Bio
escrevo sobre games as vezes
Personal Ratings
1★
5★

Badges


Roadtrip

Voted for at least 3 features on the roadmap

3 Years of Service

Being part of the Backloggd community for 3 years

Favorite Games

Yakuza 0
Yakuza 0
Donkey Kong Country
Donkey Kong Country
Dark Souls
Dark Souls
Hades
Hades
Sonic the Hedgehog
Sonic the Hedgehog

095

Total Games Played

005

Played in 2024

000

Games Backloggd


Recently Played See More

Monster Hunter Rise
Monster Hunter Rise

Apr 20

Persona 3 Reload
Persona 3 Reload

Mar 24

Balatro
Balatro

Mar 15

Yakuza: Like a Dragon
Yakuza: Like a Dragon

Jan 25

My House
My House

Jan 18

Recently Reviewed See More

Antes mesmo de a Jamaica exportar o reggae de Bob Marley para o resto do mundo, ela deu origem a uma cultura musical incrível: os paredões de som, estruturas gigantescas com potentes alto-falantes que permitiam que DJs e MCs travassem épicas batalhas pelo domínio sonoro da região. Do Caribe, essa cultura viajou para o mundo, ajudando a dar nos EUA o pontapé inicial para o hip hop; aqui no Brasil, se enroscou ao reggae do Maranhão, às aparelhagens do Pará e até aos bailes funks do Sudeste, muitas vezes em sistemas de som automotivos potentes. Agora, com a ajuda dos youtubers, ela chegou aos videogames.

Pode parecer uma ideia engraçada apenas para um nicho, mas recentemente, essa onda furou sua pequena bolha e se espalhou pelas redes sociais com um vídeo surpreendente: inimigos no universo Marvel, Thanos e Hulk se unem a Shrek e a princesa Elsa, de Frozen, numa festa na praia. Junto deles, a Mulher-Maravilha e Michael Jackson, todos em versões 3D, dançam uma versão em forró de “They Don’t Care About Us”, hit de 1995 do cantor, executada a partir dos altos-falantes de um carro com a placa brasileiríssima “PASSAZAP”. Para completar a cena, o Homem-Aranha sobe numa lixeira para dançar, enquanto é possível ver uma van amarela do Sedex ao fundo.


Com 1,5 milhão de visualizações, a produção, uma versão virtual de uma Carreta Furacão, viralizou. E era óbvio que a delirante combinação não era obra de nenhum roteirista hollywoodiano, mas sim de um brasileiro que resolveu dar o seu toque pessoal a Grand Theft Auto V (GTA V). Lançado em 2013, o jogo da Rockstar já vendeu mais de 100 milhões de cópias e tem um modo online que, além de interessados em golpes e missões, também atrai quem quer criar sua própria realidade – especialmente se for com o grave batendo forte.

“Eu sempre fiz modificações no GTA, desde o GTA San Andreas [versão do game lançada em 2004]. Instalava uns carros brasileiros com som, rebaixava e ficava só passando o tempo com isso por diversão mesmo”, diz Gabriel Souza, que prefere ser chamado de “Gabriel do Zap”. “Um dia vi um GIF do Hulk dançando no Twitter e não parei de pensar naquilo. E se eu fizesse algo ainda melhor no estilo brasileiro?.”

Souza, claro, não é o único produzindo material do tipo. É possível encontrar no YouTube muitos vídeos brasileiros de paredões de som criados dentro do GTA - eventualmente, esse material também acaba no Twitter e no Facebook. No jogo, como na vida real, o que atrai o público é o tamanho da estrutura sonora: porta-malas de carros populares, reboques que desafiam a gravidade e caminhões inteiros de alto-falantes.

Os vídeos chegam a milhões de visualizações e se dividem informalmente em duas categorias. A primeira são os videoclipes, no quais os carros de som servem de pano de fundo para hits de artistas como Aldair Playboy e Devinho Novaes. A outra são os vídeos focados no roleplay, nos quais os jogadores encarnam personagens e simulam situações, como encontros de carros de som. Um exemplo da segunda categoria é uma verdadeira obra de arte pós-moderna – ou uma salada cultural: “Neymar de Hilux com Paredão foi abordado pela PM”.

https://link.estadao.com.br/noticias/cultura-digital,como-o-brasil-levou-o-paredao-de-som-para-dentro-dos-games,70002830172

Em junho deste ano, SpongeBob: Battle for Bikini Bottom, jogo do personagem Bob Esponja do começo dos anos 2000, recebeu um remake, Rehydrated. Em uma indústria dominada por recriações, Rehydrated é a história de um projeto motivado não só pela nostalgia por um mundo mais fácil antes de pandemias e crises econômicas, mas também por um esforço coletivo da comunidade speedrunner de resgatar um videogame esquecido e transformá-lo em clássico cult.

No site speedrun.com, principal base de dados da categoria de gamers dedicada a terminar jogos o mais rápido possível, Rehydrated só perde atualmente para Super Mario 64 na lista de mais populares, enquanto a versão original de Battle for Bikini Bottom está no patamar de clássicos absolutos da modalidade, como Super Mario Bros e Ocarina of Time.

https://www.uol.com.br/start/ultimas-noticias/2020/07/12/remake-bob-esponja-ps2.htm

“100% atualizado, é ruim de aturar. Bomba Patch virou moda todo mundo quer jogar”. No auge do PlayStation 2, esse som era onipresente. Não tinha competição: o Bomba Patch era maior que FIFA e Winning Eleven. O mod de futebol, inicialmente baseado no Winning Eleven 10, conseguiu juntar a paixão pelo esporte com os games do jeito mais brasileiro possível.

Não foi só a inclusão dos times nacionais que fez o patch ser sucesso. Antes das empresas estrangeiras investirem no país, esses mods semi-amadores já tinham o elenco, o estádio, as bandeiras e até os gritos das torcidas. A narração vinha das mesmas vozes da televisão e a trilha sonora trocava o indie britânico por funk e canções do poeta Chorão. Nem os glitches frequentes e os "stats" questionáveis que igualavam os jogadores do Brasileirão aos ídolos europeus abalavam essa identificação. A disponibilidade também era um fator importante, se não o mais influente nessa popularidade. Se o preço dos games oficiais equivaliam a boa parte de um salário mínimo, o Bomba Patch estava disponível por valores módicos em quase todo camelô do país.

Pela própria questão da pirataria, é difícil quantificar em números o sucesso do patch, mas não é uma estimativa irreal dizer que é o jogo não-oficial brasileiro mais bem sucedido. Ainda assim, o game é relegado a uma espécie de informalidade, um lado B da história dos games.

https://www.vice.com/pt/article/qvngj5/bomba-patch-historia-futebol-videogame