Flower Sun and Rain. O que dizer? Classificar ele como "divertido" ou "chato" seria errado, pois esse se aproxima muito mais da expressão artística autoral do que algo que liga para o compreendimento das grandes massas de jogadores. Esse jogo quer que você SE ESFORCE para chegar ao final, mas recompensa qualquer um com uma viagem rica e única. Uma das histórias que eu mais amo dos videogames junto com uma direção de arte hiper criativa.

O jogo é arte pura. Usa da frustração do jogador em completar desafios inúteis para criar uma metáfora sobre a vida. Flower Sun and Rain não é um jogo, é uma experiência. Obrigatório para quem liga para art games, além de ser uma sequência ótima de The Silver Case.

The Silver Case é um clássico no Japão, extremamente influente, conhecido por ter quebrado convenções de interação e visual. Com uma história hiper complexa e política, é um dos melhores pontos para começar o universo Kill The Past.

Se gosta da política de Metal Gear Solid e Deus Ex, aqui as conspirações vão 500 camadas mais fundas, com uma dose de metanarrativa e sobrenatural. Tudo metafórico. Rico em temas, é um dos roteiros de games mais adultos que já vi, com uma experiência estética fenomenal.

Pena, honestamente, que a falta de intuitividade da ordem que precisa jogar os capítulos e o fato que os controles são datados segura esse jogo de ser uma obra-prima completa, mas é realmente impressionante o que a Grasshopper conseguiu fazer com menos de 10 funcionários no seu primeiro jogo. Simplesmente incrível!

A obra-prima de Suda51. Contém variação constante, level design interessante, jogabilidade pesada mas tensa e uma das maiores experiências de horror que já vi.

O jogo de humor negro/horror/ficção política/drama do Suda51 é um caos esquizofrênico criativo. É uma bad trip alimentada por uma história pós-moderna muito a frente de seu tempo, gráficos psicodélicos e trilha sonora do Masafumi Takada, famoso pela trilha de Danganronpa. Pessoalmente, eu considero um jogo perfeito. Divertido, interessante, e com fator replay alto simplesmente pois a história é bem ligada com a gameplay e entender a história exige zerar várias vezes. Jogue agora, ou that wonderful smile will be forever lost.

Jogo quebrado, frustrante, feio e incompleto. Uma das partes literalmente rusha porque acabou o tempo do desenvolvimento. E por que a nota está tão positiva? A subversão artística, a ambientação assustadora, a desconstrução do que é um videogame... A INSANIDADE COMPLETA que é esse jogo torna ele uma experiência única, com sensações que nunca vi em outro jogo. Isso já faz ele estar acima de qualquer jogo medíocre para mim. Se curte horror, isso é como jogar uma creepypasta real. O modo que fizeram partes jogáveis que complementam a história em um musou é bem louvável. Como permitiram que um jogo tão perturbado fosse feito?

Bem, Drakengard tinha problemas, mas não nego que se destacava por sua criatividade. Drakengard 3, entretanto, decide após o primeiro 1/4 de jogo , cair de qualidade. Muito. Muito mesmo.

Dessa vez a história é muito menos interessante e o jogo é muito menos artístico. Ainda sim, no final das contas, tudo se amarra e a experiência começa a valer a pena. Zero é uma das melhores personagens de Yoko Taro e mesmo humor do jogo falhando, é obrigatório para fãs hardcore de JRPG. Não se engane, a gameplay é mais chata que a de Drakengard mesmo com o começo de jogo bom. Mas o maior ponto positivo de Drakengard é mantido: é um jogo único do caralho e nenhum outro jogo tem a mesma sensação. Nenhum outro jogo vai fazer uma reta final igual. Prepare-se para chorar!

2010

Esse é meu jogo favorito. Por que, você pergunta? Nier é uma homenagem ao game design jaopnês, contendo elementos de hack'n slash, JRPG, plataforma, bullet hell e até text adventure. Ao mesmo tempo, volta com a ideia desconstrutora de Drakengard e critica o mesmo meio que o jogo exalta.

O orçamento é baixo? É sim, e creio que muita coisa podia ser melhor. O combate é muito repetitivo, o jogo te força a repetir vários levels e há algumas partes que a história fica dramática demais, mas onde acerta... Meu Deus. Além de ser único como Drakengard, sinto que pegou tudo que era de ruim na franquia e deu uma diminuída. Também pegou os pontos fortes e intensificou, como a implementação da gameplay na narrativa, que é bem densa agora, de modo que até Hideo Kojima sentiria inveja. Obrigatório para qualquer entusiasta de jogos japoneses num geral.

Nier Automata é uma obra densa em tantas camadas que é difícil descrever. Automata pega sim muita inspiração do Nier original, mas subverte o mesmo. Muita cena tem um olho totalmente diferente para quem jogou o Nier original antes e, até para quem não jogou, é uma ótima introdução ao universo de Drakengard. Nier Automata mistura a insanidade temática ludonarrativa do Yoko Taro, com uma história realmente complementada pela gameplay (que sim, ajuda a contar a história), filosofia básica e uma análise da humanidade. As vezes sendo sutil demais, outras vezes muito pouco sútil, é uma história bem interessante que vai fazer ter empatia pelos seus personagens, acompanhada pela gameplay fantástica da Platinum, em um jogo mais casual e artístico. Meu jogo favorito da geração fácil, joguem agora.

