Veredito: a própria definição de marromenos.

É um jogo de ação decente, apesar da estética e combate genéricos. A história e puzzles são legalzinhos, e as acrobacias entre uma sala e outra são bacanas.

Mas impossível não comparar com outros jogos daquele momento. É um péssimo Prince of Persia, PRINCIPALMENTE depois de Sands of Time, que era incrível 2 anos antes. E na época vários jogos de ação já eram bem melhores. Não tem por que jogar, fora a curiosidade. É o clássico 'aluga por um finde, aproveita muito, e depois nunca mais'.

Veredito: tão bom quanto eu esperava, nem mais nem menos.

Cold Shadow, o port pra Super Nintendo, tem várias mudanças pra ficar mais fácil. Joguei o Maui Mallard mesmo, o primeirão de Mega Drive. Esse foi um puta jogo importante na minha infância. Hoje a gente não gosta de admitir, mas a maioria dos jogos/filmes importantes na nossa infância não são tudo isso.

Maui Mallard é um jogo de ação-plataforma bem decente, com level design bom, direção sonora e visual legais, e chefes bacanas. Você controla um Pato Donald que alterna entre detetive (tiros e pulos precisos) e ninja (combate corpo-a-corpo e pulos diferentes... e precisos). Várias coisas envelheceram mal - principalmente o sistema de vidas, o modo de salvar e a física dos pulos - mas isso é a verdade pra quase todos os jogos da época.

E eu já sabia disso. Mesmo assim joguei, me diverti, matei a saudade e zerei. Não é excelente, mas pra mim tá de bom tamanho.

Veredito: É, a ideia tá aí.

Tenho que dar um desconto por estar em early access, mas espero de verdade que o produto final seja bem mais maduro. É um RPG de ação com combate e história bons, mas péssimo ritmo: muita batalha igual até eu me sentir um tiquinho mais forte, e muitas missõezinhas de busca iguais até eu me sentir descobrindo um tiquinho da trama. Dropei. A ambientação pós-apocalíptica misturando visuais nojentos e máquinas é bem bacana, mas se isso fosse um jogo acabado daria a impressão de que os devs acharam que ela sozinha carregaria ele nas costas.

Mas como disse, ainda tá em early access, e parece que muito conteúdo ainda vai ser adicionado, então vamos esperar pra ver. É verdade que não fiquei super pilhado pra jogar depois, mas não dá pra julgar algo que ainda tá em produção com os mesmos critérios que eu faria com um jogo já lançado. E o pouco que vi tem sim muito potencial.

Veredito: o melhor matador de tempo possível.

Tenho uma queda por certos puzzles simplórios e viciantes, inclusive cheguei ao cúmulo de jogar 2048 dormindo (tenho provas e testemunhas) numa certa época da minha vida.

Então foi com muita alegria que vi que um fã tinha feito um picross de Zelda. Pra quem não gosta de picross não é lá grandes coisas, mas pra mim foi uma delícia. O jogo ainda tem a audácia de seguir a estrutura da franquia, com chefes, sidequests que liberam corações extras e caminhos fechados que só destravam com certos itens.

Joguei os 200 puzzles até o final feliz e não me arrependo de nada.

Veredito: ótimo pra partidas curtas, péssimo para zerar.

Antes dos smartphones se disseminarem, o DS foi o responsável por popularizar jogos simples baseados em poucas mecânicas. Picross 3D é um desses jogos. Pra quem não conhece picross, pensem numa versão mais complexa e elaborada de Campo Minado. E dessa vez... em 3D.

O problema aqui é a curva de dificuldade. Mesmo com zilhões de partidas, você passa das molezas pras quase impossíveis muito rápido. Sem contar que é repetitivo porque, bem, a proposta é essa. Enfim, ótimo pra passar o tempo jogando sem compromisso enquanto espera a Net te atender, mas péssimo se for fazer tudo antes de passar pra outro jogo.

Veredito: frenético, simples e divertido.

Um sucessor espiritual dos Sonic's de Mega Drive, pro melhor (velocidade, 3 personagens com habilidades diferentes, colecionáveis legais) ou pro pior (sistema de saves arcaico, dificuldade às vezes injusta). No geral é um pacote mais completo que os Sonic's velhos: a dificuldade é ajustável, os chefes são mais legais, tem bastante conteúdo extra.

