Definitivamente Dragon’s Dogma não é um jogo que me apetece, acabando que desgostei da maioria dos aspectos do jogo até onde joguei. A história achei qualquer coisa, o combate, apesar de divertido, é extremamente divertido e a movimentação pelo mapa é TERRÍVEL. Entendo ser a proposta para incentivar a exploração, mas não senti vontade alguma de explorar o mapa por recompensar bobas. As sides em sua maioria são quest bobas e sem importância e as que tem alguma importância não trazem nenhum gancho para fisgar o jogador. Após cerca de 20h, nenhum aspecto do jogo me fez ficar agarrado nele.

História e personagens parecem bem legais, mas não o suficiente para me segurar por toda sua gameplay repetitiva, chata e desinteressante. O combate é confuso, sem profundidade e bem entediante e a exploração dos ambientes monotona e pouco recompensadora. A ideia de cada membro dos guardiões terem uma função é interessante, mas a execução não creio ter sido das melhores. Os puzzles também acredito não terem sido bem pensados, muitos necessitando da análise do visor sem razão alguma, mesmo sendo algo que já foi feita antes. Tive muitos bugs gráficos e a movimentação pelo mapa é bem travada, nunca passando uma impressão real de fluidez. A impressão é que o jogo é uma ótima porta de entrada para pessoas que não jogam. Espero que uma possível sequência ou jogo do estúdio seja melhor, pois apesar dos pontos negativos previamente citados, o humor me agradou bastante e houve muitas ideias interessantes em relação a narrativa.

Pegou a maior parte das qualidades do primeiro título e aprimorou tudo aqui. A arte continua linda, história muito melhor desenvolvida e o final é surpreendente. A mobilidade foi ainda mais expandida e a decisão de dar as ferramentas de travessia mais rápido tornou toda a experiência ainda melhor, já dando logo no inicio do jogo as coisas mais divertidas para o jogador experimentar e explorar o mapa da maneira que preferir. Foi extremamente satisfatório poder avançar em áreas que normalmente não daria para ir, mas utilizando as habilidades de maneira correta, se torna possível. Outro fator que foi melhorado foi o combate, adicionando novas armas e tornando os inimigos e projeteis mais legíveis. Não consigo nem pensar em pontos negativos, experiência perfeita com o que foi proposto.

Persona 3 reload uma das melhores experiências possíveis em questão de JRPG e narrativas que já tive a oportunidade de ter contato. Persona 3 Reload conta com uma história incrível, com uma temática forte e que me marcou, com momentos incríveis que ao final da jornada cria um grande sentimento de satisfação e epifania agridoce. Junto a isso, as mudanças de qualidade de vida e novidades inspiradas no título mais recente da franquia, persona 5, tornam todo o pacote do remake extremamente bom. Algumas coisas ainda expõem a idade do jogo, como alguns social links com historia mais simples ou bobinha, o ritmo mais lento e massante do Tartarus e poucas opções de coisas para fazer.

ObsCure apresenta uma experiência diferente e divertida, tendo como premissa um grupo de adolescentes descobrindo uma conspiração oculta dentro da escola onde estudam após tentar encontra um de seus amigos que desapareceu misteriosamente. O jogo em si funciona como uma espécie de Resident evil, só que o jogador pode controlar até 5 personagens diferentes e uma campanha que pode ser jogada inteiramente com duas pessoas, sendo esses 5 personagens com diferenças em suas personalidade e habilidades especiais. Isso também trás uma dinâmica interessante ao(s) jogadores podendo trocar entre os personagens, tanto para utilizar suas funções únicas quanto como recurso para economizar em itens de cura. Contudo, é pertinente falar que a morte dos personagens é permanente, trazendo essa dinâmica de sobrevivência clássica dos filmes slashers para a gameplay.
Há pontos negativos que provavelmente são reflexos da época do seu lançamento, como os controles padrões serem bem esquisitos, menus confusos e câmera no multiplayer bem ruim, pois ela só acompanha um jogador por vez, fazendo com que em mapas maiores, um dos jogadores fica bem prejudicado. O melhor resumo que posso dar desse jogo é “E se Resident Evil fosse um filme de terror com adolescentes e em multiplayer”, e isso se escala para diversos pontos dele, como a história simples, atuação pastelona e reviravoltas bem previsíveis. É um jogo extremamente curto, cerca de umas 5/7h, barato e, com a possibilidade de jogar em coop, uma opção muito divertida para passar um dia jogando.

