Walton Simmons: You take another step forward, and here am I again, like your own reflection repeated in a hall of mirrors.

JC Denton: That makes me one ugly son-of-a-bitch.

Acho que muita gente acaba esquecendo de mencionar o quanto que Deus Ex é engraçado. O jogo sabe brincar com a atuação meio deadpan do JC Denton, se valendo da certa inexperiência e até ingenuidade dele lá pra primeira metade do jogo pra criar situações bem divertidas! É algo que traz vida pra um roteiro um tanto que seco na maior parte do tempo.

Não que ser seco seja lá um problema. O jogo quer falar muitas coisas, e falar elas enquanto constrói uma trama cyberpunk maluca onde toda teoria da conspiração tem um fundinho de verdade (na época onde elas se limitavam a E.T.s e a MJ-12 e a seja lá o que diabos a FEMA fazia). É um jogo nerd, agressivamente nerd, de uma maneira bem charmosa e um tanto gen x que meio que acabou se perdendo um pouco no tempo.

Adoro como quase tudo em Deux Ex tem um certo propósito, como quase tudo que é introduzido na trama está ali pra explorar um conceito de ficção-cientifica e entender suas ramificações em um mundinho bem parecido com o nosso. Amo como esse jogo não tem medo de colocar os pingos nos is e apontar o dedo quando precisa, mas ainda te dá o espaço e respeita sua inteligência o suficiente pra deixar você tirar suas próprias conclusões. É um jogo esperto, sabe?

Mas nem é isso a coisa que eu mais gosto dele. Ele só realmente é meio que a garota dos olhos de ouro dos immersives sims. É um puro prazer jogar Deus Ex. Todo mapa é um playground, com uma reatividade as vezes até que um tanto que assustadora. Esse papo de solucionar todos os probleminhas que você encontra no caminho do seu objetivo do seu jeito, à sua maneira, não é um exagero. Algumas pessoas reclamam das missões mais pro final do jogo, que abandonam os ambientes urbanos e são um tanto que mais lineares narrativamente, mas elas não deixam de ser deliciosas. Posso jogar Ocean Lab uma dezena de vezes sem reclamar.

Talvez eu encontre algo parecido em System Shock 2 ou em algum outro clássico da Looking Glass. Talvez em Prey (2017) ou alguma outra coisa da Arkane. Mas até lá, vai ser difícil tirar o tema principal do Alexander Brandon da cabeça.

Virtua Fighter 3 foi o primeiro videogame de luta que eu joguei com uma certa regularidade. Não por algum apego particular ou por eu querer me dedicar a ele como um esport ou coisa assim (a Wikipédia diz que houve uma ressurgência meio surpreendente de 3tb em arcades japoneses mas não consegui confirmar). O motivo é até um tanto que old school. Um shopping que ficava no caminho de casa de alguns dos meus empregos tinha um gabinete gigante de Virtua Fighter 3. Completamente perdido no tempo. Uma verdadeira relíquia. Todo desbotado. Meio que lindo.

Sou jovem demais pra ter sido rata de fliperama. O que estamos falando aqui é um desses game centers meio deprimentes em que pais enfiam suas crianças enquanto vão fazer compras, sabe? Mas eu gostava de as vezes passar lá e jogar um pouquinho de Virtua Fighter 3. Era uma maneira gostosa de encerrar o dia. Eu aprendi a apreciar a simplicidade dos controles e eu gostava de como as lutas eram rápidas e cheias de energia. Eu chegava na Dural em poucos minutos em só uma fichinha ou duas, e ia pra casa satisfeita tomando sorvete. Eram tempos meio que até que bons, apesar de tudo.

A partir dessa semana, se tudo tiver dado certo, vou estar praticamente formada e por consequência vou me tornar oficialmente uma NEET. Vai a ser a primeira vez da minha vida que não vou estar trabalhando e/ou estudando (tirando um tempinho no auge da pandemia mas a gente ignora esse tipo de catástrofe global). Isso me deixa um tanto que ansiosa. O que eu vou fazer da minha vida até encontrar meu próximo emprego? Como lidar com essa ansiedade? Tem tantos hobbies que eu abri mão com o tempo, tantos projetinhos que eu posso pegar de novo e finalmente ousar terminar alguma coisa que eu comecei. Não ter alguma força maior pra te dar um norte pro seu dia-a-dia é complicado. Estou desacostumada. E a situação financeira não ajuda.

