Depois de muito me decepcionar com os jogos da atual geração, tomei uma decisão: VOU BAIXAR MEU BACKLOG. Comecei por esse título e não me arrependi nem um segundo. Explico.

O que chama a atenção aqui, inicialmente, é a escolha da Square por não usar CGs para as cenas mais importantes do game, como era praxe naquela época: aproveitando-se do fato de que o título tirava o máximo do hardware limitado do PS1, as cutscenes eram processadas em tempo real.

A gameplay explora um estilo tático bastante experimental e instigante, sendo o maior desafio descobrir e explorar as fraquezas de cada inimigo, combinando equipamentos coletados durante a exploração.

O desenvolvimento é bastante linear e o cenário revolve à cidade de Leá Monde, onde exploramos calabouços, suas ruas, uma parte subterrânea e outros locais. Mas isso não impede a exploração: há um balanço entre as limitações das áreas e a possibilidade de vasculhar cada canto.

A lore, como característica do diretor Yasumi Matsuno (FF tactics, FFXII), envolve tramas políticas e segredos do alto do Clero, além de traições e reviravoltas - não há mocinhos, tampouco alívio cômico.

Por seu turno, a trilha sonora tem destaque especial, tendo uma estética bastante característica, que flerta com o místico, cuja identidade veio a se tornar intrínseca a todos os títulos que exploram o mundo de Ivalice, o que se espalha também pelo design dos personagens e mapas.

As mecânicas, no geral, envelheceram muito bem, com exceção da troca de equipamentos, que, apesar de necessária constantemente, é truncada, sendo o maior defeito desse título, por outro lado, a falta de continuação.

Uma maravilha da perspectiva técnica. A história é o que se espera de uma mídia envolvendo super-heróis Marvel, não inova em nada, porém funciona. As mecânicas de mundo aberto estilo Ubisoft têm me incomodado bastante (e aqui não foi diferente.

A versão definitiva desse título. A única coisa que me incomodava era a progressão dos personagens, que não tinha distinção. Com o Zodiac Job System, tudo melhorou. Talvez o melhor remaster já feito, ao lado de Metroid Prime (não confundir com remake).

Confesso que na época não foi um dos meus títulos favoritos. Mas o tempo te inocentou, FFXII. É Star Wars por todos os lados. Os gráficos com certeza são os mais lindos do PS2. A gameplay estava muito a frente do tempo dele. Creio que tão somente o sistema de progressão deixava um pouco a desejar, posto que, ao final da aventura, todos os personagens podiam usar qualquer equipamento ou magia, tornando a experiência bastante fácil. O gambit system, por seu turno, é uma das coisas mais impressionantes para a época, ao transformar o jogador em uma espécie de programador de comandos if/else.

Um bom game, se você aceitá-lo pelo que ele é.

O jogo da minha vida, chego a ficar emocionado ao falar dele. Aqui a Square fez algo mágico. Ganhei meu PS2 no ano de 2004 e, acreditem, não existia NADA como esse título, naquela época. Os gráficos (que seguram até hoje), a história, os personagens, os locais. A era de ouro da Square Soft acabou com um bang.

Estou impactado até hoje. Que experiência ao mesmo tempo avassaladora, fascinante e viajante.

Um espetáculo de game. A arte é fora de série, os personagens extremamente cativantes. A história, um pastelão que a gente ama. Em sua grande maioria, RPGs de turno não têm conseguido me prender, talvez seja um gênero afetado, em grande parte, pelo fator nostalgia. DQXI, por sua vez, consegue se desvencilhar dessas amarras e modernizar o gênero. Apenas dois aspectos me incomodaram um pouco (mas não ofuscam a experiência): a trilha sonora repetitiva e sexualização excessiva das personagens femininas, principalmente da Jade. Sexualizem também os masculinos, Square, por favor. Ou nenhum gênero.

Talvez o título mais injustiçado da história dos games. Days Gone não reinventa o mundo aberto ou o zombie shooter, mas traz uma lore muito envolvente e personagens que, em sua maioria, são cativantes. Esse game, aliás, me fez refletir bastante acerca dos reviews de grandes canais, pois é fato notório e consenso entre todos os que finalizaram esse game que a história demora MUITO para engrenar. Assim, o que parece é que grandes canais como IGN e GAMESPOT não jogaram o game inteiro, porquanto suas análises parecem mais relacionadas até determinado patamar da experiência. Será que é isso o que acontece em todos ou em parte dos artigos publicados?

Apesar de não trazer muitas inovações, quando comparado com o primeiro, com exceção do escopo maior, Dark Souls II ainda sim entrega muito. Apesar de a última boss ser um pouco decepcionante, confesso que o Fume Knight foi um dos maiores desafios que já enfrentei em um video game. Me criou um trauma.

O jogo que quebrou convenções narrativas, de gameplay e de tendências de mercado. Iniciou um novo gênero, quando todos pensávamos que já havia uma hegemonia perene quanto àqueles já estabelecidos. Há algo hipnotizante sobre o jeito FromSoftware de produzir e contar histórias, com certeza um clássico instantâneo.

Penso que esse jogo não fez jus ao hype recebido ao longo dos anos (e isso não se deve aos bugs e aos problemas de performance). Não inova em muita coisa, a história, apesar de envolvente, também não quebra paradigmas ou convenções narrativas, como se esperava.

Pra quem gosta do lúdico e do abstrato, um prato cheio. A gameplay é realmente o ponto alto desse game, ao lado dos visuais. A versão de PS4, que joguei, sofre um pouco com a performance, o que já vi ter sido bastante melhorado na versão de PS5, que, embora tenha jogado algumas partes, não finalizei novamente. A lore é confusa e deixa abertura para diversas interpretações, desde as mais racionais, às conspiracionistas ou abstratas. E essa é exatamente a proposta do título.