33 Reviews liked by Gustaa


Simplesmente virou meu jogo favorito.

Ele é bastante falho tecnicamente puramente por fatores de época, os próximos jogos ainda iriam apeixomorar os sistemas introduzidos. Explorar o Tartarus se torna bastante cansativo por não ter muita variação neles, as relações com os personagens masculinos é fraca, os social links em geral não passam de ok, e os bosses são esponjas de dano chatissimos de enfrentar.

Mas esses personagens e principalmente a história e seus temas fazem tudo valer. O jogo tem uma forte temática sobre a morte, a aceitação da morte como parte fundamental da vida, a efemeridade de tudo que existe, ao mesmo tempo também sendo sobre seguir em frente, os personagens passam por conflitos e traumas que os dificultam de viver, e aí surge a busca por um propósito, um sentido em continuar e viver e lutar. Os personagens não lutam contra o mal, mas contra a apatia, as sombras são o contrário da vida, não como a morte, mas como a falta de movimento, a inatividade e a falta de propósito, o contrário da vida é a negação de agir e sentir. Atirar na própria cabeça é a aceitação da mortalidade e do medo da morte, a quebra da sua máscara, onde você decide viver sendo quem você realmente é e entendendo que você decide o que fazer com a sua vida.

E esse tipo de temática é o que mais me conquista em arte, afirmação da vida, isso é a mensagem do meu álbum favorito e meu filme favorito, era óbvio que isso ia me pegar profundamente, afinal, é basicamente a minha filosofia de vida, o milagre que a vida é, a beleza que existe em tudo mesmo nos aspectos ruins da vida, ao sofrimento como um motivador de um novo significado em continuar, a morte sendo o que faz a vida ter o valor que possui, o que nos motiva a viver o tempo em que estivermos aqui, aproveitar plenamente nosso tempo aqui, dar valor aos bons momentos, laços e paixões, que nos fortificam, nos fazem crescer e entender a beleza que existe na vida.

a humanidade não merece esse jogo. Encontrem um artista com a sensibilidade de Fumito Ueda no século XXI, porque quando ele parar talvez não haja outro do mesmo calibre

não dá pra escrever em uma review o quão grandioso esse jogo é.

Even if you're not a Star Wars fan, this game is incredible. Exploring the concept of the Force, and the universe before the movies, the game will put you to choose between good and evil, in a moral system which will change the ending. A Jedi, a Sith, or simply a man with his justice, you can choose you path in this world.

Unfortunately, the moral choices in the first game will be too much "bad or good", and may (with exceptions) feel easy to choose depending only on your path, disregarding the situation.

My heart almost came out of my mouth in the guardian antlion section

It's as if the most uninteristing chapters from HL2 were selected to create a new but shorter game, and this time with Alyx as a full time companion

But still HL2 so it's great

Nunca senti um gatilho tão forte com um jogo, genuinamente passei mal jogando isso. Pra quem não vive o que a protagonista vive, pode achar apenas uma experiência estranha, mas é bem pesado pra quem entende o que ela passa, essa conexão com a personagem me fez ter uma experiência muito forte.

Evolui muito o primeiro jogo em tudo, vai por um caminho de nós conhecermos a personagem, expandindo o primeiro jogo e construindo mais a respeito da protagonista.
A falta de progressão e de conclusão e a montonia é proposital pra justamente passar pela frustração diária da rotina dela, sempre estar no mesmo lugar e não conseguir enxergar algum tipo de luz e esperança, é sobre os conflitos da mente de uma pessoa que vive com os problemas da personagem, até o ponto que você já se acostumou com tudo isso.
Como uma pessoa que enfrenta depressão e ansiedade social há vários anos, esses jogos se conectaram bastante comigo, são representações muito sensíveis, genuínas e bem escritas de problemas psicológicos, e de uma forma não glamourizada, é uma das minhas representações favoritas da depressão em arte, me gerou uma gama de sentimentos muito fortes.

great game with interesting characters, a good story and an amazing atmosphere

bioshock knows when to apply tension and fear, rapture is a very memorable place, the enemies are always well positioned and even the dialogues between them are well done (the voice acting here is really very good), their clothes and faces are very characteristic, this all leaves the gameplay with a great immersion.

the gameplay is fun
the shooting are very fluid, with good weapons and with good variations of ammunition.
the plasmid system is very interesting too, although I haven't invested much, it makes the game even more dynamic.

highly recommended

Demorei mas zerei.

