você consegue prender todos os inimigos do jogo quase infinitamente em um combo apertando só um botão e eu acho isso lindo

Tudo nesse jogo é exatamente o que você esperaria de um Yakuza, com todos os clichês da franquia e as características que a tornam tão icônica, mas em uma escala bem menor por ter sido um título feito pra portátil.

A gameplay é divertida e viciante, e ter tantos estilos de luta diferentes abre espaço pra uma diversidade surpreendente no combate, te deixando experimentar cada um deles pra usar o que mais te agrada. No início as lutas pareciam ser muito travadas e estranhas mas conforme você se acostuma cada batalha do jogo fica fluída e rápida, fazia tempo que eu não me divertia tanto com um sistema de combate assim.

Honestamente eu não achei a história central grande coisa, é um plot com as reviravoltas e tudo mais já esperados de um Yakuza, mas é tudo feito de uma maneira tão simples que não conseguiu me chamar atenção ou fazer eu me interessar por ela. Está longe de ser ruim, mas é bem sem sal e é inteiramente carregada pelo cast de personagens, que é o destaque principal do jogo.
Sério, TODOS os personagens desse jogo são muito carismáticos e bem construídos, eles tornam uma história "ok" em algo engajante de se seguir e evitam que ela se torne chata, todos os bosses tem algo de caricato que prende não só a sua atenção como a do próprio protagonista, e isso inclui não só os que se tornam recorrentes na trama como também os que aparecem apenas uma vez e somem.

Mas sinceramente todos os acontecimentos desse jogo são apenas um plano de fundo pro real ponto mais forte dele: Ukyo Tatsuya.
Ele foi facilmente o que mais me surpreendeu aqui e foi o principal motivo de eu ter amado tanto Kurohyou, poder ver o impacto que o clã Tojo tem nas pessoas de fora dele, principalmente em um personagem adolescente completamente perdido na vida, é algo tão único na franquia mas que ao mesmo tempo cai tão bem com ela. Ver o Tatsuya encontrando o seu lugar no mundo, crescendo como pessoa e adquirindo motivos pra seguir lutando, tudo isso é muito gratificante, acompanhar o desenvolvimento e crescimento do personagem e ver a diferença entre ele no início e no fim da história foi de longe a melhor parte do jogo e ele acabou se tornando um dos meus personagens favoritos da franquia.

Eu odeio visual novels, pra mim tudo que é feito nesse formato pode ser facilmente replicado de maneira igual ou superior em qualquer outro tipo de mídia sem nenhuma perda de identidade notável. Porém, The Silver Case é um dos poucos casos onde a parte >visual< é realmente significante pra identidade do jogo e não somente uma forma preguiçosa de o construir utilizando uma imagem com um balão de texto embaixo como na maioria das outras.

A interface, as caixas de texto, os retratos dos personagens e as imagens ilustrativas, tudo isso é muito bem utilizado no jogo, todos esses aspectos se movimentam o tempo inteiro, trocam de lugar ou são alterados de alguma forma que faz dar vida à parte textual da obra e não torna ela chata, o que é crucial já que esse é o foco do seu gênero.

A história é incrível, da pra notar claramente que foi o Suda que escreveu pela ambiguidade de muitas coisas e pela forma que tudo é contado. É MUITO difícil descrever a história de The Silver Case e as suas qualidades, ao menos pra mim, pois é o tipo de história que não faz sentido algum se contada por terceiros mas sim que deve ser lida e absorvida por conta própria. É uma história confusa a primeira vista, mas quanto mais progresso você faz no jogo mais as peças vão se encaixando e fazendo sentido até que tudo seja revelado, tudo nela é orquestrado de uma maneira muito linda e coerente. A construção de mundo e os temas retratados no jogo são tão atuais que eu não consigo evitar de admirar o Suda por ter feito algo desse tipo em 1999, todo o ambiente do jogo e os problemas que vem com ele parecem muito mais uma representação do nosso mundo de agora do que a sua intenção original que era ser uma distopia.

