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mais um pedacinho do céu pra mim.

Uma guerra de interesses que rasteja sob o amor, o odio, a raiva, a tristeza, a dor, o medo, a tristeza e o fim... Esse mundo merece mais, nós merecemos mais, coma a cobra.

Persona 3 Reload é uma tentativa de atualização de linguagem de um dos mais clássicos RPGs do PS2, após o sucesso explosivo de Persona 5 viu-se uma demanda enorme por um remake do terceiro título da série, e aqui estamos, eu já havia jogado uma das versões do Persona 3 então o Reload soa muito mais pra mim como uma revisita do que como uma experiência nova.
Persona 3 foi revolucionário dentro da sua franquia por sua fórmula, algo que por mais que ainda não polida te entregava a experiência de ser um aluno do ensino médio do Japão ao mesmo tempo que você lutava para salvar o mundo como um típico RPG, tudo isso se propunha a girar em torno do sistema social que posteriormente nos outros títulos chegaram a um equilíbrio em que você focar na sua vida como estudante era diretamente conectado a sua evolução como um lutador,
e ele era quase que uma transposição perfeita de um tema sobre seus laços sociais serem sua força, na versão Reload no entanto eles optaram por manter muito da versão arcaica da fórmula de P3, e embora influencie sim na criação de criaturas, ainda assim é seco comparado ao que a franquia veio a se tornar, isso além de sistemas sociais pode ser aplicado na própria Dungeon do jogo, que embora tenha tido adições se comparada a sua versão original, ela funciona de forma muito semelhante e desnecessariamente massante, mudanças mínimas que o time já havia se mostrado capaz de fazer ajudariam na sensação de desbravar o Tartaros, mas o que realmente chega a dar um ar novo é o sistema de combate em muito pego de Persona 5, o que não é um problema, embora como dito antes, a carência de uma densidade sistêmica maior faz com que o combate do jogo seja uma versão lavada daquele combate, ainda continua muito prazeroso e dinâmico, mas por ter encontros fáceis demais, unido a uma dungeon enorme e repetitiva isso não faz com que o combate brilhe tanto quanto poderia e quanto já mostrou brilhar.
Entretanto, não são apenas mazelas, o remake adiciona interações novas com sua party que fazem o jogador criar uma empatia muito maior por cada membro, e eu que já conhecia os personagens e não via nada demais neles, acabei por entender cada um deles, e ver que o jogo tem uma maturidade muito grande na relação do cast, coisa que vinha me incomodando com a franquia, mais que personagens carismáticos com histórias interessantes, agora eles realmente parecem amigos além da relação com o protagonista, você vê a relação entre eles gradualmente evoluir e desabrochar, e em um jogo que carrega consigo a mensagem de aproveitar suas conexões e seus laços sociais, isso é muito importante e senti que isso foi o ponto alto de Reload para mim, entretanto com as pessoas fora da party a história é bem diferente, isso indo de dois ângulos, eu não acho o arco da maioria dos social links interessante isso se dá pra chamar alguns deles de arco, e outro é que o sistema do jogo para tua interação com eles é baseado em um quiz que em muitas vezes faz você parecer o maior inimigo daquela pessoa e quer que ela tome as piores escolhas da vida dela, e isso é outra coisa que muito facilmente poderia ter sido adaptado para essa nova versão da obra.
Embora as interações novas sejam algo muito bem vindo, está longe de ser perfeito pois a forma que a narrativa é estruturada cria vários vácuos que fazem com que acompanhar ela seja muito pouco engajante durante 2/3 do jogo, e essa parte final mostra muito isso, pois parece que todos os acontecimentos chave são direcionados para os últimos 3 meses, e não atoa é lá que a narrativa mostra um brilho temático muito grande, você sente o peso desse ano que você passou e do fato de ter tido e perdido coisas, e de que cada vínculo que você formou terá um fim inevitável, e a partir daqui você compreende, que perder e ter são duas faces da mesma moeda, o finito, o imperfeito, a efemeridade é o que mostra o quão incalculável é o valor de uma vida, e felizmente Persona 3 tem noção disso, por isso termina, e no fim ao olhar para trás, eu sinto satisfação. o Reload poderia ter sido maior, mas Persona 3 continua suficiente.