A apresentação ser parecida com Star Fox e Gunstar Heroes - guerras interplanetárias e tiros laser vindo de todos os lados - também não atrapalha. ❤

Veredito: curto, barato, direto e emocionante.

Eu sou um monstro sem coração. Eu não chorei com esse jogo. (mas quase)

Valeu cada centavo.

Veredito: Fantástico e desafiador... para quem jogou o original.

Talvez o melhor - e pior - tipo de pacote de expansão: praticamente um jogo à parte. Uma campanha própria, com fases e história próprias. Mesmo quem não jogou Talos pode pegar Gehenna e gostar. Mas o público-alvo é claramente os fãs do original.

Pra começar, apesar da história ser compreensível mesmo sem entender as referências, a grande graça dela tá no diálogo com o universo pré-estabelecido. Sem perceber esse diálogo, a história é só bacaninha. Percebendo, ela ganha outra profundidade.

Mas principalmente, Gehenna é DIFÍCIL PRA CARALHO. Lembra o quanto alguns puzzles opcionais da 2ª metade de Talos eram de arrancar os cabelos? Pois é, eles são brincadeira de criança perto dos obrigatórios da 1ª metade de Gehenna. Platinei Talos sem guia, então foi com essa cabeça que em Gehenna alguns poucos puzzles só precisei me esforçar um pouco, a maioria demorei quase 1h pensando, e acho que mais ou menos 1/8 dos puzzles fiquei dias batendo cabeça até conseguir. Às vezes semanas. Para. Cada. Puzzle.

Sério, nunca um jogo me fez me sentir um gênio a esse ponto. Depois de platinar Gehenna, a sensação é de ser um verdadeiro DEUS da observação e raciocínio espaciais. Como alguém que tem o original decorado de trás pra frente, a história da expansão também é incrível. Mas Gehenna é para poucos, e isso é um fato óbvio e ululante com neon vermelho piscando.

Veredito: visual novel quase padrão ouro.

Você foi sequestrado e acorda num navio com mais 8 pessoas. Em pouco tempo descobrem que cada uma tem uma bomba no intestino e que só têm 9 horas para acharem a saída, escondida atrás de 9 portas numeradas, antes do navio afundar. E tudo faz parte de um jogo insano e extremamente perturbado, e quem desobedecer as regras... a bomba explode.

999 mistura visual novel (pensa nos livros de aventura dos anos 80/90) e puzzles estilo fugir-da-sala. Tudo é excelente, menos um detalhe. Pra zerar tem que achar o '1º final certo' e depois o '2º final certo' (nos outros finais você perde) e descobrir como faz isso é pura tentativa-e-erro. Alguns diálogos têm partes que tentam ajudar, mas pra conseguir é um caminho tão ultra específico que dói. Não doeria tanto se desse pra pular salas já vencidas (perder e reiniciar permite pular diálogos repetidos, mas não puzzles) e se tivesse a ferramenta de voltar e desfazer decisões anteriores. Mas do jeito que ficou, zerar é puro atrito.

Se isso não te incomoda, ou se você não tem problema em usar detonados depois de perder 3 ou 4 vezes... É um puta jogasso.

Veredito: já foi superado, mas ainda vale a pena.

Quando lançou, o Cube ganhou um remake do pai dos jogos de terror. Ele faz o que remakes faziam na época: melhora tudo que é técnico e não mexe em nada do resto.

A grande estrela aqui é a atmosfera, com destaque pra câmera, direção sonora, cenários, e pra excelente mecânica de gerenciamento de recursos. Não tem como não ficar com o cu na mão praticamente o tempo todo, mesmo sabendo que talvez não aconteça nada. 'Devo levar a escopeta ou abrir espaço no inventário?' é o tipo de pergunta constante.

Pena que as cutscenes sejam uma merda. Mal escritas, mal animadas, mal dubladas, mal modeladas, mal dirigidas... É mais triste ainda porque tinha um puta potencial. A ideia da trama é bem maneira e as cartas, diários, documentos etc espalhados são super bem escritos. Mas a história acaba ficando meio manca por causa dos personagens tão empatizáveis e profundos quanto uma poça d'água.

Beleza que a influência foram os filmes de terror dos anos 80 e 90, mas isto é um remake, cacete! XD

Veredito: carismático, simples e direto.

