Veredito: magnífico, atemporal e incomparável.

Sabe quando foi a última vez que traduziram pro 3D uma série clássica dos 8-16 bits de forma tão impecável?

Sabe quando que peguei num jogo de exploração tão caprichado?

Imagina qual foi a última space opera tão opressiva e ao mesmo tempo tão divertida que já joguei?

Faz ideia da última vez que um jogo envelheceu tão bem quase 20 anos depois?!?!

NUNCA!!!!!

A menos que você deteste metroidvanias ou fique tonto com jogos em 1ª pessoa... Vá jogar Metroid Prime. Anda, vai lá. Agora. Tou mandando.

Veredito: Curto, criativo e divertido.

Provavelmente é modelo pra vários gamedevs aí. É um jogo amador, e falo isso como um puta elogio: o carinho por videogames tá em cada detalhe dele. A prioridade não é "parecer sério e profissional", ele é sério e profissional e não precisa provar isso. Porque a prioridade é ser legal de jogar e ponto.

Sempre teve jogo que faz muito com bem pouco, mas VVVVVV sempre vai vir na cabeça quando eu pensar nisso. O gráfico é o mais simplista possível, a música é um chiptune provavelmente feita no Game Boy ou Nintendinho e, agora que o jogo virou código aberto ano passado, reza a lenda que esse código é uma bagunça escrita por um cara que claramente não era programador.

Nada disso impede VVVVVV de ser do caralho. Dá pra zerar em pouco mais de uma hora, é extremamente rejogável, e diverte tanto que chega a ser estranho. Não passa de um plataforma 2D, com uns 5 ou 6 personagens pra resgatar no final de fases mais ou menos difíceis espalhadas num mundinho explorável, e com uns conteúdos extras legais. É só isso. Pega a mecânica de inverter gravidade, que o nome VVVVVV já joga na cara, e suga tudo o que tinha pra sugar dessa mecânica.

A pergunta "E se fizessem um jogo de plataforma sem pulo?" nunca foi tão maneira.

Veredito: bem básico, mas melhor do que parece.

No começo do DS, toda hora inventavam um jeito novo e legal de usar a tela de toque. Trauma Center foi desses. Você é o cirurgião e a caneta pode ser o bisturi, sutura, seringa, pinça ou o que mais um cirurgião precisar.

O que eu não esperava era ele ter chefes e uma história. Claro, nada revolucionário (basicamente relações interpessoais, OMS e bioterrorismo) mas ajuda muito a dar substância. Tanto enredo quanto jogabilidade acabam tendo mais profundidade do que parecem.

E é bem curtinho e cheio de conteúdo extra. Vale muito a pena.

Veredito: bonitasso e competente.

Gira em torno da relação entre uma cantora que perdeu a voz e o seu amante, cujo espírito habita a espada que você carrega o jogo inteiro, numa cidade distópica com conspirações políticas. O combate é excelente, a história é super bacana, e as músicas e direção visual são lindíssimas. Como eu poderia reclamar?

Jogos (e arte em geral) devem ser julgados não pelo que esperamos deles, mas pelo que são no fim das contas. E pela experiência que temos com isso que eles são.

Transistor é diferente do que eu esperava. Falavam que era um puta jogo fodão pra caralho, e achei que fosse ser algo de outro mundo, com uma história que me fizesse chorar horrores. Mas não. É só um RPG muito bem feito. E tudo bem.

Veredito: nostalgia pura, e mais nada.

Não dá pra recomendar GoldenEye pra quase ninguém que não cresceu com ele. O gráfico é feio, o controle é travado e quase tudo que acontece é arbitrário: você perde porque sim, o tempo todo.

Agora, se cresceu com ele, meu amigo... Vem reencontrar seu eu criança. Tu vai pular de alegria nas mesmas horas que pulava antes, vai passar as mesmas raivas e vai ter injeções de nostalgia a cada 5 minutos. Sem contar os cheats delícia destraváveis pra quem lembra e gosta (paintball + DK mode é o que há), e o modo multi maravilhoso (as melhores partidas são com Proximity Mines na Facility e com Granade Launcher na Temple, e quem discorda tá errado) que infelizmente não pude rejogar por causa da pandemia.

Se não cresceu com ele, bom, GoldenEye é um pedaço importantíssimo da história do Videogame. Sem ele, os FPSs nunca teriam evoluído pra onde evoluíram, seja no solo ou seja no multi. Mas fora a curiosidade histórica, não tem por que jogar.

Veredito: bacaninha e interessante, mas MUITO lento.