Dito isso, eu adorei o cast inteiro do jogo, todos eles tem o seu carisma próprio e no final cada um deles se encaixa na trama do seu jeito, gostei principalmente de como nenhum deles é "preto e branco" mas sim tem seus conflitos morais e éticos, todos eles são muito humanizados seja nas suas próprias características como também na forma que eles interagem com os outros personagens e com o ambiente ao seu redor. Eu de verdade amei como a maioria dos casos do jogo parecem ser avulsos e sem relação entre si mas ao chegar no último deles tudo se conecta e começa a fazer sentido, sinto que não só a história e a forma que ela é contada melhora muito após a primeira metade do jogo, como também que eu acabei me acostumando mais ao gênero ao decorrer dela e por isso pude a aproveitar melhor nessa segunda metade.

Se fosse somente pela história The Silver Case seria facilmente 5 estrelas, mas a forma que você interage com o jogo é tão maçante que eu fui obrigado a abaixar ela. Mesmo sendo uma visual novel ele tem sim sequências de gameplay em algumas das suas sessões, mas que se resumem a andar em um ambiente por 10 minutos interagindo em pontos específicos e acabou, essa parte dele é tão chata e que acaba virando uma tarefa ou um tipo de obrigação que você PRECISA fazer pra poder continuar acompanhando a história, o que acaba afetando na experiência e na maneira que você engaja com a narrativa. Como eu falei, ao decorrer do jogo eu me acostumei com as características do seu gênero e ao final dele eu tive pouquíssimas reclamações sobre essa parte textual e de leitura, na verdade cheguei até a valorizar mais elas, mas ao contrário disso, essas sequências "jogáveis" só foram me deixando mais irritados quanto mais eu avançava nos casos e no final é provavelmente a única parte que eu realmente detestei no jogo.

The Silver Case é um exemplo de como se construir uma narrativa intrigante e bem montada, e por mais que eu ainda não tenha criado apreço pelo formato de visual novels esse ainda assim é o tipo de obra impossível de não ser recomendada, pois se ultrapassar os obstáculos que vem com o gênero, você vai ser recompensado com uma história incrível sobre identidade e sobre superar o seu passado para poder continuar seguindo em frente independente das adversidades da vida.

Kill the past.

No More Heroes 2 é um jogo que infelizmente se escora muito na sombra do seu antecessor, mas que quando utiliza da sua autonomia ele demonstra ser um jogo excelente e bastante subestimado.

Praticamente todo o brilho de No More Heroes 2 está nos elementos novos que ele apresenta em relação ao primeiro, com uma história mais focada e bem construída e um Travis muito diferente do de antes em um bom sentido.

Na review do primeiro jogo eu comentei sobre a maneira que ele comenta sobre a cultura de banalização da violência de maneira bem breve, pois não era o foco do jogo, mas aqui esse é o tema central da história e é pra mim o ponto mais forte dele.

A maneira com que o jogo satiriza isso tornando o Travis em um psicopata ainda maior do que antes perdendo todo o seu humor e só se importando com a vingança é genial, mas não só isso como também a forma que essa personalidade dele é desenvolvida e retratada ao decorrer do jogo. A cada batalha que passa o Travis percebe a futilidade daquela matança até chegar em uma das últimas batalhas onde o jogo diz isso diretamente na sua cara fazendo com que o próprio protagonista perca a cabeça e decida por um fim nisso ele mesmo. Todo o jogo é desenvolvido em torno dessa crítica à cultura do consumismo e como ela criou uma apatia em relação à violência tanto gráfica quanto real e ele desenvolve tudo isso de uma maneira muito incrível e bem feita.

Vale destacar aqui também como a OST desse jogo é uma putaria de boa e que a adição de mais dois personagens jogáveis foi bem legal por mais que seja por poucas missões.

Infelizmente como eu comentei em cima o jogo se apoia muito no primeiro e praticamente todos os elementos que retornam dele são mais fracos aqui. O combate dessa vez realmente não é nada mais do que um button masher, a apresentação de tudo não tem o mesmo carisma que o original (onde a apresentação das coisas era um dos pontos mais fortes) o que por consequência deixa a maioria das boss fights sem graça e esquecíveis, de mais de 10 bosses eu gostei de verdade de menos da metade sendo que 2 desses foram bosses do primeiro jogo retornando. O jogo se baseia no seu antecessor sem entender o que fez ele ser tão bom afinal de contas, e acaba se mantendo muito pé no chão em relação a todos esses elementos.