Pode parecer maluquice, mas eu gosto de trabalhar. E trabalhar fora de casa! Eu gosto de ter uma rotina, me estressar com chefe, de ver gente, de ter colegas de trabalho, de almoçar feijoada nas quartas-feiras. Ter um salário estável também é meio que ótimo. O transporte público as vezes pode ser meio brutal e desagradável de inúmeras maneiras, e alguns dos meus empregos podem ter sido genuinamente terríveis, mas nem sempre tudo era ruim. As vezes na volta pra casa eu jogava Virtua Fighter 3. Eu me sentia viva, mais viva do que isolada dentro de casa. Eram tempos meio que até que bons, as vezes. Apesar de tudo.

Em toda essa ansiedade eu meio que por coincidência entrei em uma leve obssessão com a Sega nessas últimas semanas. Obssessão que me fez relembrar e revisitar Virtua Fighter 3. Ou nesse caso, Virtua Fighter 3tb, que é um update que incorpora team battles e algumas outras mudancinhas. Particularmente prefiro o modo arcade tradicional, acho que as team battles roubam um pouco da tensão das lutas 1x1. Essa tensão é uma das coisas que eu mais gosto desse jogo, no final das contas. A música, os cenários paradisíacos, o brutal impacto dos golpes, tudo a favor pra criar um lindo duelo entre dois artistas-marciais. Artistas-marciais um tanto que sem graça, mas eu até que aprecio isso! Não consigo não olhar pro Akira e não achar uma graça o quanto que um Ryu genérico ele é!

Mas enfim, jogar essa versãozinha de Virtua Fighter 3tb pro Dreamcast me fez apreciar mais esses tempinhos que passei com a versão arcade do jogo original. Talvez eu até ame Virtua Fighter 3tb. Eu meio que adoro esse jogo. Talvez não tanto por ele em si, mas pelas experiências que eu tive com ele.

Ele era uma feijoada de quarta-feira pra mim, e eu aprecio tudo que me faça sentir viva.

esse jogo genuinamente fecha com um "Alan, wake up!" (¯▿¯)

meio q amo o último terço de Alan Wake. várias setpieces legais, com uma historinha q vai se tornando bem evocativa e cheia de ideias interessantes. o final é até q um tanto q corajoso, bem aberto e um tanto q abstrato, casando muito bem com os temas apresentados até então. a escuridão dentro de nós, o poder da arte e da criatividade, as expectativas q depositamos nas pessoas q a gente ama. me fez ruminar um pouquinho até, sabe? gosto disso.

mas chegar até lá envolve múltiplas horas lutando contra lenhadores das trevas em florestas escuras, um genuíno teste de paciência. Alan Wake é um videogame de sete horas q dura quase o dobro. é um mal dessa época em particular q é bem pervasivo aqui.

mas tudo bem. eu tenho bastante paciência! e ainda acredito q é um dos melhores entre as centenas de third person shooters lançados pro Xbox 360. acho q vale a pena ir atrás, talvez. consigo entender como a escrita dele pode ser insuportável pra alguns, mas sem dúvidas n é um jogo tão cínico ou pretensioso como algumas pessoas dizem ser.

podia brincar mais com suas inspirações com Twin Peaks tbm e saber ter mais momentos quietos. acho q seria mais próximo de algo q eu genuinamente adoraria! mais Mizzurna Falls e menos Deadly Premonition.

Eu acho que tenho jogado muita coisa fofa e agradável ultimamente. Preciso ir atrás de alguma coisa mais podre, fedida e ruim. Coisa malvada. Algo pra botar fogo no espírito, sabe? Não posso ficar mole assim não!

Quem tem paixão por esse jogo provavelmente ama ele por motivos bem parecidos que os meus, e quem acha ele uma baguncinha esquisita e travada tem meio que o direito de achar isso mesmo. Mas eu preciso firmar que Kattelox é um dos ambientes mais bem realizados que eu já vi em um videogame. Quase que uma Kamurochō em miniatura. Todas as casinhas, os prédiozinhos municipais, as pessoinhas. É tudo muito precioso.

É inevitável criar um certo apego, principalmente pela cidade reagir tanto ao MegaMan e suas ações. E é até meio que impressionante pra um joguinho tão modesto e remendado na silver tape como esse, onde muitas de suas ambições as vezes não parecem tão bem realizadas. E eu gosto desse tipo de coisa! Acho difícil não apreciar essa geração tão cheia de ideias, mas que tinha que sempre lidar com hardware limitado e tempos de desenvolvimento tão curtinhos.

