Veredito: Melhor do que eu dava crédito.

Ace Attorney 2 é exatamente o que parece: a continuação do mistério criminal de advogados. Tudo que eu falei do 1 vale aqui também: 4 casos, aventura gráfica, visual novel, etc etc etc. Mas este aqui é conhecido como o pior da trilogia original, e não é sem motivo. Todos os defeitos do jogo anterior voltam com tudo.

Lembra como muitas vezes você empacava num ponto que tinha várias soluções lógicas, mas o jogo só aceitava AQUELA ALI super específica? Como algumas vezes tu perdia o saco com isso e só passava na força bruta? Pois é, isso tá pior ainda. Lembra dos problemas de ritmo? Que o jogo te forçava a dar uma volta do caralho com umas coisas nada a ver (tomar no cu do roteiro me obrigando a desvendar o Monstro do Lago Ness) só pra avançar na história? Nesse sentido, o pior caso de toda a trilogia está aqui. A sexualização de uma médium adolescente incorporando uma morta gostosona? Agora é de uma garotinha de 8 anos. Sim, uma médium de 8 anos incorpora o fantasma de uma adulta peituda e fica com um DECOTE BIZARRO.

Mas nesta partida de agora, sou forçado a dar mais crédito pra ele do que eu dava antes. O 1º caso eu achava bem chato, mas é bacaninha sim, na pior das hipóteses ele é inofensivo. Costumava detestar o 3º caso. E agora entendo perfeitamente por que eu não gostei dele antes, mas mesmo assim, como eu fui capaz de não gostar dele?!?! Beleza, rola um triângulo amoroso com dois homens adultos e uma adolescente, maqporra. Sem contar que é muita volta desnecessária que ele te obriga a dar, meu deus do céu, se ele tivesse 1/3 do tamanho seria consideravelmente melhor. Valeu, não nego isso. Mas ao mesmo tempo, os motivos do assassino, a arma do crime, o método, as questões morais que ele me obrigou a lidar, tudo isso foi perfeito. Quando terminei ele eu tava destruído por dentro, o final acerta a gente em cheio no coração.

E o 2º e 4º casos são tão absurdos de fodas que chega a ser surreal. Questões como a chegada da vida adulta, famílias desestruturadas, suicídio, até onde estamos dispostos a ir pelos ideais que acreditamos, morte de pessoas queridas, doenças e tragédias causadas por condições merdas de trabalho, tudo isso percorre todo o jogo e é tratado com uma maturidade surpreendente. AINDA MAIS se lembrar que estamos falando desta franquia, que é famosa pelo senso de humor e pelos personagens caricatos.

Ace Attorney 2 é sim o pior da trilogia original, não é mentira. Mas essa é uma verdade pequena, não seria justo com o jogo a gente não alargar essa verdade. Também é verdade que ele faz coisas fantásticas que só uma continuação consegue fazer. O desaparecimento de Miles Edgeworth depois do final do 1º jogo. O fato de Phoenix e Maya terem aprendido com o que aconteceu nele, e já estarem mais maduros antes mesmo deste aqui começar. A introdução de ótimos personagens novos, e os relacionamentos entre eles e com o elenco que já existia. Tudo isso e muito mais são coisas Ace Attorney 2 tira de letra e passa com louvor.

É uma pena que ele tenha repetido e exacerbado os defeitos do antecessor. Se não fosse a mania de rankear e comparar os jogos, tenho certeza que ele seria lembrado com muito mais carinho.

Veredito: Rápido, modesto e muito bem feitinho.

Entre uma partida de Hades e outra (quase chegando nas 200h, este ano ainda eu platino aquela porra! =P) resolvi jogar um curtinho de RPG Maker por recomendação da minha sobrinha. Nos primeiros minutos eu não dava nada por ele, mas não é que o jogo é bom?

