Joguei a demo desse jogo em acesso antecipado e só consegui pensar que fazendo um grande repaginada dava pra fazer um jogo do Shadow exatamente nesse estilo, e daria muito bom.
Vou ficar de olho nele, pois no mar de boomer shooters retrô, esse se destaca bastante pelas armas e velocidade.

Bayonetta é como se Devil May Cry 1 fosse feito na época do DMC4, e isso é um elogio!

Lotado de personalidade e muitas referências, o DNA de seu criador fica evidente ao abrir o jogo- ele realmente parece um spin-off de DMC, uma das minhas franquias favoritas, com coisas melhores e piores. É interessante ver como os DMCs posteriores a esse jogo se inspiraram em várias coisas dele, fazendo um Ouroboros de influência.
O backtracking quebrador de ritmo os múltiplos personagens jogáveis são trocados por minigames diferenciados e divertidos que te pegam de surpresa, mas a reutilização de cenários indicando falta de tempo ou orçamento ainda é clara. O carisma masculino de Dante é trocado pelo carisma feminino 'sensual' da visão de japoneses tarados de Bayonetta, e tudo é tão cômicamente exagerado que até a sexualização parece ter propósito humorístico, entregando humor pastelão misturado com exagero japonês de maneira perfeita, o que também é transmitido pra gameplay.
A adição de quick-time events é muito bem vinda e esse é um dos jogos que os utilizam melhor, apesar de a Platinum sempre se mostrar muito boa com esse artifício.
Apesar disso, não me senti muito encorajado a ficar treinando combos e performar melhor, e eu sei o motivo disso:
O sistema de ranking é PÉSSIMO

Devil May Cry já tinha mostrado há muito tempo como se fazer um sistema de estilo nas batalhas, e o diretor desse jogo foi uma das pessoas que criou isso, apesar de em DMC1 ser bem diferente. Nesse jogo, os rankings são substituídos por um monte de números no lado da tela, sendo mil vezes menos intuitivo que um contador genérico de hits de combo. Eu sei que isso não é corrigido nos próximos jogos, o que só piora a situação. Era tão difícil botar os troféus de final de fase nas lutas?
Não ajuda também que os relativamente inovadores loadings de treino terminam sozinhos e não duravam dois segundos no meu PC. É uma pena, pois eu sou o tipo de jogador que gruda em hack n' slash, e provavelmente nunca vou experienciar os trocentos troços extras que esse jogo tem, incluindo as armas adquiridas de maneiras não intuitivas.

Os inimigos e chefes podem acabar se repetindo demais, mas o espetáculo é incrível a Kamiya dá aula de como se fazer um chefe rival. As setpieces e chefes desse jogo são marcantes da melhor maneira possível, as cutscenes de ação são explêndidas pra época, apimentando a história impressionantemente interessante que aborda a mitologia cristã de um jeito que não vemos no ocidente.

Mesmo sendo excelente, os seus poucos defeitos acabam pesando bastante, até considerando as referências a clássicos da Sega e a incrível trilha sonora. Gostei desse jogo, mas espero que Bayonetta 2 seja o jogo que eu queria encontrar nesse.

Tava na minha lista há uma década. Obrigado, amor (e sogrinha)!

É impressionante pensar que esse jogo era um "extra" da Orange Box, e que foi lançado junto de Half-Life 2 Episode 2.
Sozinho, cria uma experiência marcante e inovadora, te faz pensar e mexe contigo.
Na coletânea, é a cereja do bolo.

Por já ter jogado a campanha co-op de Portal 2, boa parte das fases tiveram o sentimento de "básico", mas quando joguei um trecho e via vídeos quando menor eu achava absurdo.
A clássica atmosfera da Valve junto da Source engine trazem aquela "vibe" única, ainda mais quando as coisas começam a ficar... estranhas.
É um jogo essencial até pra quem não curte jogos só de puzzle, afinal, todo mundo gosta de bolo.

Esse jogo marca como uma ótima experiência, mesmo durando menos de uma hora, pela sua personalidade e level design, e te traz de volta pelos rankigs e personagens extras pra rejogar as poucas fases sônicas.
Algumas fases tem momentos de espera demais, o que eu trocaria por mais elementos de terror.
Por $1, é gostosinho demais!

