muito nos jogos, cinema e séries.

O jogo é bem curtinho se tu for jogar ele fazendo só as missões, mas ainda assim ele perde uns pontinhos por acabar se tornando um pouco repetitivo lá pra metade. Tudo bem que é um colletathon, mas ainda assim aquele esquema de "capture o bugsnax X para o grumpus Y" meio que foi ficando monótono, principalmente se tu for fazer as missões secundárias. O que salvava era a variedade de mapas e suas temáticas.

O jogo também é zero dificuldade, basicamente. Tu não perde vida, tu não morre se pegar fogo, se ficar embaixo d'água, nada. A dificuldade, por assim dizer, tá em descobrir como tu tem que fazer pra pegar os bugsnax mais avançados quando tu progride no jogo, um fator que me prendeu bastante. E o sistema de progressão e recompensa é bem gostoso. Tu consegue desbloquear armas melhores e ainda ganha coisas pra mobiliar tua casa.

O final também me desceu meio esquisito. O jogo passa a campanha inteira todo fofinho e caricato, pra no final ter um plot twist que torna tudo extremamente dark. Fiquei completamente perdido no tom da parada.

Tiveram alguns bugs que eu peguei na minha gameplay. Missão não registrando, os bugsnax que eu capturei sumindo do meu inventário. Mas o pior foi na minha primeira gameplay: eu tava chegando na Triffany quando do nada um bicho me jogou pro alto e eu acabei parando numa área mais avançada sem querer. Pensei "beleza, só voltar e seguir o jogo", mas eu errei feio errei rude. O jogo simplesmente dava como se eu tivesse zerado, todas as missões estavam concluídas, todas as armas desbloqueadas, todas side quests, entrevistas, tudo. Depois disso, tive que recomeçar meu jogo do zero. Como eu estava no início ainda foi tranquilo, mas imagina se isso rola com alguém na metade do jogo ou sei lá. Bizarro.

Mas, ainda assim, é um game que tu pode pegar pra relaxar, dar risada e te divertir. Vale muito a pena, acho que principalmente pra uma galera mais nova. Queria muito ver uma sequência desse jogo, em vez de Red e Blue podia ser um Bugsnax Chocolate e Morango, sei lá.

This review contains spoilers

[Jogado via Assassin's Creed III Remastered no PS4]

Esse aqui eu fui mais pela Platina, já que pretendo platinar os games da franquia com troféus. Então, eu tava zero expectativas. Principalmente porque eu não lembrava da existência desse jogo, já que na época que ele saiu eu só tinha visto a capa do original de Vita e nada mais. Tendo em vista que é um remaster de um game de portátil, eu achei que ele tem um visual até bem bonito e a jogabilidade bem boa, apesar de ainda ter alguns problemas bem parecidos com o da sua contraparte.

A Aveline é uma protagonista muito mais interessante que o Connor e o plot do game é bem mais chamativo também, o contexto histórico é muito relevante e o cenário que se passa é muito legal também. Tem algumas áreas lindas no game, principalmente o Chichen Itza. A mecânica das personas alternativas da Aveline também é muito bem feito e até que dá uma variada no gameplay.

Só que o grande problema do jogo é justamente o fato de ele ser um spin-off. Tudo nele é menos do que deveria ser, dado o enredo, a personagem, os cenários... tudo, bem dizer. A história, apesar de boa, também é bem mal executada e eu achei os dois finais bem abaixo do esperado. Totalmente anticlimáticos e completamente sem graça. A função de ter que ficar procurando um monte de gente aleatória pra desbloquear o final verdadeiro é outro aspecto extremamente problemático, já que em nenhum momento é explicado quem são aquelas pessoas, porque elas são tão importantes, porque precisam morrer e porque só elas guardam pontos escondidos da história. É só pra encher linguiça, porque além de não fazer sentindo nenhum, tira a imersão da história. Prejudica completamente a narrativa

As missões são curtas e grossas, vão direto ao ponto. Mas elas se repetem demais. E o fato de o jogo, infelizmente, não ter a opção de se locomover a cavalo ou qualquer coisa do tipo torna tudo muito demorado e chato. Inclusive, fica aqui a dúvida: quem achou que ia ser uma boa ideia tirar montaria e colocar aquela canoa de bosta pra gente andar? É terrível controlar aquela porcaria. O fato de ser originalmente um jogo de portátil faz com que alguns menus sejam limitados, então tu ter controle de todos os colecionáveis e missões pros 100% é muito caótico, já que aqui não tinha como fazer igual o Assassin's Creed III, onde o mapa é dividido em distritos e, através do menu, tu sabia quantos de cada colecionável tinha em cada distrito, tornando o grinding muito menos trabalhoso. Fica aí também a dúvida de quem achou que era uma boa ideia colocar colecionável que tu paga no jogo, precisei ficar quase duas horas só naquele Sistema de Negócios mandando navio pra lá e pra cá pra farmar grana pra poder comprar aqueles benditos relógios de bolso.