Verdade seja dita, ele dura 1 horinha, eu é que demorei duas porque sou retardado e fico rodando o mapa interagindo com cada cantinho inútil. Embora seja um indie de RPG Maker, na verdade é um jogo de puzzle, praticamente um dungeon crawler sem combate: você sobe um andar da Casa da Bruxa titular, resolve uns puzzles, sobre mais um andar, etc, até a protagonista encontrar a bruxa no último andar.

Apesar de ter muitas mortes inesperadas por armadilhas, ele não é nada punitivo porque tem um sistema bem robusto de checkpoints. Quase toda a história só se revela no fim do jogo (dica: não se esqueça depois daquele armário que você viu no andar térreo) e confesso que fui pego de surpresa pelo último diálogo.

Nada de outro mundo, mas cumpre bem o seu papel. Recomendo.

Veredito: A cada passo pra trás, dois pra frente.

Muito difícil não comparar com Sonic 1. É basicamente a mesma ideia só que muito maior e com muito mais gás. Velocidade, loopings, piruetas e saltos enormes em rampas? Bota mais que tava pouco. Fases bônus? Faz em 3D agora. Aproveita e coloca aí um 2º personagem pra te seguir, com direito a coop e versus. Põe também uma técnica nova que te permite ganhar velocidade a qualquer instante! E a recompensa por passar de todas as fases bônus vai ser a estreia do famoso Super Sonic!!! Mais músicas fodas, mais chefes bem feitos, mais fases incríveis. ❤️

Infelizmente nem tudo é flores. Com o escopo maior veio também a famosa falta de polimento da Sega, que era bem mais sutil no 1º jogo. As novas fases bônus trazem ideias legais, mas a dificuldade injusta delas foi feita sob medida pra te foder, especialmente se a máquina estiver controlando o Tails. Inclusive, essa dificuldade injusta já aparece bem cedo nas fases normais, papo de na 2ª ou 3ª zona, enquanto no Sonic 1 era só na última ou penúltima. O jogo tem mais fases e com isso mais chefes, mas certos chefes também são difíceis de um jeito bem escroto - principalmente o chefão final.

No geral Sonic 1 é um jogo bem mais redondo e com bem menos tropeços, mas acho que ainda prefiro Sonic 2. Ele trouxe TANTA coisa nova INCRÍVEL que em retrospecto acaba fazendo o 1 parecer menor do que realmente é. Super Sonic, Tails, modos multi, mais fases legais, spindash... É até difícil ficar zangado com ele por muito tempo.

Sonic 2 é basicamente como se Sonic 1 batesse o pau na mesa e falasse 'mas esta ainda nem é minha forma final, mwahaha!'

Veredito: Escolhas variadas, mecânicas fodas, e dilemas morais.

Dishonored tá longe de ser perfeito: a dublagem às vezes é ruim e tem muito rosto mal animado (o que não é bom num jogo fotorrealista focado na história), certas decisões dos devs são muito questionáveis e ele sofre de uma falta considerável de polimento, incluindo bugs. Porra, recomecei o tutorial do zero por erro do jogo. Duas vezes!

Mas... sou forçado a achar ele incrível. Dishonored me fez pensar na maldade e bondade humanas, nos ciclos da sociedade, em ditaduras, nas pessoas horríveis que podemos virar se não tomarmos cuidado, se nos deixarmos levar por covardia, ou não soubermos diferenciar nossas boas intenções daquilo que decidimos fazer de fato. O trailer deixa bem claro: 'a vingança resolve tudo'. O jogo me dá todos os motivos e meios pra aloprar geral, pra matar com sangue e sem dó.

E me deixa decidir, a cada momento, o que fazer. Decidi não matar ninguém, resolver o problema do jeito mais pacífico que pude, e mesmo assim me sinto um merda. Me sinto também um ninja sorrateiro que passou despercebido de todo mundo e que soube aproveitar ao máximo cada arma, poder e caminho alternativo. Joguei um immersive sim fantástico, que botou mais roleplay nas mecânicas de stealth do que muito RPG bota nos atributos e números. Com seu roleplay e mecânicas, Dishonored fez pensar principalmente na minha própria ética, nos limites dela, no que deveria fazer para melhorar ela. E ainda não achei respostas.

