31 reviews liked by Kodriss


Melhor ambientação de toda a série. Não é a melhor gameplay. O vilão é a semente do que Vaas é em Far Cry 3. A economia é quebrada. A trilha sonora é marcante. A história é muito, muito interessante. Mecânicas muito além de seu tempo, um passo a frente que a Ubisoft nunca mais seguiu adiante.

Enfim, o melhor Far Cry para mim. E bônus: tem a reviravolta mais inesperada que eu já vi em um jogo. Me pegaram totalmente desprevenido no final.

Reinvenção da franquia sendo executada sem perder a essência de forma alguma, perfeitamente entregue, abarrotado de conteúdo.
Divertido, bem-humorado, emocionante e instigante até o fim.

Não é o meu preferido, mas certamente é o melhor dos SMT's de SNES.
Eu gosto muito de como esse jogo propõe algo bem próximo ao primeiro, só que com uma roupagem distópica muito mais interessante e com twists que funcionam bem dentro da escrita limitada do jogo, que (apesar dos pesares) ainda consegue explorar temas interessantes. Sofre dos mesmos problemas que todos os SMT's dessa época, mas aqui estes problemas, se não são atenuados, são pelo menos mascarados, como no caso das dungeons. Estas ainda são repletas de lugares com absolutamente nada, mas ao menos são mais interessantes em conceito e ambientação.

Kiryu and Sayama really should have fucked

8.1| Nada no que tange o desenrolar da trama deste jogo me surpreendeu muito, provavelmente pelo fato de eu já ter jogado e/ou conhecido os shin megami tensei clássicos. No entanto, muito me agrada como esse jogo consegue repaginar os conceitos já exaustivamente utilizados na narrativa média da franquia de forma com que continuemos engajados na trama e na gameplay.
Todo o setting inicial desse jogo é muito bem utilizado e o caminho tomado até a primeira grande revelação do plot é conduzido de forma muito satisfatória, que faz até os mais versados na franquia se agradarem. Ao mesmo tempo que a franquia volta a se apegar às raízes, este jogo consegue manter e as vezes até expandir as boas adições de seu revolucionário predecessor. Mesmo que muitas vezes estas expansões signifiquem deixar o jogo um pouco mais fácil do que deveria em certos trechos, ou facilmente exploitável, ainda as considero boas para a experiência como um todo.
Na inevitável comparação com Nocturne, ainda acabo preferindo as aventuras do demi-fiend do que as dos nossos heróis de Mikado. Muito pela comparação direta entre as formas com as quais as narrativas se desenrolam e seu sistema de decisão. Mas, apesar disso, não posso deixar de mencionar que, no quesitos atmosfera e exploração de mundo estes jogos estão equiparados e é difícil escolher entre um, mesmo que seus motes e ideais de game design sejam tão diferentes. Nocturne pode ter dungeons muito superiores e uma construção de mundo maravilhosa, mas a exploração do overworld neste jogo e a interação com o mundo que temos no SMT IV não se faz menor em qualidade, ainda mais considerando os limites do 3ds, que tanto machucam esse jogo.
Por fim, vem aí a máxima: Não é um Nocturne, mas............. DAAAAAAAAMN!

3.2| Por mais interessante que a mecânica dos Class Trials sejam, a escrita disso aqui simplesmente destruiu minha alma.
A maior parte dos casos são facilmente decifráveis numa primeira instância para que ao longo dos debates ocorram twists, interessante no conceito, mas um porre na prática. Quando o jogo não está te tratando feito um idiota, ele está tomando tempo com piadinha sem graça alguma ou com interações completamente vergonha alheia entre os personagens. A reta final desse jogo é um porre do caralho muito por conta disso. As revelações do capítulo final não valem todo o hercúleo esforço de aguentar aqueles diálogos horríveis, fora o fato de que o caso final só não fica óbvio pela ocultação de um pista encontrada na narrativa mas omitida na gameplay até ser conveniente.
Enfim, só não dou uma nota mais baixa pois querendo ou não eu fui até o final, tem coisas minimamente interessantes na gameplay e na ambientação (neste quesito, o jogo é realmente bom, principalmente por conta da trilha do Masafumi Takada) que me fizeram chegar até o final dele, mas seria mau-caratismo meu omitir o fato de que quase larguei de mão do jogo no meio de dois class trials pra nunca mais abrir.
Espero que o Kazutaka Kodaka encontre Jesus nas continuações.

6.7| O Mais injustiçado dos SMT's?
O jogo não é nem 10% ruim quanto a comunidade faz parecer. O domain of Sloth não é esse monstro de sete cabeças que dizem ser, os fuma bells tão aí não é à toa.
Tem uma premissa muito bem executada, centrando sua trama neste personagem interessantíssimo que é o Hazama em várias rotas diferentes, com companions diferentes, em um jogo mais curto, porém conciso e facilmente rejogável.
Não é nem um pouco injusto tal qual o primeiro SMT, mas ainda passa bem aquela sensação de ter de escolher entre apanhar de cinta ou apanhar de chinelo que esses jogos tanto prezam.
Acho que a única falha crítica desse jogo é ter sido um proto-persona, dando crias malditas.

