Eu tenho uma relação complexa com Diablo 3. Apesar de não amar o jogo resolvi fechar pela segunda vez esse ano para aproveitar o 4 pelo Game Pass. Eu acho que o ponto alto da franquia é a história, ela realmente te prende do início ao fim. A mecânica de jogo também é boa, mas confesso que depois de umas horas jogadas e já tendo explorado boa parte das combinações de magias/ poderes/ armamentos (ou seja lá o nome que os jovens chamam hoje em dia) o game me pareceu bem repetitivo em vários momentos. Chega uma hora que você só precisa decorar um certo número de comandos em ordem correta para conseguir passar por qualquer ambiente que seja, independente do inimigo. E olha que dessa vez eu tentei levar o jogo até o talo que consegui de dificuldade, mas mesmo assim não obtive muito prazer nisso, poucos foram os momentos que o jogo me exigiu "pensar fora da caixa" e buscar novas combinações ou alternativas de armamentos. Falando neles, aqui vai a minha maior "decepção": o fato do jogo dropar tanto equipamento me trazia a sensação de "tanto faz", eu simplesmente via qual era melhor e descartava o resto. Um dos elementos que sempre me marcaram em RPGs era a minha relação com o meu inventário, no próprio Skyrim tive o cuidado até mesmo de pegar uma casa com diversos expositores onde coloquei com carinho as melhores armas e armaduras que me foram uteis na jornada (uma perda de tempo, eu sei, mas ainda gosto de retornar lá só pra ver como andam as coisas). Ali em Diablo chegou uma hora que eu simplesmente pegava tudo e mandava reciclar, tudo era meio parecido e cafona. Além de que não dava nem pra apreciar direito a arte devido à visão isométrica do jogo.

Dito isso, mal posso esperar para jogar o 4. Fã ou hater ainda não sei, talvez eu esteja ficando velho pra esse tipo de jogo.

Super Mario Galaxy é um espetáculo. E mesmo agora, 17 anos depois do seu lançamento, o jogo se mantém como um dos melhores (se não o melhor) jogo da franquia Mario já lançados. O game é uma aula de game design, com mundos cheios de peculiaridades que exploram a física e os limites da jogabilidade ao extremo. A começar pela escolha dos mini planetas que te forçam a controlar o personagem em todas as direções testando a gravidade e suas possibilidades. Em alguns momentos isso nos coloca em alguma armadilha ou que nos dá novos caminhos a serem explorados. Os controles também são muito bem utilizados, principalmente nas fases onde o motion plus é necessário para termos o máximo de precisão ao usar o controle principal. Isso aqui me deixou muito impressionado, e me recordo bem da fase onde precisamos usar o controle na forma de manche para fazer com que o Mario vá para cada lado conforme inclinamos a mão. Tudo isso orquestrado com uma trilha que muda de velocidade conforme o personagem desliza pela tela.

Esse jogo também se destaca pela forma como toda fase possui alguma jogabilidade diferente, eles realmente se empenharam em construir uma experiência em que em nenhum momento nos parece repetitivo. O uso dos power ups também são bem interessantes, apesar de que são em sua maioria pontuais e necessários para se concluir as fases. Mas isso não é algo ruim, acho que é até um ponto forte por conseguirem trazer elementos dos jogos clássicos para esse novo formato sem forçar a sua utilização.

E o mais incrível de tudo é que escrevo isso tendo concluído o jogo recentemente. Não consigo imaginar o impacto que foi essa obra lá em 2007.

2019

Esse jogo me marcou demais, apesar de não lembrar de absolutamente nada dele. Isso por que ele foi o escolhido (pela sua duração e jogabilidade básica) para que eu jogasse exatamente no dia 27/11/21, final da Libertadores entre Palmeiras e Flamengo. Supersticioso que sou preferi não assistir com medo de zicar o verdão, portanto passei aquela tarde jogando Erica até finalizar. Se foi bom eu realmente não lembro, estava tão nervoso que pouco me dei conta do que estava acontecendo. Mas o importante é que no fim levantamos a taça. 5 estrelas é o meu review.