Um ótimo jogo, acompanhado de uma experiência estética inteligente. Claro: está longe de ter uma ludonarrativa interessante, contando com uma conexão quase nula entre narrativa e gameplay. Espere MUITO por dissonância ludonarrativa, roteiro cafona nível David Cage e gameplay decente que não se destaca. Mas lembre-se de uma coisa: os personagens, a ambientação e o universo com certeza vão te conquistar. Joel e Ellie tem uma das melhores dinâmicas dos jogos e mesmo com as reclamações acima, nenhum dos problemas chega nem preto de destruir a experiência!

Já viu um jogo, que é cheio de problemas, irrita, mas gruda? Esse é Deadly Premonition.

A sua ação é tosca, totalmente horrível, nível alfa feito em Unity, o combate é repetitivo, mas ainda sim tem seu charme retrô e até conta com sons irônicos e convenções da geração do Playstation 1. Até brinca com a câmera, assim como Nier. As animações são porquíssimas, provavelmente porque a equipe teve pouco tempo para acabar um mundo aberto cheio de detalhes engraçados, mas ainda sim... o jogo conta com uma das experiências open-world mais imersivas que já tive?

Deadly Premonition se sente como umas férias no município de interior do seu tipo, com menos de 10,000 habitantes. Pescar, ir para o bar jogar dardos, falar com os habitantes... Isso tudo acaba criando um mundo cheio de minigames divertidos, mecânicas como fome e sono sendo aplicadas do modo correto e não chegando ao nível de irritar... Tudo acompanhado por uma história de investigação que começa bizarramente copiada de Twin Peaks, mas eventualmente evoluiu e vira algo próprio.

É um jogo que seus defeitos são muito estranhos e se transformam em qualidades. E que suas qualidades conseguem brilhar acima da repetição e das setpieces mal feitas. Obrigatório dos adventure games japoneses.

D4 é uma experiência narrativa bizarra complementada pelo humor estranho de SWERY65. Por trás dessa superfície simples, há uma história com implicações sérias de temas psicológicos, um sistema inovador de QTE que torna tudo extremamente divertido e uma trilha sonora do caralho. É o jogo mais bonito que o SWERY já fez aliás.

Assim como Twin Peaks, a principal inspiração do SWERY, acaba em um cliffhanger, aqui também temos um final cliffhanger, exceto que é muito menos interessante e metafórico. Ainda sim, acho um fato irônico e assim como Twin Peaks, não acho que a falta de final prejudique algo EXCETO a questão das horas de jogo. O melhor adventure game da geração passada para mim.

Bem, uma coisa que sempre me fez amar os jogos do SWERY é o jeito que ele pegava conceitos e transformava em mecânicas interessantes. Esse jogo é muito mais derivativo, sendo um clone de Limbo e Inside com uma mecânica interessante de se desmembrar para completar puzzles.

Entretanto, além de ser um ótimo puzzle platform, também esconde uma história emocionante e um jogo estranhamente conciso e autoral por trás dessa casca. É com certeza um jogo do SWERY, com o surrealismo e a mistura cultural ocidental e oriental em todos os cantos. A narrativa em si, que usa mensagens de celular e tal, é muito criativa. Jogo interessante.

Obra-prima. Com a gameplay mais acessível do Fallout 3, mas as opções de roleplay avançadas de um CRPG, suas qualidades sobrepõem toda a falta de polimento e gráficos datados. Um dos melhores WRPGs da história.

O primeiro jogo da Remedy. Sua história é um caos criativo interessante que junta onirismo, trauma e personagens exagerados em uma jornada de vingança pessoal. Sua gameplay contava com o inovador bullet time. Até seus gráficos bizarros tem um carisma inexplicável. Infelizmente, o level design dos últimos levels é frustrante e você vai se pegar salvando a cada passo. Ainda sim: TPS obrigatório. Joguem!

Pior jogo que já joguei na minha vida. A pior coisa mesmo é que ele não chega nem ao nível de Mineirinho de ser engraçado. É só um hack'n slash horrível do começo ao final. A trilha é legalzinha e uma frase ou outra do Dante são engraçadas, mas até a história é um completo lixo. Joguem se quiserem sofrer.

Sei lá, opiniões bem mistas nesse aqui. A gameplay é a melhor da franquia mesmo eu sentindo falta de andar em um bom dragão. A história e o fator art game foi massacrado nesse aqui, especialmente pelo Yoko Taro não estar participando da direção. Pelo menos a trilha é bem legal e tem uns fanservice massa para quem jogou o Drakengard 1. Se já finalizou tudo do Yoko Taro e quiser mais Nier, isso pode ser algo que cumpre um pouco. Só peço que drope depois do Final A, o resto não vale a pena e é melhor você ver no YouTube.