E apesar do dungeon crawling as vezes meio entendiante e do combate bem travado, gosto muito das setpieces e dos chefes que o jogo taca pra cima de você. Nesses momentos o gameplay quase brilha! Quase. Mas é meio que o suficiente pra elevar um pouquinho mais o conjunto da obra.

Eu dou 5 ★ pra quase tudo. Não costumo pensar muito a respeito das minhas notas, e geralmente só questiono se há algum motivo pra eu não só tacar um 5 ★ de vez. Eu gosto muito de videogames! Mas nesse caso, teria alguns motivos. As dungeons poderiam ser mais vivas e terem menos inimigos irritantes, a historinha poderia ser um pouquinho mais bem amarrada, o gameplay um pouquinho mais lisinho. Pouquinha coisa mesmo.

Mas acho que nada disso importa tanto assim. Ainda adoro esse jogo, Kattelox e seus personagens! Fora que eu tenho bastante paciência com controles esquisitos de jogo 3D velho, o que dá uma ajudada.

Mal posso esperar pra jogar MegaMan Legends 2 e The Adventures of Tron Bonne! Se tiverem metade do charme aqui já vão valer a pena.

Eu amo o título japonês desse jogo, Knight & Baby. Acho que poucos jogos tem nomes que descrevem eles de uma maneira tão comicamente bem. Você controla um jovem cavaleiro chamado Knight, ao lado de um dragãozinho bebê chamado Baby! Simples assim! Tão simples como esse jogo.

Não entenda simples como algo negativo aqui. É justamente essa simplicidade um dos principais motivos pra eu amar esse joguinho. Lançado pouco tempo depois de Final Fantasy 7 e contemporâneo a tantos JRPGs ambiciosos pro PS1, é meio que uma carta de amor as raízes do gênero. Temos aqui mais um Dragon Quest like que um Final Fantasy like, saca? E ele aproveita isso pra brincar com vários clichês de uma maneira bem gostosa. Adoro como você vive tropeçando com grupos de aventureiros que seriam os protagonistas de inúmeros outros JRPGs, coletando gemas pra selar um mau além da compreensão humana ou talvez indo atrás do líder de um culto das trevas que busca dominar o mundo e essas paradas de praxe.

Sua quest é outra, porém. É claro que você vai acabar salvando o mundo uma hora ou outra e as gemas e o líder do culto do mal vão se tornar relevantes mais pra frente, mas a maior parte do jogo foca na pequena jornada do Knight para a Torre de Deus, lar da mãe do Baby. Ele precisa voltar pra casa! Simples assim!

É meio difícil colocar em palavras, mas acho que essa é a coisa mais cativante desse jogo pra mim. Essa simplicidade meio que deixa espaço pra Knight & Baby ter um coração muito grande. Seja na sua historinha, nos seus personagens, na sua música. Até no gameplay, onde manter uma boa relação com o Baby é essencial para os combates não se tornarem um pesadelo. Tudo tem tanta personalidade! Eu adoro a abertura desse jogo! Eu amo essa lindinha estética baseada em quadrinhos europeus (particularmente nas obras de Tove Jansson) que serve como base pro estilo geral de Knight & Baby. Muito doce, muito bonitinha.

Eu até gosto dos gráficos relativamente primitivos do jogo em si, principalmente pelo motivo deles serem um tanto que limitados. O mundo inteiro é renderizado em 3D, de uma maneira contínua. No começo não é tão impressionante, mas quando o Baby finalmente aprende a voar e você começa a cruzar os céus com ele, você pode ver todo o mundinho desse jogo como um pequeno diorama. Todas as cidadezinhas e as pessoinhas nelas. Você consegue dar uma volta completa ao redor do mundo. Tudo em tempo real. Um tanto que mágico, até. Ou pelo menos mágico se você só joga coisa velha como eu! Mas de qualquer forma, a música enquanto você viaja no céu é meio que bem maneira.

Eu poderia passar parágrafos elogiando Knight & Baby. Eu sou a fã número um desse joguinho aqui. Amo ele de paixão. Talvez não seja pra todo mundo, mas tenho certeza que ele tem chance de cativar muito mais gente por aí. Se duvidar cativou minha namorada nessa últimas semanas, o que eu não esperava!