Será que alguém de fato queria saber tudo que é contado aqui? O passado dos personagens nunca importou tanto pra franquia, os acontecimentos que importam para o que foi visto nos jogos anteriores já haviam sido contados. Nada presente aqui surge de uma curiosidade real.
Entretanto, chega a ser engraçado pensar que uma história tão desnecessária como essa acabou por ser algo proveitoso. Uma experiência intrigante e cheio de dualidades.

Sim, acho que o termo mais importante pra este jogo é "Dualidade".
Uma ingrata missão de trazer um público novo pra franquia, ao mesmo tempo que tenta trazer uma narrativa interessante para o público veterano; Colocar seus personagens principais ainda muito imaturos em uma das tramas mais sérias da franquia; Realizar o jogo mais tecnológico da franquia em uma ambientação retrô; Apresentar o velho e conhecido como algo novo para ser explorado; Trazer uma sensação de nostalgia enquanto traz consigo uma experiência inédita. Todos estes são trabalhos ingratos manejados de maneira extremamente satisfatória pela equipe da RGG.
Eles lidaram tão bem com este desafio, que conseguiram o transformar em tema. Dois protagonistas que se veem como dois lados da mesma moeda mesmo que nunca se encontrem dentro do jogo, em uma trama cheia de valores negativos e positivos envolvendo seus macguffins e personagens-chave. Trazendo uma velha roupa-nova para as tramas mirabolantes e cheias de reviravoltas da franquia.

Minha revisitação à este jogo ressonou muito com esta minha ideia sobre ele. Felizmente ainda estou numa idade na qual poucos anos são o suficiente pra ter percepções completamente diferentes sobre as mesmas coisas, e revisitar essa obra, tendo memórias sobre como eu a via anos atrás ao mesmo tempo em que tomo impressões novas, é sempre algo gratificante. Neste caso, mais ainda. Pois percebi que enquanto vejo o meu Eu-do-passado encarando as reflexões do presente, a franquia faz o exato contrário ao transformar seu jogo (até então) mais recente num reflexo do passado.

Simplesmente o melhor jogo de pirata que existe, uma história simples e interessante juntamente de um protagonista charmoso e um bom sistema de batalhas navais fizeram desse jogo uma experiência única que pode ser muito bem aproveitada mesmo hoje 10 anos após o lançamento do jogo.

9.1| O Humor de GTA V só é ultrapassado pois o mundo parou de enxergar GTA como uma paródia e começou a vê-lo como um espelho. Nenhum roteirista da Rockstar poderia prever o TikTok e a cultura do cancelamento, alguns até imaginaram que a internet só iria extrair o pior do ser humano, mas dificilmente eles pensariam que as pessoas passariam a roteirizar, produzir e estrear em seus próprios "Fame or Shame".
As suas caricaturas ambulantes chamadas de "Protagonistas, deuteragonistas, antagonistas e coadjuvantes" hoje podem ser vistas apenas como estereótipos. E isto não está errado, sempre foi a intenção. A ironia da coisa é que os estereótipos antes serviam para extrapolar as características de grupos da sociedade e, hoje, os membros da sociedade querem fazer de tudo pra se encaixar nesses grupos e seguir seus estereótipos, ao mesmo tempo que querem se afirmar como seres únicos, diferentes dos demais, mergulhados na vasta profundidade de seu próprio umbigo.

Dito isto, só um fato permanece irretocável após 10 anos de GTA V. Ele ainda é o sandbox absoluto. Um ambiente virtual tão interessante, rico e vivo quanto era em seu lançamento. Os fenômenos GTA V e GTA Online revolucionaram pra sempre a indústria e eles continuam sendo monólitos até hoje. A partir daqui, GTA é simplesmente grande demais para falhar. É o tipo de obra que marca gerações. Não apenas as gerações de console, mas principalmente as gerações históricas. Existem aqueles que cresceram jogando os jogos de PS2, viram as evoluções impressionantes do GTA 4 e se depararam com a imensidão de GTA V. Existem aqueles que viram GTA 4 em sua infância e tiveram os melhores anos de sua vida irrigados pelo GTA 5, que os deixou igualmente boquiabertos. E existem aqueles que viram apenas este único jogo e fizeram dele seu parque de diversões, ou extensão da escola, ou até mesmo suas segundas vidas por meio de mods e Roleplay. O ciclo continuará com o sexto jogo numerado da franquia, certamente.

Eu não me incomodaria se o próximo jogo acabasse como esse. Ultrapassado, não por si só, mas pela realidade. Portanto, se colocando não apenas como jogo, mas como um recorte de sua contemporaneidade também. Em algum momento, se meus filhos me perguntarem como era o mundo na época de minha infância / adolescência, eu não os contaria diretamente, apenas os guiaria através de GTA V.