Veredito: Difícil, bonito e recompensador.

Celeste é um plataforma simples e direto: 7 fases, chegue no fim da fase pulando pelo caminho. Mas é muito, muito mais que isso.

A história não é grandiosa. É íntima, e uma metáfora linda: uma garota com depressão escalando uma montanha, onde aquela parte de si que ela odeia ganha corpo e voz. Alguém lidando com uma doença mental que mexe com seus sentimentos. E conquistando sua montanha, tanto simbólica quanto literal.

Essa filosofia invade a jogabilidade. Celeste é MUITO difícil, mas deixa claro desde o início que você consegue. Que tem como chegar lá, basta respirar e tentar de novo. O seu tanto de erros é motivo de orgulho, porque quer dizer que tu tá aprendendo. E tudo bem precisar de ajuda.

Sem falar na quantidade obscena de coisa pós-créditos. Quanto mais joga e quanto melhor tu fica, mais fases secretas o jogo tem, cada vez mais difíceis, mas sempre dentro da sua capacidade. Não lembro a última vez que um jogo me deixou tão orgulhoso da minha própria habilidade.

Veredito: Um excelente jogo de detetive.

Trocadilhos à parte, Obra Dinn não tem muito mistério. É um jogo de detetive muito bem feito, em que você tem que pensar para solucionar os mistérios e que te faz se sentir inteligente quando consegue.

São 60 pessoas pra descobrir quem são e que destino aquela alma teve (se morreu, como morreu, quem matou, etc) usando uma mecânica inteligente de flashback, sendo que a grande maioria dessas 60 é opcional. Minha maior reclamação é que, pra quem resolver platinar, precisa de um pouco de tentativa-e-erro pras últimas pessoas. Se você gosta de jogos como Ace Attorney ou de livros como Sherlock Holmes, cai dentro e seja feliz.

Veredito: relíquia preciosa de valor inestimável.

Tirando talvez o 1º Super Mario Bros, este é - sem discussão - o jogo mais importante já criado. Hoje é comum não acharem grande coisa, até com um pouco de razão. Quase tudo nele já foi MUITO melhorado em outros jogos, e agora parece só um joguinho qualquer. Mas é justo essa a questão: sem Ocarina of Time, tudo o que foi melhorado não existiria. Mira travada? Nasceu aqui. Botão de ação? Aqui também. Combate tridimensional? Aqui. Percepção espacial, puzzles baseados nessa percepção, mundo aberto 3D com uma história principal épica e zilhões de sidequests que se ligam nessa história? Tudo aqui. Antes era comum chamar todo FPS de 'clone de Doom'. Bom, quase todo jogo 3D desde então é, menos ou mais, um clone de Ocarina.

Só que... o que importa mais é o que ele significa pra mim, pessoalmente. Já adorava videogames antes desse jogo, mas ele foi um divisor de águas. Foi o 1º que comprei com grana economizada, e graças a ele isso virou algo frequente. Quando criança não sabia inglês, então bati tanta testa em pedra tentando zerar pela 1ª vez, e depois tentando achar todos os segredos sem entender nada dos diálogos, que acabei decorando todas as reações dos personagens e lugares caso eu fizesse qualquer coisa em qualquer situação possível. Testei tanto cada coisa que decorei os melhores caminhos pra zerar de ponta a ponta numa noite bem virada. E aprendi inglês com ele. Com ele conheci várias pessoas que também gostavam de jogar, me aproximei de outras tantas, que são amigos próximos até hoje. Fiz redações na escola sobre esse jogo, colecionei revistas e mais revistas, usei ele de exemplo em apresentação de projeto de pesquisa na faculdade. Têm jogos que joguei muito. Têm os que eu rejoguei de novo e de novo, até cansar. E aí tem Ocarina.