Uma pena que a Tamsoft eventualmente se tornou uma máquina de fazer Onechanbara e Seran Kagura, mas tudo bem. Garotas de bikini fatiando milhares de zumbis também tem seu lugar.

vendo minha namorada jogar isso aqui nos últimos dias, sem colocar a mão no controle e sentir meus receptores de dopamina vibrarem toda vez q eu clicava na cara de um PM durante um shoot dogde, meio q me fez ter a certeza de q esse é um dos AAA mais racistas de todos os tempos.

ao menos na maioria dos jogos onde um protagonista norte-americano detona algum país de terceiro-mundo, ainda parece existir um certo esforço pra n pintar o lugar como um eterno inferno sobre a terra. existe um certo esforço para contratar gente q fala xangainês em Kane & Lynch 2, ao menos inventar um país fictício em Resident Evil 5 ou um monte de banana republics aleatórias nos Jagged Alliances, Far Cries e seus derivados.

ao menos a maioria dos protagonistas desses jogos n tratam constantemente o país onde estão como uma fossa séptica infestada de malária, pra depois meter um papo pau-mole autoconsciente sobre ser um salvador gringo em território latino-americano. autoconsciência no texto lixo desse jogo n faz lá muita diferença quando claramente nenhum brasileiro fez um proof-reading do roteiro ao menos pros diálogos em português parecerem algo q realmente sairia da boca de alguém. ao menos esses jogos n tem um roteiro do Dan Houser tentando fazer algum comentário real sobre militarização da segurança pública, corrupção ou violência no Brasil sem pesquisa ou vivência alguma. porra, até o Saci-pererê e o Curupira são vilificados aqui! maluquice!

só meio q odeio esse jogo mesmo. e até hj a melhor representação de São Paulo em um videogame é em Incidente em Varginha (1998) pra DOS durante a missão da Praça da Sé. esse sim é kino, viu.

existe algo de muito doce em Yoshi's Story. algo q vai além da sua estética bonitinha, da sua reputação como um "jogo conforto" ou um joguinho pra bebês. digo, meio q é pra bebês, mas é mais q isso tbm!

eu genuinamente amo a trilha sonora do Kazumi Totaka. ela consegue transmitir um adorável espiríto de aventura, com um leve e melancólico toquezinho de canção de ninar. ela n se sustenta tanto divorciada de seu jogo, mas se encaixa tão bem com toda a sua apresentação de livrinho de dobraduras e de todo resto do trabalho de som de Yoshi's Story. os barulhinhos dos Yoshies foi meio q um trabalho de mestre do Totaka, e hj em dia é muito difícil n imaginar a voz dele com o pitch no talo saindo de um desses carinhas no meio de um pulão. meio q arte!

eu gosto de como esse jogo é curtinho, incentivando o jogador a experimentar rotas diferentes e explorar os mapas ao máximo. muitas críticas da época apontavam a curta duração como um defeito, no comecinho da época em q críticos começaram a se preocupar demais com o "valor-hora" de um jogo. tenho opiniões bem fortes sobre esse tipo de coisa, mas é meio q óbvio pra mim q atender esse tipo de demanda nunca foi o objetivo aqui. Yoshi's Story é quase um livrinho de cabeceira, curtinho e acessível pra sempre q vc quiser tirar a cabeça do mundo por uns instantes antes de dormir. uma páginazinha pra uma noite um pouco mais feliz.

é um jogo doce, mas n completamente inofensivo. vc vai perder alguns Yoshies pelo caminho. criaturas do mal vão te descer o sarrafo. as frutas vão estar em lugares bem mais difíceis de alcançar do q vc imaginava.

mas o Yoshies vão viver felizes para sempre no final. e talvez eu tbm, um dia.

eu meio q sou uma zoomer mais "Classe de 2015" pra achar isso aqui particularmente engraçado. acho q talvez eu tbm tivesse q ser um pouco mais terminalmente online pra conseguir engajar com qualquer aspecto de Class of '09.

uma garota de anime saída diretamente do DevianArt dando uma de mean girl enquanto carrega um Sidekick da Sharp (q com certeza n é algo q qualquer adolescente nesse mundo realmente tenha usado) deve fazer alguém sentir alguma coisa. talvez dê uma risadinha, talvez sinta nostalgia. fica o questionamento pra quem tiver alguma resposta.

a dublagem realmente é boa, porém! dou esse crédito.