Ao revisitar a experiência de Control, o primeiro elemento que se destaca é sua impressionante direção de arte. Os letterings em negrito, contrastando com os fundos, as incursões do diretor na mente da protagonista, entrelaçadas com o gameplay, e os cenários exuberantes repletos de peculiaridades se destacam como pontos altos da obra. A maneira como a iluminação interage com os ambientes é impecável, refletindo um design meticuloso em todos os detalhes.

O gameplay oferece uma jornada envolvente; apreciei particularmente a forma como o jogo se desenvolve à medida que novas habilidades de ataque e defesa são desbloqueadas, quase transformando-se em um jogo do estilo metroidvania, exigindo que o jogador explore e revisite áreas conforme avança na trama. Embora o sistema de progressão de habilidades que permite upgrades não seja dos melhores e o mapa inicialmente confuso, esses são apenas pequenos deslizes em meio a uma experiência predominantemente positiva.

A história é muito boa.... para quem presta atenção 😂. Admito que, ao longo da minha jogatina, me concentrei mais nos aspectos técnicos do que na história, o que resultou em momentos de confusão sobre os eventos em curso. Control segue a tradição da Remedy, exigindo foco e atenção aos documentos e diálogos para que a trama seja plenamente compreendida. Alternativamente, é possível recorrer a vídeos explicativos disponíveis no YouTube, que não apenas esclarecem a história, mas também estabelecem conexões com o universo de Alan Wake.

Burly Men at Sea é uma experiência que se desenrola em torno de pequenas fábulas marinhas. Encarnando três irmãos pescadores, você se depara com uma garrafa contendo um mapa enigmático nas profundezas do oceano. A partir desse ponto crucial, suas escolhas moldam o curso da narrativa do jogo. Sua simplicidade é uma de suas maiores virtudes, pois não requer qualquer experiência prévia do jogador, tornando-se assim uma porta de entrada acessível para novos jogadores. Além disso, seu fator de replay é cativante, incentivando os jogadores a explorarem diferentes caminhos após a conclusão da primeira jornada, desvendando histórias parcialmente diferentes. Contudo, é importante notar que, apesar dos 12 finais possíveis, muitos deles exigem repetições de partes substanciais da história, o que pode tornar a platina do jogo uma tarefa um tanto cansativa.

A direção de arte de Burly Men at Sea é notável, com cenas deslumbrantes desenhadas com um estilo minimalista e uma paleta de cores suaves. O jogo abdica de uma interface de usuário convencional, apresentando na tela apenas os personagens e o cenário. Tal abordagem pode tornar a jogabilidade mais intuitiva ao utilizar o toque em dispositivos móveis, em contraste com o controle. A narrativa é entregue através de textos que surgem em momentos específicos do jogo, mantendo assim a imersão na história.

Um aspecto interessante da obra era a possibilidade de, em uma das possíveis jornadas, o jogo fornecer um código que permitia a compra do livro digital da história diretamente no site do desenvolvedor. Essa opção oferecia uma experiência única, permitindo que os jogadores desfrutassem do jogo em um formato alternativo para ser apreciado em casa.

Dos jogos da série Hitman que experimentei, todos me proporcionaram uma sensação que raramente encontro em outros jogos: a percepção de que cada NPC exerce uma influência, seja direta ou indireta, na narrativa. Eles instilam um nervosismo constante, como se estivéssemos sob vigilância a todo momento, obrigando-nos a agir com cautela para evitar qualquer comportamento suspeito que possa nos comprometer. Desde a ansiedade ao entrar em um local com o traje inadequado até a tensão de parecer suspeito entre a multidão em uma festa, os jogos da série Hitman oferecem uma experiência imersiva única.

Admiro especialmente a variedade de abordagens para superar as fases, permitindo que os jogadores mais dedicados explorem múltiplos caminhos. O lançamento episódico, embora tenha sido uma proposta inovadora, acabou enfrentando desafios comerciais, visto que muitos jogadores não estavam familiarizados com esse modelo de distribuição fragmentada e relutavam em pagar por um jogo que seria entregue aos poucos ao longo de semanas. Confesso que também fiquei surpreso na época com essa decisão, só vindo a experimentar o jogo completo mais de um ano após o término do lançamento de todos os episódios.