O Videogame se divide entre pré-Ocarina e pós-Ocarina. Ponto. Tanto na história da arte quanto na minha vida pessoal.

Galera, foi mal a parede de texto mas não dá. Porra, eu sou muito feliz quando tou jogando ele, só isso. Já faz mais de 20 anos, e nada mudou.

#Zelda35thAnniversary

Veredito: Extremamente sólido, bem escrito e, ao mesmo tempo, original e nostálgico.

Tem um roteiro que alterna entre mindblow e hilário, abusando da quebra da quarta parede. Mal passei da 2ª fase e minha esposa brigou comigo (com razão, já tava bem tarde) por estar rindo alto demais. XD O jeito como ele subverte jogabilidade e roteiro ao mesmo tempo é muito bem feito, criando expectativas pra despedaçá-las logo depois, com reviravoltas e plot devices muito bem pensados, tanto os obrigatórios quanto os opcionais, além de novas mecânicas extremamente bem colocadas. 'A graça de Undertale é que subverte as expectativas do jogador e os clichês do gênero' disse qualquer um que nunca jogou The Messenger. E a tradução pt-BR é muito boa.

Fora isso, é um plataforma 2D de ação (pense num Ninja Gaiden moderno e sem defeitos e ao mesmo tempo num Shovel Knight com esteróides, com música PUTA QUE PARIU GOD TIER TOTAL) com um ritmo e sistema de progressão praticamente impecáveis: sempre tem coisa interessante acontecendo, algo pra gastar dinheiro e uma habilidade nova pra usar. E com um peso ENORME em manter o momentum: quanto mais tu foca em estar sempre avançando e quanto mais bundas você chuta, melhor o jogo flui. Graças ao inusitado pulo duplo (pode pular de novo infinitamente, mas só quando bater em alguém/alguma coisa) e ao level design fodão, você pode jogar seguro e controlado (que também é divertido) ou fazer um ciclo infinito de pula-ataca-pula até o fim da fase, quase sem tocar no chão.

Passei de sessões de elevador inteiras sem usar o elevador, só subindo de alvo em alvo com esse combo, e PUTA MERDA COMO É GOSTOSO CONSEGUIR FAZER ESSA PORRA!!!

Veredito: O Super Mario Galaxy 2 do Sonic de Game Gear.

Absolutamente tudo que eu falei de Sonic & Tails 1 vale pra este aqui, que é a continuação direta. Estou desde ontem tentando pensar em algo novo, algo pra falar de Sonic & Tails 2 (ou Sonic Triple Trouble, como ficou conhecido nos EUA já que a Sega of America gosta de fazer merda) que eu já não tenha falado do 1.

Mas, de verdade, não tem muita coisa. Isto aqui está pro Sonic & Tails 1 assim como Mario Galaxy 2 está pro 1. Se você gostou do 1, ele é mais daquilo. Se não, ele também é mais daquilo. Mesma estrutura, mesma lógica por trás de tudo. Tira umas mecânicas, bota outras, cria fases e chefes novos e pimba.

Gostei muito do jogo, mas não curto ficar me repetindo. 100% da minha outra review vale pra este jogo também. Inclusive o maldito lag.

Veredito: Viciante, gostosinho e descompromissado.

Já tinha zerado ano passado, e no final ele liberou um modo "free", onde o jogo não te avisa dos erros. Pra todos os puzzles. Sim, todos os 200.

Claro que não emendei na hora, mas este ano estava precisando de algo pra matar o tempo no ônibus e no metrô, então aproveitei o embalo. Repito tudo o que eu disse antes. Alguns poucos puzzles são meio obtusos demais e o port pra 3DS precisa de uma revisão em algumas coisas: o Start funciona como um Esc, além de não ter auto-save, e perdi mais progresso desligando antes de salvar do que eu gostaria de admitir.