eu gosto de sempre manter um pouquinho de boa vontade quando eu começo a jogar alguma coisa pela primeira vez. acho q se a gente se deixa levar muito pela opinião alheia e já parte com a intenção de odiar seja lá o q estiver pela frente, a gente vai acabar tendo uma má experiência. a síndrome do Angry Videogame Nerd e o motivo de meio mundo odiar Simon's Quest e The Adventure of Link de cabo a rabo, saca?

o q já é frustrante se torna insuportável. problemas técnicos e uma apresentação mais atrapalhada já deixa um gosto azedo na boca de cara. tudo q o jogo tem a oferecer de pior se torna a única coisa q o jogo tem a oferecer. já é caixão e vela preta. n tem nada mais q possa salvar esse videogame.

acho q isso é algo q rola um pouco com Sonic Adventure. uma galera online já há quase 20 anos decidiu q a franquia teve uma transição complicada pro 3D e meio q isso se tornou fato. digo, realmente n foi lá a transição mais elegante do mundo se comparada a Ocarina of Time ou Super Mario 64, mas n deixa de ser uma experiência interessante. n deixa de ser um jogo com seus próprios méritos.

eu adoro Sonic Adventure, e fico muito feliz por ter dado uma chance para ele uns tempos atrás. os ports modernos roubam um pouco do charme dele, mas a versão original de Dreamcast é muito lindinha. os cenários paradisíacos, a densas florestas sul-americanas, os templos flutuantes e as gigantes naves aéras são cenários tão gostosos de simplesmente estar presente neles. juntos com a maravilhosa trilha sonora de Jun Senoue e companhia, este acaba q se tornando o jogo do Sonic com o melhor senso de espaço. o mundo realmente parece ser um lugar vivo, apesar de todas as plataformas flutuantes por aí.

e navegar por essas plataformas é divertido! a física do jogo é meio esquisita e um tanto q primitiva, mas eu acho q justamente por conta dessa primitividade q é meio q divertido brincar com ela. ela te fornece bem mais liberdade q muitos dos outros jogos modernos da franquia, e acaba sendo meio q impressionante como vc consegue impulsionar certos personagens pra praticamente o outro lado do mapa se vc souber o q está fazendo. meio q adoro isso.

e sabe outra coisa q eu adoro? as fases do Big the Cat. talvez eu seja doida, mas eu realmente acho q o jogo só faz um mal trabalho em tutorializar elas. depois q vc pega o jeito, dá pra pescar o Froggy em segundos, e depois nenhuma das fases dura mais do q vc quer q elas durem. meter um Sega Bass Fishing no meio do seu platformer 3D frenético é uma escolha um tanto q destoante, mas eu meio q gosto. acho charmoso.

outra coisa charmosa é a historinha aqui. ela é um tanto q boba e simples, mas eu gosto q ela consegue manter uma boa balança se levando a sério o suficiente para evitar se tornar uma paródia de si mesma, mas ainda evitando o melodrama desnecessário de alguns futuros jogos do Sonic. eu gosto dos pequenos arcos dos personagens. da Amy e do Tails se tornando mais independentes e tendo suas pequenas aventuras pessoais, do Gamma buscando salvar sua família e a si mesmo, do Knuckles lidando com o passado do seu povo. gosto como aos pouquinhos vc vai descobrindo mais sobre a Tikal e seu passado. é tudo coisa boa, coisa gostosinha. meio burra as vezes, mas tudo bem.

acho q muito do q eu disse aqui vale pra Sonic Adventure 2, apesar de eu n ter me conectado tanto com ele. eu n teria muito o q falar dele sem ficar fazendo comparações demais com o primeiro. mas eu amo o Shadow, meu ouriço bad boy favorito! eu adoro tudo relacionado a ele e a Maria. eu amo o Eggman explodindo a Lua e todo mundo tratando isso como se ele só tivesse colocado fogo em um ônibus ou coisa assim. eu amo esse cara agressivamente italiano q aparece do nada em uma cutscene! eu adoro o Sonic e o Tails invadindo a limousine do presidente dos Estados Unidos da América! só coisa boa tbm.

recomendo vc dar uma chance pra Sonic Adventure, se nunca tiver tocado nele antes. talvez acabe n sendo muito a sua vibe, mas eu diria pra vc ir de coração aberto e formar suas próprias opiniões sobre ele. pelo menos vc vai ter do q reclamar de primeira mão!