Essa tentativa de tentar replicar o charme do No More Heroes original mas sem utilizar da mesma excentricidade dele acabou fazendo com que No More Heroes 2 caísse um pouco no meu conceito, mas isso de forma alguma o descredibiliza das suas qualidades, e é nos aspectos em que ele inova onde ele brilha de verdade e revela ser um jogo magnífico e que vale muito a pena ser jogado apesar dos seus defeitos.

Facilmente um dos jogos mais artisticamente criativos já feitos, não só dentre os que eu já joguei mas também de toda a mídia.

Não importa de onde ou como você veja, No More Heroes é um jogo bizarro, seja na sua gameplay consideravelmente fora dos padrões do seu gênero, nos seus personagens extremamente excêntricos ou na sua história hilária e ao mesmo tempo envolvente. E isso de nenhuma forma é algo ruim, pois o charme do jogo está quase que por inteiro nessa apresentação extravagante e carismática.

No More Heroes é uma clara parodia a diversos elementos da cultura pop, o jogo não se leva a sério em quase momento nenhum e brinca o tempo inteiro com os conceitos da sua mídia e os tópicos utilizados nela. Isso é algo presente no jogo inteiro, mas é bem mais notável na sua reta final onde as barreiras da mídia são quebradas em meio aos diálogos e cutscenes como forma não só de piada mas também de contar a sua história. O jogo utiliza da sua brutalidade e do seu humor ambos muito exagerados pra criticar e fazer de piada essa cultura de banalização da violência pelo entretenimento, e isso é inteiramente refletido no Travis, que é um completo fracassado servindo de assassino em massa sem propósito algum e sem ganhar nada em troca por isso. Além das óbvias alusões a diversos jogos e seus clichês, como a própria relação do Travis e do Henry sendo uma sátira da relação entre Dante e Vergil.

E é óbvio que além disso tudo No More Heroes tem um mérito enorme como jogo próprio, a sua gameplay por mais que simples é bem legal e funcional, na superfície ela aparenta ser só um button masher mas depois que você aprende a utilizar dos elementos a sua disposição como a dark step e os ataques carregados o combate fica muito fluído e divertido, e acertar um jackpot depois de matar algum inimigo sempre é muito prazeroso. E sobre a história é basicamente o que eu comentei lá em cima, um show de extravagância muito bem humorado mas também muito bem escrito e intrigante, o personagem do Travis é SURREAL de carismático e a personalidade dele é muito bem utilizada e desenvolvida em cada combate ranqueado, e inclusive todos os vilões são incrivelmente bem aproveitados no contexto onde foram inseridos e servem perfeitamente o propósito deles.

É difícil encontrar jogos tão dispostos a extrapolar os seus limites tanto como forma de entretenimento quanto como arte, e eu fico feliz de saber que jogos como No More Heroes são capazes de existir e de mostrar o potencial que essa mídia possui em transmitir as suas ideias através das características únicas que a formam de maneira criativa e sem a necessidade de ceder da sua essência pra alcançar isso.

maior prova de que Deus tem seus favoritos

Depois de demorar quase 120 horas pra zerar todas as suas rotas (com excessão da rota da Igreja), é difícil organizar todos os meus pensamentos em respeito a Fire Emblem Three Houses, ainda mais considerando o fato de que cada uma das suas rotas é basicamente um jogo inteiro novo, então, sinceramente, eu não vou nem tentar desenvolver tudo o que eu pensei e senti enquanto jogava isso de maneira coesa. Então ai vão uns pensamentos soltos:

Adorei a forma que o jogo retrata a guerra e as tragédias que advém dela de maneiras diferentes em cada rota, nenhuma delas tenta virar os olhos pras casualidades que acontecem e pra mim esse foi o ponto mais forte do jogo, não importa o resultado que ela tenha a guerra sempre vai ser um meio desnecessário e sangrento de atingir os fins desejados.