Mas no geral é um joguinho puzzle bem bacana feito por um fã da franquia. Mais caprichado que muito produto oficial, com certeza.

Veredito: Um experimento científico que deu MUITO certo... mas ninguém gostou.

3D Blast sofre da mesma sina de Sonic Spinball: todo mundo odiou, então acabou não dando em nada. O que é uma pena, pois é o Sonic mais experimental até então, e eu adoraria ver a franquia continuar tentando coisas inusitadas. Mas parece que sou exceção, e todo mundo só quer um Sonic feito do jeito 'certo', e tudo o que foge a esse padrão precisa ser condenado e jogado no lixo porque é 'errado'.

Fazer o quê.

3D Blast é a 1ª tentativa de fazer um Sonic 3D, ainda no Mega Drive! Fazer um jogo de plataforma isométrico é extremamente difícil, e fico feliz de ter gostado tanto do resultado final. Algumas coisas incomodam: não tem Super Sonic e a câmera deveria ficar um pouco mais longe (não sei se ambas as coisas eram possíveis com a tecnologia de 1996), e agora em retrospecto fica óbvio que a mecânica dos flickies é completamente desnecessária.

Mas fora isso... é Sonic em 3D! Loopings, velocidade e sessões de plataforma em 3D, cara! E isso no mesmo console que lançou Sonic 1! Eu era muito criança na época pra saber, mas certeza que isso parecia bruxaria. Mano, aquele vídeo de abertura parece surreal até pra mim agora, que acabei de rezerar Sonic 1 e 2 em pleno 2022. Tecnomancia pura.

O espírito de Sonic foi muito bem traduzido pro 3D isométrico, tanto visual e sonoro (que delicinha as paisagens e músicas!) quanto as mecânicas. É curioso pensar que o caminho seguido pelos Adventure (e pelo que veio depois) poderia ter sido completamente outro se tivessem bebido dessa fonte.

Veredito: provavelmente o melhor FPS que já joguei.

E se a gente misturasse o que existe de melhor em filosofia, ciência política, crítica social, ficção científica e terror psicológico, tudo no mesmo pacote?

E se esse pacote fosse um jogo de tiro extremamente bem feito, com gráficos e direção sonora incríveis, dublagem impecável, level design top de linha, combate extremamente sólido e um ritmo e uma curva de dificuldade super bem balanceados?

Na moral, CADÊ o defeito desse jogo?!?!?!

Veredito: O melhor plataforma que já joguei. Não "melhor Mario", "melhor coletaton" ou "melhor plataforma 3D". Melhor plataforma, ponto. (fora Sonic, tudo tem limite)

"Mas então Super Mario Odyssey atinge as expectativas? Para um jogador casual de Mario ou pra alguém que cresceu jogando Mario: acredito que atinja. Ele não se reinventa insanamente para incrementar pra caramba a experiência que você tem com ele. Mas se você está procurando um jogo do Mario com muita coisa pra fazer... Sim, ele vai atingir esse padrão exatamente o tanto quanto você deseja que ele faça.

Porém, se você for um platinador, se você for alguém como eu que gosta de ir de 0 a 100, e depois mais um pouco, pra pegar tudo no jogo... Então ele é EXATAMENTE o que você quer! Esse jogo tem TANTO conteúdo, e ele te recompensa constantemente à medida que você avança! [...] A tal ponto que quando você chegar no final, quando chegar naquele último momento: sim, vão ter coisas de platinador que você irá querer ver e desfrutar pela sua dedicação nesta jornada."

~ Jirard "The Completionist" Khalil. Eu não teria dito melhor. ❤️

Veredito: Meu jogo favorito desde sempre e para sempre.