acho meio q maravilhosa a reação visceral q esse joguinho causa em muita gente nesse website e fora dele. talvez a autora faça alguns comentários q uma galerinha precise ouvir pra deixar de ser tão trouxa, por mais bobos q alguns deles possam ser.

talvez eu já esteja meio offline demais pra ir muito com a cara do humor desse manifestozinho, e eu n engaje muito com todo o conceito de "feminilidade" da autora. já tinha escrito sobre isso por aqui antes e tals. mas esse joguinho ainda traz questionamentos ainda estranhamente pouco populares pra maioria das pessoas q engajam com videogames de uma maneira ou de outra.

talvez a indústria seja um tanto q machista sim. talvez videogames possam ser mais ousados e n terem apenas violência como sua principal forma de interação com o mundo. talvez muita gente trate videogames como nada além de simples produtos comerciais pra serem consumidos e descartados logo em seguida.

n me entenda mal, talvez alguns jogos sejam apenas isso mesmo. mas honestamente, me deixa até um tanto q triste o tanto de gente q trata todo videogame como a porra do Microsoft Office ou do IntelliJ IDEA. um simples software desenvolvido com o único objetivo de ativar os receptores de dopamina do seu cérebro. e vejo muita gente tratando esse joguinho de twine aqui da mesma forma, algo q é claramente um projeto bem pessoal de alguém q só tem opiniões bem fortes sobre a mídia. opiniões inofensivas apresentadas de um jeito meio bobo e desengonçado, mas ainda meio q um tanto q radicais? pelo menos radicais pra uma galerinha por aí.

enfim, acho meio paia qualquer pessoa q reaja a Video Game Feminization Hypnosis só com raiva e desdém. acho meio tosco. meio cringe, até.

até pq n é lá muito difícil entender de onde essa raiva realmente vem tbm.

as vezes um coração aberto n é o suficiente. as vezes um jogo infelizmente só faz jus a sua reputação mesmo. o q é uma pena, pq apesar de tudo eu amo esse jogo.

ele é sem dúvidas uma das coisas mais lindas colocadas no Mega Drive. eu amo a água, os golfinhos, as lulas e as baleias. eu amo o pouco q vc pode ver da superfície, alheia a todos os perigos q te esperam no fundo do oceano. eu amo a estranha e serena hostilidade q permeia as profundezas. eu amo o Ecco, as estrelinhas q decoram a sua cabeça, e sua determinação para salvar sua família de aliens além da compreensão humana.

a versão de Sega CD, em particular, tem algumas das melhores músicas q já ouvi em um console da sua geração. são meio q no geral apenas trilhas ambientes, mas conseguem elevar a já maravilhosa apresentação do jogo pra outro nível. amo de paixão.

mas infelizmente, aqui temos meio q diversas decisões contraditórias de design. o Ecco n é lá a criaturinha mais responsiva do mundo, e um ritmo mais lento e metódico casaria muito bem com os puzzles de exploração do jogo. porém, os constantes inimigos e armadilhas, aliados ao terrível e brutal limite de tempo da respiração do Ecco, tornam a experiência extremamente hostil. esse golfinho n consegue ficar nem dois minutos debaixo da água, e como vc pode imaginar, meio q é onde vc vai passar o jogo inteiro. a versão de Sega CD tem até alguns checkpoints um pouquinho mais generosos, mas nada q realmente salve a experiência.

eu nem sou contra esse jogo ser hostil. eu acho q uma certa hostilidade é algo q Ecco the Dolphin precisa. ele é só um carinha enfrentando seres extra-dimensionais pelo tempo e espaço, no final das contas. mas meio q a única forma de progredir nesse jogo é decorando perfeitamente o cenário e conseguir navegar por ele com a precisão de um speedrunner. o q tipo, talvez eu só n seja gamer o suficiente pra isso, mas sei q n sou a única q passa por esse perrengue. e considerando q um dos designers já foi bem honesto sobre a origem dessa dificuldade, n consigo deixar de ficar um tanto q amarga com isso.

de qualquer forma, eu amo o Ecco. eu quero dar uma chance pros outros jogo com esse carinha, e espero q o Ed Annunziata consiga um dia financiar seus planos pra um sucessor espiritual da série.

essa é a música q toca em uma das fases finais, aliás. vc precisa jogar Welcome to the Machine pra crer.

