48 Reviews liked by Quisinho


"How can i expect to shape the world when i can't even shape my own life...?"

Eu poderia escrever uma baita review filosófica sobre cada conceito existencialista da obra, mas me conterei a comentar sobre os principais fatores técnicos e minhas opiniões.
Sua maior qualidade, após sua gameplay, é o seu "World Building", em seu maior significado, afinal, a obra é sobre a construção de um mundo. É irônico o contraste de uma execução tão viva em um mundo tão morto, é lindo como tudo se mistura a esse simples fator, sua temática vazia, desde seu visual, expressando uma mistura de terror com isolamento, cinza em grande parte, e perfeitamente imersivo; sua música, que transita entre o rock/metal emocionante para o melódico desconfortante; seus personagens, com opiniões próprias sobre o mundo atual e como deveria ser moldado, além das almas e monstros, bem humorados e únicos em interação; e até mesmo seu sistema de gameplay, onde você consegue transformar inimigos em aliados, após essa destruição, sociedades de monstros foram criadas, todas com bases instintivas, ao precisar de alguém, você conversa com ele, o chama, o ameaça, o convence para que ele lhe ajude, até mesmo seu sistema combina com sua temática de desespero após tal evento, de alguma forma lidar com a situação atual.
Sua gameplay é perfeita, disparadamente a melhor de JRPG's que já joguei, com seu sistema de "Press Turns", levemente complexo mas que quando aprendido se torna satisfatório de executar, saber todas as formas de ganhar press turns e se aproveitar disso, batendo em fraqueza, utilizando buffs e debuffs, esquivando, executando o máximo proporcionado pelo combate. É um sistema que o jogo lhe apresenta e o obriga a aprende-lo, gosto como é uma moeda de dois lados, onde os inimigos também se aproveitam do mesmo que você pode fazer, e caso você não se aproveite, o inimigo se aproveitará. Destaco suas boss battles, afinal, são inúmeras, e a grande maioria extremamente bem feitas, em especial as dos candelabros; e novamente elogiando a OST, que transmite bem a emoção necessária para todas as lutas. Eu poderia falar sobre o sistema do Cathedral of Shadows, mas seria tedioso demais de ler, apenas concluo que também é executado de ótima maneira, tendo como único problema o que corrigiram no remaster, que é a escolha das skills.
Seu texto em geral é simples, porém profundo e denso, inserindo perfeitamente o jogador naquele mundo, expressado muito pelo ambiente e seus habitantes. Como dito antes, a obra é sobre a construção de um novo mundo após o fim do anterior, e cabe a você ver a opinião de cada personagem e decidir qual deles você acha que propõe um mundo melhor, qual deles oferece a melhor "reason"; já vi dizerem que as reasons são radicais e imbecis, mas todas eu acho cabíveis e otimamente justificáveis baseado no personagem que as oferece, o que os levou a pensar naquela forma, até mesmo as que acho impossíveis de concordar, como a da Chiaki, há um bom subtexto para tal. Preciso dar um destaque para a melhor personagem, a Yuko, que passa por um texto muito bonito de descobrimento e autorreflexão, com seus pensamentos para o mundo sendo refletidos em si mesma, além da evolução gradual dela.
Seu visual, feito pelo great Kazuma Kaneko, além de ajudar na coesão temática, também carrega uma identidade muito boa, com bases religiosas e alegóricas, como no design nos demônios e personagens, sendo extremamente estiloso e expressivo; suas dungeons também, que executam muito mais do que o padrão "ir do ponto A ao ponto B", com individualidades, bom visual e bons enigmas (há um ou outro que são um saco, mas no geral gosto deles).
Eu, como fã de DMC, tenho uma necessidade extrema de dedicar um parágrafo para a existência do Dante nesse game. Otimamente bem caracterizado, ironicamente mais bem caracterizado do que no DMC2, junto de cada referência visual em seus ataques ser muito legal para um fã da franquia, além de ser um ótimo personagem para se ter na party.

Cronologicamente falando, após seu terrível antecessor, Kingdom Hearts 358/2 Days trás de volta as raízes da série e volta a ter uma gameplay decente, e não mais um sistema tosco de cartas para lutar. Tendo em vista as limitações de um console portátil, aqui foi feito um ótimo trabalho, o jogo é longo, tem bons gráficos e até cutscenes pré renderizadas que botaram o DS para fritar. No geral, conseguiram transportar bem a experiência da série para o console, e acabou se saindo melhor do que eu esperava. Por mais que o jogo seja chato e repetitivo em muitos momentos, já que o que fazemos durante o jogo inteiro é fazer missões em poucos mundos, tendo uma certa baixa variedade de inimigos e chefes, que se repetem durante o jogo todo, tendo poucos realmente memoráveis, ainda assim é uma experiência agradável e jogável, diferente do seu antecessor, o Chain of Memories, que eu já comentei sobre anteriormente. Mas claro, o principal continua sendo a história, que mais uma vez está sensacional, aqui explorando novas vertentes no universo, dando um maior background aos principais vilões daquele momento, e o principal, prepara muito bem o terreno para a grandiosidade que virá a ser o Kingdom Hearts 2, através de um plot misterioso e emocionante que é bem contado durante toda a duração do jogo.