Entretanto, não acredito que essa estratégia tenha comprometido a jogabilidade, pois cada fase é tão distinta entre si que o principal impacto recai sobre a narrativa. Ao concluir o jogo lá em 2019 (se minhas contas estiverem corretas), já percebia a história como confusa ao jogá-la de uma só vez. Revisitando o jogo através de análises em vídeo, constatei que essa foi uma questão enfrentada por muitos jogadores: a dificuldade em compreender a trama intrincada do jogo.

Apesar das falhas na narrativa, aprecio imensamente a experiência oferecida pelo jogo, pois acredito que ele resgatou o que a série tinha de melhor. Recomendo-o muito para os entusiastas do estilo stealth.

"Tales from the Borderlands" foi minha primeira incursão nos jogos da Telltale, e foi uma experiência marcante. Apesar de alguns pontos fracos na mecânica e nas consequências das ações, a história me envolveu completamente, apresentando personagens ricamente desenvolvidos com características e motivações únicas, tudo isso em uma narrativa repleta de humor ácido. Mas os elogios param por aí. Ao olhar para trás em 2024, percebo que o jogo equilibrou uma história excelente com uma mecânica de jogo e consequências de escolhas apenas medianas.

O jogo segue a estrutura típica da Telltale, com mecânicas simples, estilo de arte em cel shading, eventos de quick time e um foco quase exclusivo na narrativa. No entanto, em relação às decisões do jogador, há uma falta de impacto significativo no decorrer da história. Isso pode ser frustrante para aqueles que esperavam mais liberdade na forma como suas escolhas moldariam o rumo do enredo. A sensação é de que, em certo ponto, somos enganados pela promessa de uma narrativa interativa mais profunda.

O lançamento do jogo foi marcado por atrasos significativos na entrega dos episódios, o que gerou frustração entre os jogadores e pode ter contribuído para o declínio financeiro da produtora. Embora a Telltale tenha antecipado obter um sucesso similar ao de "The Walking Dead", isso não se concretizou, em parte devido a erros na escolha de projetos e à falta de inovação em sua fórmula de jogo, que começava a se tornar previsível e monótona.

Apesar de seus pontos fracos, ainda recomendo o jogo hoje em dia para aqueles que procuram uma história envolvente e cheia de humor ácido, sem se preocupar muito com uma jogabilidade avançada.

Quando adquiri meu PlayStation 4 em 2017, tive meu primeiro contato com os jogos da Telltale, incluindo "Tales From the Borderlands" e "Batman: The Telltale Series". Desde então, fiquei encantado com a abordagem narrativa desses jogos, e certamente, aqui, a história é o ponto central. "Batman: The Telltale Series" traz consigo uma série de inovações que podem agradar ou não aos fãs mais fervorosos do Cavaleiro das Trevas. Isso se deve ao fato de que a equipe teve a liberdade artística de explorar o cânone da história e até mesmo de redesenhar certos personagens que há muito tempo fazem parte do imaginário dos leitores de HQs (Pinguim, estou olhando para você). No entanto, todas essas mudanças são sutis e, na minha opinião, acertadas, pois trazem uma perspectiva fresca para um personagem quase centenário.

A mecânica de jogo é bastante simples, seguindo o conhecido estilo point-and-click. Embora haja momentos em que o jogador tenha mais liberdade para explorar os ambientes no modo detetive, no geral, tudo é muito fácil. Tão fácil que eu diria que este jogo pode não agradar a todos (recentemente, tentei jogar "The Walking Dead" novamente, mas percebi que essa fórmula não envelheceu muito bem para mim). Onde o jogo peca é na falta de decisões impactantes que realmente dêem peso à narrativa. Muitas das escolhas que parecem ter consequências significativas acabam não se concretizando, o que é um erro considerável, especialmente para os jogadores que já estão familiarizados com outros títulos da série. Eu sinto que os jogos da Telltale poderiam ter evoluído para algo mais semelhante ao que "Life is Strange" trouxe em 2015, com cenários mais abertos e um enfoque maior na capacidade do jogador de influenciar o destino dos personagens.

Os gráficos, particularmente, são um ponto positivo para mim. A escolha do cel shading já se tornou quase uma marca registrada do estúdio. No entanto, os personagens muitas vezes parecem mecânicos, carecendo de vida, e alguns de seus movimentos podem até parecer estranhos.