Cada um dos personagens do jogo são tão distintos e carismáticos e eu não tava esperando nem um pouco por isso, adorei o cast e a forma que eles destoam entre si. Isso vale pro cast INTEIRO do jogo mas é bem mais notável e presente nos 3 lordes, principalmente ao perceber que todos os três lutam pelo mesmo objetivo e ainda assim entram em conflito pois cada um tem um meio diferente de alcançar esse objetivo, meios esses que são completamente condizentes com a construção de personagem dos 3 e ressoam muito bem com a personalidade deles.

A rota do Claude foi minha favorita e por sua vez ele também foi o meu lorde favorito dentre os 3. O principal motivo disso foi por ser a rota com mais construção de mundo e também a que mais vai a fundo em todos os mistérios que cercam o Byleth e a história do continente de Fódlan. A história desse jogo foi o principal fator que me prendeu nele e fez eu querer concluir todas as suas rotas pra desvendar todos os seus segredos, e sem querer eu acabei deixando pra fazer a rota que mais revela sobre tudo isso por último e acabou caindo muito bem. Sem contar que o Claude é MUITO carismático e gente boa, os ideais dele são os que eu mais concordo dos três lordes (o que não é muito difícil sinceramente) e é muito legal ver a relação de igualdade dele com o Byleth e como eles andam lado a lado.

Falando no Byleth, mesmo sendo um protagonista silencioso da pra notar de longe os traços de personalidade do personagem e o desenvolvimento que ele tem. Diferente da maioria dos protagonistas silenciosos ele acaba sendo muito menos um "avatar" pro player mas sim um personagem próprio que o jogador acaba tendo o direito de decidir o que vai falar. O que eu mais gostei no personagem dele é como ele serve de catalisador pra ambição do lorde escolhido, a presença dele é crucial pra que eles não se percam e consigam ver os seus sonhos até o final, e é notável os efeitos da ausência dele dependendo da rota. Na Verdant Wind o Dimitri acaba nunca tendo um ombro amigo pra se apoiar na sua fase mais degradante e por isso acaba tendo um fim trágico, na Azure Moon a Edelgard acaba abdicando de todo resquício de humanidade que havia nela por não ter ninguém pra medir as suas ações e fazer ela enxergar os seus limites, e em qualquer uma que não seja a Verdant Wind o Claude simplesmente desiste de tudo que havia construído ali até então e dissolve a aliança pra fugir e nunca mais voltar. É triste ver o destino que esses personagens tem dependendo da rota escolhida, mas ao mesmo tempo é legal de ver como a presença do Byleth é impactante e como ele é uma figura de extrema importância pro desenrolar do jogo.

A gameplay é MUITO viciante e divertida, além de ter sido meu primeiro Fire Emblem também foi meu primeiro RPG tático e eu adorei muito o combate, mesmo depois de mais de 100 horas eu não enjoei dele em momento algum e não tenho nenhuma ressalva negativa sobre (inclusive me deixou foi com vontade de jogar mais RPGs táticos), o aspecto de estratégia por mais que não tão prominente assim é bem divertido e eu gastei um bom tempo reprisando os turnos pra posicionar os personagens de maneira correta pra evitar que qualquer um morresse. É muito legal ver como a dificuldade do jogo se encontra praticamente por inteiro na maneira que você usa do posicionamento, os inimigos morrem de maneira muito fácil e rápida mas você tem que pensar direito se vale a pena matar um inimigo e acabar perdendo uma unidade em troca, requer paciência o suficiente pra conseguir avaliar cada ação que você toma de maneira precisa, mas não muita ao ponto de deixar o jogo chato e entediante.

Entrou fácil pros meus jogos favoritos e acendeu em mim uma vontade imensa de explorar o restante da franquia, que eu pretendo ir atrás de jogar a maioria das entradas o quanto antes pois eu realmente amei e MUITO esse jogo, cada momento dele e cada hora gasta.

sou a melhor Elena do meu bairro arrisco dizer até do Rio de Janeiro inteiro

Não podemos fugir da morte, o que podemos fazer é encarar a sua efemeridade e usá-la de incentivo para seguirmos em frente. O cultivo de laços é o que traz o sentido à nossa vida e o que a torna especial.

