Veredito: Os 60 segundos mais difíceis, frenéticos, longos e intensos da sua vida.

Como qualquer jogo do Terry, é simplista ao extremo: você é um ponto em volta de uma figura geométrica, e é só rodar em volta dela desviando das paredes que vêm em sua direção. São 6 fases e 1 objetivo: sobreviver 60 segundos enquanto o jogo taca em você tudo o que ele tem.

Os controles são responsivos, a música é frenética, a sensação de progresso é palpável, o sufoco é MUITO REAL e o desespero é a chave do sucesso.

Um excelente jogo tanto para jogar uma vez a cada muitos meses quanto para ficar vidrado nele até zerar.

Mas tá avisado: você vai querer bater a cabeça na parede. O jogo começa difícil e termina insano. Das mais de 30 horas que passei com Super Hexagon, pelo menos umas 10 foram na última fase. Quando finalmente consegui... Puta que pariu, eu atingi o nirvana.

Veredito: Igual ao primeiro, só que bem pior.

Pense em Megaman X1. Agora retire o level design genial e o ritmo extremamente bem balanceado, piore a maioria das músicas, deixe a história mais sem graça e os segredos menos intuitivos, e por último transforme o que era um desafio super equilibrado em um monte de tourobosta feita pra você passar raiva. Com pulos praticamente pixel-perfect pra dar e vender, exigência de upgrades super específicos que o jogo nunca sinaliza bem, e chefes que pra tu derrotar não precisa ter habilidade, e sim saco de repetir infinitamente o mesmo padrão arbitrário idiota enquanto a barra de vida deles diminui leeeeeeeentamente. Agora imagine isso feito por fãs incompetentes que adoram o X1 mas não entendem nada do que faz dele um jogo tão incrível e pimba, você já sabe o que esperar de X2.

Pra ser justo, o jogo tem muitos ótimos momentos... que são quando ele se parece com o X1. Mas enquanto no X1 a diversão era garantida como o estado normal das coisas, enquanto lá a serotonina era a CNTP, aqui são momentos espaçados entre as fases. Sei lá, de 1 a 3 momentos desses por fase. E olhe lá.

1993

Veredito: vale mais pela curiosidade histórica do que pelo jogo, mas o jogo ainda é bonzão.

Chamar Doom de '1º FPS da história' é um puta exagero, mas esse jogo é reverenciado como se fosse. E é por um bom motivo que todo FPS era chamado antes de 'clone de Doom': ele é bom pra cacete, principalmente pra um jogo de 1993.

Quer dizer, hoje ele não faz muita coisa que milhões de jogos depois dele já não melhoraram. É curto, simplório (poucas armas e pouca variedade de inimigos) e os gráficos 3D são na verdade um 2D cheio de gambiarra. Mas vale a pena conhecer as raízes do gênero: música empolgante, violência descerebrada, e chacina de demônios até não aguentar mais. Se a história dos FPSs não te interessa, pelo menos você vai curtir uma diversão boba e simples feita para adolescentes-metidos-a-adultos dos anos 1990.

Inclusive, saio dele querendo jogar os antecessores, especialmente Wolfenstein.

Veredito: Fodástico.

Assim como Chrono Trigger está pros jRPGs, assim como Banjo-Tooie está pros plataformas 3D de colecionar bugigangas, ou como Zelda Twilight Princess está pros jogos épicos de aventura... Também do mesmo modo, Hollow Knight está para os metroidvanias.

Se você gosta do gênero, não existem desculpas: você tem que jogar. ❤

Veredito: o melhor do gênero, e ponto final.

A Lenda de Zelda é DISPARADA a melhor franquia de jogos de aventura no mundo dos videogames. Twilight Princess é, com folga, o melhor Zelda já criado.

Se você quer se sentir um herói fodão que salva o reino em uma jornada super épica, não precisa mais procurar. Só joga. Confia no pai.

(se possível joga a versão do Wii U, é bem mais bonita e tem umas alteraçõezinhas que super compensam) (se não puder joga a do Cube mesmo, ela continua fodona)

Veredito: quem dera toda franquia ressuscitasse assim.

Prince of Persia é um dos jogos mais influentes e que melhor envelheceram até hoje, e foi importante demais na minha infância. Após duas continuações e vários problemas, seu criador - que nunca foi gamedev de carreira - resolveu abandonar de vez os videogames... até uma equipe da Ubisoft Montreal decidir ressuscitar a franquia mais de 10 anos depois do original, e fazer questão de que ele participasse. O resultado é um jogo de ação-plataforma 3D incrível, que também envelheceu absurdamente bem.