Em suma, se você busca uma aventura tranquila e rápida, e é fã do universo do Batman, pode se aventurar sem medo. Ou, pelo menos, experimente o primeiro capítulo para decidir se deseja seguir adiante com toda a história.

Nunca tive (e para ser bem sincero, não tenho) muita relação com a série Call of Duty como um todo. Na minha vida como jogador as memórias que eu tenho de FPS são das intermináveis horas que joguei Medal of Honor ainda no Playstation 1, série que não cheguei nem a acompanhar após ter adquirido meu Playstation 2 lá em 2006. De lá pra cá sempre investi mais em jogos em terceira pessoa e via a fórmula dos jogos de guerra como já batidas, isso até chegar em minhas mãos Modern Warfare 3. Aqui foi onde tive minhas melhores horas de multiplayer local que me renderam boas memórias familiares, mas isso vou deixar quando for falar especificamente desse jogo.

Call of Duty 4, ou apenas Moder Warfare como ficou no remaster, foi um dos jogos que sempre deixei no backlog e que em 2023 resolvi finalmente fechar. Sinceramente eu não consigo imaginar o impacto que foi pra quem lá em 2007 teve a sensação de jogar pela primeira vez ele nos consoles da sétima geração. Ainda agora consigo apreciar as mecânicas de jogo que são a base de tudo que veio depois, e pensar que 17 anos se passaram é um feito e tanto. A narrativa é muito boa, os personagens são bem construídos e a mecânica de jogo é bem fluída a meu ver. Quanto a história eu achei bem interessante mesmo que muito curta, porém entendo que desde a era PS3 e 360 o foco sempre foi mais na experiência multiplayer do que na campanha principal. O fato dela se passar na contemporaneidade e não na Segunda Guerra Mundial nos dá armamentos mais tecnológicos que mudam a forma que a maioria dos jogadores já estava acostumado a jogar, abrindo um novo leque para avançar no game.

Se você tem a curiosidade e nunca jogou eu recomendo muito ainda mais se você busca uma experiência curta. Não cheguei a testar o multiplayer mas acredito que os servidores devem estar vazios, ainda mais pela extensa oferta de jogos FPS quanto pelo próprio remake desse jogo lançado alguns anos atrás.

Acredito que a maioria dos jogadores que você questionar sobre o que acharam de Guardiões da Galáxia irá responder algo como "Uma grande surpresa". E não é por menos, o game chegou deixando muita gente com um pé atrás depois da experiência desastrosa de Avengers, mas que acaba fazendo valer todo o tempo dedicado com a equipe do Senhor das Estrelas.

Para aqueles já habituados com os filmes encontraram no jogo uma atmosfera muito próxima da do cinema, com diálogos afiados e personagens até mesmo muito semelhantes fisicamente com os atores principais. As conversas que permeiam a jornada são um espetáculo, por vezes eu esperava para conseguir acompanhar com calma as interações. A história por si só é o ponto alto da obra, e me fez pensar muito sobre como esse vilão é maldoso fazendo aquilo que para muitos seria uma dádiva: te fazer viver aquilo que você sempre sonhou. Esse sonho dentro do sonho que por fora é apenas uma manipulação rende cenas muito marcantes te obrigando, às vezes, a cometer atos dolorosos para avançar na narrativa (são pedaços bem pontuais principalmente na reta final mas que me marcaram muito).
A jogabilidade não é das melhores, na maior parte do tempo você irá encarar NPC`s que são esponjas de bala. A dinâmica de comandar o resto da equipe mandando ordens acaba ficando enjoativo com o tempo, pelo menos eles fizeram um sistema de progressão que nos permite ganhar novas habilidades que torna o jogo um pouco menos repetitivo. A própria "chamada de equipe" que buffa o time acaba se tornando meio sem graça depois de usada por muitas vezes.

Os cenários são muito bem feitos com lugares que encantam os olhos. A equipe se dedicou mesmo na criação de uma viagem espacial por planetas e cidades muito fora do comum, principalmente pelo contraste de elementos, luzes e texturas. Vale a pena ficar um tempo observando cada detalhe.

Por fim posso dizer que mesmo com certos problemas referentes a jogabilidade o game compensa com um universo visual riquíssimo, diálogos muito bem escritos e uma história fascinante.