Eu acho difícil escrever análises extensas sobre Persona, ambos os que eu joguei antes (4 e 5) me renderam incapaz de transferir pra texto todos os pensamentos e sentimentos que eles causaram em mim, e Persona 3 não foi diferente. Seus temas retratando a morte e a vida não como antíteses, mas como conceitos que andam lado a lado, são pra mim uma das melhores formas que eu já vi esses tópicos serem representados entre todas as mídias.

Eu tenho sim algumas queixas sobre o jogo e por isso ele acaba não recebendo nota máxima, mas a maioria dessas são puramente sobre questões técnicas de gameplay, como o Tartarus e o sistema de calendário. Agora em questão de história e personagens, Persona 3 é um dos melhores exemplos disso não só na sua própria franquia, como também entre todo o seu gênero.

A forma com que os temas mais sérios são retratados e desenvolvidos aqui é provavelmente o ponto mais forte do jogo, pra mim um dos maiores erros de Persona 4 e 5 são usar desses temas de forma leve como alívio cômico, as vezes até mesmo negando os momentos em que eles haviam sido tratados de forma séria. Em Persona 3 isso não ocorre e eu fico muito feliz com isso, a história teve mais espaço pra expandir esses assuntos mais maduros e continuou com eles até o fim. Os momentos mais leves do jogo não são usando os traumas dos personagens como forma de humor, mas sim usando esses mesmos personagens em situações cotidianas, se divertindo entre si e aproveitando a vida, pois é sobre isso que esse jogo é: os pequenos momentos das nossas vidas e como eles formam a gente.

Posso não ter jogado nenhuma das versões anteriores até o fim, então não tenho como opinar sobre seus méritos como um remake, mas Persona 3 Reload por si só é uma experiência linda e magnífica. Me emocionei muito jogando e ver aquele final tão belamente orquestrado fez cada hora posta nesse jogo valer a pena.

Um marco pra saga Final Fantasy.

Mesmo jogando pelos Pixel Remaster e não vendo o salto gráfico e de hardware do Nintendinho pro Super Nintendo, é IMPOSSÍVEL de não se notar as melhorias que esse jogo apresentou em relação a todos os seus predecessores, em basicamente todos os seus aspectos.

Começando pelo óbvio ponto mais alto e de mais destaque que é a história, Final Fantasy IV introduziu pra franquia a narrativa com foco em seus personagens e em seus desenvolvimentos, o que acabou se tornando o padrão pra saga hoje em dia. Eles pegaram o diamante bruto que era Final Fantasy II e o refinaram criando uma história bem construída e divertida, que reconhece os seus limites e nunca tenta os ultrapassar, sendo muito centralizada nos seus personagens carismáticos e que conseguem te cativar à primeira vista. Eles conseguiram trabalhar muito bem na construção da história desse jogo visto que ele foi tecnicamente o primeiro Final Fantasy a ter uma história de verdade, já que a do 2 era bem simples e vazia, e entregaram uma experiência muito cativante e animada que é muito difícil de não te prender e fazer você adorar acompanhar cada momento dela.

Falando nos personagens, eu adorei o modo que cada um deles foi introduzido e como eles se encaixaram na história cada um do seu próprio jeito. O personagem do Cecil tem uma construção muito boa no início do jogo e por mais que depois de certo tempo ele seja meio jogado pra segundo plano, ainda da pra ver como ele se desenvolve ao desenrolar da história e como o personagem dele cresce do início ao fim. Todos os protagonistas são muito carismáticos e alguns tem até mesmo sua própria sub-trama e um desenvolvimento durante o jogo, como o Kain e a Rydia, o que acaba acrescentando e muito pro mundo do jogo e pros seus personagens. Aliás, gostei bastante do Golbez e como ele é basicamente um vilão de Power Rangers/Super Sentai e a conclusão dele no final é legal e bem feita.

