ah mano nem sei, só joga essa porra aí e tire suas próprias conclusões.

Refêrencia à cena da opera de FF6 foi mitada.

Num mundo onde flora centenária dá espaço para estacionamentos e o canto dos pássaros é soterrado por uma cacofonia de buzinas, Mother 3 é uma reverência melancólica à um mundo imemorial, um mal presságio sobre nosso futuro como sociedade e, não menos importante, UM JOGO DO CARALHO.

Apesar de seguir e até engrandecer as temáticas da série Mother, o terceiro capítulo parece um pouco distante de seus antecessores, igualmente charmoso e divertido, mas um pouco mais sóbrio, linear e até mesmo pessimista de certa forma. O mundo de Mother 3 é um que já teve os seu melhores dias e parece danificado além de qualquer simples salvação, é impossível falar sobre este jogo e não apontar seus fortes comentários anti-capitalismo e também seu sincero pedido de socorro para você, o jogador, para que o nosso mundo não tenha o mesmo destino.

Lutando contra um exército que usam uniformes de porcos, revisitando a história do mundo e fortacelendo os laços interpessoais, a narrativa de Mother 3 é uma experiência íntima, mas que ainda sim fala da nossa sociedade de uma maneira muito estrutural. No exercício de experimentar a obra, fica bem claro que não estamos só passeando e entendendo mais sobre um mundo de fantasia, mas sim mergulhando de forma bem carismática na visão de mundo dos autores do jogo, suas esperanças, seus medos, receios e saudades.

No fim do dia, Mother 3 pra mim é mais um jogo sobre o meu mundo do que o mundo de Lucas e seus companheiros, sobre a nostalgia de dias mais verdes, sobre o desespero artificial da modernidade, mas por último e mais importante, sobre acreditar que podemos mudar nosso futuro não tão brilhante como sociedade.

10 anos depois de seu lançamento, The Last Of Us ainda é um jogo estranhamente moderno e isso só mostra a sua influência, pra bem e também pra mal. É fácil se perder no anacronismo e culpar a obra por uma guinada cinematográfica esquisita que a indústria de games vem sofrendo desde 2013, mas também é inegável que The Last Of Us é uma experiência narrativa primorosa pra mídia e também algo que, de sua própria maneira, buscou elevar o conceito de videogame da visão popular.

A gameplay se mantém no mínimo interessante até hoje, os personagens principais são muito carismáticos, os temas narrativos me tocam e foram marcantes pra época. Pode ser que The Last Of Us tenha iniciado a onda de jogos que tem vergonha de serem jogos, mas ainda sim figura entre as obras modernas mais importantes e também carismáticas do zeitgeist atual.

Algumas partes com linearidade arbitrária ou o meu descontentamento com as tentativas da indústria de tentar replicar esse modelo ultra cinematográfico de se fazer um jogo não me agradam nem um pouco, mas pra mim não são o bastante para ofuscar a experiência positiva que, até mesmo contra minha vontade, esse jogo me proporcionou.

2008

Uma narrativa íntima que questiona a moralidade do próprio jogador num mundo industrial bem niilista, OFF é uma experiência tão única quanto entendiante.

Muito raro eu comentar sobre mecânicas em meus comentários, mas o combate de OFF é simplesmente péssimo. Pode se fazer o argumento que se o combate fosse interressante iria gerar dissonância ludonarrativa, mas mesmo assim não deixa de ser um ponto baixo num jogo em que muito do que tu faz é combate.

OFF é como espiar brevemente um mundo alien, mas estranhamente familiar com a realidade em que vivemos, de certa forma nós também nadamos em oceanos de plástico e respiramos fumaça, cabe a nós não nos rendermos ao niilismo de uma vida cinza.

Earthbound sabe que é um jogo e usa isso ao seu favor para criar a coisa mais perto que a mídia tem da "magia da infância". Uma obra sincera, feita com um carinho e atenção, das bandas de jazz até alienígenas surrealistas, Earthbound é algo especial.

The player kept praying for the safety of it's friends... So love could win.

Um bastião de excelência e qualidade no campo artístico dos games que tem poucos pares até hoje em dia. Divertidamente, Chrono Trigger é algo que só acontece uma vez em muito tempo, com muito amor e talento.

De muitas maneiras, principalmente pra época, esse é um jogo absolutamente perfeito, me faltam palavras pra descrever a qualidade de cada elemento do jogo e como todos juntos formam uma orquestra interativa simplesmente fantástica.

No fim de tudo apenas posso dizer que levarei Chrono Trigger comigo no passar dos anos, das décadas e das eras, como uma memória preciosa, uma despedida agridoce.

Lies of P foi uma ótima surpresa pra mim. De início eu achei ele simplesmente muito limitado a tentar ser um soulslike com a estética de Bloodborne, mas depois de horas de jogo ele se mostrou um take interessante do gênero com uma história competente,temática interessante e um level design bem pensado. Lies of P para mim provou que o gênero Soulslike pode ir além da fromsoftware.

Sea Of Stars foi uma experiência muito boa, mas que faz pouco para se tornar especial. O combate e game feeling são muito bons, quase o bastante para superar uma narrativa mediana e uma falta de exploração chatinha. Um jogo muito bom que cumpre o seu papel em ser uma espécie de romantização de JRPG dos anos 90, mas que acaba se perdendo um pouco no caminho.

fofo, sólido e divertido. algumas mecânicas como o cap de gold e itens não encaixaram comigo e eu acho que acabam travando um pouco o flow do jogo.

Signalis foi uma experiência intensa e muito marcante, cada elemento estético, mecânico e narrativo forma um sentimento caótico, melancólico e amedrontador que ao mesmo tempo é muito bonito e convidativo, uma obra prima do survival horror.

O melhor zeldinha sem discussão, conversa de alto nível

Joguei quando saiu, a falta de conteúdo sobre o jogo na época foi algo que ajudou de certa forma na minha experiência. Foi um jogo que me devolveu bastante um sentimento da infância de se perder num mundo, de não saber pra onde ir, mas se sentir bem sobre isso, a maravilha de explorar e aprender. As mecânicas de Souls like, sendo esse o primeiro que eu zerei, foram incríveis e me introduziram de verdade à esse gênero. Uma das melhores experiências que tive na minha vida.