Com diversas homenagens ao PoP original (inclusive quem platinar destrava um dos ports do jogo), um making of super completo, narrativa e ambientação caprichadíssimas e um arco de protagonista bastante acreditável... Não é nenhuma surpresa que Sands of Time tenha sido um dos meus jogos favoritos naquela geração.

Veredito: na mão de criança, tudo é brinquedo.

Pensei em pular direto pras expansões no family share da Steam. Mas como meu notebook tá dando sinais de morte, desbloqueei meu 3DS e o jogo é curtinho, resolvi dar uma rejogada no original pra matar a saudade. Sem surpresas, continua extremamente divertido, simples e caprichado. Sabe aquela sensação infantil de jogar videogame só porque sim? Pois é.

Veredito: pior que os outros Mario's 3D, mas bem bacana mesmo assim.

Pense numa continuação de Mario 64 tropical, expandida, esticada, maior, mais ambiciosa e MUITO mais mal testada.

Você vai morrer pelos motivos errados. Muito. Não dá nem pra esconder que ele foi concluído às pressas, sem o polimento que precisava, principalmente pra um jogo baseado em pulos precisos. Mario Sunshine é bom, divertido e vale ser jogado até o fim. É Mario 64 de novo, só que bem maior e mais parrudo. Mas nem se compara com a magia de 64, 3D World ou os Galaxy.

Veredito: um dos jogos mais divertidos já feitos, com muita folga.

A pessoa que não se diverte quando joga um Super Mario claramente não tem mais qualquer salvação nesta vida. Ela já deixou pra trás toda esperança. Virou um robô.

Mario é praticamente projetado em laboratório para nos deixar felizes. Não adianta, você vai abrir um sorriso bobo do começo ao fim do jogo, de orelha a orelha. Resistir é inútil. Aceita que dói menos.

Veredito: Pois é, né, então... Pô, até que é bacaninha, vá lá.

Um clássico que finalmente tomei vergonha na cara pra jogar. E vale a pena? Atinge as expectativas? Resposta curta: não.

Resposta longa: vai lá jogar, porra. É maneirinho, meio engraçado e divertidinho. A fama só não faz jus, mesmo com a excelente dublagem (vantagens do ScummVM). É um produto de seu tempo: trocadilhos que variam do hilário ao vergonha-alheia e puzzles indo do sagaz ao puta obtuso pra cacete. Vale a jogatina? Claro que vale. Mas a sensação de 'porra, joguinho bacana mas bem superestimado' foi inevitável.

Veredito: Brilhante. Genial. O jogo mais inteligente e tocante que já joguei.

Talos não é só top 3 jogos da minha vida. Talos é o que eu mostraria pra qualquer pessoa que perguntasse por que eu gosto tanto de Videogame. Talos é o que eu gostaria que todo mundo jogasse pelo menos uma vez na vida.

É fácil não gostar dele. Achar que é muito pretensioso, um jogo metido a intelectual. Ou então não ter saco pros puzzles e pras dezenas de textões. Mas isso é porque Talos prova de uma vez por todas que jogar um jogo, ver um filme ou ler um livro é uma experiência muito pessoal, e sempre vai ser.

E Talos é um jogo extremamente pessoal. É íntimo, é autoral, é um jogo pra ir conhecendo aos pouquinhos. Talos mistura filosofia materialista, mitologia religiosa e ciência da computação. Ele é confuso, tem puzzles extremamente cabeludos e muitas vezes não faz o menor sentido. Descobrir e entender Talos dá trabalho, e faz parte do pacote. E puta que me pariu, como eu adorei esse pacote.

Gostaria de um dia jogar de novo como se fosse a 1ª vez, mas (in)felizmente ele já tá tatuado no meu cérebro.

Veredito: O melhor Novo Jogo +.

O Shovel Knight original segue uma filosofia simples: divertir o jogador. Plague of Shadows é uma expansão que chega e fala "vou fazer isso de novo".

É essencialmente o mesmo jogo - um plataforma 2D sobre passar de fases, matar inimigos e pegar tesouros - com outro personagem, e essa simples mudança faz toda a diferença. Plague Knight controla completamente diferente de Shovel Knight e o resultado é que, mesmo tendo 'exatamente' as mesmas fases que o jogo base, Plague of Shadows é uma delícia de se jogar.

Surpreendendo um total de 0 pessoas.

Sabe aquela sensação que os jogos dão de terem Novo Jogo + só porque 'tem que ter'? Então, Plague of Shadows é o contrário disso. É um dos casos raros que os devs reaproveitam conteúdo antigo de forma super caprichada e nada preguiçosa.