The Quarry é uma boa opção para os fãs de terror e de jogos quase que 100% focados na narrativa. O game possui uma mecânica já familiar para os fãs do gênero (e é muito bem-apresentado para os marinheiros de primeira viagem através de cinematics cheias de humor negro). Aqui você precisa ficar atento a detalhes nos ambientes em busca de cartas de tarô escondidas (e que te dão ao término de cada capítulo a chance de ter uma visão do futuro, presente dado por uma senhora misteriosa) e aos eventos de quick time event que determinam a sorte dos adolescentes..

A história não é das melhores (prefiro particularmente a de Until Dawn, também da Supermassive Games) mas é de se notar as melhoras em praticamente todos os quesitos de jogabilidade e possibilidades narrativas se formos comparar com esse antecessor. Aparentemente o jogo tem 186 finais, mas não se iluda: a maioria desse número é resultado das múltiplas combinações de vida/ morte dos personagens principais e secundários, mas que no fim não entregam alguma cinematic exclusiva para cada um dos casos (apenas um texto para cada um contando seu destino na história). As ações feitas no jogo realmente trazem um peso na narrativa, assisti algumas reviews para me lembrar de alguns trechos da história e notei como cada um teve uma experiência muito diferente da minha.

Confesso que mesmo com as melhorias e as várias possibilidades de mudar a história ao longo do game o jogo não me empolgou muito nem pelos personagens, enredo, gráficos excelentes ou jogabilidade. Acho até que a história da Grace Zabriskie que é pontualmente mostrada daria algo mais interessante do que acompanhar mais uma vez um monte de adolescentes fazendo besteira no meio do nada. Mas isso é mais um problema meu do que do jogo, acho que esse tipo de experiência já não me agrada mais.

This review contains spoilers

Uma DLC de luxo é uma boa definição para Spider Man Miles Morales. O jogo é bom e diverte apesar da história fraca (o maior erro desse game, a meu ver). Para todos que jogaram Spider Man eu recomendo dar um tempo antes de entrar de cabeça nessa nova jornada. Isso porque tudo pode parecer meio repetitivo (e é) pois a estrutura do jogo é muito semelhante ao do primeiro game. Miles possui algumas mecânicas novas, mas no geral você acaba refazendo muito daquilo que Spider Man já tinha introduzido anteriormente: resolver assaltos, coletar colecionáveis espalhados pela cidade, fazer alguns desafios de tempo ou de habilidades, ouvir podcasts… O grande trunfo poderia ser a história, mas a fórmula onde "tudo parece girar em torno de Miles" acaba ficando clichê demais. Parece tudo meio forçado, a antagonista poderia ser alguém de fora do círculo de amizades do protagonista. Nada justifica a Phin ter criado todas as invenções e estruturas para combater a Roxxon com armamentos tão sofisticados. O jogo em si também é curtíssimo, não a ponto de ser uma DLC mas longe de ter o valor de um jogo triple AAA. Ele fica nesse limbo meio esquisito onde fica difícil recomendar pelo preço que é cobrado.

Um épico RPG que sobreviveu muito bem ao teste do tempo. Voltando lá na época do seu lançamento eu tive uma experiência bem superficial com o jogo. Eu ainda não tinha muito apreço por RPG`s e a proposta de um jogo tão longo não havia me atraído, acabei deixando passar. 12 anos depois resolvi dar uma nova chance, e em 2023 finalmente completei Skyrim e suas expansões. Foi uma jornada que me tomou por volta de 120 horas de pura imersão no universo de Elder Scrolls, onde tentei explorar o máximo que pude das mecânicas e dos segredos encontrados pelo imenso mapa.

A história em si não me pegou muito, mas se formos falar daquilo que faz um jogo ser um jogo Skyrim é impecável. A forma como você pode personalizar seu personagem e desenvolver um caminho que é só seu é a grande sacada do game. Me diverti coletando diversos tipos de armamento e armaduras, fiz questão de adquirir uma casa, mobiliar e até cheguei a adotar uma criança (confesso que não fui um pai tão presente assim hahaha). A árvore de habilidades é gigantesca e permite que você opte por diversas formas de personalizar a maneira que você irá jogar. Você prefere magia? Gosta mais do arco e flecha? Está disposto a uma briga de espadas? Quer estar sempre pronto com uma poção que irá te salvar nos momentos mais difíceis? São tantas as opções para criar um protagonista da jornada que ao final me ficou um vazio de abandonar tudo aquilo que eu tinha criado.