A história me comeu vivo

Em busca dos segredos do universo lutei contra a inevitabilidade do fim, e assando marshmallows eu percebi que perdi, que bom que eu perdi.

Uma ode ao ser humano e suas perfeitas imperfeições, e uma carta de amor ao mundo em que vivemos.

Embora a narrativa seja pouco cativante, com uma progressão que te deixa apatíco e se questionando se o jogo esta mesmo avançando em algo por falta de um melhor direcionamento narrativo e o jogo careça de um(a) protagonista mais presente e que englobe os temas e coloque seu arco na frente da narrativa de forma mais tematica e acessivel, mas ainda assim as coisas ainda são estranhamente bem escritas e bem dirigidas com picos onde voce ve bastante alma naquela historia, e principalmente nesse mundo que exala personalidade, me fazendo ficar até emotivo no final, apesar de eu não chorar como eu esperaria de um Final Fantasy. entretanto, tudo em relação a sistemas do jogo é divino, tornando o combate em basicamente um jogo de estrategia em tempo real com uma profundidade de possibilidade que eu nem me atrevo a tentar destrinchar, em questões sistemicas de um RPG ele deve ser o mais profundo que eu joguei, e sem falar de outras partes do jogo que fazem voce se questionar se isso era realmente possivel no ps2, e em um final fantasy singleplayer ele tem de longe as melhores dungeons em um nivel que eu nunca esperei que a franquia tivesse, ele ao seu proprio modo é um dos jogos mais unicos e especiais que eu já joguei, apesar de sim faltar a alma que eu esperaria de um dos melhores Final Fantasy, mas é sem duvidas o melhor Star Wars.

Não se faz um Chrono Trigger por acidente, mas tudo nesse jogo soa como um grande acaso. Em resumo, o jogo alcança uma excelência que pouco se vê dentro dessa mídia, cada área tá calibrada, e a junção de todos os elementos rende um espetáculo.

Esse é um daqueles bastiões da midia que não deve faltar no cânone de quem quer entender videogames, e bem, indo nessa pegada de ser um jogo indispensável até o presente momento eu tinha um certo preconceito com esse jogo pois quando me vendiam a ideia era sempre recorrente um ponto "a historia não é nada demais, é bem simples".

De certo modo, não é errado pensar isso, mas a complexidade da mensagem por trás de Chrono Trigger está ligada a subjetividade de quem joga. A narrativa claramente quer te dizer algo, mas pode passar despercebida por tamanha qualidade em outros aspectos ou você tá ocupado demais ministrando uma barra, mas o ponto é: Chrono Trigger pode não ser apenas um jogo de historia simples.

Existe um roteiro muito consistente aqui, e toda a complexidade está em você (não irei elaborar dessa vez, entender o que esse jogo pode significar é parte do processo, serio, é bem divertido). No mais, jogos como Chrono Trigger não são feitos por acidente, mas definitivamente soa como um milagre.

"Fui feito por mãos humanas, mas não sou diferente dos outros, viver é bom"

Eu vou guardar isso comigo, Robô.

"Vamos deixar que o vento decida o nosso proximo destino"

O que esse jogo faz em termos de game design, criatividade, escala e evolução é absurdo e ofusca qualquer problema que eu tenha encontrado. Ele pega a base sólida de Breath of the Wild e vai MUITO além. Entrega set pieces memoráveis, uma história decente, chefes criativos e também coroa tudo com o melhor final da franquia. E tudo isso enquanto ainda mostra uma completa BRUXARIA em termos técnicos. Tenho até medo de imaginar como foi fazer a programação desse jogo e fazer tudo rodar minimamente bem no hardware do Switch (que, convenhamos, é uma torradeira).

Tears of the Kingdom é um daqueles jogos raros. Ele é especial. É uma obra-prima. E entre diversas outras obras-primas que iluminam essa indústria, se mostra uma conquista gigantesca de Aonuma, Fujibayashi e todos os malucos da Nintendo que tiveram a coragem de executar isso aqui. Afirmo sem receio algum que demorará um bocado para vermos algo do mesmo calibre na franquia e, por consequência, em qualquer estúdio.