personagens com falas e interações boas e interessantes, sistema de tiro estilo CS só que piorado onde você em """""teoria"""""" não deve atirar andando sempre MAS claro o lucasXXNrXdragonwolf vai patinar e te dar um HS aleatório a 54 metros de distancia com uma vandal.

Se quiser jogar jogue, gosto é gosto mas já te aviso se for jogar fim de semana é melhor de madrugada a partir das 1:30 porquê antes disso tem os pivete acordados e tentando ao máximo não acordar os pais, outra dica o botão de mute fica no Esc no meio em baixo se não me falha a memória

realizei o sonho amigos, realizei o sonho

"Why do people insist on creating things that will inevitably be destroyed?"

Gosto muito do grupo principal, todos tem um bom carisma e principalmente, uma evolução muito boa. Essa é uma das principais qualidades do game, como todos tem uma mudança gradual e se ao fim forem comparados a como eram no começo, a diferença é notória. A Terra é a principal nessa característica, já que ela tem toda a necessidade de descoberta de o porque estar viva e porque continuar vivendo, carregando o tema do jogo e fazendo dualidade ao Kefka, que carrega uma ideia um tanto quanto niilista, não vendo sentido na existência e porque continuar existindo. Os dois personagens são excelentes na execução dessas características, a Terra tem uma ótima jornada de autodescobrimento e construção com base na realização da perda e a importância da existência, e em contrapartida o Kefka, que além de executar perfeitamente a função de vilão como um bom filha da puta, tem a temática de degradação no niilismo e destruição, que junto a personalidade de palhaço doente, da um tom caótico sensacional, como se ele tivesse afundando na loucura a procura da resposta de porque continuar vivendo, eu poderia ir muito longe falando das características dele, facilmente um dos melhores vilões que já vi. Celes e Locke, além de compartilharem uma ótima relação com boas interações, carregam textos e momentos surpreendentemente pesados, o Locke com os arrependimentos, se prendendo no passado, e a Celes, com suas desconfianças sobre si mesma e outros, a procura de se entender e de alguém que possa entender-la.
A execução inteira do enredo é muito boa, com destaque ao world building. É bizarro como certas cenas são impactantes mesmo no visual datado de SNES, imagino tudo isso em um remake, onde até os mais simples dramas seriam intensificados por seiyuu e outras formas de impacto.
Uma das coisas que eu não sou muito fã é a obrigatoriedade de jogar com alguns personagens, como nesse jogo são 14 jogáveis, alguns deles são meio ruins e não me fazem ter vontade nenhuma de jogar com eles, prefiro um sistema onde eu apenas jogo com os que tenho interesse.
Gosto muito de toda a etapa do World of Ruin, ver como cada um seguiu a vida naquele desastre, se prendendo a vida de diferentes maneiras, e também gosto como funciona como jogo em si, a primeira metade é linear e te leva a cada ponto, enquanto essa segunda metade você é totalmente livre para fazer as coisas na ordem que quiser, ou até não fazer e simplesmente ir pra torre do Kekfa.
A gameplay é básica de RPG de turno, obviamente feita com maestria, boas individualidades e liberdade com o sistema de Esper. Inicialmente eu ia fazer apenas o obrigatório do jogo, mas me diverti tanto que acabei fazendo praticamente tudo. As Boss Fights são excelentes, principalmente a final, todo o design da "torre" de boss, as frases do Kefka, a música... "Dancing Mad" é uma das melhores osts de todos os jogos que joguei.

"Hope is comforting. It allows us to accept fate, no matter how tragic it might be."