As masmorras são bem interessantes, mas muitas vezes um tanto quanto repetitivas. Mas as recompensas são tão interessantes que acaba valendo a pena fazer, porque ao deixar de lado alguma que pareça "mais do mesmo" você pode perder algum conteúdo ou item relacionado a história do jogo/universo expandido. Foi assim que acabei encontrando a famosa espada Dawnbreaker por acaso. Ainda sobre conteúdos extras é impressionante a quantidade de livros que você pode encontrar que expandem mais daquele universo.

A história do conflito civil que acontece em Skyrim é mais interessante, ao me ver, do que o mistério por trás do retorno dos dragões do arco principal. Pesquisei muito por fora para entender os prós e contras de cada lado para no fim perceber que ninguém está completamente certo. E isso que é o mais interessante, o game te sugerir através das conversas com NPC`s opiniões diferentes para que você escolha qual caminho seguir.

Por fim se você ainda tem esse jogo no backlog e está em dúvidas se ele chegou na casa dos quase 5 anos datado a resposta é não. Pode pegar e aproveitar a vontade, inclusive as expansões que são bem interessantes, principalmente a de vampiros.

2016

ABZÛ é um jogo de exploração sensorial. Explico: o jogo não é sobre narrativa ou mecânicas avançadas, e sim sobre como o ambiente te impacta. Por ser repleto de vida marinha que em cada canto parece abrigar algo novo. Eu gosto da forma como ele te tira do papel de protagonista, onde tudo parece girar ao seu redor para te colocar como mais uma forma de vida em meio a tantas outras, onde por vezes você até consegue interagir com elas durante o jogo.

O game possui uma jogabilidade simples, não exige muito do jogador para ser finalizado. Como dito anteriormente, ele também não apresenta uma história clara, é mais uma sugestão de argumento. Você é uma mergulhadora que acaba encontrando ruínas de uma civilização que aparentemente tinha alguma relação próxima com o oceano. A partir daí você começa uma jornada para reenergizar certas estruturas trazendo vida novamente para as áreas próximas.

O jogo é do mesmo diretor de arte de Journey, logo se você gostou de um provavelmente irá gostar do outro. É até interessante observar a diferença de um jogo para outro com relação às formas de vida. Enquanto Journey é quase que uma jornada solitária no deserto ABZÛ te insere ao lado de centenas de seres aquáticas que te envolvem na tela.

Eu recomendo a Plague Tail para fãs de games lineares focados em narrativa. Porém, não vá com uma expectativa tão alta, a história que é o ponto alto do jogo acaba perdendo muito do ritmo da metade até o final do jogo. O que é uma pena, pois o início te deixa muito intrigado sobre os problemas do período em que se passa (durante a Inquisição e a Peste Negra) e do mistério que envolve Hugo e do porquê de estarem atrás do garoto. Outro ponto marcante que poderia ter sido melhor explorado é a relação com a morte. De início Amicia até que fica chocada com a quantidade de vítimas da praga e das tropas da Inquisição (que rendeu cenas chocantes no game com pilhas de corpos pelas cidades). Até o primeiro assassinato da garota te deixa com um certo peso da responsabilidade dos seus atos, mas logo em seguida isso já é deixado de lado tornando cada morte banalizada.

Os NPC`s também não são muito inteligentes e as mecânicas de furtividade são muito simples, basta arremessar uma pedra ou buscar alguma forma de tirar a atenção do personagem que logo você consegue avançar na fase. Isso que muitas vezes eles não conseguem te ver mesmo estando do lado de você, o que quebra a imersão do jogo. O game até te permite algumas melhorias nos armamentos, mas nada que seja tão impactante no jogo, por vezes me pareceu uma tentativa de dar mais profundidade para jogabilidade, mas que na prática não trás tanta diferença assim.

O ponto alto do jogo são os gráficos, as cenas dos vilarejos e principalmente das mini hordas de ratos são impressionantes. Os "chefões" que trazem mais desafio não são tão interessantes com exceção do último, mas mesmo esse não é tão difícil de abater.