FE Genealogy não é ruim: o sistema de batalha é bom, a trilha sonora é competente e as configurações são robustas, com muitas qualidades-de-vida à frente de seu tempo.

Mas tem SÉRIOS problemas de ritmo (e olha que sou fã de Tales of Symphonia) pelo menos até onde cheguei. E se quase 20 anos depois FE Awakening for algum parâmetro, esses problemas ainda iam persistir até o fim do jogo.

O que realmente fode é o imenso foco na história, que começa com intrigas políticas interessantes misturadas com fantasia medieval. Mas nem você assume o controle dos personagens e vira um enorme clichê mal contado. A partir daí tem um monte de diálogos que em tese são pra desenvolver a trama, mas várias horas depois e ainda nada acontece feijoada.

'Salve a donzela em perigo e impeça os MALVADOS de fazerem MALDADE' nunca foi tão arrastado. Talvez um dia eu pegue de novo pra ver qualé (afinal, as batalhas são bem sólidas) mas por ora tenho muita coisa melhor pra jogar.

Veredito: visual novel quase padrão ouro.

Você foi sequestrado e acorda num navio com mais 8 pessoas. Em pouco tempo descobrem que cada uma tem uma bomba no intestino e que só têm 9 horas para acharem a saída, escondida atrás de 9 portas numeradas, antes do navio afundar. E tudo faz parte de um jogo insano e extremamente perturbado, e quem desobedecer as regras... a bomba explode.

999 mistura visual novel (pensa nos livros de aventura dos anos 80/90) e puzzles estilo fugir-da-sala. Tudo é excelente, menos um detalhe. Pra zerar tem que achar o '1º final certo' e depois o '2º final certo' (nos outros finais você perde) e descobrir como faz isso é pura tentativa-e-erro. Alguns diálogos têm partes que tentam ajudar, mas pra conseguir é um caminho tão ultra específico que dói. Não doeria tanto se desse pra pular salas já vencidas (perder e reiniciar permite pular diálogos repetidos, mas não puzzles) e se tivesse a ferramenta de voltar e desfazer decisões anteriores. Mas do jeito que ficou, zerar é puro atrito.

Se isso não te incomoda, ou se você não tem problema em usar detonados depois de perder 3 ou 4 vezes... É um puta jogasso.

Veredito: já foi superado, mas ainda vale a pena.

Quando lançou, o Cube ganhou um remake do pai dos jogos de terror. Ele faz o que remakes faziam na época: melhora tudo que é técnico e não mexe em nada do resto.

A grande estrela aqui é a atmosfera, com destaque pra câmera, direção sonora, cenários, e pra excelente mecânica de gerenciamento de recursos. Não tem como não ficar com o cu na mão praticamente o tempo todo, mesmo sabendo que talvez não aconteça nada. 'Devo levar a escopeta ou abrir espaço no inventário?' é o tipo de pergunta constante.

Pena que as cutscenes sejam uma merda. Mal escritas, mal animadas, mal dubladas, mal modeladas, mal dirigidas... É mais triste ainda porque tinha um puta potencial. A ideia da trama é bem maneira e as cartas, diários, documentos etc espalhados são super bem escritos. Mas a história acaba ficando meio manca por causa dos personagens tão empatizáveis e profundos quanto uma poça d'água.

Beleza que a influência foram os filmes de terror dos anos 80 e 90, mas isto é um remake, cacete! XD

Veredito: carismático, simples e direto.

Boxboy é o clássico jogo de portátil à moda antiga: poucas mecânicas, partidas curtas, não é muito ambicioso nem faz nada revolucionário. E tudo bem. Foi claramente feito pra matar o tempo no busão ou na fila do banco, não pra te envolver em uma história super épica. Sua mecânica central (praticamente a única) é criar fileiras de caixas para atravessar as fases, seja usando de ponte, de escudo ou de 'corda com gancho'.

...e é só isso. Tem uma trilha sonora bacana, gráficos simplórios e fofinhos, e alguns colecionáveis que desbloqueiam tanto skins bonitinhas como fases extras de desafio pra quem quiser. É relaxante, simpático, divertido e isso é suficiente.

Veredito: legal e competente, mas só isso.

Basicamente um mini-Zelda de plataforma. Até o sistema de dungeons e os recipientes de coração estão aqui.

Não é ruim, muito pelo contrário: nunca joguei nada no GBC que conseguisse fazer tanta coisa, no gráfico e na jogabilidade. Cacete, o Game Boy só tem dois botões e eu consigo mandar combos dignos de jogos de luta. Só que fica repetitivo rápido, o sistema de dia/noite foi mal desenvolvido, e o final foi praticamente colado com durex.