No dia 8 de Janeiro, meu aniversário, fui surpreendido com um dos melhores presentes da minha vida- Marcelle, minha mulher, fez um jogo pra mim!!

"Identidade" me deixa travado. Tô travado pra escrever sobre há muito tempo, e continuo estando agora. O pior é que sempre que ela faz esse tipo de coisa eu fico desse jeito, e eu odeio isso! Como mostrar minha gratidão por um presente tão incrível e pessoal?

Sou grato pela maneira que ela me entende, de como ela me conhece, e de como ela demonstrou isso no jogo. Pelos meses que ela passou fazendo só pra me deixar feliz, e orgulhoso pela habilidade dela.
Nos diálogos, pareço um depressivo, mas não dá pra apontar defeitos numa coisa dessa. Um sentimento inexplicável de reconhecimento próprio. Nunca vou conseguir fazer algo na mesma altura.

O que eu sinto você já sabe né?
Obrigado S2

Jogado para o MASTER MANDOU, espécie de amigo oculto de recomendações de jogos que a pessoa não jogaria normalmente do servidor Game Design Hub do Discord. Fui sorteado pelo Ruanes7986.

Pra começar, não jogue no PC sem o patch de correção de fã. Se não ele é horroroso e roda á 30fps.

Nesse jogo que eu jogaria num futuro distante por ser fã dos jogos da Rockstar, vivenciamos investigações repetitivas de crimes no estilo Noir num mundo vazio acompanhado de uma história mal estruturada.
Muito do DNA de GTA está aqui, e muitas coisas foram carregadas pro V, mesmo sendo outro estúdio. Isso significa que ele tem alguns elementos Rockstarlescos que eu já tô de saco cheio, e impressiona pelo botão de correr não ser o X (isso eles não carregaram pro GTA V, né).
O que realmente se destaca, como você com certeza já sabe, são as expressões faciais. As vezes a direção é cômica, mas a tecnologia que originou o jogo até hoje não foi superada e é um absurdo que tenha sido jogada no lixo. Os bloopers são de fazer arregalar os olhos.
Apesar de ter vários pontos fracos e dar certo encanto em algumas partes, o maior potencial perdido desse jogo é a falta de estilização;

GTA é um jogo que, pelo menos a partir do IV, mira seus gráficos no realismo total, enquanto os seus antecessores tinham filtros e paletas de cores mais presentes pro momento que retratavam. Mesmo assim, olhando pra capa deles, as artworks e as telas de loading, eu me sinto no mesmo mundo delas ao iniciar o jogo realista. Em LA Noire, me sinto em outro.
Eu ficava parado na tela inicial, curtindo a sensação que ela me dava, e desejando jogar ela junto ao mundo apresentado pelas artworks. Ao entrar no jogo, me sinto num mundo diferente, apesar daquilo tentar representar ele. Um modo preto e branco passou longe de ser suficiente pra entregar um mundo característico e único estilo Rockstar.

Também é uma pena que sua sequência tenha sido cancelada, pois tudo aqui poderia ser melhorado pra que houvesse um jogo excelente, mas o estúdio fechou e tudo foi pro ralo.

Foi divertido participar do não podcast e já tô pro próximo, que será o famoso RPG de vampiros!




Sempre vi esse jogo nas telas iniciais do Xbox 360, mas tinha acesso apenas a demo, e por muitos anos ouvi como esse é um grande clássico da geração, como todo mundo jogou e tudo mais, sempre me sentindo de fora.
Então fiz questão de ir atrás dele assim que tive a oportunidade, por um ótimo preço na Steam, e o zerei com a minha querida @cellerepe na casa dela, e venho lhes dizer: Esse jogo é incrível!

Não é só mais um beat'em up co-op indie ou estilo retrô. É o MELHOR Beat'em Up co-op, ponto.
Pode parecer exagero, mas eu nunca fui muito fã do gênero nos moldes clássicos apesar de já ter jogado um montão, mas nenhum me agradou tanto quanto esse, que nos divertiu dois dias seguidos com suas ideias criativas e inusitadas, com aquela direção de arte distinta e carismática da Behemoth que tem cheiro de infância nos jogos Flash, cheio de conteúdo e maneiras de se jogar. É extremamente cativante, e igualmente desafiador. Passamos sufoco em diversas partes, mas a dificuldade pesava em horas que era injusta, o que acontece mais pro final do jogo com chefes difíceis de acertar ou inimigos difíceis de enxergar. Tirando isso, Castle Crashers é digno do quão é aclamado e lembraremos dele com carinho!