Jusant é um jogo atmosférico com foco na sua mecânica de escalada e exploração durante a sua escalada. É um jogo bem mediano, uma experiência que não vai ser nada absurda ou gerar impactos nos jogadores e no cenário, mas trás um pouco de diversão. Os principais problemas que encontrei na minha experiência com Jusant é a falta de desafio durante toda a jogatina, sendo o suficiente para o jogador simplesmente desligar o cérebro e ir apertando L2/R2 e ir subindo sem muita reflexão e quase não há punição para erros. A história é contada pelo ambiente e textos encontrados durante a jornada, mas os textos são extremamente sem sal e confusos, fazendo com que à partir de determinado momento eu simplesmente ignorasse ir atrás desses pedaços de história. As mecânicas de escalada são legais, mas há muitas coisas que poderia ser melhor, considerando que é a única e principal mecânica do jogo, sendo muitas vezes imprecisas e locais que parecem escaláveis mas não são. Já a parte que mais impressiona no jogo é na parte visual, tanto nos gráficos quanto em direção de artes, trazendo cenários maravilhosos e com uma fauna e flora intrigante e linda. No fim, jusant é uma experiência que não traz nada fora do comum ou memorável, mas não chega a revoltar por conta de sua curta duração.

Signalis apresenta uma jogabilidade e loo de gameplay bem semelhante aos resident evil de PS1, onde o jogador deve gerir seus recursos durante a jornada e resolver enigmas para poder progredir, enquanto sobrevive em um ambiente hostil infestado por criaturas, apresentando tudo isso num visual low-poly muito bonito e bem trabalhado. Um fator que senti como muito positivo em toda a experiência é como o jogo é bem dirigido, as cenas, as formas que os diálogos são construídos, as peças de narrativa feitas pelo ambiente, transmitindo muitas emoções de maneira efetiva. O roteiro e historia geral, dá parte compreensível pelo menos, me instigou muito a continuar a jogar e descobrir cada vez mais o que toda essa misteriosa aventura tem a apresentar. Contudo, acredito que a história geral e seus detalhes exigem muito empenho para conseguir decifrar ela por completo, fazendo com que boa parte do público, eu incluso, saía com muito mais duvidas do que respostas sobre toda a trama. É o típico jogo que tem muitos detalhes complexos da trama ocultos por traz de textos crípticos, narrativa não linear, enigmas e elementos de horror cósmico.
Ao meu ver, o único ponto que foi negativo foi a limitação de inventário e como conciliar alguns itens, em especifico a lanterna. Ela ser um item que ocupa o slot de equipáveis e da mochila, torna o jogo em muitos momentos chatos e frustrantes, pois força você a usar o item, sendo muitas vezes um item obrigatório para sequer interagir com alguns elementos do mapa. Entendo que pode ter sido algo intencional para adicionar dificuldade, mas em minha opinião acho que foi mais chato do que difícil.

Lethal Company é uma obra-prima quando se diz em jogos cooperativos indies. O jogo apresenta uma premissa inicial simples: Entre em luas para explorar instalações abandonadas para recolher recursos, que então você e sua equipe vendem para baterem suas metas e conseguirem continuar avançando. Os sistemas do jogo cumprem perfeitamente a fantasia proposta, apresentando itens e mecânicas que recompensam o jogador tanto com itens quanto em conhecimento, tornando cada pequena descoberta única e relevante para seu progresso. O jogo possui sistemas que trazem limitações e menus bem não convencionais ao jogador, mas isso só agrega ao jogo, mantendo um balanço entre dificuldade, diversão e descobertas. Falando em descobertas, o jogo também é bem não convencional nos seus desafios, trazendo inimigos e situações que não são comuns em jogos tradicionais, onde os monstros que permeiam as instalações abandonas tem comportamentos diferentes e maneiras diferentes de lidar com suas ameaças, tornando a descoberta de novas criaturas sempre algo interessante para poder entender qual mecânica única ela apresentará. Outro ponto que agrega muito é o funcionamento do chat de voz por aproximação, onde é possível ouvir somente os outros jogadores que estão por perto (ou com rádios), o que, especialmente dentro das instalações, adiciona um valor cómico gigante ao jogo.
É até difícil citar pontos negativos, o jogo apresenta tudo que sua premissa define de maneira muito bem feita. A única questão que pode ser vista como um ponto negativo acredito que é sua apresentação, que pode inicialmente apresentar uma curva de aprendizado um pouco alta, mas acredito que ela aparenta ser muito maior do que realmente é e tendo uma pessoa veterana para apresentar os conceitos do jogo, isso tudo se torna muito fácil.

