No More Heroes conta a bizarra jornada de Travis Touchdown para matar os maiores assassinos do país e se tornar o número 1 no ranking nacional. Pra mim seu aspecto mais memorável é que o jogo sabe o que é, um que joga sutileza pela janela e presenteia de jeito pomposo seus temas e ideias, representadas principalmente pela montanha-russa de personagens excêntricos que compõem os dez assassinos acima de Travis.

Entre esses encontros, no entanto, há um processo repetitivo de exploração e interação com a cidade de Santa Destroy, onde o jogador deve ganhar dinheiro de diversas maneiras para desbloquear as fases seguintes. O overworld, por mais tedioso que seja as vezes, reforça a temática "punk" do jogo: Não tenho a cara de pau de dizer que Santa Destroy não é nada além de um inferno em todos os aspectos, mas entendo que essa é a ideia mesmo. A melhor parte desses intervalos são os minigames de trabalhos que são adicionados a cada nível, são uma boa distração e funcionam bem pra esfriar a cabeça entre uma matança e outra.

Apesar disso, é um jogo com altos e baixos (mais altos do que baixos), cheio de estilo e atitude como nunca vi igual. Talvez seja porque nunca joguei um jogo do Suda51 antes desse, mas me tornei um fã do cara.

PSA: Se forem jogar, recomendaria a versão do Switch ou a do Wii. Joguei a versão do PC e tive alguns problemas com a mudança de resolução e o jogo crashou uma ou duas vezes comigo, mas acima de qualquer problema técnico senti que o combate (E os minigames) perde muito do seu charme sem os motion controls. Tirei meia estrela da minha pontuação por causa disso, e planejo jogar as sequels no Switch.

Anos depois de jogar o primeiro Metroid Prime, jogar a sua sequência me faz perceber a maestria na ambientação e level design que a Retro Studios tem com essa série. Prime 2 é a experiência mais diferente que Samus já teve até agora, longe de Ridley, Mother Brain e outras caras famosas da série - os próprios Metroids aparecem sem cerimônia em três ou quatro salas diferentes.
Ao invés disso, Samus desdobra os mistérios do Aether, um planeta que é dividido em duas dimensões, Dark e Light. Vou ser o primeiro a dizer que não é lá o setting mais criativo (A própria Nintendo tem uma tara com "Light x Dark"), mas é a maneira com que o Dark World encaixa no mundo e na progressão do jogo que o diferencia dos demais. Meu maior problema com essa premissa é que a transição entre os dois mundos dispara uma cutscene, que embora não atrapalhe bastante no começo, é um pace-breaker no final do jogo, onde é preciso coletar 9 chaves espalhadas pelo mundo (Como no primeiro jogo). Entendo que a cutscene está lá pra disfarçar um load time, e que é um problema que não pode ser resolvido, e admito que isso é só uma pedra no sapato comparado à tudo que esse jogo faz de bom. Recomendo à todos que gostam de metroidvanias, se quiser começar por esse mesmo manda a ver (Eu recomendaria jogar o primeiro também hehe)

Merece mais uma estrela em uma jogatina casual: a Toys for Bob arrasou no level design, o artstyle é fantástico, os novos personagens são divertidos de jogar e são diferentes o suficiente do Crash e adorei o humor e as referências à jogos antigos.
No entanto, como alguém que conseguiu 100+% na antiga trilogia devo dizer que estou extremamente desapontado com os requerimentos absurdos para completar tudo o que ele tem a oferecer. Quando você é obrigado a jogar os mesmos níveis 4 vezes (no mínimo) para conseguir todas as gemas, você começa a perceber os erros do jogo em destaque, principalmente o já mencionado sistema de gemas. A colocação das caixas nesse jogo é a pior de toda a série, cheio de caixas escondidas em lugares facilmente despercebidos sem nenhuma dica, ou só acessíveis através de leaps of faith, que aliás são desencorajados graças à gema de 3 mortes. O sistema de níveis invertidos e de fases que começam pelo ponto de vista de outro personagem são ótimas ideias em teoria, mas são mal executadas graças ao fator repetitivo de executar a mesma fase mais uma vez.
Se quiser um plataformer divertido com um ótimo desafio, jogue, mas pela primeira vez na série não posso recomendar você a se aprofundar nos colecionáveis.