Não existe tempo ruim com Sonic 3 & Knuckles. Posso estar no meu pior dia, com crises pesadas de ansiedade, posso estar muito doente, ter um dia horrível no trabalho, ou ter brigado com minha esposa, com meus pais, irmãos e amigos... Faça chuva ou faça sol, S3&K sempre vai me fazer feliz, sempre vai trazer sorrisos e serononina. Sempre.

Não é perfeito, claro. Faltou um cuidado maior aqui e ali, e a 1ª metade da campanha do Knuckles é especialmente irritante. Mas fora isso, esse jogo acerta EM CHEIO tudo o que eu amo em Sonic: as fases bônus, as músicas, as esmeraldas, Super e Hyper Sonic, as seções de plataforma, as diferenças entre os personagens, a sensação incrível de velocidade... tudo. Até as fases da água (que normalmente geral odeia) e as fases que andam (que normalmente eu odeio) são incríveis. Me divertir com ele é tão natural, óbvio e inevitável quanto sair na chuva e me molhar. É como reencontrar um velho amigo com a certeza de que o tempo juntos vai ser bom. É meu porto seguro.

S3&K me aproximou de minha família, me trouxe conforto numa infância difícil, e me fez adorar Videogame pra começo de conversa. E certas coisas nunca mudam.

Mas até agora, eu nunca tinha apreciado o TANTO que ele fez pela franquia. Muito mais do que introduzir Knuckles, este é o 1° Sonic com personagens que controlam diferente, o 1° em que aparecem a Esmeralda Mestra e os escudos elementais, e o 1° a contar com os trabalhos de Jun Senoue e Takashi Iizuka. Também é o 1º com um chefe final secreto envolvendo Super Sonic, pra ser o clímax de uma história que pela 1ª vez tem importância, e que por sinal é excelente e muito bem contada, além de nada invasiva. Para um jogo de plataforma nos 16 bits... Puta que pariu, irmão. ❤️ O fascínio foi tanto que catei uma tradução do manual japonês pra aumentar ainda mais a imersão no enredo.

Depois de platinar 3 vezes seguidas, infelizmente chega a hora de seguir em frente e ir jogar outra coisa. Tou meio triste, bate aquele vazio existencial pós jogo foda, sabe? Mas sei que S3&K sempre vai estar aqui pra mim.

Eu hei de voltar, e o reencontro há de ser incrível. Ele sempre é.
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PS: desta vez fui na versão Sonic 3 Complete, mas quando registrei a partida não tinha notado que a 3 Complete tinha uma página própria no Backloggd. Foi mal aí, Tiddles e equipe. XD

Veredito: O irmão caçula do primeiro Sonic.

Se tu acha que ele é só uma versão piorada de Sonic 1 pro Mega Drive... pra ser sincero, você não tá errado, mas também não tá exatamente certo. O Mega Drive era um dos videogames mais potentes em 1991, e Sonic 1 tirou muito proveito disso. O Master System era BEM mais fraquinho e não tinha nenhuma condição de rodar um jogo daquele calibre.

A solução foi refazer tudo "do zero", um remake pra trás, e as limitações do console com certeza pesaram em cima. Mas se por um lado o jogo parece "Sonic 1 de camelô" (joga no YouTube e compara as duas versões, sério, é bizarro) por outro é fascinante como conseguiram traduzir pro Master System o espírito do original. Saltos enormes em rampas depois de sessões de velocidade, segredos que você acha vasculhando as fases, sessões de plataforma bem feitas... Tudo como você lembra, só que muito mais na humildade.

Até a dificuldade escrota e mal feita das últimas fases tá aqui, e já aviso logo que Labyrinth Zone ficou PIOR do que no Mega Drive. =P

Não é meu caso, mas tem gente que prefere Sonic 1 de Master System do que o original, e entendo perfeitamente. Embora tenham o mesmo nome e sigam a mesma receita, são jogos completamente diferentes. E vale a pena jogar os dois.