É um jogaço. Eu tenho meus problemas sérios com alguns aspectos da filosofia de game design da From Software, mas ao mesmo tempo não posso negar que gostei (e muito) do meu tempo com Bloodborne.

Muito se fala do combate dos Soulsborne, mas o level design da From talvez seja a maior pérola dos jogos deles pra mim. Todos esses níveis muito intrincados, com passagens secretas, becos sem saída e atalhos, e um mapa nunca me pareceu necessário. Isso sem falar na arte em si né. O mundo de Bloodborne é, se é que faz sentido, maravilhosamente horrendo. A arquitetura, os detalhes e as paisagens são lindíssimos, e mascaram e incrementam o jogo a ponto de eu nem sentir os gráficos de um jogo que já tem quase dez (!!!!) anos.

O combate é muito bom. Tenho meus problemas para avaliá-lo, já que o único outro título da From que joguei foi Elden Ring. Se comparado com ele, a variedade e até a profundidade acabam pecando um pouco aqui, mas isso é basicamente comparar um combate quase perfeito a um que (pra mim) é de fato perfeito. A variedade de inimigos impressiona muito também, e a grande parte dos chefes são muito bons. Tem aquele velho problema da câmera se perder toda em chefes muito grandes e é realmente um saco, mas dá pra relevar e incluir isso como um desafio por si só.

A história como é contada fica muito esparsa para enteder os detalhes e, mas indo atrás da lore (obrigado mais uma vez Vaati!), também é muito foda e um retrato extremamente singular de feminilidade. O sangue, o ventre, o bebê, a gravidez compulsória... abre espaço pra muitas metáforas e uma discussão muito interessante e basicamente única nos jogos.

Honestamente, se eu estivesse mirando em apenas zerar o jogo e boa, Bloodborne provavelmente seria um 10/10. Agora, meus problemas vêm junto com a platina.

Começando por como a From aborda sidequests, que embora eu entenda e ache super legal na teoria, basicamente te obriga a ficar seguindo guias se quiser zerar em um playthrough só, o que é um saco e tira muito da magia da exploração do jogo. É fácil até demais se perder e ser bloqueado de personagens ou até áreas inteiras do jogo pela From seguir essa filosofia.

Sem dar spoilers e sem nenhum exagero também, chega ao ponto de não poder aceitar itens de um NPC X, porque se aceitar o NPC Y fica com ciúme e mata ele e te bloqueia de receber de um dos itens mais importantes do jogo. Como que eu ia prever isso acontecendo sem um guia???

Meu outro problema na caminhada para a platina foram as chalice dungeons. Lembra daquela magia do level design que citei no começo da review? Então, joga isso no lixo e troca por dungeons sem graça, feias , ruins de se navegar, com muitos inimigos se repetindo e dependendo do seu nível, difíceis pra um caralho. É uma parte muito infeliz que o jogo demanda que você vá atrás se quiser platinar, e que se fosse completamente deletada do jogo não faria falta alguma, até melhoraria o jogo base.

Enfim, a platina fez cair uma meia estrela aí. Ainda gostei pra caralho do jogo, e é muito legal ver como Elden Ring realmente expandiu muito e poliu absurdamente a fórmula da From Software. Estou preparado para Shadow of the Erdtree!

Não tem nenhuma outra palavra pra esse jogo que não seja genial. Mecânica muito única e o livro funciona muito bem. A arte é linda e cria alguns cenários muito bem compostos, além do design de som (que geralmente não é algo que reparo, mas aqui me chamou muita a atenção) que é simplesmente incrível. A trilha e os efeitos são bons demais.

As histórias do Obra Dinn são muito criativas e imagino o trabalho que deve ser ter posto todos os elementos pra que fosse possível completar o mistério.

Consegui resolver a maior parte do livro sozinho, mas meu único problema com o jogo está justamente na parte que não consegui resolver. Acho que os últimos casos tem resoluções muito, muito específicas, que eu realmente acho, mesmo sabendo as respostas, muito difíceis de chegar a tal conclusão. Isso e algumas mortes meio interpretativas me incomodaram um tanto, mas dá pra relevar quando me diverti demais com o jogo.

Por mais jogos de pirata!

Bem foda, adrenalina e testosterona pura. A formulinha de correr e atirar levada ao extremo, é até difícil imaginar pra onde a franquia irá depois daqui. Melhor que o primeiro em todos os sentidos, variedade, movimentação, inimigos e upgrades.

O level design cria essas arenas de combate cheias de oportunidade e opções, e se não fosse tão bom assim acho que o jogo sentiria muito.

O gameplay é realmente impecável, e nunca deixa de ser intenso. Geralmente, depois de cada missão, eu tinha até que tirar um tempo pra respirar, até pelo estresse que ver 50 demônios de todos os tamanhos e formatos vindo pra cima de você sem parar causa. E ô joguinho difícil hein, até no normal penei um tanto em algumas partes.