O segundo playthrough foi capaz de me render tanta fascinação com uma narrativa que não poderia ter menos a ver comigo. Mantive a atenção desta vez não contornando tanto o caráter universal das estórias de redenção sobre a morte e renascimento, e olha... Ainda bem.

O mais especial quesito tema dentro desse jogo são os entraves existências do nosso relacionamento obsessivo com a ideia de História Humana, bem como o dobramento sísmico dos grandes eventos se apresentando para a realidade psíquica como uma fantasia lovecraftiana. A narrativa expõe como isso vai formando homens psicóticos cada vez menos conscientes de suas próprias necessidades afetivas conforme a gente contrapõe o horror com projeções grosseiras de nós mesmos e dos outros.

A escrita com personagens coadjuvantes é 8 ou 80, vale dizer. Entretanto, sobre a parte da trama chaveada nas dinâmicas entre eles, quando precisa funcionar, permanece mais ou menos crível.

Também ajuda se o jogo é quase tão bom quanto poderia ser em todas as frentes da sua produção artística. SENHORA atmosfera temos aqui

Hole in the heart,
Heart in the hole.


Eu não esperava que eu fosse gostar TANTO desse jogo
Sim, as cutscenes e a história são ridículas, a câmera é complicada, as colisões são estranhas, os chefes são péssimos, ele é datado e bugado, mas ele diverte, e me divertiu muito.
Correr com o Sonic nas fases é muito divertido, isso somado com visuais espetaculares, é o visual mais bonito da série, os shows visuais com as set pieces que esse jogo tem são incríveis de ver, e com a trilha sonora animal e muito variada que que deixa tudo com esse sentimento de aventura, é um jogo que realmente te faz se sentir numa grande aventura épica, e esses elementos bons do jogo me fazem relevar todos os seus problemas.
A campanha do Big é horrível, mas as outras campanhas fazem coisas muito interessantes nas fases, e a forma com que o jogo junta todas elas é muito legal.
Sonic 3 & Knuckles é o melhor Sonic, mas esse é o meu favorito, por muito, e eu considero que é uma das melhores transições de 2D pra 3D já feitas.

Amazing worldbuilding, combat and all. A must-play.

Hades

2018

O chamado roguelike moderno é um estilo de jogo especialmente viciante.

Se o efeito caça-níquel de jogos online nos prendem a jogar uma, duas, sabe-se lá quantas partidas a mais numa noite, sugerindo a chance de executar uma combinação incrível em condições milagrosas em particularidade, imagine um jogo no qual incorporamos nossa perspicácia ao progredir tornando-o permanentemente mais fácil tanto na curva de aprendizagem quanto nas porcentagens a nosso favor. Não há desincentivo que o afaste do loop de gameplay até zerar.

As primeiras rodadas fazem um trabalho especialmente efetivo em apresentar-lhe os recursos conjuntamente a um sistema de afinidade similar aos de RPG com opções de afinidade. Dessa forma, presenteando itens específicos, tanto pode-se garantir algumas informações a mais - isso se você insistir em conversar com os personagens mais vezes, é claro - bem como os dados viciam ligeiramente no caso de encontros condicionados por chance. Isso fez pensar menos em quanto demoraria até que eu alcançasse os níveis mais altos, porque parte de mim estava mais curioso pra saber se era possível namorar o Aquiles (e até onde fui, não é, apesar de existirem outras opções de personagens masculinos para se relacionar romanticamente).