Boxboy é o clássico jogo de portátil à moda antiga: poucas mecânicas, partidas curtas, não é muito ambicioso nem faz nada revolucionário. E tudo bem. Foi claramente feito pra matar o tempo no busão ou na fila do banco, não pra te envolver em uma história super épica. Sua mecânica central (praticamente a única) é criar fileiras de caixas para atravessar as fases, seja usando de ponte, de escudo ou de 'corda com gancho'.

...e é só isso. Tem uma trilha sonora bacana, gráficos simplórios e fofinhos, e alguns colecionáveis que desbloqueiam tanto skins bonitinhas como fases extras de desafio pra quem quiser. É relaxante, simpático, divertido e isso é suficiente.

Veredito: legal e competente, mas só isso.

Basicamente um mini-Zelda de plataforma. Até o sistema de dungeons e os recipientes de coração estão aqui.

Não é ruim, muito pelo contrário: nunca joguei nada no GBC que conseguisse fazer tanta coisa, no gráfico e na jogabilidade. Cacete, o Game Boy só tem dois botões e eu consigo mandar combos dignos de jogos de luta. Só que fica repetitivo rápido, o sistema de dia/noite foi mal desenvolvido, e o final foi praticamente colado com durex.

Mas é um jogo curto, simples e bastante divertido, como tem que ser. Embora eu provavelmente não vá jogar de novo, gostei bastante do tempo que passei com ele.

Veredito: tão ruim que nem aguentei zerar.

Quando adolescente ouvi mundos e fundos dele. 'Um dos melhores jogos de todos os tempos' e 'o grande percursor da ficção científica nos videogames' eram elogios corriqueiros. Maluco, esse jogo foi uma das grandes influências DO HIDEO KOJIMA, PORRA!!!

Mas é uma merda. É um lixo. É insuportável. Dura em tese uma meia hora, mas é impossível não passar dias preso na mesma sala. 'Morrer pelo motivo errado ou sem saber o porquê' não é só comum, é o grande lema de todo o design. O único jeito possível de passar pra próxima sala é sempre algo aleatório e bizarro. E o sistema de checkpoints é ingrato. A única maneira de jogar sem ter um AVC é abusar dos save states no emulador, e mesmo assim várias pequenas coisas que parecem banais - pior, que parecem a solução óbvia pra seguir adiante - podem deixar ele inzerável.

Sério, não tem desculpa. Faz anos que não dropo um jogo, mas após morrer uns 20 minutos seguidos na mesma sala sem cometer nenhum erro, e logo depois o jogo resolver ficar inzerável duas vezes seguidas por duas coisas que eu tinha feito algumas salas antes... Tudo tem limite, caralho.

Provavelmente minha maior decepção gamística até hoje.

Veredito: bonitasso e competente.

Gira em torno da relação entre uma cantora que perdeu a voz e o seu amante, cujo espírito habita a espada que você carrega o jogo inteiro, numa cidade distópica com conspirações políticas. O combate é excelente, a história é super bacana, e as músicas e direção visual são lindíssimas. Como eu poderia reclamar?

Jogos (e arte em geral) devem ser julgados não pelo que esperamos deles, mas pelo que são no fim das contas. E pela experiência que temos com isso que eles são.

Transistor é diferente do que eu esperava. Falavam que era um puta jogo fodão pra caralho, e achei que fosse ser algo de outro mundo, com uma história que me fizesse chorar horrores. Mas não. É só um RPG muito bem feito. E tudo bem.

Veredito: nostalgia pura, e mais nada.

Não dá pra recomendar GoldenEye pra quase ninguém que não cresceu com ele. O gráfico é feio, o controle é travado e quase tudo que acontece é arbitrário: você perde porque sim, o tempo todo.

Agora, se cresceu com ele, meu amigo... Vem reencontrar seu eu criança. Tu vai pular de alegria nas mesmas horas que pulava antes, vai passar as mesmas raivas e vai ter injeções de nostalgia a cada 5 minutos. Sem contar os cheats delícia destraváveis pra quem lembra e gosta (paintball + DK mode é o que há), e o modo multi maravilhoso (as melhores partidas são com Proximity Mines na Facility e com Granade Launcher na Temple, e quem discorda tá errado) que infelizmente não pude rejogar por causa da pandemia.

Se não cresceu com ele, bom, GoldenEye é um pedaço importantíssimo da história do Videogame. Sem ele, os FPSs nunca teriam evoluído pra onde evoluíram, seja no solo ou seja no multi. Mas fora a curiosidade histórica, não tem por que jogar.