Um joguinho que comprei por menos de um real só por ser de ritimo, gênero que eu gosto mas tô afastado há séculos.
As músicas não me agradaram tanto por motivos óbvios e a gameplay é legal mas não prende tanto. Também não tinha vontade nenhuma de progredir, porque os desbloqueáveis eram praticamente todos relacionados a sexualizar muito garotinhas, o que é nojento.

Minhas altas expectativas não foram atendidas. Spark 2 faz o salto pro 3D mas com isso deixa pra trás quase tudo que tinha de Kirby e faz o combate "esquipável" e esquecível, até nos chefes que duram no máximo 1 minuto. A história não engrena até o final e é mal contada por cenas que não funcionam muito e que só prestei atenção por causa do jogo anterior, e o pior, a gameplay não é precisa e desafiadora como no 1, e sim bagunçada e imprecisa (EU ODEIO LOOPS SEM PARAPEITO).
Infelizmente não tive a vontade quase urgente de rejogar como foi no anterior, o que me deixou triste, ainda mais por ter zerado numa tacada só. Esse jogo não deixa muita marca, mas continua sendo competente e entregando vários momentos divertidos pros fãs de Sonic Adventure e continua valendo a pena. Só o que eu joguei da demo do 3 eu gostei muuuuito mais!

Esse jogo trata-se de uma DLC Stand-alone glorificada que troca o protagonista por outro com novas habilidades mas moveset muito menor, repete quase a mesma história só que de maneira muito mais corrida e rasa, repete o mapa mas o modifica o suficiente pra que pareça distinto (neve e epidemia de grafite) e resulta numa salada de frutas com uva-passa e sem morango.

A base do jogo anterior tá ali, mas não é melhorada o suficiente pra fazer mais do que agradar e o Miles ter menos ataques e gadgets piora a questão. O "exagerated swagger" tá ali no web swing, mas ele continua com os defeitos do anterior, assim como o mundo caça-ícones.

Eu adoro como nos últimos anos o Miles finalmente deixou de ser um Peter Preto e se tornou um personagem distinto e com suas próprias características que eu amo, apesar de cada universo ter boas diferenças e um parente morto diferente, mas apesar de também gostar dessa versão não acho maneiro o "mundo" dele ser tão tecnológico, ainda mais com o do Peter desse universo também sendo. Falando nisso, o maior problema desse jogo é o OVERDESIGN, quanta coisa "tech" feia que tem nesse jogo, incluindo as roupas alternativas!
O desenvolvimento dos personagens não é de todo ruim, mas é apressado e muito previsível. As vezes parece que tu tá vendo uma versão sessão da tarde com cenas cortadas.

No final essa é mais uma aventura de auto-descoberta de um Homem-Aranha. É boa, mas em quase nada superior ao anterior, e inferior em vários aspectos, apenas com um "Filtro" por ser o Miles, que realmente é cheio de personalidade. Eu amo ser o Homem-Aranha, mas pela falta da grandiosidade do jogo anterior e falta de evolução nas coisas minimalísticas, esse aqui é só... Bom.



New Super Mario Bros Wii trouxe Mario 2D de volta pros consoles de mesa, sendo uma sequência do jogo portátil. Trouxe, pela primeira vez, multiplayer de 4 jogadores na campanha e três novos power-ups, incluindo a volta do Yoshi e dos Koopalings como chefes!

Também foi esse jogo que solidificou a era "Safe" do Mario.

Quase todos os assets são reutilizados do jogo anterior, os temas de mundo, mecânicas de fase e até as músicas. Os níveis feitos pra suportarem 4 jogadores parecem vazias, e além dos irmão Mario, os personagens são dois Toads genéricos. Dos três novos power-ups, dois são quase idênticos, sendo que um deles é "novo" só em 2D. Ah, e o Yoshi que tá tão presente no marketing do jogo só tá presente em umas 5 fases e ele fica pra trás quando você as termina, e os Koopalings são chefes chatos e sem inspiração.