A casa de Hades é apresentada depois da primeira tentativa de escape na qual falhamos, e com uma cutscene mais perseverante do que trágica pois sempre ascendemos do sangue como se todos os andares do tártaro estivessem mais abaixo; reforçando a mecânica de lapidar seu progresso com artifícios adicionais. Curioso também como existe um trabalho de situar o compasso menor de urgência com as opções de melhoria, porque a ideia de escapar não incita tanta persistência caso o lugar não fosse meio que o inferno. É irônico como o jogo incentiva nosso interesse pela casa como para um olhar de fora enquanto tenta incutir um rancor pessoal daquelas ideias. Vez e outra passam flashbacks do próprio Hades provocando seu filho durante a tela de carregamento ao entrar no tártaro.

Minha suspeita, durante a maior parte do jogo, sempre esteve na dupla possibilidade do heroísmo rebelde estar sendo evocado com o patamar de grandeza digna dessas bênçãos do Olimpo ou se houve um cinismo entre a conspiração com Hades. É fácil imaginar que ele teria uma razão paternal justificável para fazer o que faz mas seria muito desapontador confirmar uma reviravolta tão piegas, sem dúvida.

Tendo em mente como a retratação das figuras mitológicas na cultura pop variam entre um traço de temperamento unidimensional tradicionalmente ornamentada no grande orgulho dessas entidades; ás vezes, uma volta de 180 graus no imaginário coletivo e, no pior dos casos, uma piada recorrente com determinada característica que chama mais a atenção.

Devo dizer, nesse ponto o jogo é bem inconsistente. Alguns Deuses, por exemplo Hermes, falam exatamente a piada já esperada envolvendo o poder deles. Talvez funcionasse como modo de nos aproximar deles se o núcleo da estória não fosse um conflito familiar.

A ajuda de Nyx(talvez o recurso mais importante do jogo), por outro lado, foi certamente a ideia mais interessante no tecer das correlações simbólicas dentro da trama, porque pra cada representação mais preguiçosa, também há meia ideia original desenvolvida em outro lugar. Não lembro de quaisquer outras menções à Nyx reverenciarem seu papel de forma tão orgânica, bem como as outras figuras dentro da casa saltam em comparação com os olimpianos e guerreiros notáveis no caminho submundo acima. Não quer dizer que todos os Deuses com os quais nos encontramos sejam igualmente rasos - e nem que Hades seja um personagem particularmente interessante - pois existe um pouco de nuance aqui e alí.

Como exemplo, Afrodite detém uma fala cuidadosamente ambivalente sem deixar o tom sugestivo desconsoladamente vulgarizado, e comportando toda a suspeita ao redor das divindades. Artemis, da mesma forma, encara a ajuda prezando certa independência em relação aos demais. O jogo também monta uma imagem bem própria de Sísifo, e os conflitos de Aquiles, Orfeus e Tânato são pontos altos pra mim.

O núcleo da Casa, por destacado em comparação com os elementos de fora, no meu ver, endurece muito a conjectura do grande argumento. Talvez porque o molde de conflito familiar latente, nesse caso, não seja tão potente quanto sua arquitrama pedia. Gosto da reverência ao papel de Chronos e do Barqueiro, ou a entrada de ambos no Codex, e mesmo assim eles não contribuem tanto com o desfecho.

Hades tem uma mensagem bonita sobre o amor genuíno surgir do efêmero, então a impermanência torna um único instante verdadeiramente especial, assim como a morte dá sentido ao nosso tempo de vida mostrando como o próprio Deus da Morte falhou em perceber isso. Só não é algo que você consegue explicar numa reunião de família. Teria sido muito melhor se usassem a geração aleatória para comentar o tópico existencial com Caos, ou talvez Chronos, assim como usaram Nyx.

O jogo não aproveitou seu repertório da melhor maneira, e mesmo assim, sucedeu. É um novo piso dos dungeon crawlers.