Um jogo de terror que se passa totalmente no interior de um submarino sem janelas, no qual seu único contato com o exterior é uma câmera de baixa resolução. Tal submarino vaga em um oceano de sangue numa lua aparentemente inóspita, mas que guarda muitos segredos, como talvez monstros marinhos. Apesar do local limitado em que se passa o jogo, a atmosfera é medonha, tornando-o extremamente engajante. Soma-se a isso o fato de que todo pretexto para história é a construção de um terror cósmico que particularmente me atingiu bastante ("estamos próximos da morte térmica inevitável do Universo"), principalmente porque no final o submarino é destruído e nenhuma das fotos que você tira são recuperadas, é tudo em vão, sua vida, mesmo que você tenha tentado dar sentido à ela no fim do Universo.

A gameplay é tensa na medida certa e rápida o suficiente para te manter jogando. O único jumpscare do jogo é bem colocado e extremamente efetivo.

Os gráficos mais "antigos" e menos polidos favorecem a construção da atmosfera

Muitos costumam dizer que errar é o que nos torna humanos. Katana Zero busca mostrar isso de certa forma: como viver uma vida sem errar pode ser exaustivo e tediante. O protagonista, Zero, foi viciado em uma droga, quando criança, para se tornar capaz de voltar no tempo quantas vezes quiser. O resultado disso? Zero se tornou um psicopata cujo único prazer é matar. Eu acredito até mesmo que o jogo tente passar isso por meio da gameplay que, mesmo que apresente novas mecânicas a todo momento, se torna tediante por ser repetitiva, assim como a vida do Zero e daqueles que foram submetidos ao efeito da droga.

A forma que a história vai se desenrolando com as grandes revelações da garotinha e das lembranças do Zero são de chocar qualquer um. Entretanto, o fato dela ter sido deixada num cliffhanger me desapontou um pouco.

Apesar de repetitiva, a gameplay é viciante e te faz querer completar alguns "puzzles implícitos" para conseguir avançar. Além de que a forma de diálogos adotada pelo jogo é interessante pois te faz ponderar sobre como mesmo sendo capaz de manipular o tempo, Zero pode ser impaciente ao ponto de interromper alguém enquanto fala.

Também, a trilha sonora é excepcional, além de ser formada por músicas muito boas, é extremamente bem encaixada nos contextos da gameplay.

Num geral, um bom jogo.