A gameplay introduz o que acabou se tornando uma característica fundamental da franquia, que é o combate em tempo real, que eu pessoalmente gostei bastante e acho que cria uma certa necessidade de estratégia em cada combate e em como você usa o seu tempo corretamente nele para não acabar deixando o seu inimigo agir muito antes de você. A exploração de mundo que no Final Fantasy III já havia sido bem expandida, aqui é ainda mais, com 3 mapas pra serem explorados cada um com seu próprio ambiente, dungeons e locais opcionais que novamente, acrescentam muita coisa pro mundo do jogo e o tornam em algo muito mais do que apenas um local vazio feito pra progredir a sua história, até porque diversos povos residem ali e é legal ver como as diferentes civilizações desse mundo são compostas e se encaixam nele.

E o final desse jogo foi algo magnífico, desde o boss final até os créditos rolarem. Foi o primeiro Final Fantasy em que o último boss me fez ter a sensação de que aquilo era de fato a batalha final, diferente dos últimos que acabaram sendo bem decepcionantes e fáceis, e ver o fim da história do Cecil e dos seus companheiros finalmente tendo um momento de paz foi bem reconfortante.

Obviamente nem tudo são flores e eu tive alguns problemas pequenos com a história durante o jogo, mas o maior problema de fato é o jeito que alguns personagens foram usados e tratados e em como isso acabou tirando certo impacto da história. Não é um problema tão significante assim ao ponto de estragar o jogo mas é meio chato ver como certas cenas acabam perdendo o peso por conta disso.

Enfim, ADOREI jogar Final Fantasy IV e foi uma experiência magnífica sair dos 3 primeiros jogos pra esse, tudo aqui é muito bem feito e carismático e não teve um único segundo que eu me senti entediado ou achei o jogo chato. Esse jogo marcou a virada da franquia pra algo muito mais baseado em história e texto e eu adorei isso, os primeiros Final Fantasy são interessantes de se jogar pra saber de onde a franquia surgiu e como ela evoluiu, mas a partir de Final Fantasy IV é onde eles REALMENTE começaram a valer a pena de serem jogados, e eu recomendo muito que todo fã de Final Fantasy ou de JRPGs em geral jogue Final Fantasy IV.

Acho que dos 3 Final Fantasy que foram lançados pro Nintendo original, esse é provavelmente o que eu menos gostei de jogar em si, mas é inegavelmente o melhor em questões de pura gameplay.

A história aqui é um downgrade do Final Fantasy II, os protagonistas voltaram a não ter personalidade e deixaram de ser personagens reais, mas em contraponto os personagens secundários são bem melhores utilizados na narrativa. E falando na história, ela é basicamente uma versão melhorada e mais desenvolvida do primeiro jogo, seguindo praticamente a mesma ideia envolvendo os cristais mas com algumas mudanças pra não ser uma cópia por inteiro.

O sistema de profissões é uma ideia muito boa mas muito mal utilizada já que tem profissões que são inúteis e outras que podem garantir a sua vitória sozinhas, mas independente disso ainda é um sistema divertido e um conceito que eu espero que seja melhor utilizado no FFV.

Em questões de gameplay, o combate é basicamente a mesma coisa que os seus antecessores, mas com o sistema de profissão agora algumas delas tem habilidades exclusivas que trazem uma variedade maior pro combate do jogo. Achei esse jogo bem menos experimental que o 2 em alguns quesitos (principalmente no sistema de level up), e aparentemente eles realmente tentaram ao máximo se divergir do segundo jogo pois tudo aqui é quase igual ao primeiro Final Fantasy mas com mudanças de qualidade de vida que melhoram e muito o combate e tornam ele bem mais polido. Gostei como aqui eles fizeram o mundo ser bem mais interessante de se explorar e com bem mais localizações diversas e coisas pra serem feitas, cada dungeon é bem diferente uma da outra e inclusive tem dungeons opcionais que você pode zerar o jogo sem nem saber da existência. Além disso as novas aeronaves cada uma com a sua própria função são uma adição muito boa pra navegação do jogo.

Em suma, gostei mais que o primeiro e menos que o segundo, é um jogo bom e sem muita coisa pra se falar. Obviamente eu não esperei muita profundidade nesses 3 primeiros jogos por terem sido feitos quando o gênero de rpg ainda estava se desenvolvendo, mas é triste ver como eles jogaram fora tudo que eles experimentaram no segundo jogo na hora de fazer esse. To ansioso pros próximos jogos já que aparentemente é do 4 pra frente que a franquia realmente começa a engatar em questões de história e desenvolvimento.