Sinceramente falando, me diverti muito mais com esse do que com o jogo original. Inclusive, acredito que ele teria potencial pra ser um game principal da franquia tanto pelo contexto relevante e pela personagem que mereciam ser melhor explorados. É uma pena que a saga de Assassin's Creed III seja, até o momento, a mais fraca da franquia. Liberation ainda ganha meio ponto a mais que a contraparte justamente por ter me surpreendido quando levei em consideração que era um port remasterizado de PS Vita. Mas, ainda assim, tanto AC III quanto AC Liberation são exemplos de potencial desperdiçado: histórias e contextos históricos muito interessantes, mas pouco explorados. Um por ser um jogo com muitos problemas de direção e mission design e o outro por ter suas limitações tanto de hardware quanto de status dentro da franquia.

[Jogado através do Assassin's Creed III Remastered]

A história dessa DLC é infinitamente mais interessante do que a do jogo base, a franquia devia seguir mais vezes essa linha do "what if", mesmo tendo ótimos enredos fiéis aos acontecimentos históricos.

Mas nada me tira da cabeça que o briefing pra essa expansão foi tipo: "e se em vez de fazer uma DLC onde a gente melhora aspectos problemáticos do jogo base, a gente adicionar aspectos novos tão problemáticos quanto?". E assim surgiu Assassin's Creed III: The Tyranny of King Washington.

Eu presenciei mais bugs aqui do que no game base, coisa de inteligência artificial desligando, personagens que ficam presos dentro de um campo de força onde eles não podem te atingir ou serem atingidos. E em um certo momento, durante a missão de cidadão de resgatar os comboios, os carrinhos estavam parados em um ponto do mapa, mas o gatilho de interação ficou preso num ponto anterior, me fazendo ter que interagir com um combio invisível pra completar a missão.

As missões são curtas e grossas, mas os objetivos opcionais conseguem ser tão ou mais frustrantes que os da campanha principal. Principalmente por, em diversos trechos, tu depender das novas habilidades espirituais do Connor. Que até são legais, mas como elas drenam tua vida, se tu faz algo errado, se um dos cachorros te descobre ou se os NPCs tiverem com o olho de thundera (como frequentemente estão), tu é exposto e entra em conflito aberto com a vida no mínimo, o que te deixa suscetível não só a morrer com poucos golpes, mas também a não poder ativar a habilidade de novo pra tentar fugir. Teria sido melhor se tivessem colocado pra essas habilidades uma barra como se fosse de mana ou algo assim.

Como eu disse, a história é muito mais legal, mas o gameplay pra mim foi piorado por essas decisões questionáveis. No fim Assassin's Creed III até o momento foi minha pior experiência, pior até mesmo que com o Unity. O que é uma pena, porque é o jogo que fica entre duas fases extremamente marcantes e queridas da franquia.

Mais um jogo que eu tinha começado no 360 e acabei não dando seguimento. Sempre me interessei por revolução americana e pela cultura nativo-americana, muito por causa dos filmes e quadrinhos de faroeste que leio desde moleque. Então, pra mim era um prato cheio.

Não é um jogo ruim, mas ele perde muito. A história não é das melhores, ela demora muito pra engrenar (literalmente metade do jogo) e quando começa a ficar boa, o jogo termina. Connor é um protagonista que de início parece que vai se desenvolver em um grande personagem, mas ele segue de forma cega a ordem dos assassinos e por muitas vezes o jogo coloca suas ações indo contra os princípios e atitudes que o mesmo teve anteriormente. Sem falar que eu achei ele totalmente sem personalidade, ele consegue ser menos interessante que o Haytham.

As missões pra mim são o grande problema, o mission design do jogo é péssimo e restritivo pra caramba, e os objetivos opcionais muitas vezes só servem pra frustrar a gente, pois muitos para serem feitos não podem ser seguidos ao pé da letra, tu precisa seguir uma espécie de caminho linear que tu só vai descobrir olhando um guia ou depois de MUITAS tentativas falhas e mesmo quando tu descobre quando fazer, tu demora muito até fazer a ação de forma correta pro jogo registrar.

As missões navais são bem divertidas, apesar de sofrer dos mesmos problemas em questão de objetivos opcionais. Mas as mecânicas ainda são bastante rudimentares se comparadas às do Black Flag, onde são o foco principal.

No fim das contas, Assassin's Creed III é uma oportunidade, de certa forma, desperdiçada. Tudo no jogo poderia ter sido melhor desenvolvido e aproveitado, mas o que foi entregado pro público foi um jogo um pouco acima da média, mas fraco dentro de uma franquia que apresentou coisas muito mais vastas e exploradas tanto nos que vieram antes quanto nos que vieram depois.

Uma das experiências mais lindas que tive em termos de vídeo game. Quem nunca se sentiu como Francis Vendetti? Sem ter um senso de identidade própria, afogado em expectativas que os outros jogam em cima de ti sobre o que eles julgam que o melhor pra tua vida.

É isso que me cativa. Por mais simples e tresloucado que seja o jogo e todo o universo maravilhoso criado aqui, as motivações e o que leva a trama adiante são temáticas muito pé no chão e de fácil identificação. Não tem como não gostar.