Veredito: Ainda tem muito a melhorar, mas está BEM acima da concorrência.

Não sou manjão de jogos pornô, mas os que joguei têm uma verdade absoluta e inquestionável: são todos uma merda. Como produtos eróticos são claramente mirados no estereótipo do adolescente punheteiro/virgem de classe média, cheios dos clichês mais broxantes possíveis, desses que teria num site noventista cheio de vírus. Como jogos são mal dirigidos, mal animados e desenhados, mal programados e mal testados.

É aí que a Love-Joint traz uma proposta... inusitada: pornografia focada na história. As personagens da visual novel não seriam mais um monte de pixels só pro protagonista transar, e sim personagens de fato. Com arcos, personalidades, medos e sonhos, como qualquer slice of life que se preze. A trama não seria um pano de fundo desnecessário só pra justificar a fodelança, mas o grande centro das atenções. Com reviravoltas, comédias e tragédias, na qual a fodelança seria só parte do pacote.

Depois da estreia polêmica e questionável (pra dizer o mínimo) que foi DFD, o 2º jogo do estúdio é o único jogo erótico realmente bom que já joguei, fácil. Double Homework tem uma história bem amarrada e muitos personagens bem convincentes. Não me entenda mal, ainda rolam clichês idiotas e desnecessários, vários plot devices mal feitos, altas transas 'polêmicas' só porque sim, e às vezes o formato de capítulos mensais destrói o ritmo, com alguns que estão lá só preenchendo um buraco no cronograma. Mas DH tem de fato uma trama bem amarrada e personagens bastante empatizáveis. Alguns capítulos (estou olhando pra você, cap. 18) foram genuinamente tocantes, algo que eu JAMAIS esperaria de um jogo desses.

Não quero dar o discurso 'vamos pegar leve com esse jogo só porque o resto é uma merda' mas ao mesmo tempo gosto de aplaudir melhorias, ainda que pequenas. Eu aceito pequenos acertos, nem todo passo na direção certa precisa ser uma revolução. E fico feliz que DH seja um passo bem firme na direção certa, mesmo sendo às vezes um passo tímido demais pro meu gosto.

Veredito: O melhor 1º spinoff.

Nunca entendi a treta que os fãs têm com Spinball. "Não é um plataforma de velocidade". Mario Kart e Mario Party também não são jogos de plataforma, ué. E assim como eles foram a "marioficação" dos jogos de corrida e tabuleiro, Spinball é a "sonicficação" de um novo gênero. É um spinoff, cacete.

Não vou mentir que é perfeito. Tu consegue ver bem menos na vertical do que deveria, e o último chefe foi feito especialmente pra te emputecer, fora outros pequenos detalhes de polimento que incomodam.

Mas cara, é Sonic. Tem músicas e direção visual dignas de Sonic, fases bônus escondidas pra quem jogar bem, e uma jogabilidade baseada em exploração, reflexos e domínio da excelente física do jogo, o que combina muito bem com pinball. Por sinal, as mecânicas de pinball são muito bem pensadas e criativas, e o espírito de arcade é uma delicinha.

Pena que ele seja tão odiado. Adoraria ver continuações mais ambiciosas com a tecnologia de hoje. Já pensou se todo fã de Mario tivesse reclamado de Super Mario Kart no SNES? Pois é.

Veredito: Como esse jogo pode ser tão imaculado, cara????

Quando comecei a versão 8-bits de Sonic 2, imaginei algo tipo Sonic 1: bacaninha e divertido, mas obviamente limitado pelas fraquezas do Master System e incapaz de chegar no nível dos jogos de Mega Drive.

EU NÃO SABIA DE NADA, INOCENTE!!!!!

Sendo curto e grosso, Sonic 2 é lindo, gostoso e isento de falhas. É nível Sonic Mania de jogo perfeito.

Vocês podem tentar me convencer o quanto quiserem que esse jogo pegava num Master System real, EU NÃO ACREDITO! Isso é cientificamente impossível, porra! Certeza que ele só roda bonitasso e lisinho assim por causa das tecnologias da emulação.

Se comparar com, digamos, Sonic 1 de Mega Drive, este jogo aqui tem MAIS VELOCIDADE que ele, tem MELHOR DIREÇÃO SONORA e também tem CHEFES MAIS BEM FEITOS. Dificuldade injusta nas últimas fases? Nunca nem vi, que dia foi isso?

E fica mais bizarro ainda quando a gente lembra que ele lançou ANTES do Sonic 2 de Mega Drive. MAQPORRA, BICHO????

Sério, mano, como é possível terem feito um jogo desses logo depois do Sonic 1 de 8-bit?