Um dos jogos mais subestimados que eu já joguei.

Final Fantasy II é uma melhoria em praticamente todos os aspectos do seu antecessor, alguns problemas do primeiro jogo foram completamente anulados e os que se manteram não afetam tanto a experiência negativamente que nem em Final Fantasy I.

Acho que o aspecto mais mal falado de Final Fantasy II é o seu sistema de level up e eu sinceramente não vi problema algum nele, é intuitivo e permite que você customize todos os personagens da maneira que você bem entender. Em nenhum momento do jogo eu tive que parar pra grindar ou me senti underlevel, achei perfeitamente balanceado e tranquilo de se entender e jogar.

A história finalmente teve a sua narrativa implementada durante a gameplay e a party principal finalmente se tornaram personagens reais. Por mais que ambas essas coisas tenham sido feitas de maneira bem simples (os personagens principalmente, que tem pouquíssimos diálogos), da pra se entender o motivo disso por conta da época que o jogo foi lançado, e já é um avanço enorme em comparação ao primeiro jogo, e por mais que seja simples ela é bem feita e divertida de se acompanhar até o final.

Meu maior problema de fato com Final Fantasy II e o único que me afetou de maneira negativa enquanto eu jogava é a encounter rate ESTUPIDAMENTE alta que esse jogo tem, a cada 10 passos que você da você encontra um inimigo e isso é durante o jogo INTEIRO. Em certos momentos isso é bom pelo sistema de level up único que te incentiva a lutar contra muitos inimigos, mas em outros, principalmente na dungeon final, acaba sendo só um artifício pra te irritar e fazer com que explorar as dungeons do jogo seja maçante e chato.

Enfim, Final Fantasy II é um jogo divertidíssimo, um upgrade imenso do primeiro jogo e que recebe muito menos crédito do que ele merece. Tenho pouquíssimas ressalvas negativas sobre esse jogo e o único motivo da nota não ser mais alta é, como eu disse a cima, por ele ser muito simples em tudo que se propõe a fazer, mas isso de forma alguma o torna em uma experiência ruim. Me diverti bastante jogando e vendo as melhorias que foram feitas em relação ao primeiro Final Fantasy, e to ainda mais ansioso pra ver as melhorias feitas em relação a esse nos próximos jogos.

É um bom jogo e eu me diverti bastante jogando, mas é impossível de não se notar as limitações da época e as escolhas de design questionáveis.

O jogo é praticamente impossível de ser jogado sem um guia do lado, a única parte intuitiva é o começo e depois disso todo o progresso é escondido em coisas e lugares que você nunca sequer pensou em procurar. Além de basicamente tudo nele ser muito simples e ter pouquíssimo conteúdo.

Mas tirando isso, o fato do jogo quase não ter história, e alguns detalhes da gameplay (que como eu disse, foram provavelmente feitos por conta das limitações da época), é um jogo divertido e da pra notar como ele acabou fazendo surgir uma franquia inteira que é até hoje considerada uma das mais influentes do seu gênero.

Oficialmente meu primeiro jogo zerado em 2024, e eu não me arrependo nem um pouco de ter começado o ano logo com esse.

Final Fantasy XV está longe de ser um jogo perfeito, e eu reconheço muitas das falhas que ele tem (a maioria em sua história bem embaralhada), mas sinceramente? Tudo isso é irrelevante em meio à imensidão que esse jogo transmite, seja no seu vasto mundo, nos seus personagens, nos seus monstros, nas suas batalhas, e em todos os seus outros aspectos.

Eu aproveitei cada segundo enquanto jogava isso, foi uma aventura imensa e que, sem dúvida alguma, vai permanecer comigo por um bom tempo. Principalmente o quarteto principal, que tem uma das, se não a, melhor sinergia que eu já vi em um videogame. Todos os quatro protagonistas são igualmente carismáticos e gostáveis, nenhum é superior ou inferior ao outro, pois qualquer ponto que algum deles careça é cobrido por um dos outros 3, eles se complementam de uma forma magnífica e como dito numa própria fala do jogo, eles parecem compor uma pessoa só.