Resident Evil 4 é um jogo especial para mim, joguei quando muito jovem e a sensação de terminar o jogo foi que consegui superar meus medos e me superar, por assim dizer, embora exista todo um imaginário de que o 4 se desfazia do terror da franquia, quando criança eu não poderia discordar mais, e passou o tempo e embora o original não tenha perdido em significado para mim, ele não se alinha ao tipo de jogo que hoje em dia eu prefiro, então eu sem expectativas fui fisgado pelo remake por um sentimento que eu detesto e fujo sempre que possível, a nostalgia, contudo assim como o 4 original, ele marca lugar como algo a mais que sustos e diversão.

Não sei se foi um erro de alguém, mas nas descrições de dificuldade de RE4R fala que o modo intenso foi criado para quem já experienciou o original, e bem, eu experienciei, então vou seguir a recomendação, e MEU DEUS, não, de forma alguma, o modo intenso é bem mais difícil que o modo difícil do original, e isso transformou um jogo que normalmente eu terminaria em 12 horas em mais de 30, eu tinha que mestrar cada seção caso eu quisesse passar por ela, então o jogo acabou me exigindo muito mais do que eu inicialmente tinha para oferecer, e com o tempo eu fui percebendo que não era oque eu queria, mas sim oque eu precisava, eu avançava como no original, com medo da próxima criatura medonha que eu teria que enfrentar, embora eu soubesse da maioria dos encontros, o próximo poderia ser o definitivo e por eu não ser bom nesse tipo de jogo, a cada vez que eu ficava preso eu tinha que me manter calmo e melhorar enquanto me policiava porque se eu conseguisse passar e não desistisse do jogo nessa seção, pois utilizei toda a minha munição, a minha felicidade só duraria até o próximo encontro, onde eu me colocaria em uma armadilha que poderia ser a última, o jogo inteiro foi essa exata mesma sensação, um medo constante de que em algum momento eu desista por não conseguir sobreviver, e isso frenquentemente me trazia uma imagem de quando eu venci o original, e essa emoção de terminar o Resident Evil 4 pela primeira vez foi o que almejei. O jogo utiliza do núcleo de ideias do original e transpõe para cá, não simplesmente atualizando, mas resinificando várias seções, isso faz com que ele não se venda como um substituto do original, mas uma espécie de complemento e tributo ao legado de um dos jogos mais importantes e revolucionários já feito, enquanto eu jogava eu não só gostava mais do Remake, mas comecei a admirar ainda mais o original como obra, o jogo que definiu parte da indústria e também parte da minha vida, volta mostrando como sua alma continua intacta e imaculada.

O melhor remake já feito. Superaram o original em todos os aspectos, tem o melhor combate da franquia aliado de um ótimo level design. Fizeram o trabalho fantástico com os personagens, principalmente com a Ashley, que rouba todas as cenas que está presente. Infelizmente o jogo ainda tem uma grande queda na qualidade quando chega na ilha, mas diferente do original o jogo ainda continua muito bom até o fim.

Pra inicio de conversa, eu não tenho nenhuma ligação afetiva enquanto as jogos originais de PlayStaition 1, e mesmo assim ainda achei jogo bem qualquer coisa.

Acho que o maior problema desse jogo é vir no vacuo de um dos jogos usados como um bom remake dentro da indústria, e principalmente, expectativas. Já que eu não tenho ligação com o original, o que exatamente afetou negativamente a minha experiência?

Não existe nada de survivor e muito menos de horror dentro desse jogo, jogando no padrão, pude perceber que o combate é muito trivial o que faz os encontros do jogo sejam só um obstáculo do ponto A ao B (diferente do tempero que era em RE2R, por vezes me encontrava aterrorizado a cada encontro dentro das sessões de exploração).

Nemesis é uma piada de muito mau gosto, como perseguidor ele mais me entediava do que me dava pressão, todas as sessões de perseguição me revirava os olhos, pois já era mais uma parte aonde eu teria que correr por um corredor enquanto um lunático ficava pulando igual maluco por ai. O character design é incrível, e é o que mais me deixa frustrado pelo potencial perdido.

Mas apesar de todas as criticas que tenho a RE3, eu surpreendentemente me diverti com ele, e certo, muito das coisas que me prenderam não são meritos desse jogo, mas sim de RE2R que definiu o tom para essa sequencia de remakes.

É um jogo que tropeça no amontoado de erros, mas ai0nda é charmoso o suficiente pra se dar um atenção.