Não sei o quão necessário eram as partes de plataforma. Não me incomodaram tanto, até porque como já disse a movimentação é muito boa, mas elas dão uma boa quebrada no ritmo da ação. Também acho que a munição é um pouco escassa demais no começo do jogo.

Mas é, jogaço!

Que delícia de joguinho. O título não mente, é uma trilha curta, mas cada minutinho com esse jogo foi a maior paz. O final é muito bonito, o jogo tem uma vibe gostosinha demais e a trilha sonora é um deleite. Gosto bastante da mecânica de movimentação também.

Mesmo depois de terminar ainda quis voltar pro jogo e explorar um pouco do que esse mundinho tinha pra me oferecer. Não quis caçar todos os troféus nem nada, mas já valeu muito a pena.

2012

Legal! O level design é muito bom, e como um jogo de plataforma funciona bem demais. A mecânica principal é ótima e sustenta o jogo inteiro perfeitamente. Os devs ainda aproveitam pra meter o louco total em algumas das salas, especialmente dos cubos invertidos, o que cria uns visuais e experiências bastante interessantes.

Peguei o final de 32 cubos, e gostei bastante. Sem spoilers, gosto como brincam com a linguagem do jogo e é um total deleite visual.

Mas nem tudo são flores. Tem uns puzzles que pra mim não fizeram muito sentido, e esse mundo semi-aberto torna a navegação um saco. Não dá pra ir pras salas que você deseja muito facilmente, tem que ficar navegando entre elas. Isso desestimula bastante ir atrás de tudo que você precisa coletar. Se elas fossem mais propriamente nomeadas também facilitaria.

Enfim, tem seus pontos fracos mas tem seus pontos muito fortes também.

Muito bom! Sistema de combate muito denso e com MUITA variedade, mesmo. O jogo não para de introduzir coisas novas e é sempre um deleite ir criando combos longos e complicados. Acima de tudo, é um jogo muito divertido.

Personagens muito bons e história legal, mas achei o final meio abrupto. O grande trunfo do jogo está na rejogabilidade e na busca pela perfeição nesse tão bom sistema de combate. Infelizmente não sou muito de rejogar títulos, então deixei isso passar.

Mas ainda assim, jogão!

Cara... entendi totalmente o hype. É um jogaço mesmo, só não sei se era um jogaço feito pra mim.

Acabei indo atrás de jogar pelo tanto que o Razbuten (amo muito o conteúdo dele) fala e elogia esse jogo, e como é o favorito indisputado dele. E eu entendo. Outer Wilds tem seus momentos lindíssimos e que tenho certeza que vão ficar impressos na minha memória por muito tempo.

É um jogo muito único e muito inovador. Toda a liberdade de exploração e o tanto que o jogo faz o próprio jogador chegar nas conclusões e no próximo passo a seguir é algo realmente lindo. Final foda demais também.

Só que não é lá muito meu estilo de jogo... Confesso que tive que dar uma pesquisadinha em alguns momentos que fiquei muito travado, e toda a liberdade absurda que o jogo dá é um pouco desesperadora pra mim. Não acho que as ajudas tiraram muito da minha experiência, ao menos, até porque evitei o máximo possível.

Acho que as únicas coisas que não gosto muito no jogo são a arte e estilo gráfico (não que seja feio e não que eu gostaria que fossem gráficos realistas ou coisa assim, mas é uma arte que só não me apetece muito). Me incomoda que algumas "pistas" não parecem que levam muito a outro lugar também, mas enfim, coisas bem pequenas de se reclamar.

Não é um jogo pra todo mundo, mas para aqueles que é, entendo totalmente entrar pros favoritos.


Acho que mostra o quão brilhante pode ser o futuro de Cyberpunk. Foca muito mais na qualidade do que em quantidade de conteúdo, mas muito acertadamente. Todo meu tempo com Phantom Liberty foi muito bem aproveitado, mesmo tendo feito 100%.

A primeira missão e os finais são épicos. Dá pra perceber muito o esforço colocado aqui por um dos estúdios mais capazes e talentosos da indústria. O enredo funciona muito bem e os personagens são complexos e memoráveis. Songbird muito rainha.

Com certeza o caminho certo que a franquia deve seguir.

Bom, três anos e alguns meses depois de comprar Cyberpunk 2077 na pré-venda e largar o jogo com pouco mais de duas horas de jogatina, finalmente tomei meu tempo para voltar a jogá-lo. Não vou entrar no mérito do caos que foi o lançamento e esse caos não vai impactar na minha nota aqui.

Cyberpunk 2077 é um jogaço. É daqueles jogos que dá pra sentir um carinho e uma vontade dos devs que foi posta nele. Muito infelizmente, a CD Projekt RED mordeu muito mais do que conseguia mastigar na época. Não era um estúdio grande, não tinham experiência no gênero do jogo (visto que é muito mais um FPS do que um RPG) e estavam criando a engine literalmente enquanto faziam Cyberpunk 2077. Hoje, sobretudo com o patch 2.0 e a expansão, fica clara a intenção e a experiência que era pra ter sido entregue lá atrás em 2020.