Mas é um jogo curto, simples e bastante divertido, como tem que ser. Embora eu provavelmente não vá jogar de novo, gostei bastante do tempo que passei com ele.

Veredito: tão ruim que nem aguentei zerar.

Quando adolescente ouvi mundos e fundos dele. 'Um dos melhores jogos de todos os tempos' e 'o grande percursor da ficção científica nos videogames' eram elogios corriqueiros. Maluco, esse jogo foi uma das grandes influências DO HIDEO KOJIMA, PORRA!!!

Mas é uma merda. É um lixo. É insuportável. Dura em tese uma meia hora, mas é impossível não passar dias preso na mesma sala. 'Morrer pelo motivo errado ou sem saber o porquê' não é só comum, é o grande lema de todo o design. O único jeito possível de passar pra próxima sala é sempre algo aleatório e bizarro. E o sistema de checkpoints é ingrato. A única maneira de jogar sem ter um AVC é abusar dos save states no emulador, e mesmo assim várias pequenas coisas que parecem banais - pior, que parecem a solução óbvia pra seguir adiante - podem deixar ele inzerável.

Sério, não tem desculpa. Faz anos que não dropo um jogo, mas após morrer uns 20 minutos seguidos na mesma sala sem cometer nenhum erro, e logo depois o jogo resolver ficar inzerável duas vezes seguidas por duas coisas que eu tinha feito algumas salas antes... Tudo tem limite, caralho.

Provavelmente minha maior decepção gamística até hoje.

Veredito: Fantástico e desafiador... para quem jogou o original.

Talvez o melhor - e pior - tipo de pacote de expansão: praticamente um jogo à parte. Uma campanha própria, com fases e história próprias. Mesmo quem não jogou Talos pode pegar Gehenna e gostar. Mas o público-alvo é claramente os fãs do original.

Pra começar, apesar da história ser compreensível mesmo sem entender as referências, a grande graça dela tá no diálogo com o universo pré-estabelecido. Sem perceber esse diálogo, a história é só bacaninha. Percebendo, ela ganha outra profundidade.

Mas principalmente, Gehenna é DIFÍCIL PRA CARALHO. Lembra o quanto alguns puzzles opcionais da 2ª metade de Talos eram de arrancar os cabelos? Pois é, eles são brincadeira de criança perto dos obrigatórios da 1ª metade de Gehenna. Platinei Talos sem guia, então foi com essa cabeça que em Gehenna alguns poucos puzzles só precisei me esforçar um pouco, a maioria demorei quase 1h pensando, e acho que mais ou menos 1/8 dos puzzles fiquei dias batendo cabeça até conseguir. Às vezes semanas. Para. Cada. Puzzle.

Sério, nunca um jogo me fez me sentir um gênio a esse ponto. Depois de platinar Gehenna, a sensação é de ser um verdadeiro DEUS da observação e raciocínio espaciais. Como alguém que tem o original decorado de trás pra frente, a história da expansão também é incrível. Mas Gehenna é para poucos, e isso é um fato óbvio e ululante com neon vermelho piscando.

Veredito: curto, barato, direto e emocionante.

Eu sou um monstro sem coração. Eu não chorei com esse jogo. (mas quase)

Valeu cada centavo.

Veredito: frenético, simples e divertido.

Um sucessor espiritual dos Sonic's de Mega Drive, pro melhor (velocidade, 3 personagens com habilidades diferentes, colecionáveis legais) ou pro pior (sistema de saves arcaico, dificuldade às vezes injusta). No geral é um pacote mais completo que os Sonic's velhos: a dificuldade é ajustável, os chefes são mais legais, tem bastante conteúdo extra.

A apresentação ser parecida com Star Fox e Gunstar Heroes - guerras interplanetárias e tiros laser vindo de todos os lados - também não atrapalha. ❤

Veredito: o melhor matador de tempo possível.

Tenho uma queda por certos puzzles simplórios e viciantes, inclusive cheguei ao cúmulo de jogar 2048 dormindo (tenho provas e testemunhas) numa certa época da minha vida.

Então foi com muita alegria que vi que um fã tinha feito um picross de Zelda. Pra quem não gosta de picross não é lá grandes coisas, mas pra mim foi uma delícia. O jogo ainda tem a audácia de seguir a estrutura da franquia, com chefes, sidequests que liberam corações extras e caminhos fechados que só destravam com certos itens.

Joguei os 200 puzzles até o final feliz e não me arrependo de nada.