Sem inspiração é o termo chave do jogo, mas isso não é o pior. Ele reutiliza o jogo anterior quase inteiro mas arranca toda a sua personalidade e originalidade, e define uma nova era em que todos os jogos são enlatados baseados nesse.
O multiplayer é legal e ajuda a melhoras as fases sem-sal, mas a colisão entre os personagens atrapalha bastante e os modos competitivos são uma piada- até hoje não tem nada como a batalha de estrelas do NSMB1.

É @cellerepe, valeu apena jogar contigo, mas não tem nada de novo aqui. Já vimos tudo antes e só o mundo 7 empolga um pouco, e é curioso ver que esse era o que eu sempre jogava na casa de amigos. O resto do jogo nos deixou com "poker face" a não ser pelas nossas interações um com o outro (pegar no colo pra tentar matar) enquanto jogávamos impressionantemente mal. Jogos do Mario geralmente me fazem ficar grudado até o 100%, mas esse me fez esquecer do jogo após zerar, e ainda por cima gerou 10 anos desinteressantes.

O Ragnarök chegou, e ele é exatamente como eu esperava: é o jogo anterior, só que maior e melhor.
É aquele tipo de jogo que é mega semelhante ao seu antecessor, mas corrige os erros dele e expande ainda mais os conceitos já conhecidos e elaborando uns novos aqui e ali pra deixar as coisas interessantes: o combate e os sistemas de RPG me fizeram experimentar como nunca antes, os cenários são maiores e ultra detalhados, mais personagens importantes na trama, mais inimigos (ufa!), mais chefes... mas mesmo assim não tem a "mágica" do primeiro, e a razão disso é muito clara pra mim.

Mesmo que a história se passe no fim do mundo nórdico, Odin, Thor e Loki estejam presentes e a escala seja muito maior, em nenhum momento a sensação de urgência e ansiedade sobre os acontecimentos a vir esteve presente, coisa que era presente constantemente durante a última história sobre levar as cinzas de uma pessoa a um lugar distante.
Sim, tem o fato de antes estarmos sendo introduzidos a um mundo totalmente novo sem ideia do que aconteceu pra um Kratos totalmente novo estar ali, mas o mistério não deixa de pairar o tempo todo sobre a nova trama também. O problema é que...
O RITMO DO JOGO É TERRÍVEL

Nada parece urgente. os personagens fazem questão de dizer o tempo todo que tudo pode esperar, e praticamente todos os grandes acontecimentos ficam no começo ou no final. Você passa o jogo todo sentindo que tá "no meio" mesmo avançando por tantos locais ferrados pelo imperialismo de Odin.

O conteúdo secundário é a melhor coisa desse jogo. Na indústria atual, jogos AAA abusam de sidequests repetitivas pra aumentar o tempo de jogo e te recompensar com uns equipamentos, dinheiro ou algo parecido.
Em GOW Ragnarok, as sidequests te apresentam histórias envolventes com chefões, personagens da história principal, worldbuilding, lore, desenvolvimento dos protagonistas e novas áreas gigantes que se o jogo fosse publicado por outra empresa seriam DLCs, e tudo isso com qualidade de campanha principal, e em grande quantidade. A recompensa delas segue o que eu falei de outros jogos, mas entregam muito da história do que aconteceu ali quando não estávamos presentes, incluindo coisas muito importantes pros personagens. A área da Cratera de Vanahein é um exemplo a ser seguido, e todo esse reino é uma aula em como deixar um level semi linear DENSO até não dar mais.

O problema é que até isso atrapalha o ritmo. Grandes áreas e grandes sidequests são apresentadas em momentos críticos da história. Um personagem acabou de morrer na última cena? Ok, toma aqui essa área com 5 horas de conteúdo opcional. Tá num momento de extrema urgência na história, tendo que correr pra falar com os personagens sobre o que aconteceu? Toma aqui essa quest enorme que te tira do caminho!
Não sei se ficou claro, mas o problema é o MOMENTO que essas quests e áreas aparecem, não a existência delas, que é o ponto mais alto do game, somado com a total falta de urgência numa história de apocalipse.