Acho que gostei do jogo mais do que deveria, mas não tanto quanto esperava. Ver a trama se desenrolar enquanto você viaja entre duas timelines para impedir o fim do mundo é certamente interessante, mas no fim peca devido aos personagens não serem carismáticos o bastante pra carregar a história pra frente. Isso tem suas repercussões no ritmo geral da história, com um mid game tão chato que quase me fez desistir do jogo mais de uma vez.

Os visuais também me desapontaram um pouco, especialmente considerando o artstyle do jogo original, que foi substituído pelas caricaturas estilo anime mais genéricas que eu já vi, e alguns personagens (Eruca) perderam completamente sua personalidade do design original. O fato dos devs não só pisar em cima da arte original mas cobrar a mais para a oportunidade de jogar com ela é um ultraje prós fãs do jogo de DS.

O trunfo desse jogo é definitivamente o gameplay, uma mudança no sistema turn based traditional que as vezes te faz pensar como um jogo de tabuleiro. O combate permanece como a melhor parte da minha experiência do começo ao fim, e criar combos mirabolantes com novas combinações de personagens nunca falhou me me fazer sorrir.

Se você é fã de RPGs, recomendo você jogar um pouco pra ver se gosta das mecânicas de batalha - se sim, jogue não espere muita coisa além dele; se não, passe longe.

Há um sentimento entre todos os que eu converso sobre Ace Attorney de que a série atingiu seu pico na primeira trilogia e, por mais que não queira, infelizmente me encontrei concordando com eles. Apollo Justice pode ter tido uma má recepção devido aos seus casos que necessitam de pensamentos mirabolantes pra resolver, mas eu acabei preferindo ele do que Dual Destinies - Os casos não te cativam quanto nos outros jogos e os novos personagens não me impressionaram quanto os anteriores, e acho que muito disso tem a ver com a mudança dos visuais para modelos 3D, e a perda de muito do carisma do jogo no processo. Recomendo apenas pra quem jogou a trilogia original e gostaria de mais, mas não vá esperando nada da mesma qualidade.

Pode ter sido graças às minhas expectativas baixas mas acabei gostando bastante de DKC3. No seu pior ele é mais do mesmo plataforming que existe nos outros dois jogos, no seu melhor ele apresenta um level design engenhoso, visuais impressionantes pro SNES (A trilogia toda né pai), e uma temática que gostei mais de explorar do que os outros jogos graças a um overworld simples mas que dá uma sensação de exploração que não existia antes. O único ponto que pra mim pecou em relação ao predecessor foi a soundtrack, que apresenta uma ou outra música boa mas não tem o mesmo nível de certified JAMS do segundo.

Esse é o único videogame bom já criado

Sinto que Astral Chain foi uma oportunidade da Platinum de testar coisas novas e mudar um pouco a fórmula que eles já aperfeiçoaram. O jogo me agarrou quase que puramente pelo seu sistema de combate não ortodoxo, que se demonstra mais complexo do que parece devido ao enorme e sempre crescente leque de opções a seu dispor a todo o momento. Ao final do jogo (e subsequentes playthroughs) você está combando hordas de inimigos com habilidades de cada uma de suas 5 legions enquanto muda de armas para aumentar seu score, usando de centenas de combos e inputs especiais no processo - são nesses momentos que o sistema de combate é intocável.