World of Horror pode ser resumido como “estilo sobre substância”. É um RPG rogue-like com elementos de horror cósmico, principalmente inspirado nas obras de Junji Ito e Lovecraft. O loop principal de gameplay gira em torno de resolver 5 mistérios, que são pequenas historias que são resolvidas explorando áreas das cidades e encarando os eventos aleatórios, que podem ser inimigos ou coisas aleatórias que podem ter benefícios ou malefícios, que vão ir minando seus recursos, sendo basicamente um jogo de tabuleiro como Arkham Horror.
Em quesitos artísticos gerais, é muito interessante, apresentando design marcante e musicas bem interessantes. A historia é como uma coletânea de mini historias de horror que podem ter mais de um final, sendo interessante mas por ter que repetir diversas vezes e ter poucas historias disponíveis, acaba minando um pouco a graça de joga-las. A gameplay, não cheguei a me aprofundar na otimização das runs, mas do que joguei não consegui achar divertido, pois é extremamente repetitiva, dependente fortemente de RNG e bem punitiva.
Gostaria que houvesse um foco maior na narrativa e menor interferência da sorte e o trailer mostra um nível de animação absurdo que nunca é visto durante o jogo em nenhum momento.

Castlevania: Lords of Shadow foi a tentativa da Konami de atualizar a franquia para os moldes dos jogos de ação populares da época, os hack’n slashes. Apesar de um certo preconceito que tive pela mudança, não foi a primeira vez que houve uma mudança total na franquia e ouvi coisas muito positivas do jogo em si. Em aspectos gerais, é um bom jogo e faz um bom trabalho em modernizar a franquia, apresentando gráficos bons, gameplay divertida e desafiadora, puzzles interessantes e uma nova historia em toda a lore de castlevania. Dito tudo isso, é um jogo bem mediano e tem elementos que me desagradaram, como a falta de variedade no combate e o tom que ao meu gosto não envelheceu bem, apresentando uma cenário sombrio mas muito imaturo e juvenil. Sobre o combate, ele tem comandos um pouco esquisitos para o uso das armas secundárias e o uso de QTE’s é bem desgradável. Um ponto positivo menor mas que gostei muito é como foi feita a narrativa e estilização dos menus, apresentando-os como um livro, o que combinou muito bem com toda a pegada da historia. É também perceptível uma direção muito inspirada, até demais para meu gosto, em outros sucessos da época do gênero, como god of war, devil my cry e dante’s inferno. Em conclusão, Castlevania: Lords of Shadow é um bom jogo, diverte mas não é nenhuma experiência memorável que vai mudar sua perspectiva em relação a outros jogos.

Cave story é um jogo de plataforma que abriu as portas para os indies modernos, junto com outros títulos, mostrando a capacidade que um desenvolvedor solo pode alcançar. O jogo conta com uma historia simples mas bem feitinha, uma arte linda e trilha sonora marcante. A gameplay também trás muita qualidade e carisma, apresentando diversas armas com evoluções e desafios que engajam o jogador nessa aventura 2d. Contudo, a dificuldade pode ser opressiva, principalmente se tentar o final bom e o melhor final. A última batalha é uma sequência de 4 BOSSES em seguida, sem save, sem cura e batalhas muito desafiadoras. Inclusive, foi onde decidi abandonar o jogo, poisa o meu gosto é um nível de dificuldade que não estava com vontade de lidar. Bom jogo no geral, mas a dificuldade pode frustrar os mais casuais.

Um dos melhores jogos de mundo aberto mais realistas. Muitas atividades diferentes para fazer pela cidade, gameplay divertida, missões diversificadas e personagens marcantes. Uma grande evolução do 4 e definiu diversos padrões desse estilo de jogo e retornou diversos elementos bons que haviam sido retirados da franquia. Contudo, existe alguns problemas que particularmente me incomodaram, sendo mais alguns detalhes que não foram suficiente para acabar com a minha experiência com ele:
A historia é fraca. Não chega a ser ruim, mas a falta de seriedade no tom da escrita da história traz muitas soluções fáceis no roteiro, onde muitas coisas acontecem sem uma razão clara, personagens extremamente caricatos, demais até para a franquia e ter 3 protagonistas fazem que nenhum deles seja tão explorado quanto deveria.
O design de missões, que apesar de terem melhorado mil vezes da extrema repetição do GTA IV, muitas das missões são lineares demais e qualquer divergência do caminho definido resulta em falhas. Os elementos de escolher a abordagem em algumas missões é interessante e dá uma leve contornada nesse problema.