A gameplay ao mesmo tempo que é uma das partes mais divertidas do jogo, eu também achei que ficou bem de segundo plano em relação à história e à exploração. O combate é bem divertido e mesmo você fazendo basicamente as mesmas coisas toda hora ainda assim o jogo não se torna repetitivo em momento algum, a maneira como cada um dos personagens da party é autônomo e luta contra os inimigos é muito bem feita e deixa o combate fluído e interessante. Em geral um combate bem polido e funcional, muito divertido e com mecânicas interessantes, além de toda boss fight ser bem intensa e emocionante.

Não dando uma de advogado do diabo, mas a história recebe muito menos mérito do que ela merece; é sim bem confusa e as vezes até apressada, mas no geral é bem formulada e nenhum acontecimento nela parece fora de lugar ou irreal. No início tudo é arremessado na sua direção sem explicação alguma como se o jogo esperasse que você já tivesse conhecimento prévio daquele mundo e dos elementos que o envolvem, mas depois de um certo ponto (mais ou menos a metade do jogo) as explicações vão surgindo conforme você explora Lucis, lendo seus livros espalhados, ouvindo suas rádios, e etc. Por mais que esconder elementos importantes da história e do mundo do jogo em lugares tão passíveis assim seja uma decisão bem questionável e nem um pouco intuitiva, eu acho que faz sentido com toda a sua proposta; é um mundo tão imenso que é impossível saber de tudo, somente o explorando que se é capaz de ter uma maior compreensão sobre ele e sobre o seu misticismo, mas ainda assim não completamente. Obviamente isso é apenas a minha visão e opinião sobre esses pontos da história e eu entendo 100% quem não gostou desse estilo, mas eu acho que complementou e muito pro restante dos elementos presentes nela.

E o que falar do final? Completamente carregado de emoção e sentimento, ver do reencontro até a despedida dos protagonistas é simplesmente lindo e a conclusão do Noctis ao finalmente alcançar e cumprir com o seu papel de rei foi incrível de se ver, além da cena final com ele enfim se reencontrando com a Luna e seguindo com o casamento deles. Sinceramente uma das sequências finais mais lindas e emotivas que eu já vi em um jogo.

E falando do Noctis: um dos protagonistas mais humanos que eu já vi até hoje (surpreendentemente, já que até o momento tudo que eu havia visto de Final Fantasy era muito "anime"), um personagem incrível e com um desenvolvimento sútil mas feito de maneira muito boa, novamente, eu gosto muito como o jogo deixa as coisas rolarem em silêncio e não joga tudo na sua cara toda hora, e isso cai muito bem nas interações dos protagonistas, nos personagens deles e nos seus desenvolvimentos, da um sentimento de "humanidade" que é até irônico pra uma franquia que se reafirma o tempo todo como fantasiosa. Como já dito antes, os personagens principais são realmente a melhor parte do jogo e eu gosto muito do jeito que construíram eles sem serem expositivos, isso passa uma sensação de naturalidade e realmente tudo que acontece É feito de maneira natural e nada forçada.

Final Fantasy XV é um jogo imperfeito, mas as suas imperfeições de forma alguma conseguem ofuscar a sua grandiosidade e o seu carisma, todos os elementos dele me transmitiram muita paixão e eu não consegui evitar de ficar apaixonado por tudo que acontecia e pelo gigante mundo de Eos. Um jogo EXTREMAMENTE subestimado e eu fico feliz de finalmente ter o completado e ter visto a sua história até o fim. Virou um dos meus jogos favoritos e eu duvido que essa opinião vá mudar tão cedo, se é que mude.

"Walk tall... my friends."

bem divertido, mas depois de 30 horas tudo fica muito repetitivo e você acaba só refazendo as exatas mesmas missões porém com dificuldade aumentada (algumas aumentadas até DEMAIS), o que acabou me desmotivando muito pra terminar todas as missões do online depois de chegar nas de 6 estrelas, mas ao menos eu completei as da aldeia (se é que isso quer dizer algo, visto que elas são extremamente fáceis)