Entretanto nem tudo são rosas, e para cada passo ora frente, a Platinum também dá um para trás. Esse jogo marca o infeliz retorno das "fases gimmick mal trabalhadas que precisam ser rejogadas pra conseguir a nota máxima", coisa que não aparecia desde o primeiro Bayonetta. Esse pra mim foi a pior parte do jogo e o que me fez desistir de conseguir 100%. Muito do jogo fora do combate não me impressionou muito, os personagens foram fracos, a história é previsível e eu não gostei muito da soundtrack. Eu gostei no entanto da ambientação em geral da cidade, e devo admitir que as missões em que você trabalha como um policial comum captaram meu interesse, mas perdem seu charme rápido.

Astral Chain é, pra mim, não só um bom jogo diferente de tudo que eu joguei ultimamente, mas uma excelente base para uma potencial sequel/franquia que refine as partes não muito bem trabalhadas enquanto mantém seu sistema de combate estupendo.

Tem uma apresentação à frente do seu tempo, os DKC são pra mim os jogos mais bonitos do Super Nintendo, além da soundtrack ter uns bangers icônicos. A parte que mais me desapontou foi o próprio gameplay, especialmente o level design - há certos níveis e certas partes que não foram tão polidas quanto gostaria que fossem. É um jogo que vale a pena revisitar se você gosta de um desafio a moda antiga, daquelas que te deixam um pouco salgado as vezes, mas se você preferir o apreciar sua apresentação de uma distância segura, eu entendo

Meu jogo favorito da FROM, o que não é falar muito pois só tinha jogado o Dark Souls 1, mas pular dele direto pro Sekiro só mostra o quando a empresa evoluiu de lá pra cá. O que mais me impressionou é o incrível portfólio variado de bossfights (Mesmo para os padrões da empresa) que forçam o jogador a se tornar um mestre das várias complexidades do seu sistema de combate que deixa o primeiro DS no chinelo. good game

Meu primeiro Monster Hunter foi o 4U de 3DS, mas só comecei a acompanhar a série depois de me apaixonar pelo MHW. Como um "world baby", jogar Generations Ultimate me fez perceber o contexto por trás das tantas mudanças que a nova geração trouxe a série, assim como tudo o que o World faz de diferente, melhor e pior.

Gosto de ver GU como o ápice do combate da série inteira até o momento em que foi lançado, com estilos diferentes para cada arma e golpes over the top proporcionados à ambos os caçadores e monstros (Principalmente os deviants). Como uma celebração da série, o jogo também conta com o maior roster de monstros da série atualmente, embora muito do early game seja caçando quinhentas variações da mesma galinha gigante e coletando materiais. O multiplayer contém algumas das minhas lutas favoritas da série, e um sistema de lobby que funciona debativelmente melhor do que o World.

MHGU é a despedida perfeita do Monster Hunter clássico, e embora seja uma experiência difícil de engolir a primeira vista, é uma difícil de largar depois que passa pelos monstros mais criativos que infelizmente não aparecem na próxima geração. É uma iteração consistentemente boa de uma série que ganhou meu coração faz uns anos, além de uma celebração cheia de charme de tudo que faz dela um espetáculo.

2020

ITTA foi uma experiência diferente do que achei que teria, e acabei me surpreendendo com certos aspectos do jogo, por bem e por mal. Pra um boss rush bullet hell, o "setting" do jogo me interessou bastante, embora a narrativa em si não seja nada demais. A apresentação do jogo também merece elogios, o pixel art maravilhoso e a música fazem um bom trabalho de vender esse mundo e seus habitantes. Também não esperava elementos de metroidvanias como obstáculos que precisam de items específicos e paredes que explodem com bombas a la zelda. Apesar disso, o próprio bullet hell foi um pouco mal trabalhado, ao meu ver, alguns bosses não telegrafam seus ataques como deveriam, e deixam um gosto ruim mesmo depois de vencidos. Independente disso, gostei bastante do meu curto tempo com ITTA, e acho que se você se interessar pelo que vê em trailers do jogo, também gostaria.