queria ser do contra e gostar mais desse joguinho, mas infelizmente os gamers tão certos dessa vez.

pelo menos Topsy-Turvy tem esse spritezinho muito precioso do Yoshi.

uma anomalia meio q bem interessante. esse jogo é bem bonitinho, cheio de elementos visuais malucos e esquisitos e engajantes. tão malucos e esquisitos q é até meio q compreensível q esse jogo seja meio famoso por dar pesadelo em criancinha. e eu genuinamente amo isso nele.

alguns dos "sonhos" q o Leitão visita nesse jogo transbordam criatividade, e até alguns dos puzzles conseguem ser engajantes. alguns poucos, mas ainda assim quero dar esse crédito pra ele.

mas assim, ainda é um jogo licenciado de considerável baixo orçamento, publicado por uma subsidiária C da Take-Two. e ele toma algumas decisões ousadas mas bem infelizes de design. ainda n acredito q uma porta mágica malvada ia me fazer farmar 120 cookies pra eu desbloquear a única careta q poderia derrotar ela no clone de Simon's Says q se passa pelo "combate" de Piglet's Big Game. fiquei até brava.

esse talvez seria um dos meus jogos favoritos de todos os tempos se ele tivesse só um terço da sua duração, e ele seguisse o seu coração e fugisse ainda mais das convenções do gênero. e tivesse menos telas de loading. e uma tela de título com um pouco mais de dignidade.

queria aproveitar o finalzinho disso aqui pra comentar q as ilustrações do Leitão feitas pelo E.H. Shepard são muito preciosas.

adoro como todos os aspectos desse jogo transmitem uma sensação de inexperiência e experimentação, com desenvolvedores ainda n muito familiarizados com 3D tentando lidar com o hardware ainda um tanto q alien do Nintendo 64. é meio q lindo, e amo esse jogo de paixão. só talvez seja meio quebradinho demais as vezes e tenha chefes insuportáveis. mas tudo bem. eu desculpo ele.

destaque vai para a trilha sonora da Jun Chikuma. ela meio q consegue elevar todo jogo do Bomberman em q ela foi compositora, mas nesse aqui o trabalho dela está em outro nível. acho q Redial vai ficar pra sempre na minha cabeça. simplesmente maravilhosa.

sabe, é interessante pegar esse jogo aqui depois de todo o papo ao redor dele ter dado uma reacendida após ele ter sido delistado pela 2k. The Line é bem único, e gosto muito de falar sobre ele. eu gosto até de ouvir outras pessoa falarem sobre ele! olha só q maluquice.

esse jogo n merece ser apagado da existência. n tem muito o q eu possa falar dele q n tenha sido dito um milhão de vezes, por bem ou por mal. talvez esse jogo tente me fazer sentir culpada por matar soldados americanos um tanto q demais as vezes, o q é meio cringe. talvez o gameplay dele seja formulaico demais, e não case muito bem com o tipo de história contada aqui ou com a crítica q ele quer fazer dos seus contemporâneos.

mas acho q o q mais me suprendeu nele, após recentemente ter aguentado algumas horas de alguns outros third person shooters da época, é como esse jogo é meio q bem escrito. os diálogos tem uma vibe até q um tanto q naturalista, q funcionam muito bem com o ótimo trabalho do cast. acho q esse é um dos pontos mais fortes desse jogo, e foi uma das principais coisas q me fizeram continuar jogando The Line.

a historinha aqui realmente tenta ser o Heart of Darkness dos videogames. e talvez até consiga. em partes. um pouquinho. pra época do seu lançamento, sem dúvidas foi. uma pena q algumas das cenas mais ousadas e visualmente interessantes fiquem mais relegadas a reta final do jogo, mas eu defendo q The Line faz um bom trabalho em contar sua história de uma maneira visualmente engajante. videogames hj em dia tentam tanto imitar cinema, mas na maioria das vezes fazem isso de uma maneira bem medíocre. é bom ver um pouquinho mais de esforço e ousadia aqui.

esse jogo genuinamente n merece ser apagado da existência. todo o discurso ao redor dele n merece morrer pq uma distribuidora n quer renovar um contrato imbecil. o trabalho e a arte de mais de 600 pessoas n merece sumir do mapa da noite pro dia. se vc tiver interesse, n é lá muito difícil encontrar ele por aí. talvez vc encontre algo pra apreciar nele, e mantenha a chama dele viva por mais um tempinho.