Cyberpunk 2077 é um dos jogos mais cinematográficos e imersivos que já joguei. Ser em primeira pessoa faz todo o sentido, e a gameplay e a trocação em si são muito boas. A campanha é recheada de momentos memoráveis e que eu tenho certeza que vão ressoar comigo por um bom tempo. Os personagens são muito bem escritos e o texto é ótimo. Muito bem humorado também, a localização do jogo é muito boa e me tirou umas gargalhadas.

Acho que o ritmo da história é um pouco esquisito, e talvez ela se beneficiasse de ser um pouco mais longa, mas é uma reclamação bem pequena. O mapa é maravilhoso e a direção de arte é absurda. Com certeza o mapa mais bonito que já vi, sobretudo os interiores de bares e baladas. O universo de Cyberpunk é intrigante, e me deixou doido para ir mais atrás do tema, talvez até jogar o RPG de mesa.

Os finais são ótimos e muito condizentes com o mundo do jogo. A relação do V com o Johnny também é muito bonita de se acompanhar durante toda a campanha. Cyberpunk é muitas vezes duro e niilista com seus personagens, e trás reflexões muito pertinentes tanto do futuro para qual estamos caminhando como humanidade quanto do nosso presente. O jogo não floreia e não tem medo de assumir a desgraça que é seu próprio mundo.

Eu recomendo. Não sei se vale a platina, o serviços e NCPD scans são bastante repetitivos e não acrescentam muita coisa, mas se for para correr atrás da história principal e algumas secundárias, Cyberpunk 2077 é fodido.

Não é perfeito, mas acredito que seja um baita aprendizado para a CD Projekt RED e vai fazê-los crescer muito como empresa. O próximo tem tudo a seu favor para ser um dos melhores jogos já feitos.

Finalmente!

É difícil falar algo que ainda não tenha sido dito. Merece o hype e com certeza é um dos melhores jogos já feitos. Campanha absurda e personagens maravilhosos.

Não é um jogo perfeito, tive problemas com bugs e acabei perdendo algumas quests por isso. O começo é bastante overwhelming também. Mas é muito fácil perdoar isso quando o jogo tem essa qualidade e liberdade toda.

Quem sabe algum dia não volto para jogar uma campanha co-op.

Bem dahora! Ganha muitos pontos por ser uma DLC bem feita e absolutamente de graça. Meu maior problema é com ritmo, acho que o modo como as salas dos reinos são distribuídas quebram bastante o flow de cada run em Valhalla. Simplesmente é chato ficar correndo de um lado pro outro atrás dos baús. Fora isso, não tenho reclamação alguma.

O formato lembra muito Hades, não só por ser um roguelite, mas também pela estrutura de cada run em Valhalla e os upgrades diferentes. Deixando claro que isso é um elogio!!

Os novos encontros também são ótimos e a duração curta te faz querer chegar até o final. Resumindo, bom demais!

Jogo lindo! Daqueles que trazem inovação e brincam com a própria forma da mídia que são os videogames. Ideia brilhante e muito imersiva que realmente só poderia ser explorada em um jogo indie.

Uma breve meditação sobre a vida.

Simplesmente absurdo. Demora um pouco pra realmente se perder e entrar no jogo. O começo é bastante confuso (e com razão), e eu confesso que só fui conseguir concluir o jogo de vez na terceira vez que sentei pra jogar. E caralho, que jogaço.

Foi um pecado deixar um jogo desse calibre esperando na minha biblioteca da Steam por tanto tempo. É tão único que é até difícil comparar com outros jogos. E é daqueles tão bons que enquanto você não está jogando ele, tá pensando nele.

A história e a escrita são impecáveis. Não é exagero nenhum falar que é o jogo mais bem escrito da história. É denso, poético, sério, político, e, muitas vezes, engraçado pra caralho. Muitos momentos do jogo vão ficar impressos na minha memória por um bom tempo.

Talvez o pecado maior seja ter texto demais? A gente tá tão acostumado com diálogos meia boca nos jogos que sempre esgotamos todas as opções que são dadas, e Disco Elysium não funciona assim. Você realmente deve selecionar o que quer ouvir, caso contrário pode ser uma experiência bastante exaustiva. Mas acho sacanagem criticar o jogo por fazer algo bem até demais né.

Enfim, muito foda. Acabou e me deixou querendo mais, e são pouco jogos que conseguem terminar em um ponto tão alto assim.


2022

Pensando ainda se tenho o pique de rejogar e pegar o final bom, mas Sifu é um jogaço. Vai te fazer passar raiva e desistir sim, mas ao mesmo tempo o combate é tão foda e satisfatório que te faz querer continuar.

Realmente te recompensa muito por treinar, ter calma e de fato ficar bom no jogo. Bem foda.

2021

É fofo. Acho bem original brincar com fotografia em um jogo, e com certeza é o maior acerto de Toem. Tem uns puzzles legais e seus bons momentos, bastante personalidade também. Nada de muuuito especial, mas é um joguinho bem legal.