Mesmo assim, esse é um jogo de gameplay visceral incrível, e se tu gosta do quarto vai sem medo (só do preço), mas que infelizmente não deixa o sabor de uma grande aventura épica, mesmo com o final que emociona fãs, pelo ponto negativo enorme que denigre tudo.

Jojo, muito obrigado por me passar o jogo!

Eu tinha um amigo no ensino fundamental que se chamava Pedro Paulo. Assim como eu e todos os garotos da nossa sala, ele emprestava seus jogos de PS2 em troca de outro jogo emprestado pra ele. Afinal, toda vez que íamos no camelô tínhamos que rezar pro jogo que a gente queria estar lá, o que nunca acontecia, e essa era a única maneira de jogar muita coisa.
Eu, fanático por Sonic desde criança. emprestei Need for Speed Underground 2 pra ele em troca de Shadow The Hedgehog assim que soube que ele tinha o jogo. Era 2011, final do ano, e eu tinha acabado de me mudar pra cá. Num entardecer meio nublado, com a televisão de costas pra porta da varanda de maneira improvisada em cima da parte do meio da estante da TV que hoje uso como mesa também improvisada, eu coloquei o jogo no meu console um pouco depois de chegar da escola, lá pras dez pras 6.
Eu tava muito animado, pulando sentado no chão ansioso pra jogar esse jogo do Sonic que eu mal conhecia, mas meu amigo falou muito bem e tinha uma capa e contra capa esteticamente maravilhosas pro meu gosto até hoje.

Tela com a logo do console. Ok, funcionou.
Uma mensagem do jogo mostra que eu não tenho memory card, ok, vejo isso todo dia quando tenho que recomeçar os jogos do zero toda vez que vou jogá-los. Aperto X pra confirmar e escuto esse efeito sonoro com a tv num volume bem alto: https://youtu.be/wxsZmmxUgkM?t=120
O negócio já fica assustador aí, mas depois vem aquela intro que é linda até hoje. Eu assisto, gosto, mesmo estando bem desconfortável, e amo a música. Só tem um problema...

Na última cena dela, Shadow, armado com uma arma da vida real, mata Sonic e voa na direção da câmera. Na minha direção.

Meu coração fica extremamente acelerado, e eu morrendo de medo, desligo o console imediatamente. Pego o jogo, ponho de volta na capa e afundo ela na minha mochila da escola pra ficar fora de vista. Eu tava apavorado, não dormi bem e o devolver foi a primeira coisa que eu fiz na escola no dia seguinte, dizendo que não gostei.
Essa é a minha história com esse jogo.

Depois das férias eu já sabia quem era Shadow e não tinha medo, aliás, eu era viciado naquela intro. Só tinha um traumazinho com a experiência, como dá pra perceber pela quantidade de detalhes que me lembro.

Agora finalmente o joguei, depois de 11 anos, nessa versão melhorada acompanhado da doce @cellerepe que me deixa sem medo de qualquer coisa. A versão Reloaded ajuda em bastante coisa, mas o jogo é basicamente tudo o que dizem só que um pouco menos pior, e absolutamente perfeito nos aspectos fora da gameplay e história. Foi uma experiência sofrível pra nós dois que vale a pena só pros fãs mais hardcore ou pros interessados nessa pérola que é 1000% produto do seu tempo, o que me faz ter um carinho enorme por uma parte dele, e isso usando saves e esse mod. Mesmo assim, valeu muito a pena pra mim.

Depois das férias veio o quinto ano, e com ele um Pedrinho sem medo de intros com violência cartunesca, pelo contrário, ele amava isso. Ele tava pronto pra pedir Shadow The Hedgehog emprestado pro amigo e finalmente ver como o jogo era fora de vídeos 240p de partes do jogo no Youtube que só o deixaram mais interessado. Ele tava pronto!

