8 reviews liked by copapistao_


Alguns diriam que a interação é o que define a mídia videogame, mas não somente a interação entre jogador e jogo, mas interpessoal, e dessa vez Keita Takahashi leva esses conceitos a outro nível.

No escuro da noite, um quadrado acorda sozinho e seus olhos buscam por alguma companhia, ao não encontrar nada, só lhe restou as lágrimas, que convenientemente trouxeram um grupo de... pedras? ao seu encontro. Eles se encaram, o quadrado estranha, mas estava ali a oportunidade de fazer um novo amigo.

E com isso você entende por quais meios o jogo quer passar, as interações entre os personagens fazem que coisas inesperadas aconteçam e novos amigos apareçam. Wattam tem é um jogo ingênuo, e ele tem consciência de que aborda as relações interpessoais de forma muito frontal, já que é um jogo feito para crianças, literalmente, o jogo foi feito pensado para os filhos de Keita e Asuka Takahashi.

Existem aqui até maneirismos de um soft building ala Hayao Miyazaki em não querer explicar muito de como as regras funcionam naquele mundo, nada disso importa no fim, o que importa é que estamos aqui e estamos juntos!

Por todas as coisas diferentes que Wattam faz eu fiquei muito feliz jogando, desde a surpresa de um combate até uma sessão de investigação, mas para além disso, terminei grato, grato por ter todos os amigos que tenho.

Venba

2023

Pra quem acompanhou minha jornada até aqui, pode ser um susto ver um 10 pra Sonic 3D, mas acho que essa é a epitome da consciência vinda da Sonic Team como dev e pra Sonic como franquia. Se sempre digo que Sonic internaliza pra si todas as tendências de mercado de maneira que consegue sempre traduzir Sonic pra tal, e jogos como Black Knight, Unleashed e Colors corroboram para a materialidade de meu argumento.

Por vezes saem jogos desastrosos, ou grandes jogos (Sim, Sonic Adventure 2) mas sempre tentando emplacar Sonic com algo diferente, isso faz parte do DNA da franquia. Com Frontiers não seria diferente, aonde o ouriço vai ser transportado por mundo aberto (ou seria os Hub World dando certo?) que tinha tudo pra ser entediante, né?

Mas Frontiers acerta em cheio, um jogo que seu objetivo principal é a exploração, o mundo aberto toma sua atenção de assalto, com elementos de collectathon, o jogo se segura principalmente no seu ímpeto em explorar cara canto do mapa pra conseguir um numero X de itens pra avançar na historia, o titulo se mostra competente em tudo que tenta executar.

É um jogo cheio de tropeços, de fases repetitivas até o numero obsceno de itens necessários para avançar no jogo, mas existem contornos e compensações: As sessões no cyberespaço usa o setting de cenários anteriores? Elas são curtas o suficiente pra não serem problemas. Você precisa de 150 item pra completar as historia secundarias? você pode comprar tudo nos portais de pesca.

Então assim se dá o loop de gameplay de Frontiers, um jogo de zona aberta super satisfatório e mesmo que a exploração não seja tua praia, o jogo te estende a mão e facilita as coisas. Mas é engraçado pensar que Sonic realmente internaliza tendências de mercado e no caso de Frontiers, ele não só pega coisas como o mundo aberto, mas também é um jogo com uma narrativa sóbria e principalmente vem trabalhar os personagens e o próprio Sonic de forma que eu ainda não tinha visto na franquia: Persistência? Amor? Síndrome de impostor? tem tudo isso e mais um pouco, todos os bonecos são humanizados em algum nível.

E falar sobre humanidade é me fazer lembrar da boss fight final desse jogo, que além de ser algo totalmente fora de tom pra Sonic, é super corajosa em está presa na dificuldade difícil, o que... talvez tenha me surpreendido, tanto na sua apresentação quanto na execução, e nesse tópico eu não me prologarei, pois é o tipo de coisa que é especial o quanto menos você saber.

"Abandone a vida que você conhecia antes
Veja um novo mundo pelo qual vale a pena lutar
E ache a verdade de quem você deve se tornar
Um outro caminho que deve trilhar"

Em I'm Here, talvez tenhamos o que mais resume Sonic como franquia e Frontiers como jogo. Tendo em mente que Sonic se perde em sua essência no que vem se chamar de Meta Era (jogos que saíram de 2010 pra frente) que principalmente vinha com a ideia de emular outros jogos no mercado (vide Lost Worlds soar muito como Mario Galaxy) acabam saindo jogos ruins ou medíocres, e o problema não mora ai, mas em que Sonic ainda não tinha se encontrado. Se Frontiers é aonde Sonic quer ficar, eu estou totalmente vendido, eu aceito o que vier, em uma possível continuação dessa formula sendo melhor polida, teremos então um grande jogo em si (não apenas um bom Sonic).

No mais, é o jogo mais ambicioso da Sonic Team, aonde ela aposta as fichas e acerta em cheio, e por mais que seja um jogo que não se venda bem em trailers ou na primeira hora de jogo, vale a pena dar uma chance, é um jogo cheio de alma, e isso é o que faz Sonic especial.


Arguably one of the worst MegaTen games released in the past decade

this game's title claims that it is Kirby's dream land, but who decided it was his? I think the dream land should be owned by all

Omori

2020

Have no opinion towards this game but the song in the trailer has the whitest dude in the universe trying to pronounce the japanese word "oyasumi" and everytime I hear it I die a little more.

Um jogo muito velho, deveras arcaico e obtuso em vários de seus aspectos. Jogá-lo é na maioria das vezes um exercício entre o stress e o tédio, tendo que navegar por sistemas que, pelo que leio, eram arcaicos até para a época (quase 30 anos atrás); além disso, existem momentos em que o jogo tenta abertamente te sacanear: esses, que achei divertidos, tanto serviram para mostrar que a maioria das partes chatas são ignorância, e não maldade, por parte dos desenvolvedores, e também, de certa forma sádica, me fizeram aceitar com mais facilidade que, se era com esse tipo de coisa que eu teria que lidar, então melhor levar na amizade.

Mas… no fim de tudo, é inegável: esse jogo tem ALMA. Os personagens principais são crianças em branco, self-inserts de cartolina que só servem de mecanismo narrativo; todo o resto, porém, atinge um nervo muito específico entre delírio febril, pesadelos, alucinações de psicodélicos e a memória confusa da infância. Certos momentos souberam ser verdadeiramente emocionantes (o final, em especial) mesmo com personagens mal-elaborados ou diálogo simples - uma artimanha da atmosfera colossal e o senso de jornada que o jogo sabe passar.
Earthbound é muitas vezes falho, mas é o tipo de obra que possui uma energia especial inegável, uma soma de qualidades que não são encontradas em nenhum outro lugar, capaz de provocar diversas emoções inesperadas apesar de sua camada modesta. Genuinamente engraçado quando não se leva a sério, e surpreendentemente carregado de sentimento quando o deseja, esse é um jogo que queria tanto ter jogado quando era criança, pois tenho certeza que ele teria se cravado dentro das profundezas da minha psique, para nunca ser esquecido.