Customização e elementos relacionados: Eu entendo a proposta de, ao trocar de personagem, eles mudarem de roupa e estarem fazendo coisas aleatórias. Mas é um saco toda hora perder a roupa que colocou em um personagem. A compra e customização de veículos também é algo que deixa muito a desejar, sem uma maneira de trocar os veículos padrão dos personagens, sinto que comprar e customizar veículo é uma grande perda de tempo.

Tirando esses pontos que mais me chamaram a atenção em relação a falhas ou coisas que desgostei, é certamente um marco na indústria e não atoa é até hoje um jogo relevante. Sinceramente, mal dá para acreditar que é um jogo de 2013 de tão absurdo que é, ainda mais quando se compara com outros jogos da época.

Mass effect certamente é um mundo rico, bem construído e com uma riqueza de detalhes narrativos gigante, porém tudo isso está escondido atrás de um jogo que envelheceu muito mal, com muitas questões que me direcionaram a abandonar o game. Os elementos de jogo em si são confusos, o jogo parece estar numa crise de identidade em ser um rpg ou um shooter, onde os elementos acabam não se mesclando de maneira agradável. Os elementos da interface são confusos, o mapa é terrível, a customização segue um padrão fraco, onde os benefícios em sua grande maioria são bônus numéricos genéricos. Esse certamente é um jogo que se beneficiaria imensamente de um remake total, adicionando elementos mais modernos de gameplay, mudanças de qualidade de vida e polimentos que tornariam uma experiência imaculada. Existem muitas decisões de game design questionáveis, como a forma de movimentação do tanque na exploração espacial e o uso de estamina para correr nas seções de exploração onde não há combate.

Começo dizendo um afirmação forte em relação a Lies of P: É o melhor souls-like não desenvolvido pela From e rivaliza com muito bem com a “mãe” desse gênero. Produzido pela Neowiz Games, Round 8 Studio, Lies of P é o perfeito exemplo de lançamento e escopo, não apresentando bugs absurdos, bem otimizado e a equipe soube muito bem como fazer um jogo interessante que não se perdeu em ambição. Lies of p não tenta fazer coisa mirabolantes e nem reinventar a roda, mantendo uma estrutura simples e sólida, adicionando novos elementos de maneira criativa, o que torna tudo ainda mais especial.

Além dos elementos clássicos do gênero, como batalhas contra chefes memoráveis, combate com comprometimento de ações, aprendizado de padrões, customização de estilo de jogo e dificuldade elevada, lies of p apresenta mecânicas únicas, como a criação de armas com a mistura de cabos e lâminas diferentes, o braço de legião, que garante novos poderes ao jogador como ganchos para puxar inimigos, lança chamas, plantar minas ou simplesmente socar seus inimigos. O jogo também tem um alto nível no comprometimento dos movimentos, fazendo com que o jogador precisa pensar muito bem antes de tomar uma ação pois está se má planejada pode causar a sua morte.

A história, diferente da maioria dos que se inspiram nessa receita, propõe uma historia mais direta e exposta ao jogador, mas ainda tendo alguns elementos interpretativos e crípticos para aqueles que gostam de se aprofundar na narrativa. Lies of P também cria uma ambientação incrível, tornando Krat um local memorável.

Nos quesitos artísticos em geral, o jogo é de grande qualidade também, com bons gráficos, direção artística cativante, trilha sonora que, pelo menos as que ocorrem na jogatina, apesar de boas não são tão memoráveis, com exceção das musicas em disco que são obtidas em algumas missões ou compradas, que são incríveis. O design dos inimigos também é bem criativo, criando uma identidade única.

É incrível que lies of p, mesmo após ter sido jogando em sequência a cyberpunk 2077 phantom liberty e baldurs gate, tenha conseguido se destacar tanto em minha experiência, ousando até a cogitar sua vitória no GOTY de 2023, se tornando uma grata surpresa mesmo sendo de uma empresa com tão pouca experiência. Certamente um jogo imperdível para os que gostam desse estilo de jogo e abrindo precedente para uma futura grande franquia.

Além das melhorias e correções propostas na atualização 2.0 de Cyberpunk 2077, que tornam a experiência ainda melhor e mais divertida, Phantom Liberty oferece uma nova linha de história e um novo final que acrescenta muito na jornada de V. Com novos personagens profundos e marcantes, missões emocionantes com elementos de histórias de espionagem e uma narrativa envolvente, o jogo mantém o jogador intrigado e sempre ansioso pelo próximo evento. Phantom Liberty consolida a CDPR como um dos estúdios atuais que melhor sabem criar experiências narrativas, tratando seu universo com seriedade, maturidade e desenvolvendo personagens multifacetados e interessantes.