Pedro Paulo saiu da escola e nunca mais o vimos. Na época procuramos muito por ele, e até hoje amigos que mantenho contato falam sobre isso, e volta e meia procuramos por ele em redes sociais, por amigos de amigos e por aí vai. Até o telefone da casa dele tinha mudado, e ele era um cara legal demais.
Eu queria muito não ter tido medo, ter jogado e com certeza curtido, ou invés de ter passado o resto da infância inteira querendo muito jogar e vendo AMV sem parar. Queria que fosse diferente e a nossa amizade continuasse até hoje. Mas as coisas são do jeito que são, e eu não posso mudar, então obrigado por essa história, Pedrão. Não esperava que me emprestar aquele jogo fosse me jogar numa saga de mais de uma década, né? Espero que você esteja bem, e que tenha curtido o Need for Speed Underground 2 que eu troquei pelo seu Ultimate Spider-Man, que não funcionou.

Esse fangame é pra mim aquela coisa gostosa na vitrine de um lugar inacessível. Você tá com brilho nos olhos, mas não tem acesso por um motivo ou outro.
Antes era por não ter PC. Depois, foi por decidir esperar a versão completa pra ter a experiência total e se contentar em ver gameplay da Kingdom Valley no youtube.

Eis que depois de zerar o Frontiers, no hype máximo durante um teste do parsec depois de mais de um ano (que agora funciona excepcionalmente) com a Marcelle, decido baixar pra nós jogarmos. Depois obviamente não resisti e joguei tudo que ele tem pra oferecer.

ChaosX, eu tiro meu chapéu, me ajoelho e faço o que você quiser. Você é uma lenda. O cara nunca jogou o original, desenvolve isso a 20Fps e conseguiu trazer a tona o que 2006 queria ser se fosse 2007. Óbvio que vários problemas continuam, mas meu deus... SEGA, HIRE THIS MAN.
Ansioso demais pela versão completa. Até lá eu aprendo a aplaudir com os pés e com as orelhas pra chegar perto de demonstrar o que esse cara merece.

Um dos motivos que eu sumi daqui foi por empacar só de pensar em escrever sobre esse jogo. O jogo que eu esperei por tantos anos, fiz pré-venda por 200 reais, e que tenho vinte opiniões formadas sobre cada centímetro dele.
Como explicar minha experiência? Como explicar que sentimento da volta da boa caracterização dos personagens é como reencontrar um velho amigo? Como explicar que chorei de felicidade e pulei na cadeira como em um comercial no primeiro Titã, e como o meu coração acelerou depois de decifrar a metalinguagem das músicas? Como explicar o sentimento de ver minha coisa favorita voltando aos trilhos de maneira incrível, depois de tantos anos ruins, de um jeito que parece que foi feito exatamente pra mim?
Ao mesmo tempo, explicando como esse jogo é falho e que mesmo se livrando da maioria dos problemas da era anterior, não se livra das garras dos engravatados da Sega que obrigam a Sonic Team a lançar um jogo em beta, ou até mesmo alfa, totalmente rushado e inacabado?

E como explicar como é depois de todos esses sentimentos, estar aos poucos perdendo a visão e sabendo que provavelmente jamais verei a continuação desse sonho unidirecional?

Escrever um textão sem muito critério como o de Tomb Raider? Uma análise minuciosa como a de Ghost of Tsushima, ou uma crítica dissecando cada tópico?
Eu sei que eu posso falar sobre qualquer elemento com muita propriedade, afinal, não tem nada que eu ame mais que Sonic e platinei esse jogo com mais de 40 horas. Posso ficar mais horas ainda reclamando de momentum, falando como amo o Ian Flynn, sobre a reutilização no Cyberspace, sobre a árvore de habilidades pior do que a de Tomb Raider e dizendo "Eu disse!" sobre o fato de que independente da qualidade do jogo teríamos um álbum maravilhoso liderado por Tomoya Ohtani (E Kelin Quinn!!!) que eu não consigo parar de escutar, ou sobre como eu amo que a comunidade de mods não vai me deixar desinstalar o jogo.

Mesmo assim, sei que nada vai ser o suficiente. Nada vai explicar minha conexão com esse jogo. E nada vai explicar como uma alegria tão grande é o combustível pro meu maior medo.

Se você é fã, saiba que Sonic voltou, mas não esqueceu dos últimos 10 anos. Ele fala isso na sua cara, fala como foi ruim e te diz que tá tentando melhorar. Esse é o primeiro, mas grande passo. Conseguindo ou não, ele vai continuar tentando até o fim, e essa luta tá só começando. Se você é fã, jogue.