Isso sem falar na direção de arte maravilhosa, a trilha sonora espetacular (e o fato de que sempre que tu toca a guitarra, a melodia acompanha a trilha sonora do mapa em que tu tá, isso é genial), os personagens cativantes e a gameplay simples, mas ainda assim efetiva. O jogo não é muito longo e é bom que não seja, a duração dele contribui bastante pra história que acho que poderia facilmente se perder se fosse esticada só pra criar barriga e aumentar tempo de campanha.

O final então é emocionante e muito lindo. Comecei e terminei esse jogo com um sorriso no rosto do início ao fim. Não sabia nada sobre ele quando comecei a jogar e ainda bem que não sabia, tornou tudo ainda mais delicioso. Tô extremamente apaixonado e adoraria ver uma continuação dos acontecimentos daqui.

Mas, até lá, fico com a satisfação de ter jogado essa maravilha e ter vivido essa experiência.

2021

Lake é um jogo feito pra relaxar. Gameplay, gráficos, objetivos, tudo é extremamente simples. Mas isso não é um ponto ruim.

O grande atrativo do jogo, além da ambientação aconchegante, é ver a história cativante e os personagens super carismáticos se desenrolando de forma fluída e envolvente. Cada dia que passa no jogo você é testemunha dos conflitos, dúvidas e percalços da vida não só da Meredith, mas de todos em torno dela. Tu meio que te torna parte daquele ciclo social ao longo da gameplay.

Porém todos os pontos positivos são acompanhado de uma parte técnica extremamente problemática. Cenário flickando, coisa desaparecendo e brotando na tua frente, erros de tradução nas legendas, quedas absurdas de frames e, o mais problemático, o fato do jogo ter crashado uma quantidade assustadora de vezes no meu PS4. Toda vez que tu entrega um pacote ou completa uma cutscene, o jogo dá uma engasgada e as chances de ele crashar são altas. E tem também vezes que ele crasha no meio da gameplay, do nada. É o fator mais frustrante do jogo.

Lake é um jogo gostoso, aconchegante e envolvente. Com personagens com os quais tu te importa e quer saber o desfecho. Mesmo com o lado positivo pesando mais, ainda é bem complicado ele ter todos esses problemas de performance. Faltou um polimento. Mas pra quem curte visual novel e graphic adventure, é bem recomendado.

O RPG que marcou a minha vida e fez eu me tornar fã do gênero. Tenho um carinho muito grande por ele até hoje. Foi um dos jogos fundamentais pra eu aprender inglês, já que tinha que jogar com um dicionário do lado (quem dera se na época existissem as hackroms traduzidas pra jogar direto no SNES). Sem falar que tive que aprender também as mecânicas de combate na raça. Depois de mais velho parece que ficou ainda melhor.

Sempre falei como seria incrível um remake dele e admito que, se por um acaso rolar, eu iria correndo jogar. Mas se não for feito, não iria me importar porque acho que Chrono é o tipo de jogo que é imortal independente de qual geração estiver. Se quiserem só portar ele pras gerações atuais, como fazem com Doom, por exemplo, eu ficaria extremamente feliz.

Remake ou não, tudo no jogo é impecável e é uma história que eu nunca me canso de reviver. Independente de gráfico, console ou época, Chrono sempre vai me deixar com um quentinho no peito e a sensação de conforto de jogar isso no inverno sentado no chão do meu quarto de frente pra uma TV de tubo, com um nescau quente do lado.

Que banho de água fria sair de Watch Dogs 2 e parar aqui, bicho. Primeiro de tudo, a ambientação de uma Londres futurista é linda. Esse é mais um daqueles jogos que eu poderia ligar só pra ficar dando volta pela cidade de tão bonito e bem feito que é. A jogabilidade é a melhor da saga até agora. Tudo flui bem, os controles correspondem certinho e dependendo da função do personagem que tu escolhe, tem aspectos que diversificam isso e essa é uma adição muito bem vinda.

Agora, a história é sem graça, cheia de pontas soltas, furos e o final é o ápice do anticlimax. Sério, que broxada braba foi quando vi que eu tinha terminado a história principal. Ficou aquela sensação de "putz eh isso???".

A ideia de ter vários personagens com funções diferentes em tese é boa e algumas, como eu disse, até influenciam na gameplay com habilidades únicas e tal. Mas, fora isso, no fim das contas, foi um dos aspectos que mais derrubaram o jogo pra mim. Em WD2 a gente tinha o Marcus, Wrench, a Sitara. Todos personagens carismáticos, distintos pelos quais tu te afeiçoava.

Aqui os personagens são só uma casca. Nenhum tem carisma, todos são apáticos e, tirando o fato de que cada um exerce uma função diferente, eles são exatamente iguais. Tentaram forçar o pessoal a se apegar a eles com a opção de permadeath e isso na verdade não me fez sentir nada pelos personagens em si, só pela situação chata de ter que trocar de agente mesmo.

Esse game podia ter sido grandioso, dado o resultado do anterior. Mas no fim meio que virou um plágio sem vida, sem graça e sem carisma da própria franquia da qual faz parte. Não é um jogo ruim, mas não vai fazer a mínima diferença se tu jogar ou não