Dos Final Fantasy que eu joguei, o FFX é provavelmente o que tem a melhor gameplay até agora. Ele aprimora muito bem o sistema de classes clássico de FF, onde cada personagem tem uma função, e a possibilidade de trocar de personagem na batalha sem perder o turno para cada um realizar sua ação funciona muito bem. A customização de personagens é do caralho, com o Sphere Grid, o qual eu demorei um pouco pra entender como funcionava (e por causa disso meu Khimari ficou um lixo), mas que quando entendi aproveitei e valorizei o quão bom era, ir escolhendo qual caminho você quer levar os ups dos seus bonecos, da uma ótima liberdade e variedade, minha Yuna de Black Magic era braba. As boss battles são muito boas, com muita necessidade de estratégia, principalmente as do Seymour e Braska, as que mais tive dificuldade.
O jogo é lindo em temática, o cenário tropical trágico, os temas religiosos, exploração sobre preconceitos e diferenças, as tradições de Yevon e a fé cega que as pessoas tem nos ensinamentos, e principalmente o texto sobre a morte, o grande nonsense que é o sistema de Spira, onde os personagens frequentemente se questionam o porque seguir essa linha, a espiral da morte. Humanos que lutavam e causavam mortes, Sin que castiga os pecadores que matavam, os matando, Summoners que lutam para matar Sin, Guardians que morrem para salvar seus Summoners, e todos os pontos a mais que levam os plots futuros, as dualidades de Yuna e Tidus sobre para onde a morte os levara, é um tema muito bem explorado.
Há lá umas incoerências e problemas, além da conclusão ser um tanto quanto simples para um tema tão profundo, mas mesmo assim é muito bonito. Tidus e Yuna carregam uma ótima evolução e amadurecimento, além de suas interações e relacionamento, Rikku é a Yuffie desse game, com humor leve e descontraído, que funciona muito bem, e Auron com seu belo texto sobre arrependimentos e mudanças. Sobre o resto, a Lulu não é lá muito bem explorada, o Wakka serve mais pra construir os outros e o Khimari é quase inexistente. O rumo da jornada perdida em seus próprios objetivos de realização é muito bem explorado, a confusão em avançar e não ter certeza do próprio avanço.
Como sempre, OST emocionante, Nobuo Uematsu é uma lenda. As cutscenes são extremamente bem feitas, bizarro o nivel de qualidade para o PS2. Blitzball é um crime que irei ignorar. A dublagem é muito meme, mas há momentos que eu até gosto um pouco dela, como nas narrações do Tidus. E sim, a cena da risada do Tidus é boa. Um ponto especifico que me incomoda é não poder pular cutscenes, haviam boss battles que eu morria e tinha que ver uma cutscene de 5 minutos antes de tentar novamente, é agoniante.

"The fear of blood tends to create fear for the flesh"

Como um fã de Resident Evil, sempre tive vontade de jogar os Silent Hills, e finalmente estou começando.
O jogo é o que há de exploração de terror psicológico nessa vibe de survivor horror, mas de uma forma bem diferente de Resident Evil. No RE, meu "medo" é causado pela limitação, saber onde gastar cada munição, como usar cada item, nesse jogo o "medo" é causado por tudo que constitui uma atmosfera, criando uma experiência densa e pesada, seja com toda a característica sonora, os sons bizarros e distorcidos, o desorientamento do Harry em conhecimento e objetivos na cidade, ou os cenários creepys e restringidos, que por sinal, é uma ótima sacada dos diretores, esse proveito da limitação do console, criando a neblina, a utilizando e transformando em um conceito de maior tensão. Por sinal, essa característica de "medo" de RE quase não me aflingiu nesse SH, eu podia ter matado o triplo de inimigos do que eu matei que ainda sim me sobrariam muitas munições.
A historia dessa porra é bem confusa e em certo grau complexa, então após terminar fui atrás de pesquisar sobre. É bem interessante a ligação religiosa e todos os motivos de existência da cidade e dos monstros com base nos traumas da Alessa, a ideia geral do personagem e das consequências dos atos extremistas do culto é bem explorada. A qualidade das cutscenes é surpreendentemente alta pra época, além de passarem super bem a vibe da temática.
Sobre a gameplay, ele é lá travadão na pegada PS1, mas funciona razoavelmente bem. Gosto do sistema do mapa, de ir atualizando, bem eficiente. Os inimigos no geral são bem filhas da puta, é até surpreendente que o primeiro jogo da saga, de 99, conseguiu fazer uma movimentação não mongoloide para os inimigos, alguns deles tem sistemas bem específicos feitos para complicar quem tenta passar da forma mais sagaz, só correndo ou coisa assim. Há um ou outro inimigo que funciona de uma maneira merda, especificamente a nurse sem a faca, acho aquilo levemente imoral, e principalmente os bosses, que talvez seja o ponto mais fraco do jogo, nenhum deles eu consegui achar bom, todos muito travados em mecânica, o primeiro é o que mais minimamente funciona, e mesmo assim tem uma gimmick genérica com uma execução tosca, e o ultimo (apesar do design brabo) é todo errado, eu mal conseguia o enxergar, apenas atirava na fé e nem sabia se estava acertando, alem dos hits dele não serem desviáveis.

Can't believe they thought it was ok to leave Toal as broken as he is in the game

The ending was a bit anticlimactic, yes, but I still liked it a lot for what it did right. I loved all the mini Adol memories and the combat system is really good. The character interaction is awesome as well, and the soundtrack is PERFECT.